Obi Wane-Shots escrita por Pugamegold


Capítulo 48
O Jedi e a Duquesa


Notas iniciais do capítulo

Hello There!!! Tudo bem com vocês? Espero que sim hahahaha

O capitulo de hoje se passa entre o episodio 12 e 13 . É o que eu imagino que poderia ter acontecido naquela primeira noite em que se viram depois de tantos anos. Por mais absurdo que possa parecer, eu gostei do resultado kkkk Espero que gostem também. Boa leitura.

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O som de passos ressoou pelo corredor e isso fez com que seu coração acelerasse. Então se lembrou de que não havia nada para temer, pois estava sozinha e isso a acalmou. Os quartos estavam vazios, óbvio, mas mesmo assim ela temia que alguém a flagrasse esgueirando se pelo seu próprio palácio. Não que isso fosse um problema, ela era a Duquesa! Poderia passear por onde quisesse, quando quisesse, sem precisar dar satisfação a ninguém. Além dos mais, os guardas não se atreveriam a contraria-la. Estavam cientes de que Satine costumava ser bastante arrojada às vezes.

E Quando Satine decidia alguma coisa, nada poderia fazer lá mudar de ideia. A não ser ela mesma.

E era exatamente o que estava acontecendo naquela madrugada quente e fresca.

Quando teve a ideia de visitar seu hóspede, ela não pensou que poderia se arrepender na metade do caminho. Sequer pensou em trocar sua camisola. Apenas vestiu um sobretudo transparente por cima da camisola rosada, calçou pantufas felpudas e saiu de seus aposentos, decidida a ter uma conversa franca com o Jedi hospedado em seu palácio. O reencontro não fora como a Duquesa imaginou – certamente não esperava que ambos acabassem envolvidos em uma conspiração forjada pelo Olho da Morte - e havia muitas coisas que gostaria de ter dito ao ruivo antes de tudo sair do controle.

Mas ao chegar finalmente ao seu destino, Satine segurou a respiração. O que diria a ele afinal? Que sentiu sua falta durante todos aqueles anos em que perderam contato? Que o amava? Que se arrependia amargamente de não ter dito aquilo antes?

Parada em frente à porta, ela levantou a mão e hesitou. Ele a deixaria entrar em seu quarto? E se ele estivesse dormindo? Era bem provável, considerando que tivera um dia longo e cansativo. Satine não ficaria surpresa se batesse na porta e não obtivesse resposta, na verdade torcia para que fosse esse o caso.

Talvez fosse melhor assim, ela pensou. Não teria que pensar em uma desculpa esfarrapada para justificar sua aparição àquela hora da madrugada. Não teria que expor seus sentimentos e correr o risco de ficar constrangida na frente do Mestre Jedi. Não que ele fosse se aproveitar disso, ele seria incapaz de deixa-la constrangida.  O cavalheirismo de Obi Wan chegava a ser desconcertante.

Um som abafado então chamou sua atenção. Som de passos. Ela sorrateiramente aproximou o rosto da porta e concluiu, com certa empolgação e um frio na barriga, que ele estava acordado.

Satine olhou para os lados, constando que estava sozinha no corredor. Estava tão enérgica por causa dos acontecimentos recentes que estava com a sensação de estar sendo perseguida, vigiada a todo instante. Era terrível pensar que estava começando a ficar paranoica.

Deixando de lado a falsa sensação de estar sendo observada, ela inflou o peito. Fechou a mão direita e bateu três vezes. Prestes a bater uma quarta vez, a porta deslizou para o lado e ela prendeu a respiração novamente.

O quarto era espaçoso e cheio de móveis de todos os tipos: dois aparadores na parede esquerda; um grande armário na parede direita e ao seu lado um baú velho e envernizado, lhe dando uma aparência reluzente. Na parede oposta à porta de entrada, uma cama de casal estilo colonial; ao lado um criado mudo e do outro uma poltrona aveludada. Para alguém da realeza, aquele quarto era o básico do básico e continha o mínimo para que a pessoa se sentisse confortável. Mas para um Jedi desacostumado com tanta mordomia, era um palácio completo. Talvez fosse por esse motivo que o hóspede em questão estava parado no meio do quarto, como uma criança perdida em um labirinto. De costas para Satine, Obi Wan massageava o pescoço enquanto olhava para os lados, visivelmente desconfortável com tanto espaço a sua disposição.

