O Motivo de Vivermos escrita por Ainsworth


Capítulo 2
Reflexões


Notas iniciais do capítulo

Yo,e aí, gostaram do começo?
Foi meio morno demais?
Bom, espero que os próximos os agradem ainda mais ^^
Então é isso, segue o capítulo ^^



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Reflexões

            Durante o almoço, Sakura e Tomoyo comiam seus bentôs, conversando alegremente.

— Ai, se não fosse pela Mizuki-sensei, a última aula teria sido tão chata... – Desabafava Sakura.

— Verdade, ela consegue deixar qualquer conteúdo mais interessante – Comentou Tomoyo.

— Até mesmo matemática...

            Ambas riram.

— Agora eu me lembrei... Já faz dois dias que você não vai ao seu treino, não é, Sakura? – Perguntou Tomoyo.

— Ah, verdade. Eu estive ocupada adiantando algumas coisas para esse fim de semana, mas hoje já poderei voltar com as atividades! – Exclamou alegremente.

— Que bom que está com toda essa energia – Tomoyo disse, feliz pela amiga – O clube das líderes de torcida realmente precisa de você.

— Ahahaha, você acha?... – Sakura riu encabulada.

            A imagem que Sakura transparecia era de uma inocência e pureza sem igual. Era praticamente impossível não sorrir estando perto dela, e combinando ao excelente condicionamento físico, fazia dela a estrela das líderes de torcida do Colégio Tomoeda.

— Ah, essa comida gostosa me deixou com sede. Acho que vou pegar algo para beber. Quer alguma coisa também, Tomoyo? – Perguntou, já se levantando.

— Sim, mas deixa que eu vou–

— Nah, não precisa eu volto rapidinho – Se prontificou, não deixando a amiga terminar de falar – Leite com morango está bom para você? – Perguntava, já em frente a porta da sala.

            Tomoyo sorriu gentilmente.

— Sim, está ótimo.

— Okay, eu já volto – Assim, saiu.

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            Como já estava quase no fim do horário de almoço não havia muitas pessoas pelos corredores da escola. Isso tornava as coisas um pouco mais fáceis para Sakura. Gostava de um pouco mais de tranquilidade. Agora, só precisava ir até a máquina de vendas mais próxima, e pegar as bebidas. Só precisava subir aquelas escadas a sua frente, entretanto, quando já estava no meio delas, ouviu-lhe chamar:

— Kinomoto?

            Pega de surpresa, virou-se para ver quem de quem se tratava, já tendo uma suspeita:

— Ah, Harusumi-senpai.

            E de fato estava certa, lá estava Harusumi Yaichi, um jovem alto de cabelos loiros e olhos azuis, capitão do time de basquete, e um tipo de ídolo entre as alunas. Junto com ele também estavam alguns membros do clube de basquete.

— Eai, tá voltando pra sua sala? – Perguntou Harusumi.

— Eh... Sim... – Respondeu Sakura um tanto desconfiada.

— Entendo... – Pausou – Escuta, posso ter uma palavrinha rápida com você? Você ainda tem tempo, não é?

— Hã? – Sakura foi pega de surpresa com aquela pergunta. Mas sentiu-se minimamente tranquila para aceitar – Ah... Tudo bem então.

— Ótimo – Harusumi disse sorrindo.

— Hey capitão, a gente se vê depois então.

— Boa sorte, haha.

            Os colegas de Harusumi se despediram dele com risadas e incentivos, deixando-o a sós com Sakura.

            Nesse instante, Harusumi assumiu uma postura mais séria, impossível de Sakura não reparar.

— Olha, eu sei que é algo muito repentino, mas... – Reuniu forças suficientes – Eu gosto de você, Kinomoto! – E confessou.

— Eh...? – Sakura balbuciou sem reação.

            Espera... Era aquilo mesmo...? Harusumi-senpai estava se confessando pra ela? Aquilo era algo bom, não era...? Deveria ficar feliz não era...? Um ídolo como ele se confessando para ela, deveria aceitar sem pensar duas vezez, não era...?

            Mas... por algum motivo não se sentia assim... Não sabia exatamente como se sentia ou o que dizer. No entanto, Harusumi ansiava por uma resposta.

— Kinomoto? Não vai responder nada?

— S-Senpai, e-eu... – Balbuciava sem saber bem o que falar.

