Casa dos Jogos escrita por Metal_Will


Capítulo 59
Capítulo 59 - Paranoia


Notas iniciais do capítulo

Jogo da Guilhotina - Resumo das Regras

* Cada jogador inicia com 200 créditos;

* No início de cada rodada, cada jogador aposta um número de créditos. No mínimo um, no máximo todos;

* O material de jogo envolve um modelo especial de guilhotina e bonecos que representam os jogadores.

* Em cada rodada, cada jogador assume um papel: executor ou executado. Na próxima rodada, os papeis se invertem;

* O executado deve escolher entre deixar seu boneco na guilhotina ou tirá-lo de lá;

* O executor deve escolher entre soltar a lâmina da guilhotina ou não soltar;

* Se o executor soltar a lâmina e o executado deixar o boneco, o executor leva todos os créditos apostados;

* Se o executor soltar a lâmina e o executado tirar o boneco, o executado leva todos os créditos apostados;

* Se o executor não soltar a lâmina e o executado deixar o boneco, o executado leva todos os créditos apostados;

* Se o executor não soltar a lâmina e o executado tirar o boneco, o executor leva todos os créditos apostados;

* Perde quem ficar com um número de créditos igual a zero primeiro.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/79125/chapter/59

Capítulo 59 - Paranoia

Jogo da Guilhotina. O último desafio da Casa dos Jogos. Um jogo relativamente simples, mas que definiria meu destino para sempre. Basicamente, mais uma vez as regras se definem por apostar créditos e fazer escolhas. No entanto, a sua escolha também dependia da escolha do adversário. Era como uma partida de jokenpo, mas sem a opção de empate. Isso quer dizer que tudo parecia depender plenamente da sorte, mas, se eu conhecia bem aquela casa, deve ter algo por trás de tudo. Tinha que ter. Mas como eu iria descobrir? Minha adversária era ninguém menos que a jogadora mais forte do programa, Eva Palomeni. Enganá-la não seria tão fácil assim...

— Muito bem - Pitre chamou a atenção - Como no ensaio, o participante Alan foi o executado, agora ele será executor. Senhorita Eva, você será executada. Mas antes de fazerem suas escolhas...por favor, apostem seus créditos.

— A-Aposto um crédito - falei. Era o mínimo que se podia apostar, mas eu precisava ganhar tempo para descobrir alguma coisa naquele jogo. O problema é que isso também daria tempo para ela descobrir alguma coisa. Mas eu não tinha muita escolha, tinha? O que você faria na minha situação?

— Também aposto um crédito - ela disse - Como já disse antes...posso ficar aqui o dia inteiro.

— Eu também - retruquei. Isso mesmo. Não importa que ficássemos lá a semana inteira. Eu precisava fazer o melhor que podia.

— Só um? - estranhou Aline, que assistia tudo de camarote junto com os outros participantes - Jesus...isso vai demorar um século para acabar!

— Até aí...não temos muita pressa, temos? - disse Perla - Se demora for o preço a ser pago pela vitória da Eva, nós esperamos.

— Como podem garantir que ela vai ganhar? - disse Aline, se voltando para Perla - Esse jogo parece equilibrado para os dois lados.

— Disse bem, parece - acrescentou Max - Mas se essa é a Casa dos Jogos...sempre tem algo a mais. Sempre.

— O que tem a mais nesse jogo? - perguntou Aline.

— Bem...não estou lá para ver tudo. Teremos que esperar algum deles descobrir.

— Ai, meu Deus...por favor, ajude o Alan! - murmurou Natália, entrelaçando as mãos e fechando bem os olhos. Estava tão nervosa quanto eu.

Voltando à casa, Eva vai para trás das cortinas e faz sua decisão rapidamente. Agora era a minha vez. Soltar ou não? O que fazer?

