Quebrada escrita por MarcosFLuder


Capítulo 11
Infiltração e espionagem


Notas iniciais do capítulo

Já posso dizer que a fanfic está chegando em sua reta final. Ontem eu terminei a primeira versão do capítulo 14 e já posso dizer que é o anti-penúltimo capítulo. Mas vamos falar desse capítulo, que mostra o início da missão dos nossos Guerreiros Secretos. É também um capítulo com referências aos episódios 13 e 22 da terceira temporada, além de apresentar o que posso dizer ser uma antecipação do que veremos no episódio 14 da quarta temporada. Enfim, aproveitem o capítulo.



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FRONTEIRA RÚSSIA/OSSÉTIA DO SUL

24° MÊS

 

Uma grande aeronave pousou suavemente no único lugar da área externa da base em que podia fazê-lo. Tudo era acompanhado de perto por Daisy e os outros, ainda dentro da nave onde estavam. O sistema de camuflagem garantindo que pudessem observar tudo sem ser detectados. Estavam todos ali, se preparando para executar um plano arriscado, mas que se fazia necessário. Uma forte nevasca estava caindo agora, servindo como uma camuflagem natural para que o grupo pudesse deixar a nave e se infiltrar na base. Daisy e Ioiô estavam em suas posições, esperando a tripulação da nave americana desembarcar. Bobbi e Hunter, por sua vez, aproveitaram a cobertura da nevasca e avançaram, até chegarem à parte traseira do avião. Mike e Joey avançaram junto com o casal de espiões renegados. Todos estavam sincronizados, cada um sabendo exatamente o que fazer.

Daisy tinha um rifle de longo alcance, mas sua intenção não era matar ninguém. De início, ela buscou, entre os membros da tripulação americana, aqueles que eram os mais adequados para o plano que pretendiam executar. Ela não tinha muito tempo para agir, precisava fazer isso antes de seus alvos estarem numa posição que inviabilizaria o ataque. A mira de longo alcance lhe permitia visualizar os tripulantes americanos, que ela logo percebeu serem soldados altamente treinados. Finalmente, depois de muito procurar, encontrou dois alvos perfeitos. Ela se vira para sua companheira inumana, chegara o momento de pôr o plano em ação.

 

— É a sua vez Ioiô – nada mais precisa ser dito e a inumana velocista parte com toda rapidez para cima dos americanos.

 

Ioiô circula em volta deles. Sua alta velocidade criando um efeito na nevasca que os desorienta. Apesar desse efeito também prejudicar a visualização de Daisy, esta consegue acertar dois tiros bem dados. Não eram balas letais e sim ICERs. Ambos os alvos são derrubados, com Mike e Joey se encarregando de retirá-los rapidamente, ambos encobertos pela ação de Ioiô. Bobbi e Hunter, já devidamente paramentados, assumem o lugar dos soldados abatidos. Ambos se incorporando discretamente na retaguarda do grupo de americanos. Ioiô retorna para junto de Daisy, com ambas ajudando Mike e Joey a levar os soldados desacordados para a nave deles. Agora era esperar que Bobbi e Hunter pudessem ter tempo suficiente para descobrir o que precisa ser descoberto; antes de serem pegos, e provavelmente mortos.

 

AEROPORTO CLANDESTINO

GENEBRA

10 HORAS ANTES

 

O homem que todos conhecem como Desmond Norton viu todos aqueles carros estacionando próximos uns dos outros. De cada veículo saíam grupos bem heterogêneos de pessoas. Havia ali executivos de grandes empresas legais e membros de organizações criminosas de todo o mundo. Junto com essas pessoas se encontravam também representantes de diferentes governos. A diversidade do grupo podia ser um problema. Era para isso que havia uma guarda de segurança muito especial junto com ele. Desmond observava de longe, enquanto os soldados aprimorados a seu serviço continham os mais hostis.