            Foi exatamente nesse instante que nosso icônico Syaoran chegou ao local, ou pelo menos próximo dele, ao fim das escadas, onde conseguira ouvir a seguinte fala de Harusumi:

— Vamos, Kinomoto, por que não aceita sair comigo?

            Ao ouvir isso, quase se engasgou com o suco que tomava.

            Pera aí, estava rolando uma confissão ali naquele local, e naquele horário, mas que inapropriado, pensou. Além disso, ouvira a pessoa dizer “Kinomoto”. Será que era a mesma Kinomoto que conhecia, sua colega de classe com a qual havia trombado naquela manhã. Só podia ser brincadeira do acaso.

— Por favor, me responda, Kinomoto – Confrontou novamente Harusumi, já impaciente.

— E-Eu... Eu não...

            Agora, ouvindo aquela fina e receosa voz, Syaoran teve certeza. Era Kinomoto. E pelo que ouviu, ela não estava muito bem com aquilo tudo, ou pelo menos foi o que deduzira, já que sempre a ouvia falar alegremente em sala de aula. Mas o que faria, deveria se intrometer naquela situação? Mas... E se não fizesse nada, ficaria até o fim e veria no que ia dar? Talvez isso fosse ainda pior. Aaaaaah, suas opções não eram muito boas, mas teve de escolher uma delas.

— Kinomo­–

— Ah, aí está você, Kinomoto! – Exclamou Syaoran do topo da escada, revelando-se e cortando a fala de Harusumi – Eu estive te procurando, Kuroda-sensei está nos chamando.

— Li?—

— Anda, temos que ir logo – Disse Syaoran já puxando a garota pelo braço, impedindo-a de falar qualquer coisa – Desculpe, Senpai. Terei que pegar ela emprestado um pouquinho.

            Assim, os dois saíram daquele local, deixando Harusumi ali parado, e sem qualquer reação.

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            Após andarem bem depressa, por fim, os dois chegaram ao telhado da escola, destino ao qual Syaoran os havia conduzido, ainda segurando Sakura pelo braço. De lá, podia-se ver o céu, que agora se encontrava num tom azul profundo e lindo, com somente algumas poucas nuvens nos arredores. Sentia-se também, uma brisa suave e calma.

            Chegando em tal lugar, finalmente Syaoran soltou o braço de Sakura. Virando-se em sua direção, constatou a óbvia face de dúvida e confusão no rosto da garota.

— Bom, ficou meio na cara, mas... – Dizia Syaoran enquanto coçava a cabeça – O professor não nos chamou, eu menti.

            A mesma expressão persistia no semblante de Sakura:

— Então, por que...

— Me desculpe! – Exclamou o rapaz, juntando as mãos em frente ao corpo e se curvando em sinal de súplica – Eu ouvi a conversa entre você e Harusumi-senpai. Não estava espiando ou algo assim, só aconteceu de eu passar por lá naquele momento – Era óbvio o constrangimento de Syaoran – E então...

— Então...?

— Então... Eu simplesmente achei que você não estava se sentindo bem naquela situação – Enfim declarou – O Senpai estava te pressionando, e você parecia não saber o que responder ou fazer, e...

            Syaoran fez uma pausa e desviou o olhar para o lado.

— Nunca é certo alguém ser forçado a algo que não quer ou não tem certeza do que fazer... – Disse, retornando imediatamente o olhar para Sakura – Mas ainda assim, eu não devia ter me metido nisso desse jeito. Isso era um assunto seu onde eu simplesmente me intrometi. De novo, me desculpe – E curvou-se mais uma vez.

            O silencio persistiu por algum tempo. Syaoran começava a ficar mais e mais preocupado com o que havia feito e a reação de Sakura a tudo isso.

            No entanto, inicialmente um singelo riso e posteriormente uma risada sincera por parte da garota quebraram a tensão do momento.

— Hahahahaha – Gargalhava a garota.

            Dessa vez foi Syaoran quem ficou confuso.

— Por que, você está...? – Tentava perguntar o rapaz.

— Não... Eu só... – Dizia Sakura enquanto tentava se conter – Eu só achei incrível o que você fez. De verdade, precisa de muita coragem para se jogar no meio de uma situação como aquela – Declarou com um sorriso.