"Bem, uma coisa que Max sempre fez foi pensar no que o outro está pensando", pensei, "O que ela acha que eu faria? Talvez ela pense que eu não tenha coragem de soltar a guilhotina...mas tanto faz soltar ou não. Talvez soltar a guilhotina tenha um lado mais sádico e ela pense que eu seja covarde demais para matar um boneco. Mas são só bonecos. Tsc. Que seja. Eu vou soltar."

Foi o que eu fiz. Apertei o botão de soltar. Pitre pediu para que as cortinas se abrissemm e revelou o resultado. Infelizmente, eu escolhi o errado.

— Participante Eva tirou o boneco e leva todos os créditos apostados.

— É isso aí...de grão em grão a galinha enche o papo - comemorou ela.

— Como? Como você sabia que eu ia soltar a guilhotina? - perguntei.

— Mas eu não sabia, querido - ela respondeu - Eu só escolhi tirar, só isso.

Não acreditei muito, mas o jogo continuava. Na próxima rodada cada um aposta um crédito de novo e dessa vez eu era o Executado. Deveria deixar o boneco ou não? Na última vez, eu tirei o boneco, será que agora devo deixá-lo? Quem sabe...ela sabe que não confio nela, então, ela deve achar que eu vou tirar o boneco. Não dessa vez. Tudo bem. Vou deixar.

Resultado...

— Senhorita Eva leva todos os créditos de novo.

— Opa. Parece que estou mesmo com sorte - ela sorriu.

— Como? Você...soltou mesmo... - lamentei, vendo meu boneco sem cabeça.

— Bem, na última rodada você tirou o boneco. Imaginei que não fosse fazer a mesma coisa dessa vez e acertei. Tive sorte de novo.

Seria sorte mesmo? Todos os jogos tinham alguma coisa por trás...aquele não podia ser diferente só por ser o último, podia? Seja como for, continuei apostando um crédito em cada rodada. Eva idem. Perdi por mais uma três vezes, mas, finalmente, ela errou na hora de soltar a guilhotina. Eu havia tirado o boneco daquela vez. Até que enfim. Apesar de só ter recebido um crédito da aposta, foi uma vitória.

— Viu só? Até você pode ter sorte às vezes - ela disse.

— Não sei... - balbuciei.

— O que foi?

— Algo me diz que você sabe o segredo desse jogo, mas está me deixando ganhar para eu não perceber, não é?

— Como assim? Claro que não! Não percebi nada nesse jogo..pelo menos não ainda!

— Como?

— Concordo com você que esse jogo deve ter algum truque, mas eu mesma ainda não percebi nada. Estou falando a verdade.

Como poderia confiar nela? É verdade que ainda não percebi nada no jogo, mas eu era um perdedor. Ela era uma jogadora excelente. Eu podia estar fazendo papel de pato desde o começo. Mesmo assim, continuamos jogando. Por incrível que pareça, nas próximas cinco rodadas, venci três vezes. Ela estava me deixando ganhar mesmo? Talvez estivesse esperando eu me sentir confiante para aumentar as apostas e acabar comigo de vez. Impossível não suspeitar, impossível não ficar nervoso. O suor escorria do meu rosto, mas continuava jogando um crédito por vez. Não. Ainda não iria aumentar as apostas, por mais que ela me tentasse. Apostei mais um crédito e fui para trás das cortinas de novo.

"Droga, droga", pensava, "Preciso descobrir o segredo desse jogo logo". Olhei para os lados, para cima, para trás, mas não pensava em nada que pudesse alterar os resultados. "Tudo que se pode fazer é colocar ou tirar o boneco daqui. Droga. Não tinha como fazer nada além disso. Mas me recusava a acreditar que seja apenas sorte". Mais uma vez, tiro o boneco da guilhotina e ela erra. Hmm..sorte...ou não? Ela parecia tranquila.

— É. Tem razão. Talvez você até consiga me vencer...se continuar com a mesma sorte - ela comentou, enquanto mexia no cabelo.

