That's alright, that's ok escrita por RosaDWeasley


Capítulo 1
Timidez


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi Oi gente lindaa!!

Tudo bom??

FINALMENTE junho chegou!!

Essa hitoria faz parte de um projeto lindo chamado "Junho Scorose", pra quem ama esse casal eu aconselho que fiquem ligados nas atualizações, por esse mês vem recheado de história bonita.

Trouze uma história diferente e ao mesmo tempo bonita, será algo leve, tentarei transmitir tudo em 08 capítulos, portanto, será 2 por semana! Deus me ajude!!

Atenção! Pode haver gatilho de ansiedade!!

Boa leitura mores! :)



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Hiperatividade é algo preocupante, mas engraçado.

Espontaneidade, algo valorizado.

Sagacidade, espirituosidade, ambição, paixão e determinação, sempre seriam qualidades e características bem vistas em uma pessoa.

Agora, timidez, é só timidez.

Contudo, em excesso, preocupante bem mais que hiperatividade.

Porque a timidez te cala, te esconde, te oprime e te deixa só.

Rose, sempre foi tímida, mas não a timidez bonitinha, que faz suas bochechas corarem e risinhos contidos surgirem.

Ela era ridiculamente tímida, na visão dela, preocupantemente tímida, na visão da mãe.

Ela sempre havia dado sinais a vida toda, quando bebê, até os três anos de idade apenas seus pais e seus avós a carregavam, e os avós só a carregavam por cuidarem dela para que os pais trabalhassem, qualquer um, mesmo seus tios, que quisessem apertar aquela bebê rosa, ruiva e linda, se decepcionariam, chorando a plenos pulmões e na idade da fala, gritando sonoros “Mamãe” ou “Papai” ela era devolvida imediatamente ao colo dos pais e ali permanecia.

Por não socializar muito com os primos, aos 5 anos Rosa já sabia ler, e os finais de semana na Toca eram regados a leitura no sótão, lugar preferido dela para se esconder de seus primos extremamente animados, agitados e barulhentos.

Sorte a dela ter pais como os seus, ambos notaram que havia algo errado com a princesinha da casa, porque a timidez não é apenas algo diferente, ela causa sufocamento, ansiedade, pânico. Não dá para viver numa bolha, por isso desde os 4 anos ela fazia terapia.

Também foi alfabetizada junto com o irmão em escolas trouxas, era difícil, mas foi um passo a mais para que a introspectiva menina pudesse lidar com a sociedade.

Havia ajudado, mas a timidez cobra um preço alto a ser pago.

No geral, seus primos a respeitavam, mas quando durante uma discussão infantil ela foi chamada de aborto, por aos 8 anos não ter demonstrado magia, ela teve a primeira crise de ansiedade, tamanha foi a intensidade de seus sentimentos que ela tomou todas as poções que existiam na dispensa de sua avó, no desespero de que algo a fizesse ser bruxa.

Aquilo quase a matou, ficou em coma por quinze dias no St. Mungus e seus primos, principalmente Albus, autor da ofensa, sentiram um remorso tão grande e levaram uma bronca tamanha que se emprenharam na tarefa de se aproximar dela. Seis meses depois, no dia de aniversário de nove anos da garota, eles quiseram fazer algo especial, a timidez não permitia uma festa surpresa, então eles ensaiaram um teatro onde enfatizavam todas as qualidades da garota e pediam desculpas. Funcionou, Rose ficou tão emocionada que fez chover rosas, dando seu claro sinal de magia. Ela finalmente se tornou amiga dos primos e eles se tornaram presentes e atenciosos em tudo relacionado a ela.

Até seu ingresso em Hogwarts.

A plataforma cheia de pessoas a sufocava, Lily, sua prima mais próxima, não iria aquele ano, nem seu irmão, era ela, Albus, James, Dominique e Roxanne, ou seja, estava sozinha.

— Rose, precisa se acalmar – a voz de sua mãe soou baixa ao seu lado, sem nem notar a pré-adolescente esmagava os dedos da mãe, enquanto era tomada por uma avalanche de sentimentos. Em resposta ela apenas assentiu engolindo em seco e afrouxou o aperto na mão da mãe.

Albus, que teria para sempre marcado em sua mente o quanto palavras podem destruir pessoas, garantia a ela que não a deixaria sozinha. Só que era exatamente isso que ela queria, ficar sozinha.