Um sorriso bobo se formou nos lábios da Duquesa ao pensar que o Jedi sequer apanhara as roupas de cama dentro do guarda roupa. A julgar pelo lençol perfeitamente estendido sobre o colchão, ele provavelmente nem experimentara a maciez da espuma ou o travesseiro forrado de penas.

Satine cruzou os braços e se apoiou no batente da porta, absorvendo cada detalhe do ruivo com bastante atenção, antes que ele percebesse sua presença.

Ele estava sem camisa, deixando a mostra os ferimentos que ganhara na batalha contra Pre Vizla e seus homens. Seu abdômen estava enfaixado. Possuía bandagens nós braços também e esparadrapos no rosto e nas costas. Tinha alguns hematomas espalhados pelo resto do corpo.  Nenhum ferimento grave, ela concluiu aliviada, junto com uma pontada de remorso por ele ter se machucado, embora nada daquilo que acontecera fosse culpa dela. Conhecendo o ruivo, ela sabia que os perigos o perseguiam aonde quer que fosse, mesmo ele evitando ao máximo arrumar problemas. Na verdade, considerando que eles tinham conseguido escapar com vida de um confronto direito com o Olho da Morte, estavam no lucro.

Na ponta dos pés, ela avançou até o Jedi estagnado no meio do quarto. Sabia que ele já sentira sua presença devido à elevada sensibilidade que possuía sendo um Jedi, mas se perguntou o motivo dele não ter se pronunciado antes.

Ela parou então as costas do Jedi. A essa altura era impossível que Obi Wan não tivesse sentido ela, mas continuou imóvel. Talvez estivesse esperando algo... Mas pelo o que?

O coração de Satine acelerou novamente. Com a mão erguida e com os dedos esticados, tocou a pele despida do Jedi, ocasionando finalmente uma reação do ruivo. Obi Wan se virou e segurou a mão dela com carinho, abaixando-a devagar. Sua expressão estava serena e seus olhos azuis intensos estavam ainda mais brilhantes do que o de costume.

— Costuma visitar seus hospedes a essa hora, minha cara Duquesa? – Sua voz soou divertida. — Não é um pouco tarde para isso? Partiremos pela manhã, assim que meu amigo chegar com a escolta para sua comitiva.

A Duquesa puxou a mão e deixou o braço pender ao lado do corpo, implorando para uma força divina para que sua face não corasse. O fitou por alguns segundos antes de passar por ele, indo em direção à cama que continuava arrumada de forma impecável, como se ninguém a usasse há muito tempo. Sentou na beirada da cama e suspirou. Obi Wan a observava por cima do ombro, intrigado.

— Estou sem sono. E você? — Satine franziu o cenho enquanto massageava o lençol feito com fios de ceda da melhor qualidade. Tentava manter a voz neutra — Não gostou quarto? Posso providenciar outro se quiser.

Obi Wan se virou afobado e balançou as mãos freneticamente, como se Satine estivesse propondo a ele algo totalmente inapropriado.

— Ah não, por favor. — Disse Obi Wan rapidamente. — Este já está de bom tamanho. E até maior do que estou acostumado, deve ser por isso que não estou conseguindo dormir. — Ele olhou ao redor e Satine viu pequenas orelheiras se formando ao redor do contorno dos seus olhos. Seu corpo todo gritava por um descanso merecido, mas ela tinha a sensação de que a ideia de descansar mais parecia um castigo do que uma benção para o Jedi.

— Então... — A duquesa deu umas palmadinhas sobre o colchão. —  Podemos fazer companhia um para o outro. Posso lhe fazer uma massagem se quiser.

Obi Wan franziu o cenho e a fitou, ainda com ligeiro sorriso maroto surgindo no canto dos lábios.  Apoiou uma mão no quadril e com a outra, massageou o queixo barbudo. Parecia tentado a aceitar, pensou Satine, o que não condizia em nada com sua postura como Jedi respeitável.

— Proposta tentadora, mas não creio que seja apropriado.

— Não seria a primeira vez que lhe faço uma massagem.  — Disse a Duquesa com um olhar malicioso.

— Satine — Ele a repreendeu mansamente.

A loira levantou as mãos dramaticamente e sorriu.

— O que acha que eu vou fazer com você? — Perguntou ela achando graça da tensão que se formara no quarto. — Não vou fazer nada que não queira, eu prometo. — Baixou as mãos e cruzou os dedos. — Viu?

