O Passado do Lobisomem escrita por Heringer II


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Bom, pessoal... Eu acho que devo explicações, não é? KKKKKKKKKK
Bem, eu não sei exatamente como contar isso, mas ultimamente uma amiga minha andou passado por alguns problemas pessoais e sérios (na verdade, eu nem sei se o que ela passa agora é uma depressão ou uma fase ruim), e eu fiquei muito preocupado com ela, o que me deixou meio sem ânimo para escrever. Some isso com o EAD (que vocês já sabem que está me escravizando, kkkkkk), e aí tá explicado o meu sumiço.
Peço desculpas pelo sumiço! Não sei exatamente qual vai ser a frequência de capítulos agora, mas vou tentar não passar uma semana inteira sem capítulos novamente. Vou tentar também voltar com o ritmo de 3 capítulos por semana, mas acho que isso vai demorar um pouquinho.
Espero que gostem! ^^



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Assim que amanheceu, eu e Denis tratamos de nos reunir no pátio da escola, minutos antes das aulas começarem. Convidamos Jeanne também, mas ela ainda não sabia do que se tratava. Como ela estava demorando, achamos que ela faltaria novamente à escola, então decidimos começar sem ela.

— Na zona rural, existem oito fazendas, sendo que a fazenda Trevo de Quatro Folhas foi a quinta a ser atacada pelo lobisomem. Ou seja, existem três fazendas que ele ainda não atacou. Uma dessas provavelmente será a desta noite, se é que a fera vai atacar esta noite.

— Se eu não demorar muito para sair hoje à noite, provavelmente Aldo conseguirá fugir do asilo.

— E se ele fugir do asilo, e for o tal lobisomem, então provavelmente ele atacará uma das três fazendas restantes.

— Como teremos certeza que ele não vai repetir o ataque nas fazendas anteriores? Algumas fazendas foram atacadas mais de uma vez, não foram?

— Foram. Mas todas as fazendas que foram atacadas estão fechadas porque seus donos morreram. Logo, as únicas fazendas que ainda restam são justamente as três que ainda não foram atacadas.

Pouco tempo depois, chega Jeanne.

— Ok, isso é estranho. – disse ela. – Por que vocês me chamaram aqui?

— Amiga, é melhor se preparar. – falei. – É uma longa história.

*

Naquela noite, quando eu cheguei no quarto de Aldo, o local estava deserto.

— Aldo? – chamei, para averiguar se ele estava por perto.

Ninguém respondeu. Concluí que ele havia saído. Decidi ir até o balcão da supervisora para perguntar se ela sabia algo sobre isso. Atravessei, então, o corredor e fui até a sala principal.

— Com licença?

— Ah, oi, Evelyn. – respondeu a supervisora.

— Vocês viram o Aldo?

— Não está no quarto?

— Não.

— Alguém viu o Aldo. – perguntou alto para todo mundo que estava na sala. Ninguém respondeu que sim. – Aparentemente, ele fugiu de novo.

— E o que eu devo fazer, então?

— Bom, ela nunca fugiu tão cedo assim. Mas... Vá para o quarto dele e espere-o, ele sempre dá um jeito de desaparecer e sempre aparece de novo.

Ainda estava preocupada, mas decidi seguir o conselho da supervisora.

Quando voltei para o quarto dele, fiquei surpresa ao vê-lo, como de costume, sentado na cama assistindo a televisão!

— Como você...?

Ele virou vagarosamente os olhos para mim.

— Oi.

Voltou os olhos para a televisão.

— Onde você estava?

— Aqui.

— Onde você estava agora há pouco?

— Aqui.

— Quando eu vim aqui há poucos minutos atrás, você não estava aqui, onde você estava?

Ele olhou para mim e por alguns segundos e respondeu.

— Aqui.

Vendo que aquela conversa não iria levar a lugar nenhum, decidi deixar para lá.

— Então... Como foi a caminhada de ontem à noite?

