Venha Comigo. vol 7: Charme e Perigo escrita por Cassiano Souza


Capítulo 1
Time TARDIS contra a CIA


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO! Esta história será intensa, porém leve, e não tão dura quanto os volumes 3,4, e 6. Então, leiam com a mente livre, e se divirtam, mas, ao mesmo tempo não tão leve quanto o 2 e 5, é mais séria do que ambas. Todas estas histórias são feitas para serem umas o contrário das outras, então pode parecer uma saga bem esquisita, mas é assim que eu sempre quis a sua dinâmica. BOA LEITURA! Adorei o capítulo, e como já dito na sinopse, altas referências a Chuck.



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INGLATERRA/ YORK/ ANO DE 1996/ ALGUMA CASA NO SUBÚRBIO

O ventilador sobre a mesa de canto, girava tranquilo, em seu típico vai e vem, trazendo frescor, e talvez, até mais tranquilidade. E o escuro do quarto, trazendo o leve e doce terceiro sono. Liz, dormia, e talvez, até sonhasse com algo de proveitoso, após, o dia cansativo em mais um caso do P.R.O.B.E. O cobertor, cobria-a até a cintura, e o telefone celular enorme sobre a mesa ao lado, trazia-a de volta ao mundo real, de problemas e desolações, tocando estridente.

A mulher assopra emburrada, e apanha o aparelho, atendendo-o mais do que indisposta:

— Bryce Larkin. Espero que tenha um bom motivo para me atrapalhar num momento destes. Sabe o quanto tive de correr hoje?

— Liz! Apenas me escute, e por favor, por favor... Faço o que eu lhe mandar! - Possuía um tom bastante agressivo. E estava ele, num beco escuro, escondido atrás de sacos de lixo.

— Vá se ferrar.

— Não, você não está entendendo. Ouça, não é um truque, não é uma brincadeira, é tudo sério, muito sério!

— Do que está falando?

— Você precisa sair daí, precisa pegar a minha maleta, e procurar ajuda!

— Sua maleta?! - Sentou-se na cama.

— Na sala, em baixo da mesa de centro! Pegue-a e fuja, saia já daí!

— Não sem você.

— Eu já estou condenado, Liz, e longe, apenas ganhando tempo para você. A Bolha nos descobriu, ela sabe de mim, de você, e do Intersetorial.

— Você me disse ser o último da CIA futura, me disse ser um viajante do tempo, mas nunca disse nada de muito claro sobre o que seria esse Intersetorial. O que significa?

— Significa perigo, Liz, perigo e poder. Um poder que não podemos deixar cair nas mãos erradas, e que você deve proteger com o preço de sua vida agora!

— Isso é loucura! Onde está? Vou te buscar.

— Não há tempo! E você não deve. Como eu já disse... Fuja!

— Mas a minha família... Eu não posso largar tudo!

— Os seus filhos e netos estarão bem!

— Bryce, está com uma corda no pescoço agora, não pode me dizer isto!

— Posso, pois você não estará mais aqui para que alguém a ameace. Você irá para casa, para a minha casa.

— Não seja louco!

— É o único jeito! Vá até a maleta, e o meu manipulador lhe guiará até lá. Deixei as coordenadas travadas, portanto se um dia o-perder para a Bolha, não terão tanto proveito.

— Eu não posso fazer isso.

— Pode, pois se você não fizer... Diga adeus ao belo futuro que a humanidade possa ter, Liz. E quer e imagina uma boa jornada para a nossa raça, certo? Pois bem, depende de você.

— Bryce...

— Na maleta também há dinheiro, mapas, e o principal. Sabe o que é o principal? Exato. Proteja-o. - Deu uma pausa engolindo a seco. – Até a morte.

— Eu não queria que esta fosse a nossa última conversa.

— Ninguém queria, cara parceira, ninguém queria. E antes de ir... Eu só queria dizer que, eu te amo.

— O quê?! - Recua Liz com os ombros, não imaginava aquilo, e com certeza menos ainda naquele momento e situação. 

No entanto, sem dar longevidade a conversa, tudo o que Bryce pronunciou após a pergunta, foi um estridente e agoniante grito de dor. Liz não entendia o que poderia ter ocorrido, mas, escutava os berros, e imaginava a tragédia já consolidada, onde em imediato, desligou o telefone, e atirou-o para longe.

Com Bryce, uma mulher loira e uma negra apontavam-lhe armas, tendo elas, atirado em suas pernas e braços. Lhe torturariam, e lhe roubariam informações. Queriam saber: “onde está o Intersetorial? ”.

Porém, Liz, corre com toda a urgência e agonia do medo e pavor a berrarem em seus ouvidos, rumo ela, até a mesa de centro, onde apanha em imediato a maleta, e logo, as chaves do carro sobre o balcão da cozinha. Veste um casaco qualquer do mordomo mudo, e dirigisse até fora do lar. Liga a velha Bessie amarela, um cadillac, e parte apressada.

