Casa dos Jogos escrita por Metal_Will


Capítulo 5
Capítulo 05 - Eliminação




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Capítulo 05 - Eliminação

    - Você está mesmo certo disso? - repetiu Pitre, pedindo mais uma confirmação para Demian. 

    - Totalmente - respondeu o rapaz, inabalável. 

    - Tudo bem...vejamos então se o participante número 14, Max Demian está certo! 

    Pitre tira o chapéu de Max e revela a verdade. Sim. O chapéu de fato era azul. Ele tinha vencido. 

    - Chapéu azul. Resposta correta. A vitória para o Jogo dos Chapeus vai para o participante número 14, Max Demian! - gritou Pitre. Algumas luzes acendem freneticamente e alguma serpentinas caem do teto. A vitória era dele. 

    Estava pasmo. Como ele tinha tanta certeza de que o chapéu dele era azul? Como? E eu não era o único...

    - Incrível! Como ele descobriu? - disse Alípio.

    - Ele deve ter percebido algo que a gente não viu - comentou Perla, que estava sentada ao lado dele. 

    - Deve ter algum truque nisso aí... - resmungou Edmilson. 

    Após a comoção inicial, as algemas são retiradas de Demian e Pitre pede que faça a segunda parte do esquema de jogo.

    - Conforme o combinado você deve escolher algum dos outros treze participantes para seguir para a próxima fase de jogo com você. Vamos lá. Escolha. 

    - Já tenho a minha escolha - ele disse. 

    Nessa hora, eu já estava conformado. Tudo bem. Mesmo que ele tenha vencido de alguma forma misteriosa, isso não era garantia de que iria me escolher. Para dizer a verdade, ainda não acreditava que ele se lembrava de mim. Foi há tanto tempo. Tudo bem. Eu iria para a sessão de votos...e algo me dizia que seria o primeiro a sair da casa. Eu sabia. Não passava tudo de um sonho bobo mesmo. Foi perda de tempo aceitar entrar nesse jogo. 

    - Eu escolho...participante número três...Alan da Silva 

    Todos olham para mim. Fiquei pasmo. Ele me escolheu. Ele me escolheu mesmo! Será que...será que ele se lembrava de mim? Mesmo? Se for isso, agora eu realmente precisava falar com ele!

    - Muito bem...participante número três, Alan da Silva...você também está automaticamente classificado para a próxima etapa. 

    Eles retiram as algemas de mim. Estava livre. Livre mesmo...tanto das algemas quanto da ameaça de eliminação. Pelo menos por enquanto. Os outros também são liberados das algemas e já podiam ver seus chapéus.

    - Ah...meu chapéu era azul. Eu devia ter chutado! - comentou Giovani, o gordinho.

    - Pois eu fiquei muito na dúvida - disse Valéria, a empresária.

    - Senhores, por favor, fiquem atentos - orientou o palhaço - Em duas horas, iremos iniciar nossa primeira cerimônia de votações. Com exceção dos participantes Alan e Max, todos devem estar presentes. Chamaremos quando chegar a hora. Obrigado 

    O grupo se dispersou. Alguns começam a cochichar sobre como Demian sabia da cor do chapéu, outros se perguntavam porque ele me escolheu. É mesmo, por que ele me escolheu? Bem, acho que ninguém ali sabia que já nos conhecíamos. Se ele me reconheceu e se lembrava do que aconteceu anos atrás, talvez tenha sido um sinal de retribuição ou algo assim...mas eu precisava saber. Nem liguei em descobrir que meu chapéu também era azul. No fim, todos estavam usando a mesma cor. Que ótimo. Mas eu queria mesmo era falar com Max! 

