É só uma coisa implícita escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 38
Capítulo 38 – Parte da jornada é o fim


Notas iniciais do capítulo

Peço perdão pela demora na postagem. Minha vida pessoal tá bem corrida ultimamente. Mas já tenho mais 2 capítulos encaminhados, e desde o capítulo 32 essa fic é oficialmente a mais longa que já escrevi e uma das mais amadas. Agradeço muito a todos que acompanham, e principalmente aos que sempre comentam, por todo o apoio! Boa leitura! =D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790219/chapter/38

Capítulo 38 – Parte da jornada é o fim

Peter e Gamora sentiram o coração falhar quando aconteceu, talvez por Meredith ter conseguido atirar, talvez por Ayesha atirar na direção deles quando estavam com sua filha de apenas quatro anos nos braços. O mais impressionante, no entanto, foi Meredith conseguir acertar a mão da sacerdotisa, mesmo que de raspão, fazendo-a gritar e soltar o blaster para longe de seu alcance novamente. Ayesha rosnou de frustração e entrou em combate com Groot, tentando se soltar, e tirou uma faca de algum bolso em suas roupas, cortando uma videira após a outra enquanto Groot criava novos ramos para atrapalhá-la ou impedi-la de escapar.

— Adam!! Onde você está?!

Passado o choque da situação, Adam atendeu ao chamado de sua líder, entrando em consenso com Groot apenas com um olhar, enquanto o jovem árvore assentia e libertava Ayesha de suas videiras, deixando que a Adam a segurasse.

— Onde você estava?!

— Procurando Meredith. Aparentemente ela é tão boa em fugas furtivas quanto os pais. Demos nossa palavra quando ela nasceu de que nada aconteceria com ela.

— Dentro de nossos domínios, onde não estamos mais, caso não tenha notado. Onde estão Alia e o piloto?!

— Estou aqui, sacerdotisa – a jovem se aproximou – Nosso piloto está sob custódia da Tropa Nova. Viemos aqui procurando por Gamora e a criança, e fomos pegos. Me deixaram livre pra cuidar de Meredith.

— Como tudo contra esses Guardiões da Galáxia pode dar tão errado?! – Ayesha se irritou, chamando a atenção dos demais e abrindo uma brecha para Aster retomar o controle de sua lança, atirando Nebulosa para o chão enquanto o objeto voltava para as mãos da adolescente, que o usou para driblar Drax e se libertar.

Peter e Gamora pousaram perto de Adam, considerando que ele era quem tinha mais condições de bloquear um ataque de Aster no momento e proteger Meredith, que os surpreendeu novamente quando começou a atirar em Aster.

— Ah... Querida, o que aconteceu com a ideia de ser legal com ela pra ver se ela se acalma? – Peter questionou.

— Não quero acertar ela, papai – a pequena respondeu, e só então perceberam que ela estava mirando na lança de Aster, mas errando o alvo conforme a garota brandia a lança, lutando com o restante dos Guardiões.

— Eu sabia que essa criança podia representar risco – Ayesha alfinetou.

— A próxima vai ser você! – Meredith respondeu.

— Mere, não é o momento... – Gamora respondeu, mas a criança gargalhou.

— Aprendi com tio Drax.

Peter e Gamora riram juntos.

— É suficiente – A zehoberi falou – Vamos acabar com isso.

Peter sentiu seu coração bater mais forte com o som da God Slayer sendo desembainhada, e Meredith lhe devolveu o blaster.

— Como vão pegá-la sem machucar, mamãe?

— Ainda não sei, amor. Mas vou pensar em alguma coisa. Você está bem? – A guerreira perguntou a Peter ao ouvi-lo conter o que parecia o início de um novo choro.

— Sim, sim! Só... Aquele dia na prisão. Eu podia ouvir você de longe.

Gamora sorriu, afagando as costas do amado e beijando sua bochecha, em seguida dando um beijo na testa da filha.

