Todo meu amor - CIP escrita por Casais ImPossíveis


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Pocahontas sentiu o vento balançar seus cabelos negros, que chicoteavam ao redor de seu rosto moreno. Seus olhos pequenos observavam mais uma embarcação majestosa que chegava na praia carregando muitos homens brancos com perucas altas e mulheres pálidas com vestidos bufantes e cheios de babados.

No meio daquele monte de gente estranha, o coração de Pocahontas se firmou em uma figura: Uma mulher alta, de cabelos loiros e expressão fechada. De onde estava não conseguia ver os detalhes do rosto dela, mas seu corpo instintivamente já se sentia atraído.

Conseguiu ver que a estranha direcionou seus olhos lá debaixo para ela, o que assustou a indígena, que se escondeu atrás do tronco da árvore, se movendo pelos galhos grossos e cheios de folhas.

— Ela me viu – Sussurrou com o coração martelando no peito com força, exigindo sair e querendo correr até ela. Se conteve em descer ao chão e sentar nas raízes, saboreando o achado e torcendo para que acabasse cruzando com ela em algum momento.

***

Pocahontas não conseguia parar de pensar na nova desconhecida que desembarcava em seu lar. Ela não se parecia com os outros: presunçosos, cobertos de maquiagens e fedendo a orgulho. Não. Ela parecia uma boa pessoa, uma pessoa curiosa que viajara até lá apenas para conhecimento. Pelo menos, era nisso que a índia queria crer.

— Anda tão sonhadora – Nakoma comentou se espreguiçando na relva em que ambas estavam deitadas contemplando as nuvens brancas no céu.

— Acho que vi um anjo outro dia.

— Um anjo? - Os olhos negros da menina brilharam – Onde?

— Ela desembarcou de um grande navio.

— Então não era um anjo – Desdenhou revirando os olhos – Era um demônio.

— Mas ela parecia ser diferente.

— Diferente como?

— Não tinha maldade no olhar.

Nakoma não conteve o riso de escárnio que comeu seus lábios.

— Você é que não tem maldade, Pocahontas. Acaba sempre vendo o melhor das pessoas, mesmo nas que não tem nada de bom a oferecer.

— Não me entendeu..

— Eu te conheço. Eu sei que é assim – Concluiu se levantando e dando as costas para a amiga sem paciência para as viagens da garota – Até mais tarde, tenho que ir ajudar meu pai.

Mais uma vez sozinha, Pocahontas tornou a evocar a imagem da moça que vira outro dia, saboreando seu semblante – ou o que conseguira ver dele, dada a distância. Em meio a pensamentos, levou um susto vendo que alguém se aproximava pisando suavemente. Primeiro pensou que era sua amiga voltando, mas então seus olhos encontraram a figura branca com cabelos claros e amarelos como o sol.

— Olá – A garota buscou absorver o rosto que a encrava com um sorriso, sentindo seu coração pular descontroladamente no peito.

— Oi – Sentou-se na grama verde, ao lado de Pocahontas, que agradeceu por Nakoma ter ido embora, ou a estranha seria tratada como inimiga.

— Eu me chamo Johanna. Você fala minha língua?

— Todos aqui falamos sua língua – Lembrou das palavras da melhor amiga “demônio” - Vocês fizeram questão de nos ensinar.

— Ah – Johanna piscou algumas vezes e Pocahontas notou que seus olhos eram azuis como o mar pelo qual ela viajara para chegar lá.

— Eu me chamo Pocahontas.

A mulher sorriu mais uma vez abraçando os joelhos.

— Me desculpe pelos meus colegas.

— Não sei se um pedido de desculpas resolve tudo.

— Eu só quis dizer… Eu não vim para isso.

A garota arregalou levemente os olhos, embora ela acreditasse que Johanna não tivesse maldade, ainda era estranho saber que ela realmente não tinha ido para fazer coisas ruins. Talvez ela só não soubesse ainda que eram maldades? Indagou desafiadoramente:

— E para que veio?

— Para conhecer esse mundo recém descoberto.

— Não foi descoberto por vocês, nós já morávamos aqui muito antes.

— Desculpe, para conhecer esse lugar novo para nós.

— O que chamou sua atenção?

— A natureza – Assentiu pensativa, olhando as árvores ao seu redor.

— É realmente muito bela – Como você, quis completar, mas engoliu as palavras - Você me viu quando chegou. No outro dia.

— Vi. E você estava me olhando.

A garota riu.

— Estava. Você é diferente dos outros.

— Sim, acho que sou – Seus olhos brilhavam quando olhava para a indígena.

— E porque?

— Não me encaixo entre eles – Confidenciou – Eles não gostam de mim e nem mesmo fazem questão que eu me encaixe.

— Fique aqui então -Pediu sentindo algo especial por aquela mulher.

— Você é sempre maluca assim? Convida pessoas estrangeiras para ficar com você?

— Essa é a primeira vez.

— E o que me dará se eu ficar? - Brincou aproximando o rosto branco do moreno.

— Todo o meu amor – Sussurrou antes de tocar seus lábios nos de Johanna em um beijo dúlcido.


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Notas finais do capítulo

Me contem nos comentários qual clássico disney é o preferido de vocês e o que acharam dessa história :D
E fiquem à vontade para fazer pedidos de outros casais ♥
Até uma próxima história ♥



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