Bryce havia dito para usar um dos artifícios da maleta, mas, não era o que a ruiva estava a fazer. Ela comenta consigo mesma:

— Velho amigo, esteja por perto, eu preciso de você agora.

Virou a esquina.

***

PLANETA NOVA TERRA/ CIDADE DE NOVA NOVA SÃO FRANCISCO/ ANO DE 900.500.000,00/ ALGUMA CASA DE ALUGUEL NA PERIFERIA LESTE

O despertador tocou, e 7:30 da manhã ele gritava, como o programado, com a sua voz eletrônica enraivada, ordenando ao seu dono que se levantasse, pois, era domingo, dia de trabalho. E então, que fosse escovar os dentes, passasse um paletó não tão esfarrapado, e fosse para as suas entrevistas de emprego, e também a caça de empregos, em entregar currículos.

O acordado, era um jovem, não algum adolescente, mas, ainda jovem. Possuía traços do que seriam de descendência indiana, na perspectiva humana da cidade, e a pressa de um cavalo robótico de corrida tradicional. Nem ao menos, se preocupou em preparar um café, apenas, tirou o pijama o mais depressa possível, bagunçou o cabelo, e partiu para o guarda roupa, de portas remendadas. Retirou o seu traje formal de sempre, a qual, possivelmente passou pelas mãos de seu pai e avô, e logo, enfiou-se nele, pelo modo de reintegração de matéria. Porém, era tão velho o traje, que ele teve de ser vestido da forma antiquada de milênios atrás, manualmente. E juntamente, vestiu o seu querido cachecol, também de família, listrado de vermelho, verde, amarelo, branco e marrom.

Logo em seguida, o rapaz segue para fora de casa, e parte pelo transporte público de 30 créditos leves, e 2 pesados, um ônibus anti-gravitacional de 8 décadas de trabalho, e já bambeando as janelas.

Chega-se então ao centro, e carros e mais carros trafegavam em fileiras na vista celeste, enquanto multidões de pessoas, se esbarravam na vista terrena, na frenética correria de trabalho e urbanidade, por entre os prédios de 1500 andares, ou 2000.

O rapaz, é recebido em sua primeira entrevista do dia, numa loja de eletrodomésticos chamada Compre Mais, onde enquanto ele encarava sorridente para o futuro possível chefe, o futuro possível chefe encarava a sua ficha médica, e dizia após isto:

— Não. Sinto muito. Este emprego não é pra você.

O sorriso do pobre garoto se dissolveu por completo.

Porém, haviam mais oportunidades. E na segunda entrevista, numa empresa de robôs das industrias Volkoff, disse o futuro possível chefe:

— Não.

Outro baque. O rapaz agradece, e parte para a terceira e última entrevista, em uma iogurtería, chamada Laranja Laranja. Mas, como a sua mãe sempre dizia; “toda maçã achada inteira na lixeira é apenas porque ainda não estava pronto para ser colhida”.

O terceiro futuro possível chefe, encara de sobrancelhas duvidosas para o currículo e ficha médica, mas, logo sorri largo, e comenta empolgado:

— Terá um grande futuro pela frente, meus parabéns.

O jovem esfrega as mãos felicitado. O homem a frente termina:

— Mas hoje para você será “não”, meu rapaz. Sinto muito.

O sorriso morreu novamente.

Porém, dando um último aperto de mãos no ex futuro chefe, parte o jovem rumo à caça de empregos, entregando currículos e mais currículos, por todos os estabelecimentos a sua frente, arredores, e em cima de si, pelas empresas flutuantes. Mas, nada, ninguém praceia querer ele por perto, ninguém praceia precisar dele. Pobre coitado. O que acontecia, era que ele possuía certos detalhes em sua saúde que comprometiam a seleção, já que o mercado atualmente buscava praticamente a “perfeição”, e abandonava quem não estivesse “de acordo”. O jovem, possuía dois detalhes que não agradavam aos patrões, sendo, problemas cardíacos e de audição. Não queriam pagar vale saúde, então, era sempre mais barato ter robôs.

E chateado, cansado, e entristecido, senta-se o desafortunado homem num banco, embaixo de uma arvore, na praça central número 2.

***

Na praça central número 2, uma dupla sorria e tomava sorvetes de casquinhas, de mãos dadas. Eram eles, um homem branco de sobretudo verde, e cabelos longos castanhos, e uma mulher branca, de cabelo ruivo, e casaco negro felpudo. O homem, se referia a mulher como “Grace”, e a mulher, se referia ao homem como “Doutor”.