Era uma contenção mais do que necessária. Havia ali representantes de organizações criminosas, empresas e países inimigos entre si, com seus respectivos corpos de segurança. A intervenção dos soldados aprimorados tinha também outra finalidade, que era dar uma amostra grátis do que todos ali estavam dispostos a comprar. Depois de serenados os ânimos, escolheu-se um representante de cada grupo ali presente para embarcar no jato que estava pronto para partir, este levando em sua área de carga um grande container. Desmond não foi com eles. Ele tinha um compromisso de fundamental importância em Moscou, praticamente na mesma hora em que o negócio seria finalizado. Tudo o que fez foi ligar para a pessoa que estava encarregada de cuidar da operação na base russa, avisando que o jato com os representantes dos compradores acabara de partir.

 

FRONTEIRA RÚSSIA/OSSÉTIA DO SUL

INTERIOR DA BASE MILITAR AVANÇADA RUSSA

10 HORAS DEPOIS

 

Marcus Scarlotti passou mais de um ano preso no buraco mais fundo que encontraram para ele. Foi essa a sua punição pelo atentado contra a ONU, numa tentativa da Hidra de incriminar a S.H.I.E.L.D., sem falar nos agentes que assassinara na Europa. Foi um período horrível de sua vida, tendo chegado a pensar que nunca veria de novo a luz do sol. Um pesadelo que terminou a poucos meses. Sua soltura foi obra de alguém que nunca vira em sua vida, que conhecia apenas como Senhor H. Parecia um nome tolo à primeira vista, como o de um vilão meia-boca de revista em quadrinhos. A gratidão dele, no entanto, jamais permitiria que expressasse esse pensamento em voz alta. Ele agora trabalhava para o Senhor H no fechamento de um grande negócio. Havia um problema, no entanto, e era justamente deste problema que estava tratando. Scarlotti falava com o intermediário do seu chefe, um sujeito com quem já tinha tido vários contatos, o mais recente poucas horas antes, chamado Desmond Norton.

 

— Eu sei que já tínhamos nos falado antes, mas achei necessário te ligar de novo. Os americanos acabaram de chegar – ele falava no celular com Desmond – não sei quem eles pensam que enganam. Até uma velhinha míope conseguiria ver que são soldados.

 

— Não faça nada até os americanos e os russos agirem – a voz de Desmond era ouvida pelo celular – será importante para os nossos outros amigos ver do que o nosso material é capaz. Por falar nisso, chegaram todos bem?

— Estão todos bem, embora haja bastante tensão entre eles – Marcus responde.

 

— Eu tive que lidar com muito mais tensão quando eles estavam com seus capangas armados – Desmond não parece preocupado – sobre o outro contratempo de que falei, o que você tem para mim?

 

— O oficial russo veio falar comigo um pouco antes de eu te ligar. Era sobre o grupo avançado do qual os alertamos – Marcus disse – ele enviou os seus soldados para interceptá-los, mas não teve outras notícias deles. É claro que não contei sobre o fato do nosso próprio pessoal ter jogado um míssil em cima de todos.

 

— Qual foi o resultado?

 

— Esse é o problema – respondeu Marcus – de início as comunicações do helicóptero disseram que o míssil atingiu a todos, mas depois perdemos o contato.

 

— Se alguém desse grupo avançado sobreviveu ao míssil, deve estar junto aos americanos que chegaram – a voz de Desmond no celular era firme – mantenha-se de acordo com o plano.

 

— A diretriz para os americanos e russos continua valendo?

 

— É claro que sim – Desmond respondeu no celular – deixe-os fazer o primeiro movimento, e só então tratem de matá-los.

 

******************************************

 

— Estamos dentro, Daisy – Bobbi sussurrava em seu comunicador – estão recebendo as imagens?

 

— Estamos sim, Bobbi – era Daisy quem respondia – procure focar no container de que a Ioiô falou.

 

— O container parece estar trancado – Bobbi responde, enquanto as imagens são observadas na nave que está camuflada – tem quatro mercenários em volta. É um número muito pequeno de seguranças para uma operação dessas. Isso é meio estranho.

 

— Temos outro problema – é Hunter quem fala agora, apontando sua câmera na direção de Marcus Scarlotti.

 

— Como esse cara conseguiu escapar do buraco em que o jogaram? – Bobbi se espanta ao ver o mercenário.

 

— Ele pode reconhecer vocês? – Daisy tem um tom preocupado ao perguntar.

