Gravity Falls: Um Verão Nunca Esquecido escrita por Sweet Aeryn


Capítulo 11
Capítulo Final: Califórnia


Notas iniciais do capítulo

É isso meus caros leitores, chegamos ao final da minha fic. Confesso que estou triste, é como criar um filho e ver ele crescer e ir embora, mas estou feliz com o resultado que tive com a história. Espero que esse capítulo final feche todas as pontas e passe a ideia que tive desde o começo. Boa leitura!



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Pacifica levantou-se exasperada, derrubando os pratos que o garçom que passava atrás dela trazia, fazendo diversas empregadas moverem-se com rapidez para limpar e organizar a bagunça.

— O QUÊ?! Vocês decidiram tudo isso sem ao menos me consultar?! - Ela atirou o guardanapo de colo na mesa.

— Pacifica Northwest, isso são modos?!

— E ISSO É UMA FORMA DE SE TRATAR UMA FILHA? COMO UM OBJETO DE ESCAMBO POR INTERESSE POLÍTICO-SOCIAL?

— PACIFICA NORTHWEST - Seu pai se levantou, furioso, tocando um pequeno sino. A garota abaixou a cabeça e cerrou os punhos sob o vestido rendado, intimidada - Você não deveria ser consultada para decisões importantes como essa. Não diz respeito ao seu futuro, mas sim ao futuro da nossa família. Seu egoísmo não será considerado em nenhuma decisão.

— Sra. Walton eu sinto muito por isso - Priscilla Northwest rapidamente tentou remediar a situação, temendo que a conduta de sua filha arruinasse os planos já formados.

Pacifica percebeu que todos a olhavam, inclusive os empregados. Philip sorria de forma maldosa e sádica, se divertindo com a revolta da jovem mediante à situação irrefutável. Ela teve certeza que ele era só mais um idiota rico que se divertia às custas do sofrimento alheio, trazendo um novo acesso de raiva à tona.

— NÃO! EU NÃO VOU ACEITAR ISSO!

— PACIFICA - Seu pai levantou o sino novamente, em uma tentativa de domá-la, porém, em um ímpeto de raiva, a garota retirou o sino da mão de Preston e o atirou longe.

— CHEGA! EU NÃO VOU MAIS SER CONTROLADA POR VOCÊS. EU NÃO SOU UM ANIMAL OU UMA BONECA PARA QUE VOCÊS FAÇAM O QUE BEM QUISEREM.

Pacifica saiu correndo deixando Priscilla aos prantos e Preston extremamente furioso. A jovem fugiu da mansão antes que seus pais obrigassem os empregados a segurá-la. Ela correu o mais rápido que seu salto permitiu. De vez em quando seus sapatos lhe pregavam peças, fazendo com que ela tropeçasse e, em um desses momentos, ela sentiu uma fisgada em seu  tornozelo, porém não se deu ao luxo de parar pois acreditava fielmente que seus pais loucos já estavam atrás dela. Só existia um lugar onde ela gostaria de estar nesse momento e foi para onde seguiu.

 

 

Dipper estava deitado em sua cama lendo, uma forma que encontrara para controlar sua ansiedade. Recebera a mensagem de Pacifica mas estava de certa forma preocupado por não saber o que tinha acontecido, porém confiava que ela lhe contaria no momento oportuno. Ele olhava para o celular quando um estrondo na entrada da Cabana quebrou o silêncio. Saltou da cama, assustado. Alguém batia repetida e ferozmente à porta. Ele desceu as escadas às pressas e, ao se aproximar da entrada da loja de presentes, percebeu que entre as batidas alguém gritava seu nome. Ele abriu a porta, desnorteado, e sentiu um pesar em seu peito ao encontrar Pacifica. A jovem chorava tanto que se quer conseguia formar qualquer palavra. Ela se jogou nos braços do rapaz sem dizer uma única palavra e ele a recebeu carinhosamente, abraçando-a e afagando seus cabelos em uma tentativa de acalmá-la.

— Está tudo bem, eu estou aqui.

