As novas 12 casas escrita por Elias Franco de Souza


Capítulo 14
Pégaso recupera suas asas


Notas iniciais do capítulo

No Monte Olimpo, Seiya procura a tumba onde repousa o espírito de Zeus, pois precisa pedir um favor ao seu antigo inimigo.



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Monte Olimpo, a morada dos deuses. Caminhando pelas nebulosas estradas que percorrem os caminhos entre as montanhas e os edifícios divinos, um homem de curtos cabelos castanhos aproxima-se de um grandioso mausoléu. As vestimentas modernas deste homem destoavam bastante das construções clássicas ao seu redor: uma calça jeans escura, uma entreaberta jaqueta de couro marrom e uma camiseta vermelha que podia-se ver em seu peito. Aquele que abria as portas e adentrava o monumento funerário de Zeus¹ era ninguém menos que Seiya, o próprio homem que dera cabo do deus dos deuses, na Guerra Santa de vinte anos atrás.

— Quem é que interrompe o meu descanso? — ecoou uma voz mal-humorada, que saía de uma tumba no centro do salão em que Seiya acabava de entrar.

— Sou eu... Seiya — respondeu sem cerimônias.

O deus soltou uma risada seca após conferir, com o cosmo, que tratava-se mesmo do antigo cavaleiro de Pégaso.

— Seiya... — cumprimento-o finalmente — Quem foi que te deixou entrar aqui? Já não bastasse ter destruído o meu corpo, agora também não me deixa dormir... Vinte anos é somente um cochilo para um deus.

— Não pense que eu não me sinto menos desconfortável com esse encontro, mas eu não viria aqui se não fosse de extrema importância... — disse o cavaleiro, que colocou-se sobre um joelho, em reverência a Zeus. — Eu acabo de sair de uma audiência com Apolo e os demais deuses, em que eles me deram permissão para esse encontro — explicou, ao que o deus riu novamente.

— Continue... Me agrada ver o homem que foi a minha ruína tendo que voltar rastejando para implorar a minha ajuda.

Sem pressa, Seiya começou a se despir. Tirou a jaqueta e a camiseta, revelando seu torso nu e suas inúmeras marcas de batalhas passadas. Dentre as incontáveis cicatrizes, porém, haviam duas em especial que se destacavam. Uma delas, obviamente, demarcava onde a espada de Hades havia perfurado o coração de Seiya na batalha dos Elíseos. A outra, no entanto, tratava-se da cicatrização de uma extensa queimadura, que cobria todo o quadrante superior esquerdo do tronco de Seiya. A pele rosa e enrugada passava através de seu peito, pescoço e ombro e cruzava para as costas, depois descendo por todo o seu flanco esquerdo até o quadril.

— Como você já sabe — começou a explicar Seiya — vinte anos atrás Atena conseguiu me salvar do ferimento provocado por Hades. No entanto, o tecido cicatricial permaneceu em meu coração, me deixando um tanto limitado.

— Mas isso não te impediu de me derrotar — lembrou Zeus — É para isso que veio aqui? Para zombar de mim? — questionou, começando a perder a paciência. — Diga logo o que quer para que eu possa voltar a dormir.

Seiya ajoelhou-se novamente, mas desta vez colocou a testa no chão, perante a tumba de Zeus, para rogar por sua ajuda.

— Eu vim aqui pois preciso que você remova a carga estática que ainda reside em meu corpo... — esclareceu o cavaleiro, referindo-se ao ferimento provocado pelo raio de Zeus, e que também fora responsável por aquela extensa queimadura em seu corpo. Elevando o cosmo até o nono sentido, Seiya mostrou como a carga estática que ainda habitava o seu corpo começava a reagir e a constringir seus músculos, inclusive o coração. Seiya tinha dificuldade para manter o cosmo elevado a níveis divinos — Você sabe mais do que ninguém que se fosse só a sequela provocada por Hades, eu ainda poderia lutar... Mas agora há também a sequela provocada por seu raio... Saori e os outros não sabem disso mas, até o final dessa nova Guerra Santa que acaba de começar, o meu coração não irá resistir se tiver que lidar com essas duas limitações... Não o quanto eu preciso que ele aguente contra o nível desses novos inimigos... Não o quanto eu preciso que ele aguente para elevar o meu cosmo ao máximo! — concluiu Seiya, sem nunca tirar a fronte do chão.