— Sempre provocando...eu sei o que você quer.

— Hmm?

— Está querendo que eu aumente as apostas para acabar comigo de vez, não é? Pode esquecer! Vou continuar apostando um crédito, nem que esse jogo dure um ano!

— Provavelmente vai durar mais do que isso se continuarmos jogando assim

— Não importa e...

— Você não consegue mesmo acreditar em mim, não é? Mas é verdade...eu ainda não sei como vencer esse jogo. Se continuarmos jogando um crédito nesse ritmo você ganha algumas vezes, eu ganho outras, e assim continuará infinitamente...até um de nós desistir.

— Eu já disse...que não vou desistir.

— Então prepare-se para jogar por muito, mas muito tempo mesmo...fico pensando se eles tem bonecos o bastante para isso...

— Uhuhuhuhu. Não se preocupem com isso - disse Pitre - O número de bonecos que preparamos é imenso...e mesmo o que são decapitados, são imediatamente levados para restauração. Ou seja, podemos manter esse jogo pelo tempo que for necessário.

O tempo que for necessário...aquelas palavras ecoaram na minha mente. Aquilo era mais torturante que o Jogo dos Chapéus do primeiro dia. Seria um jogo de risco de novo? Eva fala de mim, mas e ela? Vai continuar apostando um crédito eternamente, assim como eu? Ou ela já sabe o segredo do jogo e está esperando mesmo que eu aumente as apostas para me trucidar? Ou simplesmente está me torturando psicologicamente para que eu desista? Por que ela não aumenta as apostas?

— T-Talvez...

— O que foi, querido? Fala mais alto - ela provocava, mas o meu nervosismo era evidente..

— Se você apostar mais créditos...talvez eu também aumente a minha aposta.

— Sério? De quanto estamos falando?

— Depende de quanto você está disposta a apostar!

— Que tal...10 créditos?

— Tudo bem...10 créditos dessa vez.

"Tudo bem...se eu perder agora é sinal de que ela descobriu mesmo o segredo e estava mesmo esperando. Vamos lá"

— Pronto - ela disse, voltando de trás das cortinas, com um sorriso no rosto.

Observei tudo a minha volta antes de fazer a minha escolha, mas...não tinha nada que pudesse me dar uma dica. Pensei em tudo...algum espelho que refletisse o que acontecia atrás da cortina, alguma brecha por trás dos panos, algum sinal no telão. Não via nada de diferente. Ou eu que não conseguia perceber os sinais. Aposto que ela já sabia do segredo. Se pelo menos o Max estivesse no meu lugar. Ele sim. Ele saberia o que fazer. Ele já teria descoberto o truque desse jogo. Mas eu tinha que continuar tentando. Escolho não soltar a guilhotina. Quando as cortinas se abrem, estranhamente, eu venci.

— Hã? Venci? - estranhei.

— Sim. Participante Alan da Silva leva todos os créditos dessa rodada - anunciou Pitre.

— Então...não, não posso comemorar ainda...

— Como? - estranhou Eva.

— Você...você deve ter feito de propósito para me fazer pensar que posso ganhar, não é?

— Do que está falando?

— Não sei qual é o segredo desse jogo...mas eu ainda vou descobrir...não importa...não importa que o jogo demore séculos! Eu vou continuar apostando um crédito de novo!

— Eu...realmente não sei o segredo desse jogo, mas se está mesmo disposto a fazer isso, tá legal - ela disse, com um sorrisinho maldoso - Se você continuar apostando um crédito, eu também vou continuar...nesse meio tempo eu também vou tentando descobrir que tipo de segredo existe aqui

"Tsc. Isso pode demorar dias...ou semanas. Mas eu não vou desistir. Vou continuar apostando um crédito...se eu desmascarar o segredo, não vai mais funcionar...e daí tudo vira um jogo de sorte. Preciso me manter firme"