    Max tinha se afastado um pouco dos outros e se dirigiu para o andar de cima. Parecia estar indo para o quarto. Eu o segui. Precisava tirar alguma satisfação do que tinha acontecido. Aliás, precisava confirmar tanta coisa. O que ele estava fazendo lá? Ele se lembrava de mim? Como ele tinha tanta certeza da cor do chapéu? Ou seria só um blefe? Uma mostra de coragem? Que era corajoso, não podia negar. Mas tinha que confirmar tudo. Eu o segui e o chamei antes que entrasse em seu quarto. 

    - Espere...Max Demian, não é? 

    Ele para e se vira lentamente. Ao se virar, olha bem dentro dos meus olhos. Eram os mesmos olhos daquele dia, daquele mesmo dia anos atrás, olhos que penetravam em sua alma. Ele fica alguns segundos em silêncio até que, finalmente, diz algumas palavras. 

    - Há quanto tempo, meu amigo! - disse ele, com um sorriso no rosto. 

    - Então...é você? É a mesma pessoa que eu conheci anos atrás que quase foi atropelada por um carro...você...você se lembra de mim?

    - Como poderia esquecer... - ele continuou, se aproximando de mim cada vez mais - ....da pessoa que salvou a minha vida?

    Naquele instante, senti um alívio enorme. Não sei bem o motivo. Não conhecia aquele cara. Só sabia o nome dele. Só. Mas porque ele me dava uma sensação de tranquilidade tão grande? Seria a confiança que ele tinha? Não conseguia sentir a presença do medo perto dele.

    - Então...é você mesmo? - disse, sorrindo - Nunca imaginei encontrar alguém conhecido nesse jogo! 

    - Na verdade... - respondeu ele - Nunca imaginei que pudesse sequer ser selecionado para essa competição. Eu nunca tive interesse por esse tipo de coisa, mas...esse jogo em especial me chamou a atenção

    - Sério? 

    - Fiquei intrigado com os verdadeiros motivos desse evento.

    - Como assim? Não é uma experiência ou algo assim?

    - Exato. Foi o que nos disseram. Mas você não acha que ainda é muito obscuro? Para que tanta extravagância para simples jogos? Deve ter algo por trás disso. 

    - E você quer descobrir? 

    - Para mim isso é mais emocionante do que o próprio jogo em si! - ele respondeu - Quero saber mais sobre a empresa por trás desse jogo! Eu acredito que não é a mesma empresa que está na propagando do programa...deve ter algo maior por trás disso. Eu vou descobrir o que é!

     Aquilo era no mínimo estranho. A maioria dos participantes (inclusive eu) estava ali para levar os dez milhões para casa...só ele quis entrar para descobrir a verdade sobre esse jogo? Estranho...e ele realmente parecia estar contando a verdade. Bem. Cada louco com a sua mania. Eu queria os dez milhões. O problema era saber se iria conseguir ou não.

    - E você? Imagino que esteja aqui pelo dinheiro, não? 

    Era óbvio. Mas, resolvi contar a história toda para ele. Desde os problemas do meu pai, da minha situação financeira, até à minha entrada na Casa dos Jogos.

    - Oh...entendo...então está aqui pelo seu pai

  - Sim. Se conseguisse pelo menos uma casquinha daqueles dez milhões...poderia salvá-lo.

    - Se é assim... - ele disse tranquilamente - ...Então vamos conseguir esses dez milhões!

    Eu ouvi bem? Ele disse "vamos"? Quer dizer que...ele estava disposto a me ajudar? 

    - Hã? Como assim? 

    - Eu disse..."vamos conseguir esses dez milhões"! Se está aqui por uma causa tão séria, então estou disposto a ajudá-lo em conseguir a vitória nesse jogo! 

    - O quê? Mas...só uma pessoa vai levar o prêmio, não é?

    - Sim, mas...não estou muito interessado no prêmio. Quero mesmo é conseguir mais informações sobre a empresa por trás desse jogo 

    - Isso é estranho... 