Os dois, haviam passado antes dali, pelos tradicionais bondes elétricos da cidade, cruzando as ladeiras monumentais, e avenidas verticais. Haviam tomado sol na praia, e comido camarões fritos, num restaurante na Nova Nova China Town, chamado Gafanhoto Dourado. Haviam também ido até a feira de coisas encontradas debaixo da ponte Golden Gate, e admirado as estatuas pornográficas, intactas, mas, que deviam estar danificadas pela acidez dos mares, porém, que não estavam.

No entanto, agora estavam ali, na praça, e indo rumo ao velho e Novo Novo teatro War Memorial Opera House, o maior e mais espetacular teatro que todas as São Franciscos já tiveram. Porém, estando estampado um enorme cartaz vermelho nas portas do teatro, o Doutor logo exclamou:

— Ah não, Grace! Fechado?!

— Disse que estaria aberto! - Lembra Grace. – Disse que sempre está aberto! Disse que sempre vinha aqui, e sempre lhe recebiam com fogos!

— Sim, longa história, salvei a cidade anos atrás, de uma bomba nuclear, usando suco de maçã, de caixinha. E a cara da minha sétima vida está agora estampada em todas as moedas de um centavo.

— Um centavo?!

— Sim, mas não é tão humilhante o-quanto parece. - Exibiu uma moeda, sorridente.

— Mas veríamos Romeu e Julieta, e os clones de Puccini e Shakespeare, em um duelo de rimas. Isso não é justo, está fechado!

— E, por tempo indeterminado. Trágico. Mas, por sorte, temos a TARDIS.

— Sugere voltarmos alguns dias ou meses atrás, senhor Doutor John Smith? - Se encaravam provocantes, talvez, flertando.

— É claro que sim, senhora doutora Grace Holloway. Mas, antes, devemos ter certeza sobre os motivos do fechamento. Grace, abordagem local, você é boa nisso. Onde?

— Vamos ver... - Encarou envolta, fitando ao transito, senhoras passeando com cachorros robôs, ou moradores de rua, montando barracas de isopor, por debaixo das arvores. No entanto, também viu um jovem de traços indianos e cachecol de listras vermelhas, verdes, e marrons, sentado entristecido em um banco. – Rha! Ali. - Apontou.

O jovem, encarava sem foco para a vista, e a vista, igualmente para ele, era como, se nem ao menos estivesse ali. Sentia-se como um grão de areia, um grão de areia numa praia, uma praia enorme, uma praia cheia, porém, onde apesar de todo o alvoroço local, você não passava de um fantasma, talvez.

— Dia difícil, soldado? - Indagou a voz da ruiva, surpreendendo o rapaz, onde ele até mesmo se assustou, e encarou-a amedrontado.

— Mais ou menos difícil, sabe como é agora.

— Sim, pois é, eu sei como é agora. - Não sabia de nada, mas achou estranho aquele “agora”. – Sempre vem aqui?

— Ah... Sim, sempre gostei daqui. Mas estou cansado de ir de prédio em prédio, e... Bom, essa praça é bastante agradável. Até já posso ver o meu futuro. - Sorriu, fitando os moradores de rua.

— Sabe o que é? Eu e um amigo... - Olhou para o Doutor, vindo até ela. – Eu e ele somos turistas, de Nova Nova... Burbank, é isso. E... Queríamos ir visitar o teatro principal, mas ao que tudo indica, está fechado por tempo indeterminado. Por que estaria? Poderia nos dizer? O cinema também estava, e o museu.

— Ah, sim. O prefeito atual fechou todos os postos culturais. São todos os teatros, cinemas, museus, bibliotecas e tudo mais do tipo também. E eu sei, um saco.

O Doutor e Grace, acabaram sem palavras. Como o futuro de tantos e tantos milhares de anos à frente estaria por condenar a cultura? Isto soou como o mais absurdo dos fatos para a dupla da TARDIS. Grace, olha abismada para o Senhor do Tempo:

— É sério isso?

— Temo que sim. - Respondeu ele. – No entanto, isto não ficará como está, eu lhe prometo. Não são cortes de gastos, a cidade esbanja capital, Golden Gate é todos os anos foleada a ouro. - Mirou o olhar sério para o rapaz. – Preciso saber do nome do prefeito e onde fica a nova prefeitura. Pode nos levar até lá?

— Não encontrará o prefeito Big Mike na prefeitura neste dia. - Respondeu o rapaz.

— Por que não?

— Hoje é a festa de formatura de sua filha.

— E foi convidado?

— Não! Nem tenho onde cair morto.

— Pena, eu e Grace precisamos muito estar lá.

— E iremos. Não iremos? - Indagou Grace, retirando a chave de fenda sônica do sobretudo do Doutor. – Passes sujos, mas... Passes sujos do bem.

— Usada em excesso.

— Devíamos inventar uma nova bugiganga?

