Obi Wane-Shots escrita por Pugamegold


Capítulo 35
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Hello There!!! Tudo bem com vocês? Essa semana eu to inspirada hahahah mais um capitulo
O conto de hoje surgiu depois de uma postagem que eu vi no face, sobre um trecho do livro Kenobi. Vou colocar o link do post aqui e vocês podem acessar se quiser:

https://www.facebook.com/Jedirizando/photos/a.1421698734795348/2045978945700654/

Como vimos em alguns capítulos anteriores, Obi Wan provavelmente foi atormentado durante um bom tempo por pesadelos terríveis, que o faziam reviver seus piores momentos. Acredito que a cena que ele viu no holovideos o deixou perturbado por um tempo, pq imagina... Ver seu amigo assassinar crianças daquele jeito cruel... Deve marcar qualquer um né...
Por isso, eu aviso que esse capitulo, embora não seja tão longo, pode ser meio pesado para pessoas mais sensíveis.

Vamos ao capitulo então.

link da imagem: https://izuris.tumblr.com/



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Na câmara escura, escondidos em meio às poltronas distribuídas de forma circular pelo recinto, encontrava-se um grupo de younglings assustados. Estavam treinando quando os barulhos começaram e foram orientados a ficarem ali até que fosse seguro sair. Mas eram jovens demais e não sabiam identificar quando seria o momento ideal para saírem de seu esconderijo. Por isso ficaram lá, esperando que alguém os resgatasse.

Um tempo se passou. A porta então finalmente se abriu, revelando uma figura encapuzada atrás dela. Segurava em uma das mãos um sabre de luz. Era Um Jedi.

O garotinho de cabelos castanhos, agachado atrás da poltrona no centro hesitou. O barulho dos tiros havia cessado há algum tempo, junto com os gritos e até aquele momento, ninguém fora procura-los. Talvez, fosse finalmente seguro sair. O que quer que tenha acontecido, devia ter acabado.

Devagar, ele se levantou e olhou através da poltrona, em direção à figura encapuzada, cujo capuz cobria totalmente o rosto. O garotinho então deu mais um passo e depois outro, até ficar ao lado da poltrona.

Ele estreitou os olhos e os fixou na figura parada a poucos metros de distancia. Sentiu um arrepio na espinha quando conseguiu encontrar os olhos de seu suposto salvador e viu que tinham um brilho estranho. O homem de fato era um Jedi e ele o conhecia perfeitamente, mas havia alguma coisa errada.

— Mestre?  — Arriscou o jovem youngling, dando mais um passo em direção ao homem, que continuava parado na porta. O sabre em sua mão estava desativado, mas ele o segurava com firmeza. — Mestre Kenobi?

O homem inspirou lentamente. Depois expirou. Com a mão livre, afastou o capuz de seu rosto, revelando-o. Seus olhos azuis refletiam uma luz alaranjada, causando um enorme contraste em sua face outrora pacifica e gentil, que agora demonstrava raiva e ódio em cada linha de expressão. Suas vestes também estavam diferentes. Seu robe bege fora substituído por um traje preto e uma capa tão negra quanto a aura maligna que irradiava de seu ser. Aquele não era mais Obi Wan Kenobi, era outra coisa.

— Mestre Kenobi? — Chamou outra criança que se afastara de seu esconderijo improvisado. — O que aconteceu? Onde estão todos?

— Ouvimos gritos e tiros, Mestre. — Disse outro jovem. — O que devemos fazer?

Silencio. Um sorriso maléfico e amaldiçoado se formou no rosto do Jedi e seus olhos faiscaram. Estava sedento. Sendento por sangue... Dor... Morte.

— Não se preocupem. — Disse Kenobi de forma suave, mas ainda sim, perversa — Não precisam fazer nada. Eu vou cuidar de vocês.

E então, ele ativou seu sabre de luz e a luz vermelha iluminou o recinto escurecido. Medo e pânico surgiu nos rostos dos padawans que encaravam Kenobi. Eles podiam ser crianças, mas sabiam reconhecer o mal e o ruivo era a própria personificação daquilo.

— Mestre... — O garotinho de cabelos castanhos gemeu.

— Vai ser rápido, eu prometo. — Kenobi semicerrou os olhos. Sua sede estava prestes a ser saciada.

Segurando o sabre de luz com sua mão direita, ele lançou-se para a frente despretensiosamente. Seria um trabalho rápido e sem dificuldade, afinal, eram apenas crianças. Não ofereceriam resistência alguma.

Entretanto, sua alma não estava totalmente corrompida pelo lado negro. Ele sentiu um pouco de compaixão antes de desferir seu primeiro golpe fatal em sua primeira vitima. De fato, ele foi rápido. O garoto de cabelos castanhos caiu no chão e seu corpo produziu um baque surdo, instaurando um verdadeiro pandemônio entre as crianças que presenciaram a cena, horrizadas.

Desesperados, os demais younglings correram para a única porta do quarto, mas foi inútil. Kenobi a fechou com um simples movimento da mão e sorriu quando notou a desolação estampada nos rostos das crianças.

— Aonde pensam que vão? — Disse ele, se aproximando devagar do grupo. — Ainda não terminei.

