É só uma coisa implícita escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 24
Capítulo 24 – Arcads


Notas iniciais do capítulo

Eu peço um milhão de desculpas pela demora ridícula pra atualizar essa história. Além de uma série de problemas pessoais, eu também tenho outras 3 histórias em andamento, e só uma não tá atrasada. Eu pensava em concluir a fanfic de "O Espetacular Homem Aranha", a "Scientist", e depois voltar com tudo pra essa aqui e a "Cada dia da minha vida", de "Deus Salve o Rei". Mas aconteceu que inicialmente planejei a história com 2 ou 3 capítulos, e agora já tem 31. xD Até o 40 devo concluir. O bom desse atraso aqui é que o filme mais recente de Thor me deu umas ideias boas pra incluir na fanfic. Por hora, fiquem com esse capítulo. E espero que gostem. ♥



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Capítulo 24 – Arcads

— Então tivemos mesmo problemas em Arcads?

— Sim, Alia – Ayesha respondeu enquanto conferia alguns relatórios na sala de reuniões junto com os dois – Vocês devem ir lá em breve. E levar a prisioneira junto, ela pode ser útil pra resolver o conflito sem causar danos ou ferir pessoas.

— Ao menos alguém tentou dialogar com eles? – Adam perguntou.

— Sim, armas de corte atiradas na direção da nave foram a resposta ao convite para uma conversa. Já saquearam alguns estabelecimentos e parecem estar se divertindo muito ameaçando a população flutuante do centro comercial.

— Quando devemos ir? – Alia perguntou.

— Amanhã de manhã mesmo. Vá informar Gamora.

— Certo – Alia respondeu, trocando um olhar com Adam antes de sair.

Ele e Ayesha ficaram em silêncio por alguns minutos enquanto a soberana ainda lia e mexia nos papéis.

— Senhora... Procuramos pelos outros Guardiões há mais de um ano. Apesar do estrago de Thanos e dos danos na comunicação ainda não estarem 100% reparados, não já deveríamos ter alguma pista?

— A galáxia está mais tranquila e eles devem estar executando serviços sem importância, por isso não se houve falar deles. E eu não esperava que houvesse uma criança envolvida, como você já sabe, que precisamos esperar crescer. De qualquer forma, não devemos dar qualquer esperança à prisioneira, isso pode incentivar fugas. Se acontecer, retomarei a sentença antiga. É bom que você continue ciente disso – Ayesha lhe disse com um olhar penetrante antes de voltar sua atenção para os documentos novamente.

Adam não conseguiu responder, mas manteve sua expressão neutra.

— Vá preparar a viagem. Eu enviarei instruções escritas a você e a Alia em breve.

— Sim – ele respondeu, levantando-se e deixando o local.

******

— Por que temos que nos disfarçar aqui? – Love perguntou puxando o capuz sobre a cabeça.

— Por que esse é um planeta que tem todo tipo de gente, tanto pessoas boas quanto... Duvidosas. E apesar dos acordos de paz e de precisar de autorização pra entrar aqui, não é seguro confiar que todos vão respeitar isso o tempo todo. Só vamos comprar alguns suprimentos pra viagem e partir. Então lembra de tudo que eu disse e não sai de perto de mim.

A menina assentiu, e aceitou segurar a mão do pai adotivo, que estava tão encapuzado quando ela, a fim de também ocultarem suas armas.

                Os dois andaram do estacionamento até onde já podiam ver um dos enormes mercados da cidade que estava ali, e até mesmo o próprio Thor ficou curioso com a diversidade de etnias diferentes que podia ser vista se misturando nas ruas. Incluindo algo que ele pensou que não veria tão cedo e que podiam até ser confundidos com uma das espécies que vivia em Nova Asgard.

                - Tá vendo aqueles ali? – Thor indicou com o olhar.