 

— Ele pode sim, mas a minha maior preocupação é com o ambiente – Hunter faz um giro, mostrando as figuras presentes, cada uma mais ameaçadora e hostil que a outra – a Ioiô tinha razão, dá para cortar o clima de tensão aqui com uma faca.

 

— Mais um motivo para não aumentarmos essa tensão, Hunter – Daisy responde.

 

— É meio difícil para mim, ainda mais quando eu penso no desastre que foi a minha última visita neste país – ele se volta para Bobbi – você lembra docinho?

 

— Eu prefiro não lembrar, Hunter – Bobbi fala de um jeito que deixa claro preferir não continuar o assunto. Daisy chama a atenção dos dois discretamente. Ela vê pelas imagens que alguém se aproxima.

 

— Veja só como o mundo é pequeno – o sotaque russo era bem carregado, mas o inglês dele era perfeitamente compreensível – eu nunca imaginaria ver vocês dois novamente.

 

— Eu te conheço? – Hunter faz a sua melhor cara cínica, embora a figura não lhe fosse estranha. No olhar trocado com Bobbi, ele se dá conta de que a companheira o reconheceu.

 

— Eu é que fico espantada de vê-lo aqui – Bobbi sorri, tentando disfarçar a tensão – quer dizer que o senhor é o representante do governo russo nesta operação?

 

— Você teria algum problema em relação a isso, agente Bobbi Morse? – perguntou o russo.

 

— Eu me lembro dele – a voz de Daisy se fez ouvir, tanto para Hunter quanto para Bobbi – e vocês dois devem lembrar também. Ele era um dos que faziam parte do grupo de Anton Plekov, quando tentaram dar um golpe de Estado no primeiro-ministro russo – Hunter abre um grande sorriso ao ouvir o que Daisy disse.

 

— Participar de uma tentativa de golpe de Estado parece que não afetou muito a sua vida – Bobbi tomou a inciativa de falar.

 

— Isso são águas passadas, agente Morse – o russo sorria ao falar, um sorriso tenso que Daisy notou, através das imagens que Bobbi e Hunter transmitiam.

 

— Como foi que você escapou de ter que cortar madeira a -60°, num Gulag da Sibéria? – dessa vez foi Hunter quem perguntou.

 

— Somos uma democracia agora, meu caro – o representante russo ainda sorria – essas coisas não acontecem mais. O que me intriga mesmo é a presença dos dois aqui. Talvez eu deva perguntar ao representante dos Estados Unidos sobre isso.

 

MOSCOU

6 HORAS ANTES

 

O homem que todos conhecem como Desmond Norton mantém-se tranquilo, enquanto permanecia sentado no restaurante daquele hotel de luxo. Isso apesar de estar esperando a um bom tempo, pela pessoa que viera encontrar. Ele matou o tempo pensando no que estava acontecendo milhares de quilômetros dali. Tudo dando certo, em poucas horas o esforço estabelecido quatro meses atrás será recompensado. Isso é apenas o começo, mas o encontro de hoje é fundamental para que tudo continue dando certo. É com esse fim que ele espera calmamente pelo homem com quem negociará. O atraso deste não o preocupa. Era a típica atitude dos que se acham acima dos outros, de homens que gostam de ostentar poder. Ele estava bem tranquilo em sua espera, quando viu o russo chegar. A aparência rígida, o olhar desconfiado, tudo isso não assustava Desmond, nem mesmo os homens armados que o acompanhavam.

 

— Por favor, senhor Ivanov – ele se levanta, cumprimentando-o com uma leve reverência – fico feliz que tenha vindo.

 

— Não quero perder o meu tempo – disse o russo – trouxe o que me devem?

 

— Está tudo aqui – Desmond lhe entrega um grosso dossiê – tal como o Senhor H tinha prometido. Todas as respostas que o senhor vem buscando a tantos anos – Ivanov folheia o dossiê até encontrar a foto de um homem, alguém que ele logo reconhece.

 

— Vocês tem tudo sobre esse Phil Coulson no dossiê, menos como encontrá-lo – a voz de Ivanov tem um tom de fúria, como se este fosse incapaz de se expressar de outra forma.