— Você vai ficar com Groot. Ele não vai deixar nada acontecer com você. Nós já voltamos. E chega de fugas.

Meredith assentiu, deixando que Peter beijasse sua têmpora e os dois a abraçassem antes de entrega-la a Groot, que recebeu a irmã adotiva no colo como um sorriso.

— Eu sou Groot.

— Agora sei por que tio Rock gosta tanto – ela riu, divertindo-se com a altura em que estava.

— Eu sou Groot – Groot sussurrou, fazendo Meredith gargalhar.

‘É pra parecer mais alto, mas não diga isso a ele’, Groot quis dizer. Respirando fundo e trocando mais um olhar, Peter acionou sua máscara, enquanto ainda encarava Gamora, e os dois caminharam na direção da batalha. Gamora entrou em combate com Aster, defendendo-se com a God Slayer enquanto Nebulosa e Drax tentavam tomar o controle da lança.

— Sai todo mundo da frente! – Rocket gritou de repente, não dando tempo para ninguém protestar quando atirou no chão perto de Aster com seu rifle gigante, jogando a garota para longe.

— Mantis... – Peter pensou de repente, correndo para a irmã – Como você está?

— Bem melhor agora – ela respondeu com um sorriso enorme – Meredith está aqui? – Seu sorriso mudou para preocupação.

— Sim, mas está bem. Groot está com ela. Mas agora precisamos de agilidade. Você consegue saltar mais rápido que qualquer um de nós, e ter certo controle mental sobre as pessoas.

— Sim, eu posso.

— Acha que conseguiria conter Aster? Ou fazer alguma coisa com aquela lança, como você fez com os capangas dela, com as árvores?

— Não sei se consigo usar as árvores pra isso de novo. Mas se eu conseguir chegar até Aster, posso contê-la enquanto vocês levam a lança pra bem longe ou a convencem de desistir desta batalha.

— É o que Meredith quer.

— Ou podemos chamar Dey pra prendê-la.

— Resolvemos esse detalhe no final, Dey está longe agora. Sempre fomos bons em improvisos mesmo. Eu vou te dar cobertura.

— Posso usar as árvores pra em camuflar.

— Perfeito – Peter acionou a máscara novamente e voltou a se aproximar da batalha com a irmã.

Aster estava se revezando em combater Gamora e Nebulosa enquanto Rocket atirava para tirar sua atenção e Drax tentava atrapalhar a adolescente atacando de perto. Peter atirou para tirar a atenção da adversária quando ela fez menção de olhar para trás, onde Mantis estava se movendo para ataca-la.

— Como uma única adolescente pode dar tanto trabalho? – Peter se perguntou, sentindo o coração acelerado ao ver que faltava pouco para Mantis alcançar Aster.

— Aproveita e treina pra quando for Meredith – Rocket gargalhou, pousando ao lado do amigo.

Peter ignorou a piada do amigo ao ver sua irmã finalmente saltar sobre Aster num momento de distração, conseguindo cobrir os olhos da jovem para confundi-la, e fazendo-a parar o combate contra Nebulosa e Gamora, ainda que mantivesse um aperto firme sobre a lança. Ela e Mantis quase rolaram pelo chão quando caíram. Aster conseguiu tirar as mãos da Guardiã de seus olhos e tentava sufocar Mantis com o peso que a lança colocava sobre o ar, mas falhando, uma vez que as mãos de sua adversária já estavam sobre sua cabeça, invadindo suas emoções e pensamentos.