                Sua filha o encarou e olhou em frente, vendo um grupo que chamava atenção de longe. Um homem forte e grande e uma mulher bonita e elegante, ambos jovens e de pele, cabelos e olhos dourados. Estavam acompanhados por mais três pessoas douradas, que de alguma forma, pareciam ser inferiores aos dois primeiros, e alguém que se cobria dos pés à cabeça vinha logo atrás, mas não sendo possível ter certeza se estava ou não com os dourados, no entanto.

                - Eles são bonitos.

                - É, como o seu pai aqui – Thor sorriu convencido, ouvindo Love rir – Mas se forem quem penso agora, é melhor ficarmos longe. Seus tios Guardiões já entraram em conflito com esse povo, não são nada compreensivos e amistosos, matam por qualquer coisa que considerem ofensa, mesmo que pareçam os reis da etiqueta durante uma conversa. Se chamam Soberanos. Enquanto estivermos aqui é melhor nem falar o nome deles ou olhar se passarmos perto.

                Love concordou, mas algo chamou sua atenção e ela apontou sorrindo.

                - Olha que fofo!

                - O que?

                - Um bebê.

                Thor olhou para onde a filha apontava, e finalmente localizou um bebê ruivo nos braços da pessoa encapuzada que andava perto dos soberanos, preso ao corpo do adulto por uma coisa que na Terra chamavam de canguru de bebê.

                - Tenho certeza que você foi um bebê tão adorável quanto esse – o Deus do Trovão sorriu sonhador, vendo a filha também sorrir sem jeito – Mas não deve ser deles, eles não se misturam com pessoas de outras espécies.

                - É a mesma cor do cabelo do tio Peter.

                - Sim, seu tio tem o cabelo dessa mesma cor.

                - Ele é bonito – Love respondeu enquanto caminhavam para o mercado.

                A expressão de Thor se contorceu involuntariamente entre contrariedade e sorriso, fazendo Love rir.

                - Achei que você gostava dele.

                - Gosto muito, amor. Peter é um grande homem. Mas eu sou mais bonito.

                Love gargalhou.

                - Você tá com ciúmes – ela riu mais – Vou contar pra ele!

                - Não, não vai não! – Disse imediatamente, ouvindo a filha gargalhar – Mas você vai ver que seu tio Quill é bonito, só que eu sou muito mais – disse com um sorriso convencido, ouvindo a criança rir novamente enquanto alcançavam a loja que queriam.

******

                Gamora seguiu Adam e Alia enquanto os demais tripulantes da nave iam a outro setor.

— Se há risco aqui, não deveríamos ficar todos juntos? – Ela perguntou.

— Eles vão buscar alguns itens enquanto nós vamos verificar os arruaceiros – Adam respondeu.

— Com o que eles se parecem?

— A Sacerdotisa disse que andam em um grupo grande, com espadas à mostra, e têm uma pintura vermelha atravessando o rosto. Eles têm de média à baixa estatura – Alia respondeu.

Um sorriso passou pelos lábios de Gamora quando ela instantaneamente pensou em Rocket, outra vez o amor, a saudade e o medo pelo destino de sua família se misturando em seu coração. Meredith se virava no canguru para olhar as pessoas e lugares do grande centro comercial a céu aberto enquanto adentravam o lugar. Tentando manter-se escondida sobre sua capa, Gamora ainda podia notar alguns olhares em sua direção, mas os ignorou. Tinha certeza que nenhuma dessas pessoas ajudaria se tentasse uma fuga, seria muito mais fácil as entregarem de volta aos soberanos em troca de uma recompensa. Caminharam por mais algum tempo até Adam parar bruscamente.

— Estão no estacionamento – ele disse para as duas.

— De onde acabamos de sair? – Alia questionou.

— Não. No próximo.

Ele voltou a andar, as guiando por entre algumas das lojas ao ar livre para chegarem ao outro lado.