— Vocês devem ter encontrado um inimigo muito poderoso para que você precise usar todo o seu poder — observou Zeus — O que aconteceu enquanto eu dormia? Abriram os portões do Tártaro? — questionou, agora parecendo mais interessado. — Uma nova titanomaquia logo agora que eu perdi o meu corpo... Seria preocupante.

— Não... Não é isso. O problema são os seus primos Prometeu e Epimeteu, que estão tentando trazer Nibiru para a nossa dimensão... — explicou Seiya, tentando resumir a situação. — A cerca de uma hora atrás, eles quase conseguiram, e até trouxeram um exército desse outro mundo... É contra esse exército que eu vou precisar de todo o meu poder — concluiu, levantando a fronte para encarar o espírito de Zeus, que manifestava-se acima de seu túmulo.

A princípio, Zeus permaneceu em um desconcertante silêncio. Mas, logo em seguida, Seiya pode sentir o cosmo de Zeus começar a agitar-se, após o deus processar a informação que continha o nome do mundo proibido.

— Nibiru?! — repetiu finalmente. — O que aqueles dois querem com Nibiru?!

Uma descarga elétrica saiu da tumba de Zeus, eletrocutando Seiya, e fazendo-o curvar-se em dor, embora o cavaleiro tentasse manter a calma perante a agressividade do deus.

— O planeta maldito, que foi criado nos primórdios da Era Mitológica... — continuou Zeus, sem cessar a tortura que aplicava sobre o antigo cavaleiro de Pégaso. — Eu mesmo o selei após ele ter sido criado naquela bifurcação do espaço-tempo... Maldito Chronos! Foi por isso que eu quis punir Atena por sua viagem ao passado, Seiya. A irresponsabilidade dela poderia ter repetido o cataclismo de Nibiru, que quase destruiu o tecido do nosso universo no passado...

Repentinamente, Zeus cessou o ataque contra Seiya. Exausto e bastante suado, o cavaleiro levantou-se com cautela, temendo sofrer um novo ataque do deus.

— Está feito — disse Zeus, para a surpresa de Seiya — Eu removi o máximo que consegui da carga estática que ainda habitava o seu corpo. Com isso, você deve conseguir elevar o seu cosmo ao nível divino sem sobrecarregar o seu coração.

Seiya tocou o próprio peito, tentando encontrar, sem sucesso, o peso do cosmo de Zeus que esteve ali durante os últimos vinte anos.

— Não precisava dizer mais nada, Seiya... — continuou Zeus. — Eu ainda quero ter onde acordar daqui alguns séculos, então... Não deixe Nibiru destruir a nossa dimensão... Agora, se você me permitir... Remover a sua sina me deixou cansado...

Subitamente, o cosmo de Zeus se apagou, restando somente uma fraca chama, não maior do que a de uma vela. O deus já retornara ao seu estado de hibernação.

Obrigado... Zeus... — agradeceu Seiya — Apesar de termos tido as nossas diferenças no passado, os nossos objetivos não são tão diferentes. Eu prometo preservar a Terra e toda a sua vida até o seu retorno — concluiu.

Testando o próprio cosmo, Seiya percebeu que podia elevá-lo a níveis divinos sem as mesmas dificuldade de antes. Animado como não ficava a tempos, o cavaleiro começou a queimar o cosmo até o limite, chegando ao ponto de fazer abrirem asas de cosmo-energia em suas costas: as divinas asas de Pégaso, que na Era Mitológica foi a única criatura capaz de alçar voo até o Olimpo! Agora, assim como para o Pégaso mitológico, somente o céu era o limite para Seiya. E o cavaleiro colocaria todo o seu poder à prova no campo de batalha.


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Notas finais do capítulo

1. Como dito antes, essa história considera que após os acontecimentos de Next Dimension houve uma Guerra Santa contra Zeus, com a vitória dos cavaleiros de Atena.



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