— Não, esta é excelente. Comeremos caviar e beberemos champanhe. Quem disse que não estamos na lista de convidados agora? - Tomou a chave sônica, sorrindo animado para a humana, que igualmente fazia.

Deram as costas, e deixaram o coitado local para trás, vendo-os partir. Mas, logo o Senhor do Tempo volta apressado até ele:

— Ainda não sabemos onde é a festa. E, você foi uma pessoa excepcional. Quer um emprego?

— Como sabe que eu preciso de um?  

— Com a Grace, você disse estar olhando para o seu futuro, ao encarar os moradores de rua. Parece alguém empregado?

O jovem, cala-se triste. O Doutor termina:

— Te arrumo algo no buffet da festa. E se o meu “passe sujo” não funcionar... Ainda tenho os meus contatos.

O rapaz sorri duvidoso. Grace indaga:

— Doutor, você por acaso não é quem ensinou os mestres cuca desta cidade a cozinha, é?

— Não! Claro que não. Mas Michel Bras sim. Eu apenas trazia ele.

— Mas ele é simplesmente um dos maiores e melhores chefes de cozinha da França!

— Sim, eu sei. Mas o biscoito com coulant de chocolate foi ideia minha, roubada.

— Não minta.

— Já parei.

Grace e o Doutor, tagarelavam, e o nativo amigo, observava curiosamente abismado. Quem eram aquelas pessoas falando coisas tão malucas, das quais ele jamais havia escutado? E como poderiam ser tão gentis? Se disseram “turistas perdidos”, mas, ao mesmo tempo, se mostravam seguros em querer confrontar o prefeito. E por fim, disse o estranho cabeludo de sobretudo verde, dando de costas:

— Sigam-me os bons, temos talvez um bolo para comer.

— Temos, mas, lado errado, senhor. - Responde o nativo, levantando-se do banco. – Por ali. Sigam-me.

E apontando para um enorme e belo prédio dourado como ouro, seguia o jovem na frente, e a estranha dupla de mãos dadas atrás.

***

PRÉDIO DE ESPAÇOS PARA EVENTOS/ HORAS DEPOIS/ TERRAÇO/ FESTA DE FORMATURA

O Doutor, por meio de seu “passe sônico”, havia conseguido se incluir junto a Grace, na lista de convidados, e através de seus contatos, incluir o jovem e gentil rapaz recém conhecido até a cota para humanos, no buffet. Era um dos poucos cinco humanos servindo como garçons ali, pois, os outros vinte restantes, eram todos robôs.

E os convidados, todos da mais alta sociedade Nova Nova são franciscana, sendo, desde os maiores médicos, empresários, bancários, ou famosos, sendo da TV e musicais, ou por recordes em plásticas. E também, é claro, a família e amigos da formanda. Mas, todos estes, bastante pomposos e bem arrumados, em seus trajes de grife interestelares, e chapéus de pena e brilhantes.

Na decoração local, várias mesas de toalha vermelha de veludo, e jarros de flores ou velas, e balões vermelhos e brancos. E num canto do terraço, um pequeno palco com uma banda, a famosa dupla dos Jeffsters, tocando You Know my Name. Mas, também serviria o palco, para que o prefeito e a sua filha dissessem algumas palavras.

O Doutor, pretendia conversar com o tal prefeito Big Mike, mas, ele estava numa mesa distante, cercada por seguranças. Então, de sua mesa junto a Grace, o Senhor do Tempo apenas esperava um momento oportuno. A ruiva comenta:

— Dia incrível, senhor incrível. - Petisca um tira-gosto, sobre um prato na mesa.

 – Mediano.

— Não! Fez uma boa ação, e estamos numa festa de gala agora. Mesmo... Mesmo não tão bem vestidos quanto os outros.

— Sim, estamos um lixo.

Os dois riem, e param ao perceberem o brilho de felicidade em cada um de ambos os olhos. Grace pede algo:

— Seja sincero, frio, e cruel. Digam-me a verdade, e responda, os centros culturais fechados e este dia maravilhoso... Tudo não quer dizer uma possível desgraça, quer? Já chaga de desgraças! Já vimos um futuro terrível antes desse, e queria finalmente encontrar o futuro lindo ao qual já me prometeu.

— Quer saber se tudo ficará bem, Grace? Eu não posso responder.

— Você nunca sabe, não é?

— Não. - Confirmou, sorrindo triste.

Grace devora outro petisco, tentando desviar os pensamentos:

— Certo, ok, tudo bem. - Comentou de boca cheia. – Tudo bem, nem sempre tudo é excelente, fabuloso, e excepcional, mas... Seguramos as pontas. - Engoliu o petisco, quase entalando.

— Sim. - Sorriu, tocado a mão da acompanhante, que correspondeu igualmente.

— O casal aceita champanhe? - Perguntou o amigo da praça, agora, já como garçom, com uma bandeja de taças de champanhe em mãos.

O Doutor e Grace, afastam as suas mãos umas das outras, e olham envergonhados para o outro:

— Aceitamos. - Aceita Grace, pegando uma das taças. – Mas não somos casal.

— Sim, não. - Corresponde o Senhor do Tempo, também apanhando uma taça. – É complicado.

— Como um arco-íris. - Pigarreia Grace, baixo.

— Bem, era o que parecia, mas vão desculpando. - Pediu o jovem. – E obrigado mais uma vez, você salvou o meu dia, senhor!

— Ora, nada demais, disponha. - Dispensa o Doutor.

— Mas você nem ao menos se apresentou ainda. - Nota Grace. – Eu me chamo Grace, Grace Holloway, e meu amigo se chama Doutor, e só Doutor, então não adianta perguntar “Doutor quem?”.

— Certo... Doutor. Talvez signifique algo! Tive um vizinho que só o-chamávamos de o vizinho. - Comenta o nativo. – Já o meu nome é... Lermin, Lermin Dhawan.

O Doutor sorriu, e Grace, se mostrou curiosa:

— Já conheci um Lermin. Doutor, você se recorda?

— Nunca ouvi falar. - Deu um gole no champanhe.

— Ora, como não?!

— É uma homenagem. - Responde Lermin. – No passado de nosso povo, Lermin foi um bravo herói, e escapou milagrosamente de um refúgio contra os Cybermans, e logo ajudou a eliminar e trancar as tumbas pela galáxia. Ele deu a sua vida. E... Até mencionou antes de tudo... Ter tido a ajuda de seres fora da compreensão humana! Sendo apenas... Um casal misterioso.

A ruiva e o amigo, se entreolham cautelosos, dando um gole em suas taças. Grace pigarreia:

— É, é uma bela história, mas, pensando bem... Acho que realmente eu nunca conheci nenhum Lermin. Além de você, é claro!

— Que pena, se o-conhecessem saberiam do que eu estou falando. Hoje em dia, os Cybermans estão praticamente extintos! Porém, não querem ouvir histórias bobas, deixem-me continuar.

Lermin, continua o seu trabalho, e o Doutor e Grace, a saborearem a sua bebida. O prefeito, sobe até o palco, e ajeita o microfone a sua frente. O Doutor comenta:

— Veja, Grace, é o prefeito.

— Continua cheio de seguranças. Como vai fazer?

— Sendo como sempre sou, sendo esperto e inteligente. - Piscou para a amiga.

O prefeito começa:

 – Bem, olá a todos. E... Como começar este discurso? Como dizer quão grande e imensa é a minha felicidade? Hoje, é a festa de formatura da minha filha! O meu bebê! Com os seus 30 anos.

Deu uma pausa, contendo as lagrimas. Mas, logo continua:

— E devo dizer... Filha, tenho um enorme orgulho de você. Hoje é finalmente uma engenheira de verdade, não mais uma aluna cheia de espinhas, e deveres de casa atrasados. Eu e a sua mãe lhe fizemos com tanto amor, com tanto prazer... - Parou imaginando como ocorrera o caso. – É, foi com muito prazer.

Os convidados riem, e a esposa e filha, cobrem os seus rostos, da mesa de onde estavam. E da frente do palco, uma mão apontava um objeto longo e eletrônico para o prefeito. Ele franze as sobrancelhas desentendido, e os seus seguranças, apontam as suas armas. O sujeito, engole a seco, mas se explica: 

— Não atirem! Não sou um fã fanático ou... Terrorista. Sou inofensivo, sou um jornalista. John Smith, do The Mirror.

— Ah, aquele fofoqueiro cheio de previsões malucas. - Comenta o prefeito. – Mas não me lembro de conhecer nenhum John Smith, e muito menos de tê-lo convidado!

— Sim, sou primo de terceiro grau de um de seus primos de terceiro grau.

— Então somos parentes?!

— Acho que... Sim! Distantes, mas sim, parentes. Sabe aquela sua tia-avó que foi pra Burbank e nunca mais voltou? Pois é, é daí que eu saí. Temos até os mesmos olhos.

— É, ok. Então pode me entrevistar, primo repórter. Só não me recordo desta tia. 

— Longa história. - Riu largo, tentando passar convencimento. – Mas o caso é... Todos os centros culturais da cidade foram fechados. Simplesmente fechados, mas, não por falta de verba, já que esta cidade é uma das maiores em fluxo turístico. Significavam a alma desta sociedade, eram a sua história, as suas conquistas e dignidade, e... Fechados?! A saciedade pode acabar agora em um ninho de fascistas, mais do que nunca.

— Primo, eu entendo que para você da cidade colorida a arte é sempre fundamental, mas... Estamos na festa de formatura de minha filha! Não venha discutir política aqui! O que você é, centro esquerda? Pergunte sobre a minha felicidade!