Com um suspiro cansado, o Jedi decidiu não rebater. Caminhou lentamente até a cama e sentou-se ao lado da loira. Não se olharam diretamente, mas estavam próximos o bastante para seus ombros se tocarem. Satine sorriu discretamente e se colocou rapidamente ajoelhada atrás de Obi Wan, antes que ele mudasse de ideia e se afastasse. Levantou as mãos e as posicionou sobre o pescoço do ruivo. Quando tocou a pele quente dele, sentiu uma leve formigação na ponta dos dedos. Era uma sensação agradável poder tocar no jedi sem medo do que isso poderia significar. Eles eram apenas amigos, no final das contas... E ela estava oferecendo uma simples massagem relaxante.

Gentilmente, ela deslizava seus dedos pelas costas de Obi Wan, que vez ou outra contraia o corpo involuntariamente. Provavelmente, deduziu ela, era por conta dos hematomas que ainda estavam doloridos e não desapareceriam tão cedo. Por isso, achou melhor não aplicar tanta força nos movimentos. Não queria causar-lhe nenhum mal estar. Queria que ele relaxasse, como há muito tempo não fazia.

— Por acaso há alguma coisa que você não saiba fazer de forma excepcional? — Perguntou Obi Wan acanhado.

— O que quer dizer? — Satine franziu o cenho. Apertava agora os ombros tensionados do ruivo.

— Digo. — Ele engoliu em seco. Sua garganta de repente secara e ele estava começando a se sentir demasiadamente quente. Fechou os olhos e deixou que seus sentimentos, guardados há muitos anos, aflorassem. Estavam sozinhos no quarto, afinal. Ninguém precisava saber de suas reais intenções para com a Duquesa, a não ser ela mesma. Além do mais, estava se sentindo tão relaxado... — Suas mãos...

— O que tem minhas mãos?

Satine olhou para suas mãos com visível curiosidade. Não havia nada de diferente nelas. Mas havia alguma coisa de errada com o ruivo. Sua tensão sumira num piscar de olhos e sua pele tornara-se ainda mais quente. Ou era ela que estava sentindo frio demais? Alguma coisa estava acontecendo, não só com ele, mas com ela também. Algo que não sentia há muito tempo... Desde que Obi Wan a deixara sozinha em Mandalore. Algo que a perturbou durante esses longos anos em que não teve noticias do Jedi.

— São divinas...

A confissão inocente do Jedi fez seus dedos paralisarem sobre a pele dele, assim como o resto de seu corpo, que se recusava a obedece-la.

— Obi Wan...

Satine pode sentir a tensão retornando devagar a cada musculo do corpo do ruivo, enquanto este se virava de frente para ela. Seus olhos azuis cintilavam sob a luz do pequeno abajur dourado sobre o criado mudo e por um momento, voltou a ser aquele padawan astuto e sonhador, que conquistara o coração  da loira de um jeito que poucos teriam capacidade para fazer. Ele estava nervoso e tremia bastante, como se estivesse se contendo.

— Satine. — Kenobi começou devagar, receoso em soltar as palavras presas em sua garganta. Ele pegou as mãos dela e as apertou com firmeza — Eu... Pensei muito em você nesses últimos anos. Não houve um dia em que eu não pensasse em você e isso é...

A loira o fitou ansiosa para que ele continuasse, mas temerosa com o que ia ouvir.  Uma ideia então atravessou pela sua mente. Uma ideia absurda, mas que veio a calhar no momento. Sem dar chance para que ele prosseguisse, Satine inclinou-se sobre ele e o beijou. No inicio sentiu certa relutância do Jedi em aceitar o gesto, mas não demorou para perceber que fora correspondida. Eles soltaram as mãos e se aproximaram ainda mais. O simples beijou tornou-se mais intenso. Obi Wan agarrou seu rosto gentilmente e apertou os dedos contra sua bochecha. Um arrepio prazeroso correu pela espinha da loira e ela deixou-se levar pelo momento, assim como o mestre Jedi.

De repente, Obi Wan não era mais um mestre Jedi, assim como Satine não era mais a Duquesa de Mandalore. Eram apenas dois amantes apaixonados que contiveram seu amor por tantos anos que não havia mais como manter aquele sentimento escondido dentro de seus corações. Eles queriam apenas deixa-lo livre, sem medo segui-lo aonde quer que fosse.