Kenobi desferiu mais golpes, todos precisos e rápidos. Apesar de sentir satisfação, não queria que os youglings sofressem, afinal eles não tinham culpa. Se não tivesse que seguir ordens, os deixaria vivos. Mas seu mestre não permitiria que os Jedi vivessem, nem mesmo as crianças...

Por que não? Eram apenas crianças...

Por que você fez isso? Por qual motivo?

Por que? Por que? Por que?

Um choro insistente começou. Um choro de uma criança recém nascida e tudo de repente quebrou-se em milhões de pedaços, como uma bola de cristal ao quicar no chão.

Obi Wan então abriu os olhos. A câmara, as crianças, o massacre... Tudo havia sumido e ele se deu conta de que fora apenas um pesadelo. Um dos mais terríveis e cruéis que já teve. Embora soubesse que jamais seria capaz de fazer algo como aquilo, ele ainda se sentia mal ao se lembrar do que viu nos holovideos. Sentia-se culpado, como se o sangue daquelas pobres almas inocentes estivessem em suas mãos. Ele treinara Anakin, cuidara do jovem Skywalker... E também falhara com ele... Obi Wan deixou que seu amigo se perdesse para o lado sombrio e consequentemente, era culpado pelas vidas que foram ceifadas por seu antigo aprendiz. Querendo ou não, ele tinha uma parcela de culpa naquele ato horrendo praticado por Darth Vader. Era o que o Jedi pensava e não havia ninguém que pudesse lhe dizer o contrario, por mais que quisesse desesperadamente ouvir isso. Prova desse seu pensamento era o pesadelo que acabara de ter.

Eu nunca me tornaria um Sith! Nunca!

Com os olhos cheios de lagrimas, ele as conteve. Não merecia chorar. Ele merecia sentir aquilo. Aquela dor nauseante e paralisante. Aquela vergonha. Querendo ou não, ele precisava admitir para si mesmo que já experimentara a tentação do lado sombrio – em varias ocasiões - mas pelo menos, foi capaz de resistir, diferente de Anakin. Notou então algo se remexer em seus braços e ouviu o choro novamente. Olhou para baixou e encontrou os olhos do pequeno Luke fitando-o com intensidade.

— Acho que eu acabei pegando no sono não é? —  Obi Wan engoliu em seco e embalou o bebe em seu peito.  — Esta com fome?  — Luke piscou como se estivesse respondendo.  — Vou entender como um sim.

O ruivo olhou ao redor, tentando lembrar-se de onde estavam. Encontravam-se sentados em uma cabine precária de uma nave, que viajava rumo a Tatooine. Em breve chegariam ao seu destino e ele teria que entregar a criança para seus tios. Durante o caminho, perguntou-se essa solução seria a melhor para Luke.

Concluiu, para sua tristeza, que não havia alternativa. Depois do pesadelo que tivera, Obi Wan duvidava que pudesse ser capaz de cuidar de uma criança tão nova. Luke necessitava de cuidados diários, 24 horas por dia e ele não poderia dispor de tanto tempo assim.

Na verdade, não se sentia capaz de cuidar nem dele mesmo, quem dirá de uma criança?

— Desculpe Luke, mas o leite acabou. — Disse Obi Wan desanimado, depois de remexer na bolsa que levava durante a viagem e não encontrar nenhum resquício de leite que trouxera de Polis Massa. — Terá que esperar até chegarmos a seu novo lar.

O choro em resposta indicava que o pequeno não gostou nem um pouco de ouvir aquilo. E ele continuou chorando.

Sem saber o que fazer, Obi Wan ergueu o bebe na altura dos olhos. As pessoas estavam começando a encara-los e isso não era boa coisa. Estavam chamando atenção demais e ele precisava contornar isso rapidamente.

Mentalmente, ele chamou por Luke e a criança logo parou de chorar. Seus olhos marejados encontraram os olhos do Jedi e eles ficaram assim por alguns segundos, antes de Obi Wan entregar-se as próprias lagrimas que estavam contidas. Ele lhe deu um beijo na testa e algumas lagrimas pingaram no rosto do bebe que num passe de magica, parara de chorar. Parecia entender a dor do homem que o embalava nos braços.

O que o Jedi mais queria nesse mundo era poder cuidar pessoalmente do jovem Luke, filho de seu melhor amigo. Mas como ele aprendera da pior forma possível, as coisas nem sempre podem ser do jeito que queremos. Quase sempre, são exatamente o contrario.

Pelo menos, poderei ficar de olho em você.

E dessa vez, eu prometo...Não vou falhar.

Seu único conforto era saber que enquanto Luke estivesse escondido, ficaria bem. Mas um pensamento aterrador o perturbava: Se Anakin estivesse vivo, seria capaz de matar o próprio filho, como fizera com as outras crianças? Independente de qual fosse a resposta, Obi Wan protegeria o garoto com sua própria vida.

 


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Notas finais do capítulo

Para deixar claro, sou contra qualquer tipo de violência... Ainda mais com criança, animal, idoso... Então, o fato de eu escrever isso não significa que eu não me sinta mal, pelo contrario... É uma das cenas do filme que mais me deixou impactada, então eu peço desculpas qualquer coisa... mas eu precisava escrever sobre isso.

Mas e vocÊs, o que acharam? Gostaram? Não gostaram? Podem me dizer...

Obrigada pelo carinho e apoio. Obrigada pela presença e que a força esteja sempre com vocês... Bjs



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