            Syaoran limitou-se a desviar o olhar, ao passo em que suas bochechas enrubesciam de leve.

— Mas... De qualquer forma. Muito obrigada – Disse Sakura, com um sereno sorriso – Você realmente me salvou.

            Ouvir isso, fez Syaoran se sentir aliviado pela sua corajosa atitude, arrancando até um raso sorrido do rapaz.

            Sakura caminhou um pouco, pelo telhado, enquanto o vento aumentava levemente e balançava seus cabelos.

— Acho que nunca vim aqui – Disse ela.

— Algumas vezes eu venho aqui, seja para ler, almoçar, ou simplesmente.... Descansar.

— Embora seja uma área proibida... – Sakura debochou de leve.

— É a única regra que eu quebro, tal como uma certa garota que chega atrasada na aula pelo menos uma vez toda semana... – Retrucou, Syaoran, no mesmo tom de deboche.

            Sentindo o golpe, Sakura apenas sorriu desconsertadamente.

            Virando-se para o horizonte, com um certo olhar triste, declarou:

— Acho que.... No fim das contas, eu deveria aceitar o pedido do Senpai...

            Syaoran se manteve em silencio.

— O Senpai... – Dizia Sakura enquanto, se esforçava para sorrir – É um cara muito bonito e popular.... Qualquer garota gostaria de ser a namorada dele. Mas.... Em meio a tantas, ele me escolheu. Disse que gosta de mim e quer sair comigo. Eu tenho mesmo muita sorte, não é? – Perguntou, ainda com o sorriso relutante.

            Syaoran continuava calado.

            Fitando o chão, Sakura disse:

— Seria errado.... Negar esse pedido...

— Errado?

            A súbita pergunta de Syaoran, que até então se mantinha em silencio, surpreendeu de leve Sakura.

            O rapaz deu alguns passos na direção da garota, e em seguida, fitou o céu.

— Às vezes, somos forçados a tomar decisões em nossas vidas. Isso é um processo natural. E então temos que escolher um caminho a seguir. E sempre, sempre algo nos intuirá, pressionará, ou forçará a escolher determinado caminho. Sempre uma ideia ou conceito geral do que é esperado que se faça em tal situação.

            Nesse momento, Syaoran baixou o olhar.

— Muitas pessoas agem dessa maneira, simplesmente porque é o mais conveniente. No entanto, muitas vezes isso acaba sendo um erro. Por que a decisão tomada, não é a que essas pessoas realmente queriam. E o arrependimento de escolher algo apenas para agradar terceiros é um fantasma que nunca deixa de te perseguir.

            Erguendo novamente o olhar, disse:

— A única coisa realmente errada que uma pessoa pode fazer, é ignorar seu coração.

            Tal declaração, deixou Sakura simplesmente sem palavras.

            Percebendo a situação que criou, Syaoran tratou logo de arrumar as coisas:

— B-Bom, isso é só algo que eu penso... – Coçou a cabeça – Desculpe por falar tanta coisa sem sentido...

            Nesse instante, Sakura recuperou o semblante sereno de antes.

— Não.... Eu acho que você está certo – Constatou a garota – Muito obrigada, Li.

            Syaoran ficou meio sem saber como responder:

— Er... De nada... – Balbuciou.

            Sakura se espreguiçou longamente soltando um grande suspiro.

— Bom, eu acho que me sinto bem melhor. Acho melhor voltar para a aula – Direcionou-se às escadas – Você não vem Li? – Perguntou, virando-se para o rapaz.

— Na verdade... Eu acho que vou ficar aqui um pouco...

            Ainda que sem entender direito, Sakura apenas aceitou:

— Hm... Então ok... – Despediu-se, partindo rumo as escadas.

            Syaoran agora se encontrava sozinho naquele local. O vento oscilava constantemente.

            Pondo a mão sobre seu rosto, disse para si mesmo:

— O que eu estou fazendo?

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            Ainda descendo as escadas, Sakura parou, e posicionou a mão sobre seu peito. Onde sentia uma estranha palpitação, que nunca sentira antes.

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Notas finais do capítulo

E é isso meu povo, tal como o título, reflexões....
Syaoran falou umas verdades que as vezes a gente esquece ou nem mesmo sabe...
Bom, espero que tenha sido do agrado de vocês ^^
Nos vemos na próximo, até mais^^



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