— Todos nós sentimos muito pelo que aconteceu com você – Mantis lhe disse – Cada um de nós passou pelo mesmo, e em boa parte por culpa de Thanos também. Gamora perdeu toda a sua vida, Nebulosa foi obrigada a se alistar e as duas ainda viveram vários horrores depois disso. Drax perdeu sua família, Rocket sua liberdade e tudo que podia ter conhecido de uma vida normal, Groot e Peter também perderam tudo... E eu... Eu fui tirada de uma família e um planeta dos quais nem me lembro, e passei anos ajudando o assassino da mãe do meu irmão, mesmo não sabendo disso. E o pior é que ele era nosso pai de verdade – Mantis deixou lágrimas caírem por seu rosto a esse ponto, em parte influenciada pela angústia que sentia em Aster – Mas todos nós decidimos ser o que perdemos uns pra os outros e criar um caminho novo, mesmo que a dor ainda nos atormente até hoje. É muito mais fácil aguentá-la juntos. Todos nós, só estávamos tentando sobreviver. Nem nós, nem os Vingadores, ou você, temos culpa por querer continuar vivos e sentir alguma felicidade.

Enquanto Peter ficava surpreso com as palavras da irmã, pois ela nunca lhe revelara sentir-se mal dessa forma por toda a situação com Ego, Aster pareceu se render, e agora estava chorando junto com Mantis, enquanto Adam se aproximava para tirar a lança da mão da adolescente, que o olhou com raiva e reforçou seu aperto sobre o objeto.

— Não pretendo toma-la de você, mas acha justo outras crianças e jovens como você pagarem por algo que eles nem sabem que aconteceu? Meredith não é a única aqui.

Aster resistiu, e chorou mais enquanto tentava puxar a lança das mãos de Adam, que não tinha qualquer dificuldade em impedi-la de seu feito, apenas esperando que ela cedesse, como sempre tinha feito por Gamora.

Cansada pela energia gasta no dia, Mantis começou a demonstrar cansaço, sendo percebida pelos demais.

— Mantis... – Drax chamou a atenção da amiga, com preocupação.

— Não, Drax! Isso tem que terminar da melhor forma possível. Todo mundo aqui já sentiu dor demais nos últimos anos.

— Nós podemos só... Sentar e conversar? – Adam sugeriu, embora duvidasse que Aster aceitaria a proposta agora, mas tentar não custava nada – É só isso que eu quero. Sempre fiz dessa forma com Gamora. Pode perguntar a ela se não acredita. Eu acho que, apesar de não serem próximas, você sabe o suficiente sobre ela pra saber que não é uma pessoa mentirosa.

Aster se odiou ao olhar para Gamora em busca de confirmação, mas a zehoberi assentiu calmamente, seus olhos cheios de cansaço, mas também de compreensão. Sua mão cedeu, a princípio sem que percebesse, deixando Adam pegar sua lança e se levantar com ela, mas sem afastar. Ao mesmo tempo, Mantis chegou a seu limite, tirando as mãos de sua cabeça e tentando secar as próprias lágrimas, enquanto o líder dos Guardiões se abaixava para abraçar a irmã.

— Por que você nunca me disse isso?

— Você já sente dor demais, por coisas demais, Peter.

O Senhor das Estrelas apertou o abraço, e beijou os cabelos da irmã.

— Você é minha irmã, eu te amo, e nunca vou te culpar por nada. E nem você deve. Ninguém sabia. Aquele monstro covarde é o único culpado por tudo, e ele teve o que merecia.

Do outro lado, Aster viu Groot colocar Meredith no chão, enquanto a criança gargalhava se divertindo com a altura, e depois corria para o colo da mãe, deixando-se apertar num abraço de Gamora. Mil pensamentos e sensações se misturavam enquanto Aster reavaliava seus objetivos e possibilidades, e seu corpo perdia a vontade de lutar. Não sabia o que a alienígena com antenas fizera com ela, e se ainda estava funcionando ou não, mas de repente o cansaço pesou sobre sua mente, e fugiria para se isolar e pensar em qualquer lugar se não tivesse certeza que o soberano em posse de sua lança poderia contê-la facilmente em tal estado.

