Fios do Destino escrita por LizAAguiar


Capítulo 1
Sozinho


Notas iniciais do capítulo

Bom, acho que até demorei pra escrever isso, eu estava tão centrada em ficar puta por outros motivos em relação As Provações de Apolo que só agora me veio mostrar o ponto de vista do Nico sobre isso tudo.

Escrevi essa one escutando ´´All I Want`` do Kodaline, se quiser sentir a bad mais fundo é uma boa pedida :v

Deixando claro: essa one trata de spoilers pesados sobre As Provações de Apolo, estejam avisados.

Enfim, tenham uma boa leitura ^^



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Jason estava morto.

E Reyna era agora uma caçadora.

De toda enxurra de informações que Quiron despejou sobre eles, — Triunvirato, guerra, imperadores mortos, Apolo voltando, deus do silêncio, — tudo pareceu desfocado depois daquelas duas frases.

A grama em que Nico estava sentado, fofa e viva, não parecia mais existir, a voz ressoante e pesarosa do centauro no silêncio daquele final de noite varreu a cantoria em volta da fogueira, as brincadeiras dos filhos de Hermes, discussões entre descendentes de Ares e Atena, nada mais parecia existir.

Nico teve consciência de um aperto em seu braço, de sua garganta doer, seca e machucada, do olhar de Dionísio, quase piedoso em sua direção.

E sentiu o medo emanar dos campistas a sua volta, mesmo sem consciência do porquê, sabia que era o motivo.

Não sentiu os cortes nas bochechas, o tornozelo inchado e as lágrimas quentes em seu rosto até estar em lugar nenhum.

Não era o Acampamento Meio-Sangue, nem o Hotel Lótus, o Acampamento Júpiter, o Submundo, Washington, Veneza....Era breu, com o rosto pode sentir tijolos frios, e mesmo de olhos fechados, os relâmpagos se faziam presentes.

Não era lugar nenhum, porque nenhum lugar era seu.

O Hotel era uma fachada, e tudo que pode tirar dele foi a sensação de que seu lugar no tempo morreu sem que pudesse tentar estar nele, apenas Bianca restava. Mesmo que dissesse odiar seu jogo de Mitomagia, ela sempre acaba jogando com ele, enquanto estivessem juntos, estaria tudo bem.

Mas ela escolheu ir embora.

Naquele lugar que Nico achou que seria sua casa, com heróis de verdade, como Percy.

Percy...

Ele iria protegê-la, era de verdade, não como as cartas de Nico, ele existia, e a traria de volta.

Mas não trouxe, apenas a garota loira por quem era apaixonado voltou, não Bianca, a única pessoa que o entendia, sua única família, estava morta.

Annabeth estava bem, Thalia estava bem, Percy estava bem, Bianca não.

Ver a vergonha, pena e tristeza nos olhos de Percy deveria ter feito com que o odiasse, mas por mais que tentasse, nunca pode.

Nico não queria odiar ninguém, queria um abraço apertado, um lar, que sorrissem quando ele estivesse por perto, que gostassem dele.

E era por isso que queria fazer tudo certo, Percy precisava ir até o Estige, o levaria, precisavam de um espião no Acampamento Júpiter, o faria, alguém para descer até o próprio inferno.

Estava tudo bem, se fazer tudo isso fosse fazer com que gostassem dele, estava tudo bem.

Só queria que deixassem de se arrepiar com sua presença, que a sensação de ser indesejado e incômodo sumisse.

Encontrou um sorriso e preocupação em Hazel, mesmo que ela não entendesse o que fosse a real solidão, Hazel era pura luz, fazia com que as pessoas se sentissem atraídas por seu jeito sem fazer esforço para isso.

Ela jamais entenderia.

Jason também não.

Ele tinha medo de Nico também, era cercado por amigos, mas não o deixou.

Nico, está tudo bem, eu entendo.

O olhar compreensivo, gentil e...

...é você quem escolhe como viver a sua vida. Você quer confiar em alguém? Então arrisque que sou seu amigo de verdade e que vou aceita-lo...

...Estendeu sua mão. Queria ser seu amigo, apesar de tudo.

E agora estava morto.

Ah, cara! Espere só até eu contar para Piper. Ei, como eu também estou sozinho no meu chalé, você e eu podemos comer à mesma mesa no refeitório. Podemos também formar uma dupla para jogos de capturar a bandeira e para os concursos de canto, e...

Nunca dividiram a mesa, tão pouco uma dupla para concursos de canto, as Parcas não deram esse tempo a ele.