O rapaz a ajudou a subir as escadas e sentou-a em sua cama. Trouxe um copo com água e uma caixa de remédios de onde retirou um emplasto e uma atadura. Sem perguntar nada ele descalçou Pacifica e apoiou o pé direito dela em seu joelho, passando a preparação medicamentosa em seu tornozelo roxo e inchado pelo entorse. Após aplicar a medicação usou a atadura como um enfaixamento compressivo e repousou o pé da jovem novamente no chão, sentando-se ao lado dela na cama após finalizar.

— Está melhor agora?

— Sim... Obrigada - Ela respondeu cabisbaixa.

— O que aconteceu?

— Meus pais... Me arrumaram um casamento arranjado.

— O que?!

— Dipper eu não quero mais ser controlada por eles. Desde que nasci sigo regras da alta sociedade e não tenho voz dentro da minha própria casa. Eu nunca tinha me sentido incomodada com isso até que você enxergou algo bom em mim aquela noite na festa do Solar Northwest. Era isso que eu queria ter te contado na festa de Summerween. Você mudou completamente quem eu era. Não... Na verdade você me fez enxergar quem eu realmente era. Depois daquela noite meus pais começaram a ser cada vez mais rígidos e o nome "Northwest" se tornou um peso cada vez maior. Sinceramente eu não sei mais o que quero para a minha vida, mas uma coisa tenho certeza: eu não quero mais carregar esse fardo. Já estava difícil de suportar mas... Um casamento arranjado?! Isso passou completamente dos limites. Eu não sei o que fazer.

— Não se case, Pacifica. Se não é isso o que você quer... Não faça!

— Você não entende, Dipper... Tudo o que eu sou e tenho está ligado à minha família, se eu abandonar tudo isso não terei mais nada...

— É claro que terá. Você tem a única coisa que precisa, Pacifica. Você mesma. Não é fácil deixar tudo para trás e recomeçar, mas é possível. Só por que não é fácil não significa que você não consegue. Se você realmente quer se libertar... Só você pode fazer isso.

Ela sorriu.

— Talvez você esteja certo. Dipper... Será que posso ficar aqui na cabana durante o verão?

Soos entrou no quarto ligeiramente constrangido.

— Ahn Dipper... A polícia está aqui. Você devia descer.

Dipper levantou da cama e sentiu Pacifica segurar sua mão. Ele olhou para a jovem, preocupado. A mão dela suava porém ela parecia determinada a enfrentar a situação. Os dois desceram e encontraram os policiais, o Sr. e a Sra. Northwest na loja de presentes.

— Mas que absurdo sermos obrigados a vir até essa espelunca! - Priscilla dizia com desdém.

— Pacifica Northwest você causou grandes problemas com a família Walton hoje, não aceitaremos mais esse comportamento, venha imediatamente para a mansão conosco.

— Não.

— O que você disse?!

— Eu disse que não! - Ela apertou a mão do garoto com mais força - Vocês não são mais donos do meu futuro. Eu sou.

O Sr. Northwest olhou Dipper de baixo para cima, com repulsa. Percebeu as mãos de sua filha segurando vigorosamente a do rapaz.

— Então é por causa disso, Pacifica? Por causa de um romance idiota de verão? Por causa... disso... - Disse ele referindo-se a Dipper -  ...você quer largar toda sua família, sua história e sua vida?

— Não, papai. Vai muito além disso, mas você jamais entenderia. E não se refira ao homem que eu amo dessa maneira.

— Hunf, amor. Amor nunca nos levou a lugar algum, Pacifica. O dinheiro e o poder nos levam, mas... Amor? Urg. Uma hora essa historinha linda acaba e o que você vai ter depois? Nada.

— Não é sobre onde isso pode me levar, papai. É sobre entender de onde eu posso começar. Não tenho mais medo de não ter nada. Não ter nada significa que posso ter o que quiser e não apenas o que os outros querem me oferecer. Você nunca soube o que era amor papai. Você só tem amor pelo dinheiro e eu quero ter uma chance de ter algo além dessa vida vazia de vocês!

— Ótimo. Faça como quiser então. Você já nos trouxe problemas demais, se sua decisão é essa... Você está por sua própria conta.

A família Northwest se retirou, levando a polícia junto. Após fecharem a porta Pacifica desabou no chão, tremendo. Dipper se ajoelhou ao seu lado.

— Pacifica! Está tudo bem?