Naquele momento ela se deu conta do porque a escola trouxa havia sido algo relativamente “fácil” para ela, ninguém a conhecia. Existia um motivo pelo qual ela não gostava de andar com os seus pais, nem ir ao beco diagonal, nem nas festas do ministério, nem em nenhum lugar público, aliás, ela não frequentava esses lugares porque as pessoas simplesmente não tiravam os olhos deles, ela é filha de dois do trio de ouro, afinal.

A segunda geração era simplesmente o prodígio, tudo era esperado deles pela sociedade, algum feito tão incrível quanto o de seus pais, claro que ninguém queria outro bruxo das trevas rondando, mas eles deveriam ser incríveis.

Como é que uma garota tímida é incrível? Ela sempre se perguntava.

Com muito esforço ela deixou os pais pela primeira vez, eles tinham lágrimas nos olhos, muito mais que emocionados ao ver a filha crescer, eram lágrimas de preocupação, sabiam que ela sofreria.

O escudo para o sofrimento foi se fechar, ficar na dela e criar a máscara da indiferença onde seus sentimentos não seriam demonstrados, só falava quando falavam com ela, conversas espontâneas somente com os primos, só respondia perguntas nas aulas se fossem direcionadas a ela, por mais que soubesse a resposta não conseguia simplesmente erguer a mão e responder como a sua mãe, ter atenção demais lhe deixava ansiosa e ansiedade a levava a crise de pânico, o que ela fugia ao máximo de sentir.

Então como dava, ela ia vivendo, queria passar pela escola sem ser notada, só que no meio do caminho, ela não contava com ele.

Foi apresentada a Scorpius Mlafoy no segundo dia em Hogwarts, seu primo Albus, querendo cumprir a promessa de não a deixar só, foi apresentar o seu novo amigo. E Rose se surpreendeu quando o achou lindo. A pele branca como a neve, os cabelos claros, o nariz reto acompanhado de lábios vermelhos ligeiramente carnudos e um olho azul-cinzento profundo faziam todo o conjunto parecer perfeito. Rose foi tomada pela atração e totalmente apavorada pela insegurança que a timidez lhe dava, apenas cumprimentou o garoto com um tosco “Oi” e avisou o primo que iria para a sua primeira aula de DCAT.

O sonserino por sua vez, tomou como ofensa a atitude da menina, Albus até tentou explicar para o amigo que sua prima era diferente da maioria, mas teimoso como Scorpius era, ele julgou a antipatia como preconceito ao seu sobrenome e adquiria a convicção de que Rose Weasley o odiava e manteve certa distância.

Durante os cinco anos que se passaram Rose adquiriu por ele uma paixão platônica, sendo alimentada dia após dia por cada ato de Scorpius, nunca direcionados a ela é claro, mas observados detalhadamente.

Naqueles cinco anos, Rose aprendeu a ser discreta, no começo era alvo de piadinhas e gracinhas pelo seu jeito e por não ser em NADA parecida com seus pais ou sua família, alguns até diziam que ela era adotada e apesar dela saber que não era verdade e ter aprendido a lidar com aquele tipo de provocação, ainda se dava ao direito de ficar chateada.

Sorte que no seu sexto ano ela era apenas a nerd quieta da escola, nada mais que isso, graças a Merlin!

Com isso ninguém notava seus olhares compridos para um certo loiro.   

O lugar em que ela estava sentada era estratégico, no fundo, três carteiras atrás e a esquerda de onde estavam Albus e Scorpius, na direção do quadro negro e de onde Slugorn estaria, ali ninguém notaria que vez ou outra olhava o loiro para ver como os lábios dele pouco se moviam para cochichar algo com seu primo e como um sorriso torto e discreto toda vez que Albus comentava algo engraçado, aparecia. O sorriso dele ajudou a aplacar a avalanche de pânico que a tomava naquela manhã.

Dentro daquela timidez, havia uma garota romântica, apaixonada e intensa, que despejava sua intensidade nas palavras. Havia sido instruída pela sua terapeuta que deveria achar uma forma de expor seus sentimentos, senão eles a sufocariam, encontrou, escrevia muito.

Tinha um diário, algo guardado a sete chaves que ela colocava seus pensamentos, sobre si e sobre as pessoas também, ela não difamava a imagem de ninguém, apenas expunha ali os sentimentos que as pessoas lhe causavam, era bom, fácil.

Só que havia algo mais especial para um certo loiro em questão desde o primeiro ano, cartas, nunca entregadas, eram escritas com novos sentimentos causados por ele. Suspirou trêmula ao lembrar delas, quando foi procura-las na noite anterior para ler a última que havia escrito uma semana depois do início do ano, Rose não as encontrou, as cartas haviam sumido.

