Soundtrack escrita por Arcchan


Capítulo 1
Single Chapter — Never Gonna Be Alone


Notas iniciais do capítulo

Mais Yatori pra vocês~ ❤



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Soundtrack

Fanfic para o Stray Project

Single Chapter — Never Gonna Be Alone

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Capítulo Único  Nunca vai estar sozinha

 

Você nunca vai estar sozinha
De agora em diante
Mesmo que você pense em desistir
Não vou deixá-la cair
Quando toda a esperança se for
Sei que você pode continuar
Nós vamos sobreviver a este mundo
Vou te abraçar até a dor passar

Never Gonna Be Alone  Nickelback 

 

Aconteceu quando Hiyori estava acabada. Com o coração quebrado, sem esperanças e nenhum alento. A música foi a sua salvação. 

Seu irmão mais velho, Iki Masaomi, havia falecido dias antes em um acidente de carro. Fazia tempo que eles não se viam, ele estava voltando da faculdade de medicina em Tokyo para passar as férias na casa dos pais, e Hiyori estava muito feliz em tê-lo por perto novamente. 

Naquele dia, os dois irmãos resolveram sair num passeio para matar a saudade, a qual se foi completamente durante as horas de conversas e diversão que compartilharam. Até voltar com força e se instalar para sempre no coração já desacreditado de Hiyori. Porque jamais haveria retorno da morte.  

Masaomi estava morto e não havia nada que ela pudesse fazer. Nada além de chorar um pranto totalmente dolorido e contrito. Hiyori não havia feito nada de errado, mas ela se culpava e culpava todos a sua volta. Porque era mais fácil negar a realidade. Negar que havia sido uma fatalidade era o caminho mais acessível para seu coração machucado.   

E nem mesmo a morte daquele motorista, o qual tivera a alma amargurada possuída por ayakashis e dirigia derrapando pela avenida, trouxe qualquer alívio. Porque Hiyori nunca encontraria paz no sofrimento dos outros, nunca desejaria o mal de alguém. Outra família padecia assim como a sua. 

Ela só queria o irmão de volta... Mas não teria a presença dele nunca mais. 

Aconteceu quando Hiyori estava acabada. Ela escorregou as costas pela porta de madeira do quarto do irmão e se deixou cair no chão, sem forças nem para chorar. Os cabelos castanhos caíram sobre o rosto, e seus olhos sem brilho focaram num ponto qualquer da parede à sua frente. 

"Por que ele e não eu?", ela se questionava. Sentia-se triste e sem vida, como uma casca vazia que não tinha nada a oferecer além de um punhado de dor e remorso. 

Foi quando ouviu. Uma música suave começou a tocar lá de dentro, atraindo sua atenção. Era tão agradável e melodiosa que ela facilmente podia visualizar os dedos longos de seu irmão tocando-a. Dedos hábeis que dedilhavam com a leveza de uma pluma as teclas do piano preto de cauda. Era a música preferida de Masaomi. A música que ele tocava para ela quando era criança. O som que ele utilizava para garantir que, mesmo distante, ele estaria sempre com ela. Nunca estaria sozinha. 

As lágrimas escorreram novamente por seu rosto, tão imparáveis quanto qualquer outra vez que se permitira chorar. Mas dessa vez eram silenciosas, pois o soluço ficou preso em sua garganta. Levantou-se com pressa, abrindo a porta num rompante e deparando-se com algo que jamais imaginaria ver: 

Yato estava ali, sentado no lugar que um dia pertenceu ao seu irmão. A face dele estava séria, os olhos azuis brilhando com determinação e tranquilidade. Os dedos corriam pelo piano como se ele houvesse tocado a vida inteira. 

Estava fazendo isso por ela. 

O deus foi o primeiro a arrancar um sorriso de Hiyori desde aquele dia. Um sorriso calmo, delicado e doce. A garota ficou parada no meio do quarto, apreciando em silêncio a harmonia da música enquanto as lágrimas continuavam a banhar seu rosto. 

Quando terminou de tocar, Yato finalmente a olhou. Um sorriso leve repuxou seus lábios, e levantou-se para encará-la. Hiyori sorriu de volta, enxugando as lágrimas com as palmas das mãos.

— Desde quando você sabe tocar piano? — ela indagou, não conseguindo evitar o riso feliz que lhe escapava. 

O deus menor deu de ombros, enfiando as mãos nos bolsos do casaco. 

— Aprendi por aí — ele respondeu, despreocupado. Hiyori resolveu acreditar, mas não imaginava que as mãos dele, agora escondidas, estivessem doendo de tanto treinar nas teclas pesadas do piano de Tenjin. 

— Você não precisava ter feito isso. — A morena negou com a cabeça, aproximando-se dele lentamente. Ainda estava um pouco receosa, mas precisava disso como ninguém. Então, o abraçou. Rodeou os braços pelas costas dele e o apertou forte, como se tivesse medo de perdê-lo também. — Mas muito, muito obrigada, Yato — agradeceu, sentindo seu coração vazio preencher-se com o calor que ele oferecia. 

— Você não está sozinha, Hiyori — ele garantiu em um sussurro, abraçando-a de volta com a mesma intensidade. Ele sempre faria de tudo para vê-la bem. Ela apenas assentiu com a cabeça, deixando que ele a acalentasse. 

— Sim... Agora eu sei.

A dor poderia até ser recente e muito forte, mas ela tinha certeza de uma coisa: não duraria para sempre. Mesmo que não pudesse mais estar com seu irmão como antes, e mesmo que Yato não encontrasse o espírito dele para torná-lo seu shinki, ainda assim ele estaria sempre ao seu lado. Vivo em seu coração.

E a música preferida dele seria sua trilha sonora durante um longo tempo. 


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