    - Se nos unirmos, aposto que conseguimos vencer esse jogo! - ele disse, colocando as mãos nos meus ombros e olhando bem dentro de meus olhos, com um sorriso confiante. Agora aquilo parecia ingênuo...sem dúvida, ele era determinado, mas aquela reação me lembrava mais uma criança com senso de justiça! Será que era tão fácil assim para ele vencer os jogos? 

    - Está dizendo para...nos unirmos? 

    - Sim. Acho que já percebi uma estratégia útil nesse experimento 

    - Que seria? 

   - Bem, o fato de eles permitirem que se leve uma pessoa para a próxima rodada, já significa que esse é um jogo onde aliados são importantes! 

    - Aliados.. - eu repeti - Mas é estranho. Se o prêmio era para uma única pessoa, por que mais pessoas iriam se aliar?

    - Pense assim...se eu e você nos unirmos até o final e dividirmos o prêmio, cada um levaria cinco milhões para casa, certo? 

    - C-Certo. 

   - O que ainda é uma quantia extremamente alta para os nossos padrões, não acha? 

    - Sim - concordei. 

   - Se uma pessoa não for ambiciosa o bastante para querer os dez milhões só para ela, é mais seguro se unir a outra e ter mais garantia de sair daqui com algum lucro

    - É verdade...mesmo que eu tivesse "só" os cinco milhões ainda seria dinheiro mais do que suficiente para mudar a minha vida! 

    - Não é? Então...aceita se aliar comigo? - diz ele, me oferecendo a sua mão. 

    Sorri e concordei na hora. Aquele olhar...não era o olhar de alguém que estivesse querendo me passar a perna. É verdade...talvez os vencedores daquela competição seriam os que pudessem se manter unidos e confiantes um no outro até o fim. Sozinho somos fracos, mas unidos somos invencíveis. Acho que já li isso em algum lugar, mas...enfim, eu sabia, tinha certeza absoluta dentro do meu fraco coração, de que Demian estava sendo sincero. Poderia confiar nele sem medo...seria esse o poder dele? A confiança? Não sei. Mas se quisesse salvar o meu pai, algo dentro de mim me dizia para confiar em Demian. 

  - Obrigado, amigo - respondi, apertando sua mão - Você não sabe o alívio que me dá ter alguém em quem confiar nessa casa cheia de estranhos 

   - Não precisa ter medo - ele diz - Vamos superar essa! Confie em mim!

    - É claro que confio...sua coragem é admirável! Dá para saber isso só de ver o quanto foi corajoso se arriscando em dizer a cor do seu chapéu no jogo de agora há pouco! - falei, admirado.

    - Coragem? Bem, não diria que foi exatamente coragem... 

    - Como assim? Para mim foi muita coragem!

  - É que.. - ele continuava, agora se encostando na parede e olhando para cima, em um clima de devaneio - ...tinha mesmo um jeito de saber qual era a cor do seu chapéu. 

    - Como? Já sei...não vá me dizer que tinha algum espelho ou algo assim no saguão e ninguém viu?

    - Não, não...essa foi a primeira coisa que eu procurei. Não tinha nenhum espelho ou superfície refletora na sala. Na verdade, foi mais uma questão de lógica

     - Lógica? - repeti, admirado. Por mais que tivesse quebrado a cabeça, não consegui perceber nenhuma lógica naquele jogo. Para mim era um jogo de risco mesmo! Como ele sabia? 

     - Bem, se você parar para pensar...é uma coisa bem interessante

     - Hm? - estava bem atento à explicação dele. 

    - Imagine que ao invés de catorze participantes, tivéssemos apenas dois. Vamos chamá-los de A e B. A tem um chapéu azul e B tem um chapéu vermelho. 

    - Tá... - concordei, embora não fosse muito bom nessas coisas teóricas. 

   - Imagine que você seja A. Quando a frase "Existe uma pessoa de chapéu azul" aparece na tela, o que você pensaria?

    - Bem, só existiriam duas pessoas na sala...eu e B. Se B está com um chapéu vermelho e se a frase é verdadeira, então...eu só posso estar usando o chapéu azul! 