— Não foi bem uma caminhada.

— Então, o que foi?

— Não é da sua conta.

— Ah, qual é, Aldo, será que dá para ser menos arrogante?

— Não.

— Então podemos pelo menos fazer algo divertido além de assistir televisão.

Ele virou-se para mim.

— Quer me ajudar a pintar a minha última escultura de madeira?

— Bom, não é bem que isso eu chamo de diversão, mas é melhor do que assistir você assistindo.

— Então, o que é diversão para você, garota?

— Sei lá, me levar para uma boate esquisita, bater nuns caras e me pagar um sanduíche.

— Achei que você não tivesse se divertido. – disse ele, olhando para mim com um sorriso de boca fechada.

Aquilo me deixou feliz, mas ao mesmo tempo surpresa. Foi a primeira vez que eu o vi sorrir.

— Venha.

Ele tirou o carrinho de madeira do armário e me levou até a porta dos fundos do asilo. Do lado de fora, havia uma espécie de área de despejo usada pelo asilo. Haviam ali várias caixas de papelão usadas jogadas ali.

Estendidas em um torno na parede, haviam algumas máscaras respiratórias, daquelas usadas pelos pintores. Ele colocou uma e me deu outra.

Aldo pegou uma caixa de papelão e posicionou o carro lá dentro.

— Droga! Esqueci! – falou ele. – Espere um pouco.

Voltou para o quarto dele e trouxe de lá dois sprays de tinta, um branco e um preto.

— Que droga! Eu esqueci o outro! – falou ao chegar perto de mim.

— Quer que eu vá buscar?

— Se você puder... Vá no meu armário, na parte de cima. Tem uma lata de tinta semelhante a essas duas, só que vermelha. Traga aqui, garota.

— Ok. – respondi.

Fui até o quarto dele e segui suas instruções. A tinta vermelha, como ele havia falado, estava em cima do armário. Mas eu não a alcançava.

Comecei, então, a procurar pelo quarto alguma coisa que eu pudesse subir e pegar tinta, mas não encontrava nada. Decidi, então, abrir o armário e ver se eu achava algo.

Olhei-o todo, e vi que havia alguma coisa escondida de baixo de uns lençóis velhos na parte de baixo. Parecia ser algo quadrado, e parecia ser firme e ter a altura suficiente para me fazer alcançar a tinta.

Quando afastei os lençóis, fui tomada por um terror que simplesmente me deixou sem reação! Era uma caixa enorme, cheia de armas. Fuzis, revólveres, munição, e até granadas!

Imediatamente, a cobri de volta com os lençóis. Aquilo me deixou perplexa! Eram armas pesadas, certamente ilegais. Como aquilo estava em posse de um idoso?

Eu simplesmente não sabia o que pensar. Perguntas me passavam pela cabeça o tempo todo... Mas ele estava esperando eu levar a tinta. Eu não podia simplesmente ir embora, primeiro porque ele iria desconfiar, segundo porque eu tinha prometido a Denis e Jeanne que iria ficar até o final do meu horário. O nosso plano foi muito bem planejado, não podia simplesmente perder a chance assim. Voltei para onde Aldo estava.

— Cadê a tinta? – perguntou, ao me ver voltando com as mãos vazias.

— Eu... – a nervosidade me fez gaguejar. – Eu... Não consegui alcançar a tinta.

— Não conseguiu alcançar?

— É, está muito alto, lá em cima do armário.

— Tudo bem, deixa que eu pego.

Quando ele me deixou sozinha, senti minhas pernas enfraquecerem. Sentei no chão porque eu sentia que a qualquer momento eu iria cair.

Eu não sabia se Aldo, de fato, era o lobisomem. Mas com certeza ele não era só um idoso.


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Notas finais do capítulo

Gente, pra quê um idoso que consegue levantar uma pessoa com a mão precisa de armas?

Espero que tenham gostado! ^^