“Ok, não pira Rose, não aqui!”, ralhou consigo e suspirou novamente.

— Está tudo bem Rose? – Dominique que estava ao seu lado perguntou preocupada, Rose assentiu, assegurando a prima que era só um mal estar por ter comido muito no café da manhã, o que era verdade, afinal, sua ansiedade estava atingindo níveis estratosféricos, tendo um alarme aceso em sua mente quando ela quis encontrar um estoque de poções e tomar tudo, só que dessa vez não era no intuito de se “tornar” bruxa, era para ficar os quinze dias em coma mesmo, então ela direcionou a ansiedade para a comida e comeu mais que o normal no desjejum.

“Não precisa ficar assim, as cartas eram direcionadas a ele, mas não eram assinadas e você também mudava a letra, tenha calma Rose!”— ela tentava acalmar a si, queria muito aquelas cartas de volta, muito mesmo.

Pela primeira vez na vida a aula do Slugorn não foi nada legal, estava aérea e sufocada com o ambiente, não entendeu uma palavra do que o professor ensinou, tudo se tornando uma grande confusão dentro de si, tanto que Dominique não conseguiu ignorar a inquietude da prima e interrompeu a aula para pedir para o professor que a garota fosse a ala hospitalar, causou estranheza em todos e Scorpius viu a garota correr aflita para fora da sala com o cenho franzido.

— Sua prima está doente Albus? – questionou.

— Não sei – o sonserino estranhou e questionou Dominique com os olhos, que garantiu que não era nada, a interação muda deles arrancou um sorriso de Scorpius, ele gostava de como aquela enorme família interagia, principalmente quando se tratava de Rose, a ruiva que lhe deixava intrigado com seu jeito tímido tinha total atenção e zelo dos primos, assim como ela por eles, aja visto que dormia com Lily todas as noites na ala hospitalar em suas crises de cólicas menstruais que a faziam desmaiar, lembrou quando a Granger-Weasley teve uma crise de ansiedade na sua frente quando viu a prima desmaiar pela segunda vez seguida, fazendo com que o loiro escrevesse ao pai, contando o que acontecia a garota e entregando a Rose a resposta do medibruxo dizendo entrar em contato com o menino que sobreviveu para pedir autorização para fazer uma pesquisa com a garota, Rose ficou extremamente feliz, agradecida e vermelha, Scorpius lembrou em divertimento, mas a gratidão em seus olhos era visível, ele achou que finalmente teria a amizade da garota, única Weasley que ele não se aproximara, mas dois dias depois Rose o ignorou novamente e ele resolveu deixa-la em paz.

Rose deixou a sala e correu para o banheiro mais próximo, colocou todo o desjejum para fora e depois de lavar o rosto e a boca ela foi até a biblioteca, atrás de todas as prateleiras, no fundo havia um banco atrás da última mesa que encostava no parapeito da enorme janela, ali era seu lugar preferido, ela esticava as pernas no banco, apoiava as costas na parede e olhava o horizonte lindo daquele lugar. Enquanto esperava que o horário do almoço chegasse, abriu sua bolsa e tirou a garrafinha de água que sempre levava consigo juntamente com o vidrinho de calmante ‘floral e nem tão floral assim”, como disse o médico trouxa que lhe prescreveu, o medicamento apenas garantia que ela voltasse a ter controle das emoções em momentos de muita ansiedade, como aquele.

Quando o sinal soou anunciando o almoço, foi se arrastando para fora, agora com as emoções mais controladas até sentia fome, se juntou aos primos e falou o que havia acontecido quando questionada e garantiu que não havia necessidade de ir para a ala hospitalar.

O almoço começava quando um falatório alto com risadas e gritos na mesa da sonserina chamou a atenção de todos. Scorpius erguia para cima um pergaminho, enquanto Zabini, Potter e Goyle tentavam tirar da sua mão, até que o menino conseguiu se desvencilhar deles e guardar o pergaminho em suas vestes.

Lily, autora da travessura, observou Rose de canto de olho e se surpreendeu por notar que a prima não era somente uma garota intensa e cheia de sentimentos, ela era uma ótima atriz!

Se não estivesse olhando, não veria os olhos de Rose se arregalaram sutilmente e ela ficar dois tons mais pálida ao reconhecer o que Scorpius tinha em mãos, para logo depois fingir que nada estava acontecendo, pigarrear, beber seu suco de abóbora e com a desculpa de quem ainda estava enjoada, não tocar no almoço. Lily quis rir, gargalhar da atuação bem-feita da prima, mas sabia que se fizesse isso agora, Rose se fecharia, se magoaria profundamente e Lily perderia sua melhor amiga.