O que Aster via agora não era muito diferente da única coisa que todos que viviam com Thanos conseguiam se lembrar: Como a vida é injusta e má. Ver Meredith feliz no abraço de seus pais agora doía, por mais que tivesse consciência de que a criança sequer sabia de tudo que sua família havia passado até ali. Não havia respostas de porque o mesmo lhe fora negado, porque fora tirado dela e de todos os demais filhos de Thanos, numa cadeia de ódio, ganância e vingança que parecia girar eternamente como um círculo sem começo e sem fim. Talvez por isso o universo fosse infinito, a infinidade para os seres vivos é algo tão confuso quanto a injustiça e a morte repentina. Aster só continuou chorando enquanto ouvia Ayesha protestar sobre ser levada sob custódia temporária da Tropa Nova, enquanto um dos Agentes conversava com Alia.

— Aster Glave – o agente que devia se chamar Dey a chamou, enquanto a levantava gentilmente do chão – Você está sob custódia da Tropa Nova – ele anunciou enquanto prendia um bracelete eletrônico em seu braço – Usaremos as algemas se você não cooperar. Sua arma também ficará sob custódia até segunda ordem. Ofereceremos tratamento médico para suas lesões de batalha e alternativas judiciais para seu futuro, levando em conta que ainda é tão jovem. Você poderá pensar sobre isso nos próximos dias. Vamos disponibilizar conselheiros especialistas no assunto também. Seus seguidores, no entanto... Muitos são velhos conhecidos nossos, fugitivos ou que tiveram recaídas. Então não seremos tão gentis com a maioria deles. E você – Dey apontou para Adam – Eu gostaria que nos acompanhasse pra nos ajudar a pôr essa lança em segurança.

— Claro – Adam concordou.

Terminando seus anúncios formais sobre a prisão, Dey olhou com compaixão para Aster.

— Eu tenho uma filha, um pouco mais velha que você. Quando ela era pequena, Ronan, um dos servos de Thanos, tentou destruir esse planeta, e os Guardiões da Galáxia impediram. Anos depois, Thanos nos atacou pessoalmente, quase que dizimando 100% de nossa população, tanto com o estalo quanto com mortes durante o ataque. E dessa vez, O Guardiões e os Vingadores, e várias outras pessoas pelo caminho, nos ajudaram a reverter a maior parte dessa tragédia. Minha família ainda está viva, graças a cada um deles. E eu tenho certeza que em circunstâncias mais calmas os Guardiões fariam de tudo pra você não perder a sua. Eu sinto muito pelo que aconteceu a você. Mas a vida é estranha. Nem sempre as melhores chances aparecem na hora certa. Agora, no entanto, você terá algumas pra escolher. E terá tempo pra pensar sobre isso. E a sacerdotisa também.

— Um cara da Terra nos falou uma coisa na última batalha contra aquele roxo feioso – Rocket falou, tendo ouvido a conversa com seus ouvidos aguçados, e se aproximando – Ele disse que parte da jornada é o fim. Mas o melhor disso é que quando uma coisa termina, instantaneamente outra começa. E você faz o que quiser com ela.

Dey olhou surpreso para o guaxinim, ainda não acostumado à personalidade um pouco mais calma que ele tinha adquirido após os cinco anos do estalo.

— Ele está completamente certo – Dey falou.

— Espera!! – Meredith veio correndo na direção de Dey, sendo seguida por Peter e Gamora.

— E aqui está a fugitiva – Dey brincou, ouvindo a criança rir – Você não se machucou, não foi?

— Não.

— Você já teve um desses? – Meredith perguntou a Aster, lhe mostrando Celeste.

A jovem apenas assentiu negativamente, não sentindo vontade de falar.

— É tradição dar um pros bebês que nascem quando eles começam a crescer. Adam me deu no meu primeiro aniversário, o nome dele é Celeste. Eu gosto muito dele, mas agora eu tenho dois, e você precisa de um amigo. Pode conversar com ele quando quiser. Ele não sabe responder, mas escuta tudo, e é bom de abraçar.

— Tem certeza, querida?

