Meu Amigo Oculto escrita por Aleksa


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Aki, mais um capítulo
e esse vai ser interessante!



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Capítulo 14

 

 

Naquela noite acordei com minha garganta tão seca que sentia como se ela fosse quebrar e se despedaçar como um pedaço de vidro atirado contra a parede. Me levantei e sai pela porta do quarto, andando um tanto perdida pelos corredores, até que um cheiro familiar me encheu os pulmões.

- Alessa. - eu disse, respirando o ar espalhado pelo corredor.

Segui o cheiro pelos corredores e sai pela porta da frente, não faço ideia de como foi que cheguei lá sem me perder, mas em todo caso...

Ao chegar no jardim, encontrei Alessa apoiado em um muro de pedra próximo a uma das fontes em forma de cascata. Caminhei até ele, entrelaçando meus braços em sua cintura.

- O que foi, meu anjo? Não conseguiu dormir? - ele me perguntou.

O som das batidas do coração dele me incomodava, eu sentia cada uma das veias principais dele pulsando em seu corpo quente.

- Não sei exatamente como cheguei aqui... - eu disse, observando atentamente enquanto minhas intenções ficavam mais claras para ele.

- Entendo. - ele suspirou.

Peguei seus pulsos, prendendo-os sem cuidado algum no muro atrás de nós, trançando meus dedos nos dele, a noite soprava um vento frio.

- Eu não quero machucá-lo... - me questionei, tentando me controlar.

Ele permaneceu em silêncio, seus olhos me tentavam a matá-lo, ternos e cheios de expectativa...

- Mas ao mesmo tempo você quer muito me matar. - ele diz, inclinando levemente a cabeça para a esquerda.

Seu cabelo escorreu, deixando seu pescoço a mostra. Sim, eu queria muito doentiamente matá-lo, naquele momento mesmo.

Meus lábios foram descendo até o seu pescoço, eu estava gelada e ansiosa, sentia que estava prestes a cometer um erro gigante, a lua brilhava cheia ao fundo. Quando meus lábios gelados tocaram o seu pescoço, eu o senti estremecer, o corpo dele era sempre tão quente...

Eu vagarosamente cravei meus caninos em seu pescoço, apreciando-o se desmanchar sob meus lábios, por alguma razão, eu queria fazê-lo sofrer...

- Elizabeth... - ele gemeu meu nome.

Alguma parte de mim alegrava-se em contemplar essa situação... Mas agora restava a pergunta: Eu conseguiria parar?

O gosto férreo alagou minha boca, eu adorava aquele liqüor quente e vermelho que corria nas veias de Alessa, e adorava também o fato de que ele estava tão próximo ao meu alcance...

De alguém lugar dentro de mim alguma coisa dizia que era hora de parar, por mais que agora eu não me importasse se ele respirava ou não, eu sentia que precisava parar, e logo.

E quando eu finalmente consegui parar, e soltar meus dentes dele, a primeira coisa que consegui pensar foi:

- Surreal...

Ele suspirou pesadamente, caindo encostado ao muro, até acabar sentado no chão, com a ferida de seu pescoço aberta. Sua expressão era tentadora, eu acabei por me ajoelhar ao lado dele, e me encarregar de limpar o sangue que escorria por seu pescoço, minha língua corria por seu pescoço, limpando o pequenos fios de sangue espalhados por sua pele.

O deixei seu pescoço e me encaminhei até seus lábios, seu respirar entrecortado clamava que eu o silenciasse... Odeio minha fraqueza a tudo o que envolvia Alessa...

Isso eu não queria parar, mas ele me puxou pelos ombros, me obrigando a me afastar dele.

- Não hoje... - ele disse, respirando com dificuldade.

Não o contrariei, eu já havia tomado demais dele...

- Tudo bem... - concordei.

Eu temia que viesse a me arrepender pelo que fiz, mas isso não era nada que eu quisesse pensar naquele momento...

- Como sabe tanto a meu respeito?- perguntei.

- Já a conheço a muito tempo. - ele diz.

- Não entendo, nunca sequer conversamos antes.

- Não é necessário que se use palavras para conversar. - ele diz.

- Parece que não tem nada na minha mente que você não conheça...

Ele sorri.

- Quisera eu que isso fosse verdade. Talvez assim não me sentisse tão desconcertado agora.

- Mas...

- Volte pra dentro, você ainda precisa dormir. - ele me interrompeu.

- Certo. - eu disse, após um momento de silêncio.

Me levantei, caminhei até a porta, ele ficou sentado, me olhando. Quando eu entrei ele fechou os olhos, encostando a cabeça no muro e dizendo:

- Será que é isso que os humanos chamam de desejo?

 


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Notas finais do capítulo

Prontinhooo, gostaram?
Dica musical pra ouvir lendo
Simply Being Loved - Somnambulist