 

— O senhor não precisa se preocupar em encontrá-lo – Desmond Norton diz calmamente – basta que mantenha o acordo que o Senhor H intermediou entre a sua pessoa e a senadora Nadeer. Isso fará com que Phil Coulson venha atrás do senhor.

 

— E o que esse Senhor H ganha com tudo isso?

 

— O Senhor H ajuda a sua pessoa a conseguir o que quer. A sua pessoa ajuda a senadora Nadeer a conseguir o que ela quer. A senadora Nadeer ajuda o Senhor H a conseguir o que ele quer – um discreto sorriso surge no rosto de Desmond Norton – é um círculo virtuoso em que todos ganham, senhor Ivanov. Por falar nisso, o senhor poderia me fazer o favor de comunicar à senadora Nadeer que a parte do Senhor H foi cumprida? Ele está muito ansioso pela resposta dela.

 

O russo faz um displicente gesto de assentimento para Desmond, enquanto seu rosto permanece sem expressão. Tudo o que homem conhecido como intermediário do Senhor H nota é o dele para a foto no dossiê. Era possível notar naqueles olhos, um desejo de vingança longamente acalentado. O sorriso no rosto dele, por sua vez, não tem qualquer traço de alegria. O russo se levanta sem nada mais dizer, tratando de ir embora. Desmond Norton o acompanha com o olhar, perdendo o interesse à medida que a distância entre os dois aumenta. Ao verificar as horas, seu pensamento já está em outro lugar agora, o russo totalmente esquecido para ele. O intermediário do Senhor H liga o seu notebook, olhando para as imagens da base russa, que aparecem em tempo real. Através dessas imagens, ele acompanhe toda a operação, ainda que a milhares de quilômetros de distância. Desmond Norton tem um breve momento de divagação, sua mente deixando-se levar pelas lembranças, por uma em específico, de poucos meses atrás.

 

LABORATÓRIO SECRETO

NOVO MÉXICO

20° MÊS

 

O homem que todos conhecem como Desmond Norton olhava para o local e não podia deixar de parabenizar-se pelo que conseguira. Equipamentos de última geração estavam instalados ali. Havia também uma equipe de cientistas com larga experiência no que se buscava obter com esse empreendimento. Era uma oportunidade sem igual, e que agora estava se tornando realidade. Ele olha para a câmera na parede sem preocupação, pois já havia garantido que imagens suas não apareceriam. Essa era uma garantia importante, enquanto via o cientista chefe do local se aproximar. Desmond já sabia exatamente qual pergunta iria ouvir.

 

— O senhor trouxe? – o cientista pergunta; a ansiedade estampada em sua face. Desmond abriu a mala que tinha consigo, mostrando o frasco cheio de sangue.

 

— Exatamente como o Senhor H tinha prometido – Desmond viu a satisfação no olhar do cientista – agora é preciso que vocês façam o seu trabalho. Precisamos de um soro o mais rápido possível para a nossa demonstração.

 

— Isso levará algum tempo – o cientista tenta argumentar – precisamos sintetizar esse novo elemento com o soro Extremix e o a fórmula do Calvin Zabo, isso sem falar nos testes iniciais com animais...

 

— Nada de testes com animais – Desmond retrucou – vamos direto para o teste em humanos. Já temos as cobaias para isso. Para começar a nossa operação vamos precisar de pelo menos 20 soldados aprimorados.

 

— Por que esse número em específico?

 

— Tudo foi devidamente calculado meu caro, incluindo as margens para situações imprevistas – Desmond respondeu – acredite quando eu digo que cada um desses 20 soldados aprimorados terão o seu papel neste início de operação – Desmond se aproxima do cientista, uma forma de dar mais ênfase ao que diria a seguir – o Senhor H quer esse soro pronto para comercializar em no máximo três meses.

 

FRONTEIRA RÚSSIA/OSSÉTIA DO SUL

INTERIOR DA BASE MILITAR AVANÇADA RUSSA

24° MÊS

 

— Acredito que a sua maior preocupação deveria ser com o nosso amigo Scarlotti ali – Bobbi aponta discretamente para o mercenário – isso se o seu objetivo é mesmo garantir que tanto o seu governo como o nosso se apodere de todo o soro, que provavelmente está naquele container.

