Suigetsu’s POV

— Quantas vezes já pedi para não se meter nos meus experimentos? — ela gritou comigo e percebi que Karin não estava em um bom dia. Mulheres...

— Pensei que talvez você precisasse de uma mão. — respondi sorrindo, o que provavelmente faria qualquer outra do sexo se derreter, mas não Karin. Ela levantou a sobrancelha e apertou o botão de ligar da centrífuga que começou a fazer um barulho escandaloso. A ruiva se virou de costas para mim e se dirigiu a bancada, voltando a pipetar a solução em outros três eppendorfs.

E assim, eu fui ignorado! Completamente largado em um canto do laboratório!

Mas se Karin havia acordado mal-humorada hoje, eu havia acordado o completo oposto, e meu bom humor significava perturbar as pessoas ao meu redor.

A centrífuga parou de fazer barulho e eu me aproximei da máquina colocando a mão na tampa. Karin apareceu bufando por eu ainda estar ali.

—Me dê licença, cabeça de tubarão. — ela resmungou enquanto cutucava a minha mão. Karin podia perfeitamente tirá-la dali, mas eu sabia o quanto ela gostava de dar ordens, e principalmente que a respeitassem. Então como um bom amigo, eu mantive a minha mão ali.

—Sabe, Karin, eu acho que você precisa de ajuda.

—E eu acho que você devia ir a merda, Suigetsu! — eu ri da sua direta e ela só revirou os olhos. —Ande, tire a mão daí! Orochimaru me pediu para terminar essa análise até hoje e preciso enviar amostras para o Juugo analisar no RMN antes das 17h.

—E é por isso que eu acho que você precisa de ajuda. — Minha mão ainda estava na centrifuga e pelo canto do olho, pude ver que a mão dela estava se aproximando.

—Vai a merda. — ela me falou novamente. É claro, não tinha nenhum toque delicado quando nossas mãos se encontraram, mas então eu senti um choque. Haveria eletricidade estática ali?

Pelo visto, ela também havia sentido, pois olhou para mim com uma expressão de choque. Eu fiquei concentrado olhando aqueles olhos tão peculiares escondidos atrás dos óculos e me veio a cabeça que Karin tinha os olhos mais fascinantes. Não demorou muito para a expressão dela mudar de confusa para irritada.

—Já chega, Suigetsu, você só está me atrasando! Saia! — gritou em meu ouvido e eu vi que ali era o limite da minha perturbação. Sem muita escolha, saí do laboratório deixando uma ruiva bufando de raiva para trás.