— Ora, primo Big Mike, qual é? Eu e minha esposa cruzamos o atlântico, só para chegar até aqui. Quebre-me este galho! - Cochicha por último. – Preciso de um aumento.

— Ok. - Revirou os olhos, pensando melhor. – Mas a sua esposa... É bonita?

— Belíssima! - Apontou para Grace, ainda na mesa. E ela, corresponde com um sorriso largo fechado, e um “tchauzinho”

— Certo. O negócio como você sabe, é que há três anos atrás, passamos por uma pandemia gigantesca, e por pouco, toda a economia e população não foi liquidada. Agora, fecho tudo o que considero “não essencial”, para... Investir nos novos projetos de infraestrutura... - Não parecia querer terminar. Mas, termina. – Anti- caos.

— “Anti-caos”? Explique melhor.

— Bem, primo Smith... Sinto, mas não posso lhe dizer mais nada além disso.

— Por que não? Alguma parceria obscura?

— O quê?!

— Ou, talvez uma grande conspiração! Seguida de pequenos passos para mudar a sociedade aos poucos. Os “anti-caos”, podem prevenir que tipo de caos? São essencialmente apenas para pandemias, ou outros problemas?

— Não insista! Já disse, não posso falar mais nada além, e aqui não é o ambiente. Não nos conhecemos direito, e não queria já começar uma quinta rixa de família agora.

— Entendo. - Abaixou a chave de fenda sônica. – É para ser um dia feliz.

— Sim, exatamente, e por isso venha agora comigo, vou te apresentar toda a família.

Big Mike, apanha o Doutor pela mão, e nem o dá tempo para inventar alguma nova desculpa esfarrapada. “Parentes” e mais “parentes”, eram apresentados ao Doutor. Enquanto a filha do prefeito, Eleanor, subia ao palco, e ajeitava o microfone:

— Olá a todos. - Sorriu animada. – Como o meu pai disse, é um grande dia. E... Obrigada a todos por estarem aqui. Cada um de vocês, até mesmo os garçons. Todos vocês... Obrigada. Mas... Sou péssima com discursos, então... Não sei mais o que dizer, se não, apenas agradecer. Foi difícil conseguir este diploma, mas, eu consegui.

Parou pensando. Suspirou, e terminou:

— Obrigada, apenas isto. E ainda mais, depois que soube que alguns de vocês haviam me comprado presentes! Sério, não precisava. Mas... Tudo bem, não estou reclamando. - Riu.

Todos riem, e Eleanor, recebe de seu mordomo Ood, um dos embrulhos sobre a mesa. Ela abre-o, e depara-se com um massageador de pés. Ela ri sem graça, e risadas baixas ecoam pelos fundos.

— Legal. - Diz a presentada. – Nada mal, será útil depois das caminhadas.

Ela, então abre um outro, com um bilhete escrito “abra já este, não irá se arrepender”, e o que ela vislumbra, é algo como uma esfera, uma grande esfera negra de cristal. Ela não entende o que é, apenas encara curiosa e minuciosa. Porém, se voltando ao microfone, indaga ela:

— Para que serve isto?

Os demais convidados, encaram mais desentendidos do que a presenteada, e nada respondem verbalmente, apenas, negações, com olhares e cabeças. No entanto, o Doutor, vidra os seus olhos, fitando estático frente a imagem de Eleanor, a segurar um imã de raio trator.

— Largue isto! - Berra o Senhor do Tempo, deixando o prefeito para trás, no meio de uma fofoca de família.

Mas, antes que o Doutor chegasse até a mulher, ela é surpreendida por um raio trator, uma espécie de funil gravitacional, sendo projetado por um camburão policial, há cem metros do prédio, já que era proibido trafegar em menos do que isto. Mas, a mulher é envolva neste artificio, e não consegue se soltar graças ao imã. E o camburão, parte em alta velocidade, rumo às periferias, com Eleanor, sendo arrastada pelos ares, em gritos desesperados.

Os seguranças, lamentam o ocorrido, igualmente ao prefeito, que até deixou a sua taça de vinho cair no chão. Tinha a filha apanhada. A sua esposa, começa a chorar desesperada. E os seguranças, começam a revistar um a um dos convidados. E os convidados, pareciam mais lamentar, ao invés, de um típico choque.

O Doutor, encarava a imagem do veículo diminuir, conforme seguia embora, por entre os prédios, e o vozerio de medo do povo, no entanto, tudo aquilo ainda estava estranho demais ao Senhor do Tempo. Como os seguranças foram tão incompetentes? Então, indaga revoltado o gallifreyano, ao prefeito:

— O que foi aquilo? Por que a polícia pegaria a sua filha?! E quem a deu aquele presente?!

— Primo. - Explica o prefeito. – Eu sei, estamos todos chocados, mas... É normal aqui, a polícia apanha alguns de nós, e em seguida... É devolvido. Parece estranho, mas, é para o bem de todos.

— O quê?! Isto é loucura! Qual o objetivo?! Estamos falando da filha de um prefeito! Não fariam isso.

— “Errado”? Estamos falando dos patrões de lá de cima, o governo galáctico. Para a CIA, somos marionetes do “bem maior”, entende?

— Devo ter exagerado no champanhe. Eu não posso estar ouvindo isto.

— É normal!

— É a sua filha!

Angustia e ira, invadiam o ser do gallifreyano, e sem demoras, se retira amedrontado o “primo”. Porém, chamando lhe a atenção, a voz de Grace vindo, disse-lhe:

— Doutor? O que foi aquilo?

 – Raio trator.

— Então um rapto. Chame a polícia! Por que ninguém chama a polícia?!

— Porque aquele carro já era da polícia, Grace.

— Não. - Negou descrente.

— Sim.

— Mas não podemos parar aqui.

— E não iremos. Sendo a polícia ou não, há erros enormes aqui, e não podem ser ignorados.

— Sim. Pegue a moto.

— Que moto?

— Aquela moto! - Apontou para uma motocicleta sem rodas, num canto.

Possuía um laço enorme, significando então, ser mais um presente.

O Doutor arranca o laço, e dá a partida no veículo. Ele rodopia, e bate numa mesa, derrubando o jarro de flores. Mas, avisa também a Grace:

— Vá até a TARDIS, e ligue o gravador via satélite do monitor. E volte até aqui, e obtenha mais informações!

 – Ok. Boa sorte, e cuidado para não despencar.

— Não contei? Fui em todas as olimpíadas de anti-gravidade. Fiquei em último lugar.

Grace sorri, e o Doutor parte, veloz, e o mais angustiado possível. E Grace, igualmente parte correndo em direção à porta, mas... Logo é interrompida pela própria, que estava trancada.

— Quem trancou isso?! Estamos num caso de vida ou morte! Abram esta porcaria! - Exige a ruiva.

— São apenas medidas de segurança, Grace. - Explica Lermin, vindo até ela. – Todos precisam ser revistados.

— “Todos precisam ser revistados”? Todos precisam acordar pra vida! Acontece um sequestro, um sequestro da filha do prefeito, e tudo o que fazem é pose de “acontece”?!

— Porque aqui é assim.

— O que, “as pessoas são sequestradas e ninguém dá a mínima”?

— A polícia vive fazendo isto, é normal. Estamos acostumados. Apenas rotina.

— Não pode ser.

— É claro que pode. Há ameaças, e a segurança faz o que pode.

— Lermin, eu não sei o que querem com vocês, ou como nada disto funciona, mas... Policiais não sequestram, eles vêm com mandatos, e fazem o que querem.

E Lermin, enche-se de desconfiança. Seria mesmo que aquela estranha poderia estar certa? Afinal, estavam a falar sobre a filha do prefeito, e não sobre o jornaleiro da esquina. Mas, ainda negou Lermin:

— Não, você deve estar enganada.

— “Enganada”?! Então diga-me o número da polícia, e tirarei a minha dúvida.

— 333.

— 333, certo. Você estará errado, todos vocês. - Parte até um telefone na parede.

Grace, digita os números, e esperava em obvio que fosse atendida, mas, tudo o que foi, foi apenas ter a sua presença ali comprometida, através, de um enorme flash de luz, que a fez desaparecer. O telefone, cai no chão, e Lermin, encara embasbacado para a cena, sem palavras. Ele tinha certeza, havia passado a Grace o número da polícia, e não, o do disque tele-transporte, que era 101.

Mas, de longe, em uma mesa, e sozinho em observar Lermin e o telefone, um homem ruivo de barba rala e trajes negros, sorria malicioso. E em um aparelho digital sobre a sua mesa, uma foto de Grace era o papel de parede de tela.

***

O vento, sacodia os seus longos e castanhos cabelos, e igualmente ao seu sobretudo. O Doutor, põe a velocidade ao máximo, e acelera na mira certa e sem corrupções em direção, até o velho camburão, de siglas escritas “CIA” na lataria, e janelas completamente negras, sem a mínima visão do piloto ou vítima.

O camburão, desce por entre as vielas apertadas de China Town, tropeçando por entre os varais e letreiros de restaurantes. E há metros de proximidade, se esforçava o Senhor do Tempo, vindo ao máximo que podia. O camburão, parecia estar tentando despistar o Doutor. Mas, se eram a lei, por que simplesmente não atacarem ele? Por que não chamarem reforços?