— Dipper... E-eu... Eu consegui. Eu enfrentei eles e me libertei - Ela sorriu, fazendo com que várias lágrimas rolassem sobre suas bochechas. Ela rapidamente secou o rosto, rindo - Hahaha eu... Não vou mais chorar. Chega de ser fraca!

O rapaz a abraçou, sorrindo.

***

 

O verão passou mais rápido do que o de costume. Pacifica passou os últimos dois meses ajudando Soos e Melody com os negócios da Cabana do Mistério, juntando algum dinheiro para começar sua nova vida. Ela fez vários planos, tinha um universo de possibilidades e estava animada com o desconhecido que enfrentaria. Ela e Dipper aproveitaram os momentos de folga dela conforme disseram que fariam. Claro, passar tempo juntos se tornou bem mais fácil agora que dormiam sob o mesmo teto. Pacifica e Mabel dividiram o quarto no sótão e acabaram tornando-se muito amigas, enquanto Dipper se hospedou no antigo quarto do Tivô Ford.

Finalmente chegara o dia 31 de Agosto, aniversário de 18 anos dos gêmeos Pines que marcava o final do verão. Naquele ano decidiram fazer uma festa de aniversário simples, apenas com seus amigos mais íntimos de Gravity Falls. Era um grande marco na vida dos irmãos que chegavam à maioridade, então se tornou mais confortável estarem em família. Realmente, já que seus tivôs Stan e Ford fizeram uma visita à cidade apenas para comemorarem o aniversário dos sobrinhos. Todos se divertiam naquela tarde única e especial, que marcava o final de outro capítulo na história da família Pines.

— Vamos todos tirar uma foto!

— Você vai comer esse pedaço de bolo, veio?

— Mabeeeel, você viu meu suéter amarelo? Eu tinha certeza que tinha trazido! Você não pegou ele, não é?

— C-claro que não Dipper! Por que eu pegaria?! Ah olha, refrigerante, vou ali beber um pouco, fui!

Ao final da festa, no pôr-do-sol, Pacifica e Dipper foram até o cais no lago de Gravity Falls. Eles sentaram no píer, lado a lado, observando os raios dourados tingirem o céu. A brisa do verão estava acabando e, com isso, seria o momento de se despedirem.

— Pacifica... - O rapaz tentou quebrar o silêncio pesaroso, porém fora interrompido.

— Eu ainda não te dei seu presente de aniversário, Dipper.

— Você não precisa, Pacifica... Estar ao seu lado é o único presente que eu preciso.

— Jura? Então meu presente vai ser melhor do que o esperado - Ela sorriu.

— O que...?

Ela olhou com ternura para ele.

— Eu vou para a Califórnia. Quero estudar design de moda e bom... - Ela retirou uma carta do bolso, mostrando-a ao rapaz - Graças à minha educação domiciliar e ótimas referências eu consegui ser aceita na Universidade da Califórnia. Não quis te contar pois queria que fosse uma surpresa. Recebi a resposta hoje, achei muito pertinente o momento - Ela corou - Assim também.. Poderemos continuar juntos.

— Pacifica... - O rapaz sorriu e aproximou seu rosto do dela - Esse foi o melhor presente de aniversário que eu poderia ter ganhado. Vamos caminhar juntos, sempre estarei ao seu lado para te ajudar e apoiar - Ele segurou a mão da jovem - E quero que façamos isso como namorados.

Ela sorriu, assentindo com a cabeça.

De todos os mistérios desvendados em Gravity Falls os sentimentos de Pacifica e seus próprios foram os mais importantes para Dipper. Ao contrário dos outros, que tinham um começo um meio e um fim, a Pacifica era um mistério que ele queria continuar desvendando todos os dias da vida dele e agora teriam todo o tempo do mundo para isso, juntos. Ele a beijou carinhosamente, selando o compromisso que formavam ali de companheirismo e cumplicidade diante da nova jornada que os aguardava, tendo o sol poente como única testemunha daquele lindo amor.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a todos que leram minha história completa, que acompanharam desde o começo e chegaram até aqui comigo. Deixo um agradecimento especial ao meu amigo Bruno (Brownie) que me incentivou e me ajudou muito nesse processo, e que também me forneceu as palavras do último parágrafo. ♥ E um agradecimento também à minha amiga Marcela (Mah) por ter acatado a leitura da minha humilde história e sempre me dar feedbacks calorosos.

Obrigada!!!



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