— Tenho, mamãe.

Gamora sorriu, trocando um olhar com Adam, que também sorria orgulhoso diante da situação.

Aster estendeu a mão, aceitando o presente de Meredith e apertando a barriga fofinha de Celeste. O urso era pequeno, ruivo, macio e sorridente. Aster sorriu de volta para o brinquedo, sem perceber. Ela nunca tivera algo parecido. Thanos sempre julgara como algo inútil. Ao invés disso, ela tivera alvos e bonecos articulados para treinar desde sempre.

— Obrigada – Aster sussurrou, sendo respondida por um sorriso radiante de Meredith, antes de deixar que Dey a levasse.

— Vocês nos acompanham? – Adam perguntou a Gamora.

— Alcançaremos vocês em breve.

Ele sorriu enquanto assentiu, e correu para seguir Alia, Ayesha e os policiais.

Olhando para Ayesha e Aster sendo levadas, o silêncio que de repente se fez presente, e que todos estavam juntos de novo, e finalmente em paz, após nove anos, a reação de Peter foi abraçar Gamora e Meredith de novo.

— Não acredito que isso acabou – ele murmurou no ouvido da amada.

— Quero dormir por três semanas, e depois tirar um ano inteiro de férias.

Peter riu da resposta da namorada.

— Como você quiser. Mas eu duvido que os criminosos nos deixem ter esse privilégio. O que você fez foi tão doce – ele disse, agora se afastando para encarar Meredith em seu colo.

— Acha que ela vai cuidar bem dele?

— Claro que vai. Viu como ela sorriu quando o segurou? Dey vai ficar de olho nos dois.

— Pena que não pude apresenta-lo a Baby Rock antes.

— Baby... Rock... Peraí... Que história é essa, Pete?! – Rocket quis saber.

— Tava demorando... – Peter resmungou para si mesmo.

— Tão rindo do que, seus bocós? – O guaxinim perguntou a Mantis, Groot e Drax.

— Você vai saber depois – Peter lhe disse.

— O que vamos fazer agora? – Meredih questionou os pais.

Peter suspirou de cansaço só de imaginar os tramites legais de tudo que teriam para resolver nas próximas horas e dias.

— Vamos ter muitas coisas pra resolver hoje, querida.

— Não vamos voltar com Ayesha, vamos?

— Nunca! – Gamora falou – Vamos fazê-la comer poeira de novo se tentar nos levar.

— Vocês dois... Não acham que seria conveniente priorizar o registro de nascimento assim que os depoimentos acabarem? Gamora está aqui e deve ter as informações restantes – Nebulosa sugeriu.

A zehoberi sorriu

— Eu amo essa ideia.

******

Muitas horas e depoimentos depois, os Guardiões foram liberados para descansar em seus aposentos na sede da Tropa Nova enquanto os funcionários faziam reparos e melhorias na nave da equipe. Ayesha e Aster permaneciam sob custódia, prestando esclarecimentos e sob forte vigilância. Após alegações, dadas com muita firmeza, de Gamora e Meredith sob o quanto Adam e Alia tinham sido vitais para sua sobrevivência nos últimos quatro anos, demonstrando serem dignos de confiança, Nova Prime também lhes concedeu quartos na sede, próximos da ala prisional, onde poderiam ser melhor vigiados, só por precaução, e correr para acalmar Ayesha em seus surtos de raiva e decepção por descobrir estar sendo de alguma forma traída por seus dois aprendizes nos últimos anos, mesmo que por uma causa tão nobre. Adam estava, pacientemente como sempre, trabalhando nisso com ela, e fazendo-a refletir e ceder aos poucos, deixando claro o quanto ela também era importante para ele, e que ela também lhe escondera informações importantes. Ainda haviam depoimentos a serem feitos, e o soberano preferira deixar para o dia seguinte a surpresa de sua conexão com Alia, não querendo estar cansado quando lhe contasse.