O único intuito da Potter, era ajudar.

Ficou emocionada quando soube do diário e Rose permitiu que ela lesse alguns textos, lembrava da escrita perfeita e da quantidade de sentimento colocado em palavras.

Só que desde o ano anterior algo intrigava Lily, ao ver a prima escrevendo uma carta e escondendo da garota assim que se aproximou, desconversou e Lily aceitou a desculpa de que a carta era para os pais da prima.

Só que essa carta nunca foi enviada, porque a resposta nunca veio em seguida e a resposta sempre vinha, sempre.

Então Lily, observadora como era, passou a manter um olho na prima a surpresa não poderia ter sido maior quando notou os olhares cumpridos da prima para um tal sonserino.

Só que o que fez a Potter revirar o malão da prima e encontrar a caixa de cartas que ela demorou um tiquinho – duas horas – para decifrar o feitiço que a mantinha fechada, foi ver Rose chorar.

Nas noites de sexta-feira, os amigos do grupo ao que elas pertenciam se juntavam e depois de roubarem comida na cozinha, se reuniam para jogar e conversar na sala Precisa, Rose nunca ia, por motivos óbvios, mas naquela primeira semana de início do ano letivo ela foi, por livre e espontânea vontade, mas dez minutos depois que estava lá, Scorpius chegou, mas acompanhado por Hannah Boot, de mãos dadas, ele a apresentou para os amigos enquanto a abraçava pela cintura, era a primeira vez que ele aparecia para todos com uma namorada.

Rose deu uma pirada, jogando os cabelos na frente do rosto ela deu a desculpa a prima que tinha esquecido matérias que teria que estudar e dando um "tchauzinho" aos primos, correu para longe dali.

Só que a fuga não foi suficiente para impedir que a mais nova visse a mágoa e os olhos brilhando da prima, por isso pegando a capa da invisibilidade com James – seu pai era o máximo, mas sua mãe não sabia daquilo, é claro – agarrou o mapa do maroto e saiu atrás da prima, a encontrou na torre de astronomia, sentada no chão da varanda, com pena e papel na mão ela escrevia e chorava copiosamente.

O choro fez os próprios olhos de Lily marejarem, mas se ela tentasse consolar a ruiva ou arrancar algo dela, iria fazer com que a prima se fechasse, por isso tentava achar um jeito, um plano para fazer com que Scorpius soubesse, quando encontrou as cartas, notou três coisas, eram dedicadas uma por ano, não tinham assinatura e a caligrafia era alterada por magia, tão perfeito que ela literalmente dançou, pedindo ajuda aos cosmos, iniciou seu plano.

**

Rose mal respirava quando chegou a aula de Herbologia após o almoço, que para ajudar era com a sonserina novamente, a professora Sprout ditava como eles manuseariam o acônito, Rose nem ouvia, alguém havia encontrado as cartas e estava entregando, mas porquê? Ninguém sabia que era ela que tinha escrito, seu malão estava enfeitiçado...

Foi tirada do torpor quando a professora pediu para que tirassem o acônito dos potes de vidros a sua frente, ela estava paramentada com luvas e óculos, mas tamanho era seu devaneio que se esqueceu da máscara.

As orientações continuaram e fazendo o que a professora havia ordenado, os alunos cortaram a raiz e o perfume da planta subiu.

— Rose, a máscara! – Dominique gritou, mas era tarde demais, Rose já desfalecia, sendo amparada pelas primas. Albus e Scorpius se adiantaram até ela, enquanto a professora gritava a plenos pulmões que ninguém tirasse a máscara, Roxanne colocou uma máscara na prima e Scorpius a pegou no colo, era mais alto que Albus, então se adiantou com a garota nos braços até a ala hospitalar.

O acônito soltava um perfume venenoso, por isso as máscaras e a pressa de encaminhar Rose para a ala hospitalar. Depois de ser devidamente cuidado pela Madame Pomfrey, Rose dormia, o efeito do calmante havia sido aumentado em contato com a poção antídoto e a enfermeira havia avisado a todos que ela dormiria por mais algum tempo, eles se encontravam sentados em cadeiras ao redor da cama de Rose, ficaram em silencio por um tempo, Scorpius estava ao lado da cabeceira da menina, então se permitiu olhar para o rosto da jovem por um tempo, Rose sempre havia sido linda, mas sua timidez fazia com que todos se afastassem, ele sorriu minimamente vendo as sardas que pintavam seu nariz fino, o rosto fino, notou que ela tinha os traços delicados da ministra, se demorou um pouco observando os lábios, tinham formato de coração, vermelhos e carnudos, quando ergueu os olhos, profundos azuis o encaravam, Scorpius prendeu o fôlego.