Jason havia lhe oferecido um sorriso de boas-vindas, e novamente a sensação de um pedaço de Nico era arrancado sem piedade alguma.

Reyna...

A pretora exemplar que ele mal conhecia, que não tinha medo dele, mas o olhava com desconfiança.

A mesma que havia segura sua mão com firmeza, lhe entregado sua força e pegado parte suas angustias de bom grado.

A garota com o qual Nico se sentiu confortável para se abrir, que queria que ela confiasse nele para fazer o mesmo: porque eles eram iguais.

As pessoas também tinham medo de Reyna, a olhavam com receio, e negavam-se a se aproximar, assim como ela também sentia medo de se abrir, porque as dores dela eram profundas, como uma ferida infeccionada que não cicatrizaria até destruir sua alma, assim como as de Nico.

Pela primeira vez na vida Nico se sentiu igual a alguém, sentiu o olhar preocupado, que queria que continuasse vivo.

Teve medo de perde-la, para Licaon, as Caçadoras, para o próprio passado, para Bryce, Órion...

Mas ela sempre voltava.

Mesmo tendo toda a glória a suas mãos após a última batalha, Reyna não se esqueceu dele.

Literalmente o tirou de suas sombras e o trouxe para luz.

Nós tínhamos um lar. Agora temos dois.

E ofereceu aquilo que Nico sempre quis: um abraço caloroso de afeição e um lar.

Reyna era seu lar.

Até ir embora, sem olhar para trás, sem dizer adeus...

Como Bianca.

Por que era sempre assim?

O que tinha de tão repulsivo em sua existência que fazia com que as pessoas morressem ou o deixassem?

Por que ele era obrigado a sentir amor, se tudo que esse sentimento lhe dava era desespero?

Não queria mais amor, não queria mais lar.

Essas coisas não eram para ele, não importava o quanto tentasse, o resultado final seria o mesmo:

Deitado em algum lugar frio, com o tronco doendo pelos soluços intermináveis, o rosto molhado de lágrimas, a alma completamente despedaçada e sozinho.

Sempre sozinho.

Não havia dia nem noite naquele lugar, e Nico se surpreendeu ao notar as nuvens claras pela janela quebrada, levantou-se devagar, o corpo dolorido e a barriga doendo de fome.

Não importava, tinha que voltar ao Acampamento, pegar seu casaco, a mochila e partir.

Para um buraco como aquele, o Submundo, Hotel Lótus ou próprio Tártaro, já não importava mais.

A viagem pelas sombras o levou para dentro do chalé treze.

— Nico...? — A voz baixa de Will fez Nico se virar.

Ele estava sentando em sua cama, a expressão levemente surpresa foi dando lugar a preocupação ao olha-lo dos pés à cabeça.

— Nico... — A voz falhou com um soluço enquanto ele se levantava.

— Não! — Seu grito saiu como um ganido assustado, tentou se afastar em total desespero, seus pés tropeçaram na mochila que preparava, fazendo-o cair no chão. — Vá embora! — Se encolheu no chão, sentindo a apatia do esgotamento dar lugar a dor.

Não.... Nico não aguentava mais.

— Do que você está falando? — A voz embargada de emoção estava a seu lado. — Eu não vou a lugar nenhum sem você. — Os braços de Will o envolveram, Nico o agarrou, sem força alguma para passar por aquela nova onda de desespero sozinho.

Jason estava morto.

Reyna o deixou.

Mas Will... Will continuava ali.


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Notas finais do capítulo

Sabe, eu li A Tumba do Tirano no começo do ano, e até agora eu estou puta com o quão O.C a Reyna está nesse livro.

A relação dela com o Nico é uma das coisas mais incríveis de Heróis do Olimpo como um todo, e o Tio Rick jogou ela fora sem motivo nenhum. Nossa.....Decepção é pouco pro que eu senti lendo ela fazer o juramento, a Reyna de A Tumba do Tirano com certeza não é a Reyna de O Sangue do Olimpo .-.

Depois que o meu ódio sobre isso passou (um pouco), eu me perguntei como o Nico ficaria depois disso, ainda mais com a notícia sobre o Jason vindo junto e, C A R A C A

Essa bad bateu tão forte que eu chorei escrevendo essa one.

Enfim, eu normalmente faço piadas nas notas, mas nessa não sinto clima, é isso aê:

Críticas, comentários, valeu por ler e etc

Até a próxima o/

PS: Todas as frases em tálico foram retiras dos livros.



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