    - Sim. Esse é um cenário mais simples do jogo que criaram. Mas, imagine agora que você é B.

    - C-certo... 

    - O que você pensaria? 

    - Bem, A está usando um chapéu azul. A frase diz que há uma pessoa de chapéu azul. Se Pitre disse que há chapeus azuis e vermelhos, o meu chapéu deveria ser vermelho...

    - Será?

  - Não, eu também pensei isso na hora do jogo. Ele não disse em nenhum momento que obrigatoriamente deveria haver chapéus azuis e vermelhos. Poderiam ser todos azuis, assim como poderiam ser todos vermelhos. Mas eu não poderia garantir 

    - É verdade...mas você saberia logo disso. 

    - Por quê?

   - Porque se A pensar como você, ele se levantaria imediatamente. Afinal, o seu chapéu é vermelho e como só existem duas pessoas e, obrigatoriamente, uma delas usa chapéu azul (se considerarmos que a frase da dica é verdadeira), A deveria sair imediatamente.

    - É..é verdade - acho que eu estava começando a entender. 

    - Mas imagine que as duas usassem chapéu azul. Tente se colocar no lugar de B agora.

    - Bem...o que mudaria é...

    - Sim? 

    - É...que nesse caso A não sairia imediatamente.

    - Exato...e? 

   - E se ele não se levantou imediatamente...então o meu chapéu também deve ser azul!

    - Isso mesmo. Agora pense num caso mais complicado...imagine agora que fosse três pessoas todas com chapéu azul...A, B e C. Se coloque no lugar de C. O que você estaria vendo? 

    - Bem...eu estaria vendo A e B com chapéus azuis...mas não poderia garantir a cor do meu chapéu...é parecido com o que jogamos... 

    - Sim. Mas, imagine que você tenha se influenciado com a dica de Pitre, de que deveria haver chapéus azuis e vermelhos. Você poderia imaginar que seu chapéu é vermelho, não? Afinal, o chapéu de todos em volta é azul...

    - S-Sim 

    - Se seu chapéu fosse vermelho...o que você acha que os outros dois estariam vendo? Sei lá, por exemplo, B. 

    - Hmm...B estaria me vendo com chapéu vermelho...e A com chapéu azul. 

    - Sim. Mas, ainda como C, tente imaginar que B poderia estar pensando que possui um chapéu vermelho, não poderia? 

    - Tá. Nesse caso...B pensaria que A estaria vendo tanto ele quanto eu com um chapéu vermelho. 

    - Mas se isso fosse verdade... 

    - Se isso fosse verdade...A teria saído imediatamente! 

    - Exato. E o que você concluiria? 

    - Bom...se B viu que o A não saiu, então deveria ter concluído que seu chapéu é azul e também deveria ter saído.

     - Mas ele não saiu. Por quê?

    - Porque...porque...porque o meu chapéu não pode ser vermelho! - disse, espantando, praticamente socando a palma da minha mão - Se ele ficou em dúvida, é porque o meu chapéu também é azul! 

    - Exatamente. Se você expandir esse raciocínio para mais pessoas onde todos os chapéus são azuis, verá que é uma verdadeira reação em cadeia. Afinal, se deveriam existir chapéus azuis e vermelhos, é natural que ao tirar a venda e ver todos à sua volta com chapéu azul imaginar que é o único de chapéu vermelho.

    - Mas...isso é muito bizarro...você teria que pensar no que outro está pensando no que o outro está pensando...no fim, seria impossível pensar em tudo isso! 

    - De acordo. Realmente impossível. Aí é que está! 

    - Como assim? 

    - É verdade que esse raciocínio faz sentido. Mas isso só daria certo se todas as pessoas pensassem na mesma coisa! 

    - Sim. Concordo. 

    - Mas no nosso jogo...isso, com certeza, não estava acontecendo! 

