Garota problema escrita por Clara Foster


Capítulo 9
A volta


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Esse mês todo foi uma correria que só: fiquei doente, voltei às aulas e ainda arranjei um emprego... Por esse motivo, as atualizações agora serão semanais em todas as minhas fics. Mas, não se preocupem! Tenho muitos projetos ainda e não abandonarei esse site e nem as histórias! Boa leitura!



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Respirei fundo duas vezes e entrei de uma vez. Seria uma pessoa perfeitamente profissional, não deixaria que as garotas mexessem comigo novamente.

— Bom dia, Sasuke Uchiha, por favor, sente-se. – Sakura disse de maneira indiferente, sendo mais profissional do que eu jamais seria nessa situação, o que foi um alívio.

Senti os olhos da garota ruiva, Karin, em mim. Em cada movimento que eu fazia, seus olhos estavam ali e eu começava a sentir raiva. Algo do fundo do meu âmago, uma raiva profunda do que ela fez aquele dia no parque. No entanto, não poderia me deixar levar nesse instante e precisava de concentração.

Olhei para Sakura enquanto ela mexia em alguns papéis, ignorando-me completamente por alguns segundos, o que me deixou mais ansioso. A indiferença dela era completamente estranha, porque tudo que eu mais gostaria era que ela sorrisse naquele momento de uma maneira descomplicada.

A garota de cabelos rosados olhou para cima e sorriu, de maneira formal. Nada do que eu realmente esperava naquele momento e, certamente, o que eu gostaria. Não era o sorriso que ela costumava dar quando estávamos sozinhos em nossos encontros, senti um aperto no peito.

— Bom, vamos às apresentações primeiro... Sou Sakura Haruno, sua nova chefe e você atuará na área jurídica junto de mim e Karin. – Um meneio de cabeça para a garota de cabelos ruivos. – O trabalho é muito simples, mas requer atenção, por isso você passará por um treinamento simples ao meu lado por uma semana.

Eu concordei com a cabeça... Eu já estava contratado? Como isso era possível? Eu tinha certeza que fora convidado para uma entrevista.

— Karin irá apresentar o resto da empresa... Como os dois são meus estagiários, é bom que passem um tempo juntos para que se conheçam melhor. Alguma dúvida?

— Não é uma entrevista de emprego? – Assim que perguntei, mordi minha própria língua. Vi Sakura levantar uma única sobrancelha em dúvida, enquanto Karin sorria tentando esconder a risada pelo meu comportamento.

— Acredito, Sasuke, que nos conhecemos bem... Vou confiar em seu currículo prévio. – Foi o que Sakura disse antes de se levantar e sair andando. Ignorando-me por completo.

Qual era o problema dela? Ela me enganou e se achava no direito de ser grossa comigo? De me ignorar? Ela estava enganando o meu melhor amigo e a mim, qual era a dela?

— Pode me acompanhar? – Disse Karin de uma maneira doce e educada. Nada parecida com o que acontecera no parque.

Ainda assim, podia ver que ela desviava o olhar sempre que eu a encarava e parecia nervosa de estar ao meu lado. Meu coração bateu bem mais forte, não sei se poderia lidar com isso nesse momento, porém, eu precisava continuar aquele dia da maneira mais normal possível.

Karin me guiou por diversos departamentos, apresentou-me para algumas pessoas e disse quais eram as mais importantes ali... Sakura era uma delas, e certamente ela era a chefe mais compreensiva da parte jurídica, então, tínhamos sorte, de acordo com Karin. Eu suspirei quando ela disse isso, ao que ela só me observou com cautela até que chegássemos na cafeteria.

— Sasuke... – Olhei para a garota que acabara de sussurrar meu nome. – Sakura e você já se conhecem?

— Sim. – Não havia por que mentir para Karin, Sakura admitira isso algumas horas antes de qualquer forma. O problema é que eu não gostava de estar com Karin desde que eu vi o olhar de asco e completo desprezo em seu rosto.

Não tinha motivos para que eu a tratasse completamente bem. O problema, no entanto, era que o desconforto da garota diante de minhas respostas era visível, o que me deixava um tanto quanto frustrado. Eu não gostava de ser simplesmente grosseiro.

— Bem... Então, acho que é isso, amanhã você começa o seu treinamento com a senhorita Haruno. – Karin disse simplesmente, olhando para as próprias mãos, escondendo o rosto e se afastando um pouco de mim.

De repente lembrei porque eu não me sentia mal por destratá-la, ela era simplesmente ignorante e mal educada. Não suportava esse tipo.

O dia passou de maneira vagarosa depois daquilo, tive que fazer as credenciais e preencher diversos formulários, bem como assinar o contrato de estágio e concordar com a remuneração que me foi aplicada, que era excelente e com toda certeza cobria os meus gastos mensais e sobrava um pouco. Fiquei pensando, porém, por quais motivos Sakura ainda me ajudava e por que ela, sendo rica como era, não fazia medicina simplesmente.

Espantei aquelas questões de minha mente, não devia pensar no que envolvia aquela garota. De qualquer maneira, estava com Hinata agora e tinha que me concentrar nas necessidades dela. Era importante que eu me concentrasse em alguém que gostava de mim, e que eu poderia vir a gostar de maneira mais profunda em algum momento.

Quando estava para ir embora, no entanto, a piada que minha vida estava se tornando (talvez fosse o Universo brincando comigo), colocou-me no mesmo elevador que Sakura. Agora ela era minha chefe e eu não poderia simplesmente ignorá-la.