— Mas você só viu no mapa. É a primeira vez que vem aqui, tem certeza do caminho? – Alia perguntou, mesmo sabendo que estavam no caminho certo, e novamente surpresa com a intuição aguçada do amigo.

— Sim – Adam respondeu um pouco distante enquanto seus olhos buscavam sinais do lugar.

Gamora observou em silêncio. Adam era muito bom com mapas, era um ponto a se anotar mentalmente. Ou algo muito estranho estava acontecendo, dado o olhar surpreso e ao mesmo tempo pensativo de Alia.

Meredith dormiu enquanto caminhavam, apesar do barulho das pessoas conversando e utilizando equipamentos em volta, e Gamora acariciou seus cabelos enquanto seguia os dois soberanos, aliviada por pelo menos sua filha ter alguma paz em sua ignorância sobre o mundo e a vida.

Adam parou novamente quando chegaram a outro campo aberto, onde naves de todos os tipos e tamanhos estavam paradas, e um grupo de homens pequenos, uns maiores que outros, mas de aparência nitidamente ríspida, e todos com uma marcação vermelha no rosto, intimidavam transeuntes que fugiam aterrorizados, e tentavam arrombar algumas naves. Os três chegaram perto com cautela, e Gamora segurou o braço de um dos homens, que estava a meio caminho de arrombar a rampa de pouso de uma das aeronaves. Com o braço livre, ela tentou proteger a filha adormecida, enquanto fazia o possível para manter o corpo fora do alcance do criminoso. Como queria ter sua God Slayer agora!

O homem tentou revidar, sendo forte, apesar de não tão rápido quanto ela. Mas quando ele tentou agredir Gamora com o outro braço, ela já estava iniciando o movimento para jogá-lo no chão e pisar em seu peito, impedindo-o de levantar em todas as tentativas. Enquanto o criminoso se contorcia, a zehoberi puxou a grande capa de sua roupa para ocultar a visão da filha, que felizmente continuava dormindo.

— Esse é um planeta pra negócios, não saques.

— E quem, por acaso, é você pra... – os olhos do homem baixinho de cabelos escuros se arregalaram, e a cor sumiu de seu rosto, ele até mesmo respirou fundo enquanto suas pupilas quase se dilatavam, em seguida arrancando seu braço do aperto de Gamora e correndo aterrorizado.

A zehoberi inclinou levemente a cabeça, sem compreender o que tinha ocorrido, e infelizmente se lembrando de outras vezes em que isso aconteceu no passado até pouco depois de conhecer os Guardiões, em situações nada agradáveis. Só agora ela percebeu mais um bem que Peter e sua família lhe tinham feito, tirando essa marca dela ao ponto de só se lembrar agora que um dia passou por tal coisa.

Adam e Alia estavam protegendo outras naves enquanto o grupo de mercenários com vestes e chapéus estranhos se reunia num ponto do estacionamento, todos conversando fervorosamente entre si e começando um a um a olhar para Gamora.

— É ela!

— Achei que estivesse morta!

— Ela não tinha se juntado com aqueles Guardiões num sei de que pra proteger a galáxia?

— O que importa? É a maior assassina da galáxia. Seja porque for que está aqui, nem nós somos estúpidos o suficiente pra nos meter com ela.

Gamora ouviu algumas das coisas que o grupo conversava, sem preocupação alguma em serem discretos. Adam e Alia voltaram a se reunir com ela, ficando a sua frente para bloquear alguma investida dos arruaceiros.

— Eu sinto muito por você ouvir isso – Adam murmurou para ela ouvir.

— Por que? Eles dizem a verdade... Mesmo que sobre um passado distante, que nunca termina pra quem é a vítima.

A forma como Adam a olhou fez algo em seu coração se derreter, lembrando-a da primeira vez em que ela sentiu empatia por Mantis. O homem dourado parecia indignado, confuso, triste, e querer acolhê-la ao mesmo tempo.

— Será por isso que alguns terráqueos dizem que não existem vítimas? – Gamora refletiu para si mesma.