    Lembrei do ataque histérico de Aline...e também do meu próprio raciocínio. Com certeza...não pensaria na hipótese de Demian nem em um milhão de anos.

    - A situação que eu te descrevi foi uma situação ideal, onde todos os jogadores fossem capazes de pensar dessa forma em um cenário com catorze pessoas. Mas, não foi o que aconteceu.

    - Então...como? 

    - Bem, eu também estava em dúvida. Eu me recusava a acreditar que fosse um jogo de risco. Se fosse, não teria sentido dar aquela frase. Daí eu pensei nessa solução ideal, mas isso só funcionaria com pessoas perfeitamente racionais. Mas foi aí que eu percebi...a resposta estava bem na minha frente! 

     - Que resposta?

     - Primeiro, repare uma coisa nos exemplos que eu te dei. Quem seria sempre o primeiro a sair? A pessoa que tem chapéu azul ou vermelho? 

     Pensei por alguns instantes e respondi. 

     - A pessoa de chapéu azul. Ela é sempre a primeira que sai. 

     - E você se lembra da premissa básica da Casa dos Jogos? 

     - Premissa básica?

      - Aquela de que todos os jogadores iniciam esse jogo em condições iguais! - disse Demian, com um sorriso confiante no rosto.

     Era isso. Finalmente tinha entendido. Não podia acreditar que era aquilo. 

     - Pela sua expressão acho que entendeu - ele me disse, sorrindo - Todos os jogadores devem iniciar em condições iguais. Se todos os jogadores raciocinassem da mesma forma e a proposta do jogo fosse realmente perceber essa solução ideal, o vencedor sempre seria aquele que tivesse o chapéu azul. Mas isso seria injusto com alguém que tivesse chapéu vermelho. Se isso acontecesse, a Casa dos Jogos teria contradito sua própria regra. Aliás, acho que foi por isso que eles enfatizaram essa premissa básica 

      - Entendi...quer dizer que obrigatoriamente todos deveriam ter chapéu azul para que todos tivessem a mesma chance de vencer!

       - Exato. A menos que a pessoa de chapéu vermelho se levantasse e chutasse uma cor. Mas isso seria ridículo

      "Genial...ele conseguiu pensar em tudo isso. Quem é esse cara?", pensei. De fato, não conhecia muito sobre Demian. Só sabia que podia confiar nele. 

       - Puxa, eu nunca pensaria nisso...

      - Bem, pelo menos foi a conclusão que cheguei - ele disse - E ainda bem que deu certo, não é?

       - É - concordei.

       Nesse meio tempo, o sinal tocou e Pitre convocou os não salvos para a cerimônia de eliminação. Demian e eu nos dirigimos ao corredor do andar de cima do saguão para assistir. Era uma sessão simples. Os jogadores escolhiam quem gostariam que saísse e, a pessoa com o maior número de votos, seria eliminada. Era estranho fazer isso assim, de uma hora para outra, afinal, ninguém conhecia ninguém ainda (talvez Demian e eu fossemos as pessoas mais próximas naquela casa). 

       - Bah! Acaba logo com essa merda! - esbraveja Edmilson - Esse jogo de chapéus foi a coisa mais ridícula que já vi na vida! O cara chuta a cor certa e ganha. Grande bosta!

       - Silêncio, por favor, senhor Edmilson - Pitre chama a atenção - Iremos começar a votação. Por favor, escolham uma pessoa que gostariam de eliminar. Vocês tem dez minutos para decidirem. Escolham um nome dentre os doze disponíveis nesse pequeno aparelho portátil. O voto será contabilizado imediatamente. 

        Era mesmo difícil. Ou será que nem tanto? Não demora muito para Pitre ter os resultados. 

        - Bem, sem muito suspense...diremos agora quem é o primeiro eliminado da Casa dos Jogos. 

        Ainda havia um clima pesado entre os participantes, mas logo o palhaço anuncia o primeiro eliminado.