— Boa tarde. – Disse simplesmente, e foi tudo o que poderia oferecer de abertura para conversas.

Um silêncio constrangedor recaiu no local, completamente diferente do clima que estava acostumado com a garota. Uma sensação estranha percorria todo o meu corpo e eu não saberia explicar por que eu queria conversar com ela apesar de tudo.

— Podemos sair mais tarde? – Foi sua voz suave que quebrou o silêncio, preenchendo todo o espaço de uma forma descontraída.

— É sério? – Franzi o cenho, ela só poderia estar de brincadeira comigo. Não era possível que ela realmente queria levar aquilo de uma maneira tão natural.

Ela acenou com a cabeça positivamente.

— Eu... Eu acho que devo uma explicação... Bom, estarei no Bar 23 hoje, lá pelas oito da noite. – Ela corou um pouco e saiu quando o elevador abriu, sem que eu pudesse dizer qualquer coisa.

Talvez tenha sido o melhor, afinal, eu estava com tanta raiva que provavelmente seria demitido se respondesse o que eu queria. Ela realmente me devia explicações, mas por que agora? Por que naquele momento? O que era tão crucial assim? Afastei aquelas ideias de minha mente, não queria pensar em Sakura.

O problema era que eu não conseguia deixar de pensar em Sakura. Seu convite e seu rosto corado, a vergonha ao falar comigo, como se ela procurasse qualquer chance de se redimir... Talvez fosse verdade? Era possível que aquela confusão não fosse planejada? Ela não sabia sobre Naruto e eu?

Ainda não justificava o fato dela sair com os dois, certamente... Mas, eu estava curioso para ouvir sua versão da história, de tentar entender como as coisas se encaixavam e como não. Será que ela sabia como aquilo me afetaria e fizera de propósito a proposta?

O caminho inteiro para casa eu pensei em Sakura e se poderíamos nos resolver de alguma maneira. Um choque perpassou o meu corpo por completo e agora eu me sentia estranho... Esperançoso talvez? Ainda assim, não podia me deixar levar pelo que Sakura me dizia.

O certo seria ouvir seu lado, mas me afastar por completo daquela garota, ela era um tremendo problema e nada de bom poderia vir de qualquer relação com ela. Ainda mais agora que ela era minha chefe... Seria estranho sair com ela?

Pensei nessas questões enquanto me arrumava para encontrá-la e como eu reagiria de maneira adequada ao que ela tinha a dizer. Não poderia deixar transparecer toda a minha ansiedade por explicação, como eu a queria bem e voltar a encontrá-la. Não poderia deixar transparecer como eu gostaria de abraçá-la e pegar em suas mãos... Como eu gostaria de sentir os lábios dela novamente nos meus. Afastei aqueles pensamentos novamente.

Eu estava com Hinata, mesmo sem entender muito bem a dinâmica entre nós dois, mesmo que eu não soubesse o que sentia pela garota. Era com Hinata que eu precisava me resolver antes e foi para o apartamento dela que eu fui primeiro.

Ao chegar lá, no entanto, encontrei Hinata passando mal e não podia deixar de ajudá-la... Quem é que poderia terminar o que quer que fosse aquela relação naquelas condições?

Fiz alguns chás e segurei seu cabelo enquanto ela vomitava, era extremamente desconfortável estar ali, mas necessário. Eu não poderia simplesmente abandoná-la ali, visto que não parecia ter mais ninguém no apartamento. Hinata soluçava e pedia desculpas entre as idas e vindas no banheiro durante a noite. Senti-me mal por ela e fiquei ali, não tive coragem de terminar o que quer que fosse que estava ocorrendo entre nós.

Fiquei a noite inteira ao seu lado, sem dormir ou baixar a guarda, pronto para levá-la ao hospital, mas ela não queria pois não achava que era algo importante o suficiente. Fiquei na sala enquanto ela dormia, pensando em como ela era tão delicada e gentil, certamente não merecia alguém que não sabia como corresponder aos seus sentimentos.

Eu conseguia ouvir movimentação e muitas vozes no apartamento ao lado, provavelmente Naruto fazendo alguma besteira. Revirei os olhos, sem acreditar que Hinata podia ouvir tudo com tanta facilidade e ainda ser muito discreta quanto a qualquer coisa. Respirei fundo, concentrando-me para não dormir.

Na manhã seguinte, Hinata já parecia melhor e me dispensou dos cuidados, acreditando fielmente que eu precisava descansar. Eu sabia, porém, que não poderia faltar no segundo dia de trabalho, ainda mais depois de não ter cancelado os planos com minha chefe... Será que Sakura seria uma pessoa que misturava o pessoal e profissional?

Não poderia mais dizer que eu a conhecia, de fato, mas não sei se ela seria tão hipócrita a esse ponto. Se ela me demitiria por faltar ao encontro que ela solicitou no dia anterior. De qualquer maneira não queria arriscar e fui para casa correndo para descansar um pouco ao invés de ir para a aula e depois trabalhar direto com o mínimo de disposição que ainda me rendia.

Ao abrir a porta do meu apartamento e encontrar Itachi, meu irmão, e Sakura tomando café juntos, no entanto, foi a gota d’água. Era realmente uma piada tudo o que estava acontecendo em minha vida recentemente, todos os meus fantasmas reunidos prontos para me abater a qualquer minuto. Ainda assim, Itachi parecia preocupado e Sakura tremia muito, franzi o cenho. Não pareciam me esperar.

Arranhei a garganta, ao que Itachi se virou e respondeu de forma muito distante antes de se virar para Sakura novamente:

— Ah... Olá, irmãozinho.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :)