Não era fácil para Molly Weasley cuidar daquelas duas pestinhas. Nunca seria, ela conseguia ver. Seu rosto enrugou em uma carranca quando avistou o gêmeo mais velho — por cinco minutos — George, correr até abraçar suas pernas.

Nada bom vinha daquele ato.

A mulher ruiva colocou as mãos na cintura, notando o rosto corado e sardento espiá-la por entre a franja. O garotinho riu, puxando a mãe pela mão.

— O que vocês aprontaram dessa vez, George? — ralhou, se deixando ser levada.

— Mas mamãe, eu sou o Fred — disse a criança de oito anos, estufando as bochechas — Francamente...

— Querido, desculpe — continuou Molly, chegando até o jardim com a mão agarrada firmemente pelo menino — O que houve aqui?

— Mamãe — gritou o outro gêmeo, mostrando com um sorriso o que haviam feito.

Arthur estava sorrindo de forma brilhante para a esposa, ao lado de Fred. Ele e os gêmeos haviam montado em seu jardim um típico cinema trouxa, com uma tela improvisado e alguns rolos de filme. Um sofá, que ela notou ser da sala, estava colocado em frente a uma mesinha com sucos e doces, que provavelmente Arthur havia feito quando ela estava cuidando das crianças.

— Achamos que você merecia um dia de descanso, amor — disse o pai da família, notando quando George carregava Molly até onde eles estavam — E fizemos isso para você.

— Vocês — corrigiu Fred, piscando os olhos — George e eu iremos brincar lá em cima, temos alguns experimentos pra fazer.

— Oh por favor, não destruam nossa casa com explosões outra vez — brincou Arthur, piscando em agradecimento para os dois garotinhos. Eles riram e acenaram para os pais, correndo para dentro da Toca.

Molly observava tudo com um semblante feliz. Sentiu os braços do marido circularem sua cintura e se deixou relaxar contra ele, repousando suas mãos sobre as de Arthur. Deslizou os polegares pela pele um tanto áspera do homem, e suspirou.

— Então, o que acha de um filme?

— Eu acho perfeito, querido. Perfeito.