— Vocês querem ajuda? – Mantis perguntou baixinho quando os Guardiões chegaram a seus quartos, um lado do outro, sendo um dos aposentos para Peter e Gamora, e o outro para os demais ou todos os Guardiões, como preferissem a cada momento.

Meredith estava adormecida nos braços do pai.

— Não, Mantis. Mas obrigado. Todos nós precisamos dormir. Nossa vida recomeça amanhã – Peter sorriu – É melhor estarmos o mais dispostos possível. Vamos só dormir por enquanto.

— Tem razão. Ainda temos longas horas irritantes de depoimentos pra dar amanhã – Nebulosa pontuou.

— Pelo menos alguém se divertiu com isso – Rocket falou ironicamente, apontando para Drax, que ainda comia um pacote de zagnuts.

— O que? – Ele perguntou ao perceber que todos olhavam para ele.

— Eu sou Groot.

Drax deu de ombros e continuou comendo.

— Nos vemos de manhã. Tranquem bem as entradas e saídas, e vamos ficar todos atentos aos comunicadores – Peter pediu, ao que todos concordaram.

Os Guardiões sorriram, tomados de carinho ao verem Mantis agarrar Gamora em um abraço quando a zehoberi estava para abrir a porta. A guerreira retribuiu com a mesma intensidade, vendo as antenas da amiga brilharem.

— Que bom que você está de volta.

— Que bom que ainda estão todos aqui – Gamora respondeu.

Ela deixou Mantis ir junto com Drax quando ele se despediu com um sorriso e os dois entraram no quarto conversando.

— Eu sou Groot?

— Claro que sim, querido – Gamora respondeu, também deixando Groot abraça-la demoradamente antes que ele seguisse Drax e Mantis – Você está bem? – Ela perguntou a Rocket.

— Vocês passaram tudo isso por causa do quão idiota eu sempre fui.

— Nós passamos tudo isso por causa da insanidade e teimosia de Ayesha. E não se esqueça que foi graças a você ter nos atacado na praça principal que esta família começou. Eu teria deixado Peter pra trás e fugido sem me importar se você e Groot não tivessem aparecido. E sem Adam, quem garante que eu e Meredith estaríamos aqui agora?

O olhar de Rocket ficou mais brando e lágrimas brilharam em seus olhos, embora o guaxinim orgulhoso se recusasse a deixa-las cair.

— O acordo que Ayesha mencionou é verdade?

— Sim. E pretendo cumpri-lo até o final se isso garantir que ela nos deixe em paz.

— Eu acho que consigo rastrear algumas baterias por aí, e negociar de uma forma melhor. Você já fez muito mais do que devia.

— Eu agradeço. Mas durma primeiro, Rock. Vamos resolver isso juntos.

Rocket não ousou reclamar quando Gamora afagou o topo de sua cabeça, e se despediu com um sorriso antes de ir para o quarto.

Peter tomou um pequeno susto ao perceber o olhar severo de Nebulosa para ele.

— É, parece que eu tô sobrando aqui. Vou colocar Meredith na cama – ele disse, beijando Gamora nos lábios, porque queria, e para irritar Nebulosa com a demonstração pública de afeto.

O casal sorriu um para o outro enquanto Peter entrava no quarto com um sorriso vitorioso e as irmãs eram deixadas sozinhas.

— Espero que não tenhamos tido todo esse trabalho e visto seu namorado chorão sofrer horrores por quatro anos pra você não ficar.

— Eu falei sério quando disse que não vamos embora. Nunca desejei outra família. E finalmente conseguimos chegar em casa.

Nebulosa assentiu, deixando que o silêncio se estabelecesse entre elas por um momento. Não ficando surpresa, Nebulosa aceitou o abraço da irmã, e a apertou de volta, tentando guardar o melhor possível a certeza de que aqueles anos difíceis deixariam de atormentá-la em seus pesadelos quando fosse dormir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "É só uma coisa implícita" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.