— Você não é isso – Adam falou – Não importa se foi um dia, não é mais. Então essa de quem falam não é você.

— Isso não importa pra algumas pessoas – a zehoberi respondeu, ganhando um olhar dos dois soberanos agora, e não precisando dizer nada para saberem que ela estava se referindo a Ayesha.

— SENHORA!! – Alguns dos homens gritaram de repente, assustando o trio, e fazendo Meredith murmurar inconformada e se mexer sob a capa da mãe, que a abraçou e balançou o canguru suavemente para tentar mantê-la calma.

— Se afastem – Adam advertiu.

— Senhora!!! – Pelo menos metade dos mercenários se ajoelhou diante dos três, que agora os olhavam sem entender nada.

— A maior assassina da galáxia... – um dos homens de estatura mediana caminhou de joelhos mais para a frente – Alguns dos nossos a temem como ao próprio Thanos. Mas nós... – ele indicou os demais atrás dele – A temos como uma inspiração. Ficaríamos honrados se...

O homem gritou e pulou para trás assustado ao sentir a onda de calor que emanou de Adam, e ao ver seus olhos se tornaram brilhantes por um segundo.

— Ela não se parece em nada com vocês, e não tem nada pra tratar com vocês. Mas eu terei se não deixarem o planeta agora, com todos os seus homens e suas naves.

— E quem é você pra nos dar qualquer ordem?! – Um homenzinho louro berrou do meio da aglomeração que tinha se levantado para manter distância segura de Adam.

— Não interessa quem qualquer um de nós é – Gamora falou – Só interessa que não vou achar nem um pouco difícil quebrar a mandíbula de cada um de vocês se não fizerem agora o que ele disse. Se querem destruir alguma coisa, destruam seja lá onde for que vocês vivem.

— Se retornarem, haverá alguém esperando para prendê-los – Alia informou com seriedade.

Essa seria a hora certa para chamar a Tropa Nova, se ela fosse ativa onde quer que estavam agora.

O mesmo rebelde de antes encarou Gamora, não tendo mais dúvidas de sua intenção assassina, abaixando o olhar, e correndo de volta para o grupo, que permaneceu parado, ainda em dúvida sobre obedecer, mas gritando e correndo em desespero quando Adam avançou sobre eles numa velocidade tão grande que ninguém soube que ele tinha se movido até aparecer lá, sentirem o vento passar por eles e alguns dos mercenários que pareciam mini vickings, como Peter provavelmente chamaria, caírem no chão com o impacto. E foi a investida final para que até os que idolatravam Gamora corressem em pânico na direção de suas três naves. Ela e Alia conseguiram rir quando mais alguns homens vieram correndo do mercado, derrubando no chão tudo que tinham roubado enquanto corriam desesperados para não serem deixados para trás, e ainda recebiam pedradas dos civis e vendedores que os perseguiram para recuperar seus pertences.

Os três observaram o céu até as naves sumirem de vista, e Adam se afastou para falar com o responsável pelo estacionamento, que tinha se escondido quando o conflito começou.

— Não acredito que foi tão fácil – Alia falou.

— Por experiência própria, tudo que pensamos que vai ser fácil é sempre o que dá mais trabalho, e às vezes o contrário – Gamora falou, seguindo Adam de volta ao mercado quando ele passou e chamou as duas.

— Agora voltamos? – Gamora perguntou, descobrindo a filha para verificá-la, e vendo que tinha voltado a dormir.

— Essa era nossa principal ocupação – Alia falou – Já que foi tão rápido e provavelmente os outros ainda não terminaram o que estão fazendo, não há mal em andarmos pelo centro. Tem coisas bonitas aqui.