 

— Vocês dois são agentes renegados – retrucou o russo – nenhum dos dois representa o governo dos Estados Unidos.

 

— Por isso mesmo que estamos aqui – agora é a vez de Hunter retrucar – o governo dos Estados Unidos não ia querer alguém que pudesse ser ligado a ele, se as coisas aqui derem muitíssimo erradas.

 

— E eu tenho certeza de que o governo russo tomou a mesma precaução – Bobbi meio que complementa o raciocínio de Hunter – isso certamente explica a sua presença aqui, quando deveria estar na cadeia por crime de alta traição – mal terminou de falar e Bobbi indica a Hunter que americanos e russos começam a se movimentar.

 

— Parece que o show vai começar – Hunter se dirige ao russo – é melhor esquecer seus problemas conosco e assumir a sua posição, meu caro – mesmo contrariado, o russo faz o que Hunter diz.

 

— Parece que vai começar a ação conjunta dos russos e americanos, Daisy – Bobbi se comunica com a nave, enquanto ela e Hunter assumem uma posição, ainda na retaguarda do grupo de americanos. A espiã olha discretamente para Scarlotti, este está agora com os outros mercenários, todos em frente à porta do container. Ela olha para Hunter, um ar muito preocupado em seu rosto, enquanto volta a se comunicar com a nave – tem algo errado pessoal, tem algo muito errado.

 

**************************************

 

A ação de americanos e russos é bem coordenada, como se tivessem ensaiado. Todos sacaram suas armas, rendendo Marcus Scarlotti e seus mercenários. Nenhum deles oferecendo resistência. Os representantes de empresas, outros governos e organizações criminosas também são rendidos. Tudo parece de acordo com o plano original. Os mercenários de Scarlotti estão devidamente rendidos. O mesmo com os representantes dos demais compradores. Tanto o comandante russo, quanto o americano estão bem satisfeitos com a operação. Ambos estão prontos para abrir o container e conferir o que vieram buscar, promovendo a divisão combinada. Uma voz, entretanto, se faz ouvir.

 

— Não abram esse container – Bobbi gritou, mesmo sabendo que se revelaria ao fazer isso – é uma armadilha.

 

— Quem é você? – o segundo em comando dos americanos é quem diz. Este e os demais soldados automaticamente apontam suas armas para Bobbi, com ela e Hunter sendo rendidos.

 

— Eu conheço esses dois – é o represente russo quem diz – eles não estão com vocês?

 

— É claro que não – o oficial americano olha para seus comandados – o Clay e a Harmon não estão aqui – ele aponta uma arma para Bobbi – o que fizeram com eles?

 

— Ambos estão vivos, eu juro – Bobbi responde.

 

— Nós também estamos aqui cumprindo uma missão para o governo dos Estados Unidos – Hunter se esforça para ficar entre Bobbi e a arma do comandante americano, mas é contido por dois soldados. Ambos são também revistados e todo o material eletrônico deles é apreendido.

 

— Eles estavam transmitindo imagens e se comunicando com alguém de fora, senhor – o soldado se dirige ao comandante americano.

 

**********************************

 

Daisy e os demais assistem tudo da nave. Todos buscam memorizar as posições de cada pessoa no lugar, possíveis esconderijos e rotas de fuga. Daisy repassou com todos o que cada um deveria fazer assim que entrassem. As instruções são interrompidas com o alerta de Bobbi, fazendo com que a jovem inumana indicasse para o piloto posicionar a nave deles bem acima do galpão da base. Todos estão em posição, esperando o sinal de Daisy para agir. Esta se mantém atenta às imagens, até notar um grande problema. Ela vê quando armas são apontadas na direção de Bobbi e Hunter, e tenta se comunicar com a companheira.

 

— O que está havendo Bobbi? Bobbi, está me ouvindo – ela não obtém qualquer resposta, pois algo interrompeu as comunicações e as imagens. Ela se volta para Ioiô, Mike e Joey – se preparem, nós vamos entrar.