"Ele está enlouquecendo", pensava Eva, "E isso é bom! Hehe! Mas eu falei a verdade. Só pelas regras, esse jogo não tem uma estratégia dominante para nenhum dos lados, no fim, nenhuma das opções do jogo é mais vantajosa do que a outra considerando todas as possibilidades de resultado. Mas é a Casa dos Jogos, então deve ter algo além das simples regras, mas eu ainda não descobri. Mas não preciso ter pressa. Enquanto ele estiver nervoso e na defensiva desse jeito, eu estou no controle. Por enquanto é só um jogo bem equilibrado...ele vai vencer várias vezes, assim como eu também vou vencer várias. Só que vamos continuar deixando ele suspeitar de mim. Sim. Suspeite, critique, duvide. É isso o que eu quero. Enlouqueça totalmente na sua própria paranoia. Isso vai deixar as coisas muito mais fáceis para mim. Psicologia...ela nunca falha"

— Fala logo qual o segredo desse jogo, Max! - reclamou Aline, lá na sala dos eliminados - Aposto que você sabe!

— Não tenho ideia...as câmeras não mostram nada atrás das cortinas.

— O que? Então deve ter alguma coisa lá! - disse a mocinha - É isso! E aposto que a metida da Eva já deve saber o que é!

— Não posso afirmar nada...mas digam, como vocês acham que é atrás das cortinas?

— Pelo que eu entendi, eles chegam lá e escolhem entre tirar o boneco ou deixá-lo lá, não é? - disse Erivaldo.

— É...mas fico pensando - Max deu alguns passos, com o mesmo jeito calmo e com as mãos no bolso - Por que será que tem um boneco para o Alan e outro para a Eva?

— Hã? - estranhou Alípio - Acha que os bonecos diferentes possam esconder alguma coisa?

— Talvez sim, talvez não...não posso afirmar nada...mas o que posso afirmar...

— O que você pode afirmar? - perguntava Edmilson - Fala logo...detesto suspense!

— Bem, posso afirmar que o psicológico influencia muito nesse jogo.

— Psicológico, é? - disse Perla - Ótimo. A Eva é fria o bastante para vencer qualquer coisa que envolva psicológico.

— Frieza, é? - provocou Max - Isso pode ser bom...ou ruim. Vamos ver o que vai acontecer.

Enquanto isso, eu continuava apostando um crédito a cada rodada. Vencia algumas, perdia outras...perdi a conta das rodadas. Já devia ter passado mais de 100, mas finalmente chegou um ponto em que Eva e eu estávamos com a mesma quantidade de créditos novamente. Embora eu tivesse vencido várias vezes, ela também ganhava muito. Voltamos à estaca zero, nada havia mudado. Isso já estava me cansando. Ela sabia alguma coisa ou não? O que eu podia fazer?

— Senhor Alan...por favor, dirija-se para a parte de trás da cortina.

— T-Tudo bem - respondi. Fui lá, desanimado. Por mais que eu pensasse, não conseguia descobrir um jeito de vencer. Iria ficar ali para sempre...sem saber se Eva descobriu o truque ou não. Qual seria o segredo daquele jogo? Tudo que havia ali quando eu chegava era o meu boneco na guilhotina, onde eu escolhia tirá-lo ou não. No que isso podia me ajudar? Eu já estava quase chorando de raiva e desespero, quando me lembrei de duas coisas.

* Flashback 1 *

Max: Lembre-se de que a vitória pode estar escondida num detalhe mínimo

* Flashback 2 *

Lembrei da porta de entrada da Casa dos Jogos e a regra de ouro...o que não é proibido, é permitido.

* Fim dos flashbacks *

Chame do que quiser. Luz, insight, eureka. Seja o que for, tive uma ideia maluca. Atrás daquelas cortinas, tinha algo que eu sequer havia me tocado e estava diante de mim desde o começo do jogo. Seria isso? Calma, calma, não podia me precipitar. Precisava pensar direitinho no que iria fazer...e seria a minha última chance. Se aquilo desse errado, tudo estaria acabado. Definitivamente acabado.