Satine lançou-se sobre os joelhos do ruivo e o envolveu com um abraço apertado. O calor aumentando gradativamente a medida em que seus corpos se aproximavam cada vez mais. Nada poderia separa-los... Nada...

A não ser o bom senso do Jedi.

— Satine, espere! — Obi Wan exclamou afobado e a afastou, tentando recuperar o folego. —Não podemos fazer isso. Não... Podemos.

Droga de Bom senso!

— Eu não me importo. — Disse a Duquesa, inclinando-se sobre ele novamente. De olhos fechados, ela sussurrou. — E eu sinto que você também não.

— Não... Isso é errado, totalmente errado! — Kenobi se jogou para fora da cama, a tempo de evitar os lábios carnudos da loira. Um ato do qual se arrependeria profundamente pelo resto da vida. —  Satine, faz ideia do que acabamos de fazer?

— Sei — A loira o provocou, enquanto passava os dedos sobre os lábios admirada. — Nos beijamos. Também não é a primeira vez Obi Wan. Já fizemos isso varias vezes, no passado.

Isso foi à gota d´agua. Toda a sua compostura como mestre Jedi fora por agua abaixo. Ele não passava de um jovem inconsequente que acabara de quebrar uma das regras mais importantes de sua vida! Seu corpo todo tremia por causa do nervosismo e a única forma que encontrou para extravasa-lo foi andar de um lado para o outro.

— Mas dessa vez é diferente. — Insistiu ele, fragilizado. — Eu sou um mestre Jedi. Você é uma Duquesa. Temos uma responsabilidade agora. Não podemos nos deixar levar por essas emoções fúteis e... — O ruivo piscou os olhos, atordoado. Não percebeu que Satine se aproximara furtivamente dele. Ela o segurou pelos ombros e fez com que parasse a sua frente. Com a ponta do dedo, ela o silenciou. Um sorriso malicioso se formava em seus lábios.

— Não vejo diferença alguma entre o que acabamos de fazer e o que fazíamos antigamente. — Ela estreitou os olhos. — Você não costumava ser tão antiquado quando era padawan.

— Satine. — Ele inspirou fundo. Ainda sentia-se muito quente e tentado a repetir a dose. — Nos éramos jovens. Não sabíamos o que estávamos fazendo.

— Não éramos tão jovens assim. Sabíamos muito bem o que queríamos. — A loira fechou os olhos. O sorriso travesso ainda estampado em seus lábios borrados de batom.- E eu sei o que que eu quero agora. Nesse instante. Beija-lo de novo e de novo. Como se não houvesse nada além de nos dois.

— Não podemos. — Obi Wan tornou a repetir, afastando-a devagar e com delicadeza.

— Mas tem que admitir que gostou. — Satine cruzou os braços e murmurou chateada. Não venceria aquela batalha — Ou esta arrependido?

— Eu me arrependo de muitas coisas Duquesa. - Obi Wan sorriu ao perceber que não havia ressentimento entre os dois. Nunca haveria, na verdade. O sentimento mútuo que permeava os seus corações não permitiria isso. — Beijar você definitivamente não é uma delas.

— Então não preciso me sentir culpada por seduzir um mestre Jedi e força-lo a quebrar algumas regras?

— Não. Não precisa se preocupar com este tal Jedi... – Obi Wan relaxou e acariciou o rosto de Satine com ternura – Não quando ele foi fisgado em sua forma mais frágil. Um padawan desprotegido é uma presa frágil, sabia? Ainda mais quando encontra algo tão belo que o deixa fissurado. É impossível soltar a isca. Nada pode separa-los.

— Nada? — Satine entregou-se ao toque de Kenobi. — Tem certeza mesmo disso? Se eu conheço bem essa historia, não foi o que aconteceu.

— Você questiona demais... — Obi Wan a segurou pelos ombros. — Apenas vamos nos contentar com o que temos, certo?

— Para você é o bastante? — Satine soou triste.

Obi Wan ponderou por alguns segundos antes de responder.

— Sinceramente? Não. Nunca será.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Me contem hahahah

Obrigada por estarem acompanhando a reta final de Obi Wane-Shots. A presença de vocês é muito importante para mim nesse momento.

Que a força esteja com vocês sempre. Bjs e abraços.



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