 

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Marcus Scarlotti observava de longe a discussão que envolvia duas pessoas rendidas. De onde estava era difícil saber quem eram, mas se deu conta que as atenções estavam voltadas para isso. Era a hora perfeita de agir. Apenas dois homens mantinham a ele e seus colegas, rendidos. Essa distração inesperada tornava tudo ainda mais fácil. Um breve olhar foi o suficiente para que os outros mercenários entendessem o que era para fazer. Marcus fez o primeiro movimento, derrubando um dos soldados. O outro foi derrubado por dois de seus parceiros. Não havia tempo a perder e o mercenário destrancou rapidamente o container. Quando os demais soldados, tanto russos quanto os americanos perceberam, um grupo de 10 soldados aprimorados saiu do container, todos já de armas em punho.

 

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Apesar de rendidos, Hunter e Bobbi foram os primeiros a ver os soldados aprimorados saindo do container. Ambos sabiam que seria inútil enfrentá-los abertamente. Assim que o tiroteio começou, a primeira ação dos dois foi buscar um abrigo. A agilidade, força e reflexos desses soldados aprimorados eram impressionantes. Em pouco mais de 1 minuto, mais da metade dos russos e americanos já estavam mortos. Os que sobreviveram ao primeiro ataque fizeram como Bobbi e Hunter e buscaram se entrincheirar do jeito que podiam. O enfrentamento no corpo a corpo era perda de tempo, tudo o que podiam fazer era atirar. Um dos soldados aprimorados apareceu com a maior bazuca já vista por alguém e atirou contra a frágil proteção dos sobreviventes, deixando-a em pedaços. Sobraram vivos apenas Bobbi, Hunter e mais alguns soldados, entre russos e americanos. Os soldados aprimorados avançam para terminar o serviço, quando uma grande explosão ocorre, derrubando parte do teto da base.

 

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Marcus Scarlotti apenas observava tudo. Ele tinha um enorme sorriso em seu rosto, enquanto via o massacre promovido pelos soldados aprimorados. Tudo o que estava vendo fez com que o mercenário, que era muito relutante sobre a ideia de usar o soro, repensasse o seu posicionamento. Scarlotti sempre desconfiou do que chamava de “essas coisas químicas”, mas ver os soldados aprimorados em ação despertou nele o desejo de partilhar desse poder. Entretanto, aquele era o momento de fazer o que lhe cabia, com ele e seus homens cuidando de manter os demais compradores a salvo, apenas para que assistissem a demonstração. Tudo parecia ir muito bem, até que uma violenta explosão derrubou uma boa parte do teto da base. Ele viu objetos caindo, provocando uma nova explosão, agora sonora, afetando a todos no local. Marcus Scarlotti sabia o que aquela explosão sonora antecedia, e mesmo sentindo os seus efeitos, pôde ver quatro pessoas descendo por cordas.

 

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Daisy sabia o que devia fazer assim que as comunicações e imagens cessaram. Ela, Mike, Joey e Ioiô se prepararam para invadir a base russa imediatamente. Todos ali sabiam quais eram suas funções, cada um devidamente instruído. Assim que o teto do lugar foi detonado, cada um jogou a sua bomba sonora, antes de descerem. Eles precisavam de alguns segundos preciosos, pois já tinham uma boa ideia do que iam encontrar lá embaixo. Os quatro desceram por suas cordas com toda a rapidez. Enquanto desciam puderam visualizar a situação, já se posicionando de acordo. Como esperado, Scarlotti e seus mercenários estavam provisoriamente fora de combate, mas os soldados aprimorados não. Daisy imaginou se eles já estavam prevenidos pelo que aconteceu no banco, onde enfrentara seus cinco colegas já mortos. Ela levou apenas um segundo pensando nisso. Havia algo mais importante com que lidar agora, como o fato dos soldados aprimorados estarem com todas as suas armas apontadas para o grupo que liderava. Mal tocaram no solo e várias rajadas de balas vieram na direção de todos.


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Notas finais do capítulo

Capítulo 11 postado como prometido. No próximo domingo tem o capítulo 12. Aguardem.