Caramelo: A mescla de nossas cores escrita por Pame Sol


Capítulo 1
A nossa mescla


Notas iniciais do capítulo

Fic: Caramelo: A mescla de nossas cores
Autora: Pame Sol
Gênero: comédia, romance e um pouquinho de drama.
Personagens primários: Pâmela e Tom.
Personagens secundários: Bill, Ana e Rá
Classificação: + 13 (?)

Essa one se passa em 2012, mas vão ter flashback.
Boa Leitura, espero que gostem da minha imaginação fértil.



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Tom - Agosto de 2012

Eu estava em L.A neste exato momento. Tínhamos nos mudado eu, o Bill, Gordon e minha mãe pra cá. Com o sucesso da banda durante alguns anos já não podíamos mais viver na Alemanha; E tudo o que eu queria era um segundo de paz. Não sei se era porquê eu já tinha feito mais de vinte anos mas eu ultimamente andava muito mal humorado. Talvez fosse o cansaço da vida corrida, sei eu.
Eu me encontrava sentado no sofá mirando o nada só pensando em qual era o sentido da minha vida. Às vezes, de repente você começa a pensar no que é importante na sua vida e o que foi. Mas fui tirado da minha concentração quando meu irmão adentrou a sala cheio de papeis nas mãos. Ele não falou comigo. Parecia prestar bem a atenção no que estava olhando, então voltei a olhar o nada, pensando num passado distante. Um passado bom: o meu passado.

— Tom? - Bill me chamou. - Tem certeza que foi você que compôs essa melodia? Porque está boa demais.- Ele brincou.Eu nada disse, também nem o tinha escutado, estava em outro país.
— Tom? - Chamou mais alto.
— Oi? - Respondi saindo dos meus pensamentos.
— Tá pensando em quê?
— Nas coisas boas Bill. - Respondi, soltando um longo suspiro.
— Que coisas boas?
— No passado. Em tudo que nós tivemos que passar pra estar aqui. Na minha melhor amizade.
— Quem é? - Ele simplesmente lia minha mente, já sabia que estava pensando em uma garota.
— Minha parceria: Pâmela. - Sorri. - Lembra dela né?
— Ah sim... - Ele pensou um pouco. - Aquela sua amiga negra que foi criada por poloneses, que não era alemã né!?
— Ela mesma. Ela sofreu tanto. Espero que esteja bem agora. Foi a única garota com mente aberta daquele colégio infernal.
— É. Realmente ela sofreu um preconceito bem maior do que nós. Você tinha pena dela ou era gamado mesmo? - Eu ri
— Eu não sei. Às vezes eu tinha pena dela, mas era pouca das vezes. - Eu dei uma pausa. - Nem acredito que eu fui o cara que tirou o BV dela. - Ri novamente.
— O quê? Por que não me contou isso????
— Ei, calma. Eu ia contar, mas aí a banda engrenou e eu acabei esquecendo. Ela era tão inocente, me lembro perfeitamente.

Flashback

Novembro de 2004

Era domingo, um dia o qual as nuvens se faziam bem presentes, deixando o dia acinzentado. Eu tava de bobeira em casa, então tinha resolvido rapidamente ir incomodar a Pâmela. Ela era minha colega de classe, ela era negra, nem muito gorda nem muito magra. Estilo totalmente comum e um crânio para estudos.Tínhamos a mesma idade: 14 anos. A história dela é um pouco dramática, não sei ao certo o que aconteceu com os pais de sangue dela. Só sei que ela era criada por poloneses que haviam se mudado para a Alemanha. Ela tinha nojo da Alemanha, talvez por ter sofrido todos os preconceitos possíveis toda vez que levantava de manhã e ia encarrar caras feias e brincadeiras absurdas do dia a dia. Mas apesar de tudo, acabamos nos tornando grandes amigos, pelo menos ela era a única que gostava das minhas rastas e aguentava ouvir os happers mais sujos do país comigo. Eu gostava do pensamento aberto dela. Ela sonhava tão alto, mas não conseguia tirar os pés do chão pra viver tudo aquilo que tanto almejava.
Peguei um pacote de bolachas no armário e saí rumo à sua casa. Não era muito longe da minha casa. Acho que umas 5 quadras a frente da minha rua, entrando em um beco com bastante iluminação.
Quando cheguei na esquina da sua rua, vi-a trancando o portão de sua casa, com uma casaco de capuz azul e uma calça folgadinha preta. Assim que ela me viu, veio sorrindo até mim.

— Oi. - Cumprimentei quando ela se aproximou.
— O que tá fazendo aqui? - Perguntou ainda sorrindo.
— Visita surpresa. - Eu sorri com meus dentes tortinhos e meu pircing prateado na boca.
— Ah claro. - Ela revirou os olhos.
— Aonde você vai?
— Vou dar uma volta pelo bairro. Hoje eu não quero ficar em casa e minha mãe liberou.
— Tá. Eu vou com você. - Me autoconvidei.
— Mas tu é cara de pau né? Bora lá então, senhor "happer". - Caminhamos ainda dando risada de nós mesmos. Estavamos andando sem rumo, conversando coisas bobas e sem sentindo nenhum.
— Ei, quer conhecer um lugar?
— Ai meu Deus. Que lugar?
— Calma. - Eu ri. Ela era realmente muito nervosa. Qual é, eu não era tão má influência assim. Era? - É um lugar que só eu e o Bill conhecemos, nem os G's conhecem e se voce quiser pode ter a oportunidade de conhecer. Quem melhor guia turístico do que eu?
— Guia turístico de Magdeburgo?
— É ué. Anda vamos. - Fui andando na frente. O lugar era no meio do mato. Foi onde eu fumei meu primeiro cigarro escondido da civilização.
— Não. Eu não vou entrar no meio desse mato com você.
— Que que tem? - Perguntei inocentemente por incrível que pareça.
— Eu sei lá o que você vai fazer comigo ai dentro. - Pois é. Ela já sabia das minhas experiências de vida. Já sabia que tinha perdido minha virgindade com 12 e que ficava com muitas garotas, mas ela era minha parceira! Como podia pensar tal coisa, sendo que nos conhecemos há bastante tempo.
— Eu nao vou fazer nada. Eu juro. Voce vai gostar. O lugar é legal.
— Ai, não sei não.
— Pára de ser medrosa, vai. - Ela pensou um pouco.
— Tá. Mas se você fizer alguma...
— Te dou minha palavra. - Eu estava sendo sincero.
Depois de convencê-la a entrar comigo no bosque, eu fui me sentar onde sempre me sentava, em baixo de uma árvore muito alta e grossa, encostando minha retaguarda numa pedra fria.

— Senta aí. - Disse, apontando na pedra ao meu lado. Ela sentou-se.
— É até que esse lugar é bem legal. - Disse admirando a natureza. - Pra quem nao gosta de mato até que você se saiu bem Tom.
— É..
Ficamos quietos por alguns minutos, quando de repente ela puxou um papo sobre a aula e como estava indo a banda. A conversa perdurou por bastante tempo entre risadas e opiniões adversas...

— Não, não e o mais engraçado é que o idiota pagou o maior mico porque ele nem sabia conduzir a garota. - Eu dizia em meio aos risos sendo acompanhado pelos dela. Estavamos falando de um palhaço que dizia ser o maior beijoqueiro do mundo, mas foi descarado em frente a todos na saída do colégio.

— Ai ai.. - Ela respirava fundo, colocando a mão na barriga. Depois que nos acalmamos eu joguei verde pra colher maduro:

— E você? Qual foi o beijo mais estranho que você já deu?
— Bom... - Ela comprimiu os lábios e desviou o olhar. As garotas nunca sabiam disfarçar num tipo de pergunta como esta. A resposta já vinha estampada em seu rosto.
— O que? Você nunca beijou ninguém? - Eu comecei a rir. - Vou contar pra todo mundo.
— Pára Tom! Já sou piada o suficiente por não ser alemã e ser negra. - Ela disse sério. Eu parei de rir.
— Eu tou brincando. Não precisa ficar braba. Mas por que você nunca ficou com ninguem? Não me diz que tá esperando o príncipe encantado.
— Não... Na verdade... Ninguem nunca quis ficar comigo.. porque todos sentem nojo de mim aqui. As pessoas nao sabem aceitar o que é diferente. Muito menos naquele colégio. - Eu já havia entendido o que ela queria dizer. Como podia existir no mundo pessoas tão ignorantes?
— Como existe gente filha da puta. - Pensei alto.
— Não se preocupa com isso Tom. Um dia eu vou sair desse país e tudo vai ser diferente.
— Você não entende. O problema não é o país, não é a Alemanha, são as pessoas. Pára de fugir, encara.
— Queria ser forte e ter esse pensamento Tom, mas eu não tenho.
— Larga dessa de coitada. Reagi, olha eu tou aqui se alguém te ameçar, a gente pode... chamar alguém sei lá.
— Tom, é eu contra o resto do mundo. Nao tenho chances, não vê?
— Mas eu prefiro morrer tentando do que viver me escondendo. Acha que sou bem tratado? Você sabe o quanto eu e o Bill sofremos aqui mesmo sendo alemães e nunca desistimos. Não faz isso contigo mesma.
— Acho que nossas opiniões são muito diferentes quanto à esse assunto.
— Realmente...
— Sabe me dói dizer, mas às vezes eu queria não ter nascido assim. Dessa cor. Acho que não sofrería tanto assim como sofro.
— Nunca mais diz isso! Eu te proíbo, entendeu? Você é tão linda, sua cor é tão linda. Nao queira ser comum. Sabe às vezes eu gostaria de não ser como eu sou também. Quer dizer, eu nem posso fazer trança de raiz no meu cabelo sem ele desmanchar de tão liso.- Ela riu. - Sério. Isso me irrita. Por isso fiz as rastas.
— Ah bom nisso você tem razão.- Ela deu uma pausa. - Eu falo tanta bobagem... Obrigada Tom.. Quer dizer você foi o único cara decente comigo, faz eu ter orgulho de mim mesma.
— Só não quero que cometa os erros que já cometi. Nao queira ser outra pessoa. Eu gosto de você assim.. Parceira.
— Desculpa.
— Peça desculpas a si mesma nao a mim.
Ficamos alguns segundos em silêncio.
— Então.. - Eu arrisquei. - Você quer?
— Quer o quê?
— Saber como é beijar alguém? - Ela virou para o lado não querendo me encarar.
— Ah... Eu.. Não sei...
— Claro você nunca beijou alguém.
— Eu digo, não sei se vou fazer direito e depois você vai rir que eu te conheço.
— Eu te ensino ué. Juro que não sai daqui.
— Me ensina?
— Uhum. Já sou mestre. - Nem eu me aguentei com meu próprio comentário e comecei a rir.
— Tá bom.
— Então, primeira passa a língua nos lábios porque eu gosto de beijo molhado.
— Exigente... - Eu dei um sorrisinho sem graça. Ela fez o que pedi.
— Agora, eu só vou encostar minha boca na tua, o resto é só você me acompanhar. Não tem como errar.
— Tá. - Ela ficou esperando, então cheguei mais perto dela e colei meus lábios nos dela. Primeiramente um selinho demorado, não queria assustá-la. Depois eu fui abrindo a boca lentamente, tentando fazer nossas línguas se encostarem. Ela estava tremendo? Era isso mesmo? Separei-me dela para dar uma palavrinha:
— Pâ, relaxa tá. Isso é só um beijo.
— Tá, relaxar. Entendi. - Ela disse mais para si mesma do que pra mim. Sem querer encostei minha mão na dela. Ela estava suando frio.
— Nossa, calma aí.
— Desculpa, é que eu fico nervosa e aí...
— Já disse que nao vai sair daqui. - Disse um pouco impaciente. Acariciei seu rosto na tentativa de deixá-la mais tranquila e estava funcionando. Reaproximei nossos lábios novamente e finalmente pude dar um beijo de verdade nela assim que nossas linguas se entrelaçaram. O ritmo estava bem lento, mas ai depois de uns minutos eu resolvi acelerar a coisa pra nao ficar monótona. Odeio coisa monótona.
A coisa foi pegando mais velocidade. Ela estava mais tranquila, eu diria segura também. Suas mãos estavam na lateral de meu corpo enquanto eu tinha levado minha mão direito até sua nuca. Eu gostava de ficar no controle. Depois que já estava tudo feito, ficamos apenas nos selinhos consecutivos. Eu pra ser sincero nunca me senti tão arrepiado num beijo como estava nesse. Não sei o que estava acontecendo ao certo. Talvez seja porque, era a primeira vez que ela se mostrava vulnerável à mim. Ela era das difíceis. Não gostava de brincadeiras maliciosas. E de repente ela se mostra despreparada e inexperiente.
Sem saber o que eu estava fazendo, passei meus labios para seu pescoço. Senti o corpo dela ficar tenso na mesma hora.
— Pâ, relaxa caramba.
— Você disse que era só um beijo. - Ela me afastou delicadamente. E aí eu cai em mim.
— É verdade. - Me recompus. - Gostou?
— Foi meio.. estranho, mas eu adorei.
— Isso é porque é seu primeiro. Depois você acostuma.
Estava começando a cair as primeiras gostas de chuva do céu. Quanto tempo havíamos ficado aqui?
— Droga! Se eu voltar com a roupa molhada minha mãe me mata. - Ela disse preocupada, já se levantando de baixo da árvore e limpando seu traseiro. - Eu tenho que ir Tom. Antes que a chuva piore.
— Vamos. - Me levantei e saímos andando pelo chão de terra batida. A chuva apertou e começamos a correr.
— Anda Tom! Tou me molhando toda.
— Calma, é dificil correr quando suas calças ensistem em cair.
— Quem mandou usar roupas largas?
— Não reclama que você adora, tá! - Ela mostrou a língua.

Continuamos correndo e quando chegamos perto da rua dela, perguntei:
— Não quer passar lá em casa?
— Sua mãe não gosta de mim nem o Bill. Não obrigada.
— Nao é que eles não gostam. Eles só...
— Não precisa nem dizer. Pelo menos o Bill me trata com o respeito e isso eu já admiro nele.
— Ta bom, então até mais.
Ela seguiu seu rumo e eu o meu.
Alguns dias se passaram e eu ja tava gravando o clipe durch den monsun com a banda. Eu costumava matar muita aula, mas quando soube que podia rodar e ter que aguentar mais um ano de tortura eu comecei a ir. Aliás a parceira estaria lá pra mim nao me sentir muito sozinho, ja que tinham separado eu e o Bill.
Cheguei na aula atrasado mais uma vez, e assim fui pra minha carteira do lado da parceira.
— Olá senhor sumido. - Disse copiando o exercício do quadro.
— Oi. - Ajeitei minhas coisas e comecei a copiar.
— Por onde andava? Matando aula de novo?
— Eu tive que faltar porque estava gravando o primeiro single da nossa banda. Dessa vez nao foi vadiagem.
— Jura? E como é?
— Surpresa. Quando passar na TV tu vê.
— Idiota.
— Chata.
— Burro.
— Irritante.

— Calem a boca bastardos. - Alguem gritou lá da frente.
— Vai tomar no cú. - Respondi sem dar a mínima de onde estava.
— Tom Kaulitz se retire agora da minha aula. - A professora falou. Ótimo, nem queria ficar naquela aula.
— E você carvãozinho, estamos fazendo o máximo por voce nessa escola, gastando nosso precioso tempo tentando te ensinar alguma coisa útil pra essa sua mente oca e voce ainda fica de assanhamento com esse marginal?
— Olha como fala com ela. - Disse raivoso.
— Oh que lindo. Um defendo o outro. Agora saí Kaulitz, seu sangue ruim me da nojo. Saia da sala!
Eu saí, mirei no rosto da Pâ, ela estava com a cabeça abaixada copiando sem nem dar uma resposta se quer. Eu tinha ódio daquele lugar.

Na hora da saída esperei ela e meu irmão saírem.
— Você tá bem? - Perguntei a ela.
— Tou, não é a primeira vez que isso acontece né. - Seu olhar era vazio.
— Quando eu estava na direção conversei com o Bill. E parece que não poderemos mais frequentar o colégio porque temos que nos concentrar cem por cento no álbum e nas gravações.
— Mesmo? - Ela perguntou triste. - Quer dizer que você vai me deixar sozinha?
— Desculpa, mas é a chance da nossa banda entende. Ensaiamos muito.
— Tudo bem - ela suspirou. - E quando vão parar de vir às aulas?
— Hoje é o último dia. - Seus olhos se encheram de água.
— Só espero que não esqueça de mim. - Ela disse.
— Nunca.
— Sei, vai ter um monte de menina atrás de você ai eu quero ver. - Ela disse num ar de comédia.
— Ah mas nao vai ser nada sério. - Nos dois sorrimos e o silêncio voltou a ativa de novo.
— Espero que você não se esqueça de mim. - Disse sério, olhando em seus olhos.
— Tom, uma garota nunca esquece seu primeiro beijo. - Ela disse baixinho e depois sorriu dando uma piscadela.

Flashback Off

— Mentira Tom. - Meu irmão disse incrédulo.
— É. Mas é verdade. Tenho que admitir que foi o melhor beijo da minha vida.
— Tom, fala baixo se a Rá entra por essa porta ela te mata.
— Só porque sou namorado dela, nã significa que não possa expor minha opinião. - Eu ri. Adorava provocar. - Alias Bill, você não gostava da Pâmela né? Por quê?
— Eu nunca tive nada contra ela.
— Sei, mas às vezes parecia que...
— Tom, eu nao sou racista caramba! Sabe muito bem as coisas pelas quais passei e nao desejo isso a ninguem. Se tem uma coisa que eu nao sou é preconceituoso. Nem parece meu irmão gêmeo fazendo essa imagem de mim.- Ele respondeu irritado.
— Desculpa é que parecia.
— Eu só não ia com a cara dela, mas nao tinha nada ver com a cor dela.
— Hmm... - Ficamos em silêncio.- Como será que ela está agora?

Pâmela - Agosto de 2012

Aqui estava eu no Brasil, meu novo lar. Graças a Deus consegui sair da Alemanha quando completei 19 anos. Depois de muito estudo, contato e humilhação eu consegui. Estava morando em um apartamento no Rio de Janeiro que eu dividia com minha amiga Ana. Eu ainda estava pagando minha faculdade por isso, trabalhava de camareira em um hotel. Enfim depois de tanto trabalho, hoje era o meu dia de folga e o de Ana também.
Eram 20h agora e eu estava deitada na minha cama zapeando os canais. Ana estava se arrumando para sair. Parei no canal da MTV e estava passando clip monsoon. Eu paralisei e continuei olhando.

— Por que tá olhando com essa cara de bocó pra televisão Pâmela?
— Ta vendo cara de rasta? Foi ele o primeiro cara que encostou na minha boca virgem.
— Peraí você beijou Tom Kaulitz?
— Sim, eu era colega dele e nos erámos muito juntos. Ele era o único que gostava de mim naquele lugar.
— E você nao me disse isso?
— Ah, esqueci. Mas olha só pra ele - eu suspirei.- Ainda me lembro da nossa convivência. Do beijo - disse, pondo minhas mãos nos labios.
— Será que ele ainda lembra de você, desse beijo?
— Eu não sei. Apareceu tanta garota na vida dele. Ele tá até namorando. Depois que ficou famoso nunca mais me procurou, nem deu sinal. Acho que não.
— Que triste né?- Ela fez uma pausa. - Bom tenho que ir Pâ. Eu chego tarde hoje, tranca a porta tá. Qualquer coisa tou no celular.
— Tá bom. Se divirta.- Ela saiu. O clip acabou e eu caí com o corpo inteiro na cama, olhando fixamente para o teto.
— O que será que ele deve estar fazendo agora?

Tom

— Anda Bill. - Chamei-o entrando em casa, segurando uma guitarra.
— Tou indo, calma. Tenho que pegar um monte de coisas. - Assim que colocamos todas as compras no sofá, começamos a desembrulhar. Eras 15h e tínhamos ido numa loja de instrumentos e aparelhos eletrônicos. Quando arrumamos tudo eu peguei minha guitarra e comecei a admirá-la.
— Olha que linda, Bill. É edição limitada.
— Sim. Muito. Já tem um nome pra ela?
— Pâmela. Ela é única, linda e será minha nova parceira, por isso vai se chamar Pâmela.
— Você ainda gosta dela?
— Acho que.. sim.
— Será que ela ainda lembra de você?
— Bill, uma garota nunca esquece seu primeiro. - Repeti o que ela num passado longe me disse, com um sorriso no rosto.
— Ah é Tom? - Rá disse entrando pela porta.
— É.- Sorri pra ela, que veio até mim e me deu um beijo.
— E essa guitarra nova aí? Bonita não?
— Linda. Minha nova amiga nos palcos. Se chama Pâmela.
— Hm.. Bonito nome. Vou tomar banho que estou cansada. - Me deu um selinho e subiu.
Eu e o Bill ficamos conversando, compondo brincando e nesse meio tempo já era 00:00. Tomei um banho e fui me deitar. Rá estava dormindo entao me deitei cuidadosamente ao seu lado olhando para o teto e pensando:
— Será que a Pâ lembra de mim? O que será que ela deve estar fazendo? Bobagem minha. Ela nem deve se lembrar de mim.

Pâmela

Era 5h da manhã e eu nao conseguia dormir de tanto pensar:
— O que será que o Tom deve estar fazendo? Aquele beijo.. será que ele lembra? Aff claro que não, se ele lembrar é porque eu beijei tão mau que acabei o traumatizando. Ele nem deve estar pensando em mim.
Ouvi um barulho na porta e fui correndo pra cozinha pegar uma faca. Quando cheguei na sala era só a Ana.
— Ei , calma. - ela levantou os braços.
— Ai que susto guria.
— Que tá fazendo acordada?
— Nao consigo dormir.
— Tá pensando em quem?
— Como sabe que eu tou em alguém?
— Porque quando nao conseguimos dormir, a pessoa em que estamos pensando está pensando em nós.
— Não no meu caso. - Voltei para o quarto e me deitei.

Será que ela tinha razão? Agora é 00:00 em L.A. Não sei, mas espero que ela tenha razão. Ele lá, eu aqui. Será ?
Espero um dia revê-lo. Ele foi a única pessoa que me deu força e ajuda quando precisei. Se ele realmente estivesse pensando em mim, quem sabe o destino não reservaria um encontro futuro pra nós.


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