— Demorou, heim? - reclamou Eva. E, de fato, fiquei uns bons quinze minutos lá dentro.

— É uma decisão difícil - respondi.

— Difícil? Você só apostou um crédito - ela retrucou.

— Ainda assim...

Ela escolheu soltar a lâmina e decapitou o meu boneco. Mais uma vez, ela havia vencido.

— Heh! Venci de novo...continuamos?

— Sim. Um crédito - falei, com todo o desânimo do mundo.

— Heh...você parece cansado mesmo, heim? Não quer fazer uma pausa?

— Não! Vamos logo com isso! - exclamei. Ela foi para trás das cortinas e fez sua escolha. Escolho não soltar a lâmina e dessa vez venci. Ela havia tirado a boneca.

— Parece que nada mudou, não é? Tudo bem, não estou com a menor pressa. Quer mesmo continuar?

— Que seja! Vamos continuar!

— Tá bom, tá bom! Mas depois dessa sou eu que quero fazer uma pausa...estou morrendo de fome.

Estava na cara que ela estava me provocando para tentar me desestabilizar. Ela estava certa de que eu nunca iria arriscar e iria me vencer pelo cansaço. Sim, era esse o plano dela. Mas já chega de ficar fugindo. Sim, isso mesmo, eu não iria mais fugir.

— Poderá comer o que quiser depois dessa rodada...porque ela vai ser a última!

— Hã? Do que está falando?

— Eva...você tem razão...se continuar apostando um crédito o tempo todo, nunca terminaremos esse jogo...por isso, eu faço uma proposta.

— Proposta?

— Sim. Vamos apostar TODOS os nossos créditos!

— O que?! - ela estranhou. Todos que estavam assistindo também pulam para trás. Aquilo era inédito vindo de mim.

— Você enlouqueceu mesmo, não é? Está mesmo disposto a sacrificar tudo?

— Eu só vou fazer isso se você também fizer. É tudo ou nada. Nosso destino será decidido nessa rodada. É isso ou ficarmos lutando para sempre. Essa é a melhor hora, já que temos ambos a mesma quantidade de créditos. É ganhar ou perder. 

— Hã? Está falando sério?

— Nunca falei tão sério em toda a minha vida! Eu cheguei até aqui e estou disposto a tudo! Seja apostar tudo de uma vez ou apostar de um crédito em um crédito...não importa. Eu não vou desistir de jeito nenhum! Mas se quer acabar logo com isso, a minha condição é que você aposte TODOS os seus créditos!

Eva ficou impressionada por alguns instantes, mas, logo depois, começa a rir.

— Sei o que está fazendo.

— Sabe? - perguntei.

— Está tentando imitar seu herói, Max Demian...exatamente como ele fez no Mini Poker.

— Isso seria verdade, se eu soubesse como vencer...

— Então...está dizendo que não tem nenhum truque?

— Exatamente...não tenho a mínima ideia de como vencer...

— E quer que eu arrisque tudo junto com você? Quer transformar isso num jogo de sorte? Não sou tão louca assim.

— Então você recusa?

— É claro! Todos vimos que você tem chances de vencer algumas rodadas! Arriscar tudo numa jogada só é burrice!

— Se ouvir o que tenho a dizer, você pode mudar de ideia...

— Como assim?

— Você vai entender se aceitar minha proposta...ou você faz isso...ou continuamos jogando por toda a eternidade. Escolha.

"O que ele está tramando?", pensou Eva, "Seria arriscado demais apostar tudo numa jogada só...e duvido muito que ele tenha um plano. O que um idiota como o Alan pode fazer? Mas mesmo assim é arriscado demais...se ele tiver sorte. Apesar de que ele perdeu muito mais do que ganhou. O que eu faço?"