         - Com 9 votos...Edmilson Corado é o primeiro a ser eliminado! 

        - O QUÊ?! - grita o eliminado Edmilson, não gostando nada do resultado - O que eu fiz para vocês, heim? Para tanta gente votar assim em mim... 

        - Acalme-se, rapaz - disse Alípio, o mais velho - Talvez as pessoas não tenham se identificado muito com você. Esse jogo começou a poucas horas, ninguém conhece ninguém ainda. 

      - Identificar comigo o cacete! - ele gritou, furioso - Mas tudo bem! Tudo bem! Não vou mais perder meu tempo nessa bosta de jogo! Façam bom proveito! 

      - Senhor Edmilson...por favor, me acompanhe. Precisa fazer suas malas - disse o criado que acompanhava Edmilson. Mas o marmanjo estava bem nervoso.

        - Sai, me larga! Eu já sei por onde saio! Não enche, seu bosta! 

        Os criados mantinham uma fleuma incrível diante da situação. Em poucos minutos, Edmilson fez as malas e saiu pelas portas principais bufando de raiva. Após sua saída, dois empregados fecharam a porta em sincronia. 

          - Coitado - comentei com Demian, após vê-lo sair 

        - Ele não parecia ter muito carisma...as pessoas não se identificaram com ele. Só isso. Foi azar.

           Azar. Como eu conhecia bem aquela palavra. 

        - Bem - continua Demian - Não baixe a guarda. Isso foi só o começo. 

          "Eu sei...eu sei...", pensei. 

           Longe dali, uma pessoa podia assistir a tudo que acontecia na casa por meio de todas as câmeras. Essa pessoa acariciava um gato e a escuridão na sala não permitia que se visse muito de seu rosto. Uma secretária de pele branca, maquiagem reforçada e cabelos lisos presos o acompanhava. Como eu sei disso? Bem, estou narrando algo que já aconteceu e tenho todas as informações necessárias para contar essa história. E como eu disse no início, aconteceu muita coisa...

           - Então...o primeiro jogo saiu melhor do que eu esperava - dizia a figura, enquanto acariciava seu gato. 

           - Sim,senhor - concordou a secretária - Parece que o participante Max Demian percebeu perfeitamente nossa proposta para o primeiro jogo.

            - Quem é esse Max Demian? Agora fiquei curioso. 

           - Levantamos a ficha dele, senhor - continuou a secretária - Parece ser um extraordinário estudante de Administração em uma universidade particular conceituada. 

           - Extraordinário, é?

           - Sim. Alguns dizem que ele é um gênio.

          - Gênio, é? Sei...então acho que já podemos ter uma ideia de quem vencerá esse jogo. Que pena. No fim, talvez não seja tão emocionante quanto eu pensei... 

           - Eu não diria isso, senhor - discordou a secretária.

           - Hã?

           - Leia a ficha dessa outra participante. 

           O chefe pega o papel, lê e dá uma grande gargalhada. Ele termina de rir, com um sorriso malicioso e continuando a acariciar seu gato

          - Agora entendi. É verdade...se essa pessoa também está no jogo...então teremos uma disputa muito interessante! HAHUAHUAHA!


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Notas finais do capítulo

Observações extras:

* Edmilson realmente só saiu por falta de carisma (ninguém se identificou com o jeito antipático dele). Só para constar, as três pessoas que não votaram nele foram ele mesmo (que votou em Giovani, por simplesmente não ter ido com a cara dele), Aline (que votou em Valéria por achá-la meio metida) e Alípio (que votou em Hector, aleatoriamente, por não saber em quem votar).

Bem, a votação foi meio aleatória mesmo simplesmente porque ninguém conhece ninguém ainda. Com o passar do tempo, iremos entender melhor os personagens e a relação entre eles...e muita coisa vai rolar. Ah, não se preocupem se não decoraram o nome de todos os participantes...vocês vão ter muito tempo pra isso.

Até o próximo!



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