— Você acordou! - Rose pareceu sair de um transe quando ouviu a voz dele, seus primos logo se aproximaram e ela meio tonta se esforçou para sentar na cama, sendo amparada por Albus para ajudá-la.

— O que aconteceu? - ela perguntou sentindo a cabeça pulsar.

— Você esquecer de pôr a máscara na aula de Herbologia Rose, e acabou intoxicada pelo acônito - explicou Dominique enquanto Roxanne foi avisar a enfermeira que a ruiva havia acordado.

— Você está bem? - A voz rouca de Scorpius soou e Rose quase se encolheu, mas limitou -se a balançar a cabeça em negativa.

— Minha cabeça dói e estou muito enjoada -  murmurou baixinho soltando um muxoxo chateado, segurando a barriga na altura do estômago em busca de conforto.

— A dor é pelo veneno, a ânsia é fome, espere que vou pedir uma sopa para a senhorita - explicou a enfermeira enquanto lhe dava outra poção para a dor. Logo foi ouvido a porta abrir e passos apressados entrarem.

— Rose! O que houve? - Lily perguntou aflita a prima, Domi resumiu a história explicando para a mais nova.

— Onde estava com a cabeça para esquecer de pôr a máscara Rose? - Lily ralhou irritada

— Eu só me distrai - ela se defendeu.

— Mas você nunca se distrai Rose.

— Calma Lily, isso acontece, Rose não está bem desde cedo - para a surpresa do coração muito apaixonado de Rose é da mente maquiavélica de Lily, quem a defendeu foi Scorpius.

Ele havia reparado

Ele havia reparado nela.

Será que ele sempre prestou atenção?

A mente agitada da menina trabalhava e Lily teve que disfarçar um riso com uma tosse, logo a continuação da conversa foi interrompida pela bandeja de sopa e pães que foi entregue a Rose.

Os primos e Scorpius se sentaram de volta nas cadeiras enquanto Rose comia, falavam algumas amenidades até que Roxanne se pronunciou.

— Ô Scor, o que aconteceu hoje no almoço que vocês fizeram tanto barulho? - perguntou curiosa e Albus soltou uma gargalhada ao ver o amigo sem jeito.

— Ele recebeu uma carta de amor - falou o moreno meloso recebendo um rolar de olhos do garoto.

— De quem? - Dormi quem perguntou.

— Não sei - o loiro respondeu dando de ombros, Rose apenas comia, sem saber o que fazer.

— Será que não foi a Hannah? - Lily quem falava agora, enquanto seus olhos dançavam as vezes nas feições da prima.

— Não, Hannah não escreve tão bem assim... - ele tentou se explicar quando Albus riu mais ainda - Não! Sério! E outra, é uma carta do nosso primeiro ano!

— Sério? - Dormi perguntou incrédula - tá com ela aí Scorpius?

Ele apenas afirmou com um aceno e logo teve a carta arrancada de sua mão por Dominique.

Rose achou que iria morrer quando viu que a prima leria o que ela tinha escrito.

"Seus olhos sorriem.

Acho que foi a primeira coisa que notei quando te vi pela primeira vez.

Olhos cinzas, brilhantes e gentis.

O engraçado é que é a primeira vez que eu noto algum garoto, foi a primeira vez que me senti atraída por alguém tão bonito, mas não só aparência, mas pelo seus olhos notei bondade, vida, uma alegria que me fez sentir viva, como nunca, algo realmente impressionante vindo de alguém com apenas 11 anos.

Espero que um dia você possa sentir o mesmo em mim Scorpius."

— Não tem assinatura - A menina comentou.

— Na verdade tem, é o sol desenhado aí embaixo - Ele comentou e ela concordou

— Uau! Essa menina será que tinha 11 anos também? - Rox perguntou boquiaberta.

— Porque uma menina mais velha iria gostar de alguém mais novo? - Lily perguntou estranhando a prima.

— Sei lá Lil! Só estava supondo.

— Você desconfia de quem seja? - Rose não se controlou ao perguntar, mesmo que estivesse levemente corada, mordeu o pedaço de pão que havia molhado na sopa pra disfarçar.

— Não faço ideia - o sonserino respondeu sincero - Mas eu gostaria de saber.

Melhor que você não saiba, pensou atônita


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Notas finais do capítulo

E aiii? Comentem!!