A guerreira os seguiu enquanto olhava em volta, só agora percebendo a beleza do que era vendido e do que decorava o lugar. Apesar da enorme diversidade de artefatos à venda, era praticamente impossível passar por uma fileira sem se deparar com itens artísticos, como material para escrita de poemas, itens decorativos, pôsteres de peças teatrais, roupas para diversos tipos de dança, livros sobre arte, e o que lhe chamou mais atenção. Uma das lojas tinha pilhas de itens nitidamente terráqueos, etiquetados como antiguidades exóticas da arte terráquea. Havia fitas cacetes antigas, tanto para vídeo quanto para música, CDs, vários rádios portáteis diferentes e outras coisas que ela só reconheceu pelas descrições de Peter a respeito. E o que definitivamente prendeu seu olhar, um walkman prateado, quase idêntico ao azul de Peter, que ele guardara como uma lembrança depois que Rocket fez o melhor que pode para repará-lo. Deslizou os dedos pelo objeto, vendo Adam e Alia a observarem com curiosidade ao lado.

— Você gostou desse? – Uma voz simpática e feliz perguntou.

Gamora ergueu o olhar para ver um senhor, humano e idoso, de cabelos brancos, óculos escuros e roupas elegantes.

— É um item antigo da Terra, um planeta que fica numa galáxia vizinha. É raro, mas ainda existem alguns que funcionam, como esse aí. Infelizmente eu não tenho fitas gravadas aqui hoje, e vendi os últimos fones de ouvido mais cedo – o idoso falava enquanto procurava algo entre os itens da loja – Mas eu garanto que funciona. E você pode me procurar depois se não funcionar. A rede de lojas Excelsior está em toda a galáxia, é só ir a qualquer uma delas e pedir pra falar com o próprio Excelsior.

Gamora sorriu, sentindo empatia pelo idoso, mesmo sem saber porque.

— Obrigada, mas estamos de passagem. Sua loja me lembrou de uma parte boa do meu passado.

— Esse é o maior objetivo das lojas Excelsior e suas filias, levar alegria aos que nos procuram – ele sorriu – Eu pessoalmente acredito que nada acontece por acaso – ele falou enquanto pegava o walkman e o colocava numa sacola plástica vermelha, junto com uma fita virgem – Eu sinto em meu coração que um dia esse bebê que você carrega com tanto zelo vai adorar ouvir música aqui – concluiu, estendendo a sacola para Gamora – É um presente de boas vindas à nova vida que chegou à galáxia.

Gamora sentiu seus olhos arderem de emoção com essa pequena gentileza, totalmente contrária a quase tudo que ela tinha desde que voltara da Joia da Alma.

— Tem certeza?

— Sim, minha jovem. O walkman e a fita são seus. Se deixa você feliz, eu ganhei meu dia – o idoso lhe disse com um sorriso enorme.

                Olhando para Adam e Alia, e refletindo sobre que tipo de problemas poderia ter com os demais soberanos por isso, ela apenas os viu sorrir e assentir, e estendeu a mão para aceitar o pacote.

                - Obrigada – sorriu para o mais velho – Talvez eu possa voltar aqui quando ela crescer e aprender a falar, pra que agradeça pessoalmente.

                O homem sorriu de volta e acenou quando o trio se afastou, logo se voltando para os novos clientes que surgiram ali.

                - Bom dia! Há algo de que gostam?

                - Tio Thor, não são aquelas coisas da Terra que tio Peter sempre fala?

                - São sim, docinho. É uma pena aquele walkman não funcionar mais, podíamos levar umas fitas pra ele – falava distraidamente com a filha, até olhar para o vendedor, a fim de cumprimenta-lo.

                - Bom dia! – O idoso respondeu sorridente.

                Love olhou do pai para o homem mais velho, sem entender porque Thor de repente ficara pálido, de olhos arregalados e parecendo horrorizado.

                - Não... Não... Você não!! – O Deus do Trovão quase gritou ao pegar a filha no colo e sair correndo de volta ao estacionamento.

                - Mas nem olhamos as coisas direito – Love falou enquanto o pai a carregava no ombro.