— E então? Qual a sua escolha? - perguntei

— Depende, se o que você me falar for capaz de me convencer, eu apostarei tudo.

— Bem, o que tenho a dizer é...

— O que é? Fale logo!

— É que eu vou deixar o boneco na guilhotina na próxima rodada!

— O QUÊ?! - exclamou Eva. Da mesma forma, todos os expectadores também ficam espantados.

— Como assim? - exclamou Giovani - Esse cara bebeu o que?

— Por que ele tá falando o que vai fazer? - perguntou Aline - Coitado...ficou doidinho.

— He..hehe...hahauhaha! - Max começou a rir alto

— Hã? Do que está rindo? - perguntou Valéria - Seu parceiro enlouqueceu.

— Vocês não entendem nada mesmo! - ele respondeu - Alan está falando isso porque descobriu um jeito de derrotar a Eva!

— O QUÊ?! - todos ficam admirados de novo. Que jeito poderia ser?

— O que foi...que você disse? - Eva mal podia acreditar no que acabara de ouvir - Você...confessa que vai deixar o boneco na guilhotina?

— Exatamente. Estou te dizendo agora o que vai acontecer. Tudo que você precisa fazer é uma escolha...mas você vai acreditar em mim ou não?

— Idiota...acha mesmo que eu acreditaria em você?

— Mas, veja...agora as coisas mudaram um pouco, não acha? - provoquei - A questão é acreditar em mim ou não. Estou dizendo o que farei. É verdade ou mentira?

Eva pareceu um pouco abalada com aquilo. O motivo era simples: até agora ela estava psicologicamente no controle, mas quando eu assumi esse risco, as expectativas dela foram abaladas.

— Senhores...suas apostas - cobrou Pitre.


— Só depende de você, Eva - comentei - Vai apostar tudo ou não?

Agora Eva quem estava sob uma certa pressão.


— Pretendo apostar tudo - falei - Mas só se você também fizer o mesmo. Pitre!

 

 

— Senhorita Eva...qual é a sua decisão? - perguntou Pitre.

"Esse garoto", pensou Eva, mordendo levemente o dedo, o que já era um sinal de ansiedade bem atípico para ela. "Quem ele pensa que é? Acha mesmo que pode me pressionar psicologicamente? Logo eu? Está na cara que ele está desesperado..É muito arriscado, mas...espera. Eu só preciso ler as expressões dele e saberei se ele está mentindo ou não. Sim, isso mesmo. Esse jogo é pura psicologia. Se tem algo que eu fiz nessa vida foi estudar comportamentos. Heh. Ele está me dando a vitória de bandeja sem nem perceber...sim, dá. Dá para fazer isso. Posso deduzir a reação dele e saber se ele falou a verdade ou não."


— Que seja! Eu também aposto todos os meus créditos! Seria menos vergonhoso você ter desistido do que ter feito isso, Alan! Você acaba de assinar o seu atestado de derrotado!

— É o que veremos...

As apostas estão feitas. Ambos colocamos todos os nossos créditos em risco. Fui para trás das cortinas e terminei minha jogada.

— É isso, Eva - sai dali, totalmente nervoso, mas continuando com a minha ideia - Mantenho a minha palavra...eu deixei o boneco na guilhotina...você vai acreditar em mim ou não?

Eva olhou bem para a minha expressão e, por fim, disse:


— Heh...nunca pensei que vencer esse jogo fosse tão fácil.

— Senhorita Eva - disse Pitre - Sua escolha...

Ela iria escolher...agora, era a hora da verdade!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E agora? Alan está mentindo ou falando a verdade? E qual opção a Eva vai escolher? Essa rodada decidirá o destino de todos! O que vai acontecer?

No próximo (e último) capítulo de Casa dos Jogos, saberemos quem venceu e todos os segredos desse evento serão revelados.

Preparem-se para ler muito! ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Casa dos Jogos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.