                - Há outras lojas dessas por aí, o que não podemos é ficar perto daquele maluco! – Respondeu enquanto corria.

                - Hã? – A menina deu de ombros sem entender nada.

******

— Oi – Thor falou com um sorriso quando o rosto dos amigos apareceu do outro lado da tela, e ele viu Peter e Rocket no convés da nave – Só vocês dois hoje? Cadê todo mundo?

— Oooi!!! – Mantis falou com um enorme sorriso quando apareceu e se sentou entre Peter e o guaxinim.

— Cadê os outros três? – Rocket perguntou.

— Drax está dormindo. E Groot cuidando das videiras na parede do corredor. Nebulosa está treinando na academia.

— E então, cara? – Peter perguntou ao Deus do Trovão – Como você tá? E a pequena Love?

— Eu tô muito feliz. Eu nem acredito que faz tanto tempo que não nos falamos.

— É, você sumiu, cara! – Rockect reclamou – Tá dando um péssimo amigo.

— Eu sei. Também liguei pra me desculpar. Andei muito ocupado, vilão atrás de vilão. E hoje eu praticamente encarei um pesadelo em carne e osso, mas... Isso não importa, estamos longe e seguros agora. Love está brincando logo ali – ele indicou outra direção na nave – Fomos a um centro comercial num planeta restrito hoje – o deus comentou – Ela ficou fascinada com a quantidade de espécies diferentes que vimos lá. Então vimos uma coisa muito fofa. Tinha alguém com um bebê ruivo no mercado. Não conseguimos ver se quem segurava era a mãe ou o pai, tava encapuzado da cabeça aos pés, mas me lembrei de você, Quill. E acredita que também vimos umas pessoas douradas? Será que eram os tais soberanos que vocês falaram?

A conversa parou quando Peter, além de não responder, decidiu se sentar, e seu rosto ficou visivelmente pálido.

— Quill...? Eu disse algo errado? Você tá bem? – Thor perguntou.

— Tô, só... Eu andei tendo pesadelos, e em um deles tinha um soberano me observando dormir bem no meio do quarto.

— Nossa, esses caras são tão assustadores assim? – Thor questionou.

Rocket revirou os olhos e jogou as mãos para cima em indignação.

— Ainda tá assustadinho com isso? Deixa de ser molenga, Pete – o guaxinim falou como de costume – Todo mundo pirou nessa nave naquela noite. É no que dá ficarmos bebendo e jogando cartas até tarde.

Mantis encarou o irmão com compaixão e seriedade ao mesmo tempo, sentindo que havia algo que ele não estava falando, algo em seus sonhos além de um simples pesadelo. Mas sabendo de sua fragilidade na presença de Thor, decidiu não pressioná-lo ali, e voltou a encarar a tela.

— Tinha outros bebês por lá? – Ela sorriu.

— Não é um lugar em que normalmente se leva crianças – Thor respondeu – Havia o bebê, e minha Love. Não vimos mais nenhum – ele continuou a conversa, mas seu olhar denunciando como estava preocupado com o amigo.

— Era fofo! – Love apareceu de repente – Oi, tios! – Ela sorriu.

— Oi, Love – os três sorriram de volta.

— Tinha a mesma cor de cabelo que você. Acho que vai ser bonito quando crescer.

Peter sorriu genuinamente, algo que não o viam fazer há semanas.

— É – Thor concordou – Mas não tanto quanto seu pai.

Peter riu ao perceber para onde a conversa estava indo. Love gargalhou ao se lembrar do que tinham conversado no centro comercial, e Thor lhe deu um olhar de advertência, fazendo-a rir mais ainda.

— O que tá rolando? Vocês ficaram todos doidos?! – Rocket perguntou sem entender nada quando Mantis também gargalhou contagiada pelo clima feliz da reunião.

— Nada, é só... Uma piada interna – Thor sorriu para esconder suas reais emoções e encerrar o assunto.


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