O camburão, passava veloz de viela em viela, e os pobres vendedores ambulantes, se atiravam no chão, para não serem atropelados. Então, se levantavam, mas, logo se atiravam novamente, para não serem atropelados pela motocicleta em mesmo rumo.

O Doutor, possuía ódio em seu olhar, e a sirene do carro policial, devaneio em sua melodia, pelo esforço do Senhor do Tempo. O camburão logo sobe por entre os prédios de prostibulos de androides, e parte rumo às usinas de reciclagem, fazendo ziguezague, no desvio dos amontoados de metais, e sempre, quase fazendo o Doutor tombar contra algum, mas, por técnica e sorte, não tombava.

Em seguida, o camburão chega no topo das grandes usinas, usando a fumaça das enormes chaminés como modo de despistar a pobre motocicleta. A fumaça, era negra e árdua, sendo toxica a qualquer ser humano. Por sorte, a filha do prefeito estava no momento, dentro do camburão, e não mais pelos ares. Mas, o Doutor, este seria abalado. Ele não era humano, mas, aquilo ainda iria lhe causar algum mal estar.

O camburão, atravessa a fumaça, e o Doutor, tentando ser mais esperto, evita o mesmo caminho, indo assim, ao lado das chaminés, e não para cima delas. Mas, isto apenas deu vantagem ao camburão, que aproveitou a sua imagem ofuscada pela poluição, para ir em outra direção. Enquanto o Doutor, esperava que ele se retirasse pela fumaça da última chaminé, mas, não se retirou.

Porém, pensando rápido, deu o Doutor meia volta, e percebeu o outro indo rumo até a periferia sul, já há metros de vantagem. Aquilo, irritou o Senhor do Tempo, e então, sacando a sua chave de fenda sônica, ativa-a contra o motor, e a sua capacidade funcional é triplicada, fazendo agora, realmente ele ir rápido, muito rápido.

Estava agora, há cinco metros de altura sobre o camburão, e ambos, em altíssima velocidade. Mas, sendo destemido, e sabendo que não havia outro modo, se atira o Doutor da moto, assim, caindo ele sobre o camburão. Mas, antes, tendo quebrado um dos vidros das janelas direitas do carro, por meio de uma batida frontal e intencional, pela moto.

O camburão, acelera mais, para tentar desequilibrar o homem, mas, ele segura-se o mais firme possível, na sirene e janelas, e em um ato de loucura e necessidade, dá um salto mortal reverso, do teto até a janela, para assim, dentro do veículo. Enquanto a moto, despenca solitária, num ferro velho, onde crianças catadoras comemoravam.

Agora, estava quase satisfeito o Senhor do Tempo, havia chegado onde queria, e sentando-se ofegante no banco traseiro, nota ele, a Eleanor desacordada, mas, viva. Checou o pulso.

Porém, carregando os seus dois olhos azuis com ódio e indignação, aponta o Senhor do Tempo a sua chave sônica até a cabeça do motorista, concentrado no volante, e de boina:

— Você pode ser um policial, pode ser do exército, ou FBI, ou CIA, ou seja lá o que for, mas... Isto acaba hoje.

— Se acha o James Bond, Doutor? Isto em sua mão é um instrumento cientifico, não uma arma. - Responde o motorista, com a sua voz masculina, velha, e cansada.

— Ainda causa estrago, quer apostar?

— Não é o único mocinho aqui, sabia?

— Sou. - Afirmou convicto.

— Velho amigo, você não mudou nada. Pensei que o tempo lhe tiraria a teimosia. - Disse, virando o rosto para o Doutor.

E o Doutor, outra reação não teve, além, de seus típicos olhos cerrados, e face boquiaberta.

— Sim, eu.

— Alistair Gordon Lethbridge-Stewart, você merece uma surra.

O brigadeiro ri.  

***

Uma voz feminina, resmungava longínqua, e a madeira do velho acolchoado, fazia a sua cabeça doer. Grace, desperta-se manhosa, e logo, nota o ambiente ao seu redor. Ela sente-se intimidada, afinal, não estava ali, estava a fazer uma ligação, para a polícia. E Lermin, onde estaria? E o Doutor?

Ela se levanta do sofá de onde estava, e sonda com os olhos o ambiente ao seu redor. Definitivamente, era uma casa, mas, repleta de armas nas paredes, como se fosse de algum terrorista, maníaco, ou psicopata, e tendo a sala e cozinha apenas separadas por um balcão, porém, cheio de computadores, e outros aparelhos, dos quais, a terrestre do século 20 jamais havia visto ou imaginado.

As janelas e portas, estavam todas fechadas, e cobertas por cortinas, com então, a escuridão a dominar, se não fosse, por pequenos refletores no teto. E um ventilador, girava sobre a mesa da cozinha, e aquilo, se torna uma interrogação para a ruiva. “Quem está ali”? Foi o que ela se perguntou em íntimo.

Entretanto, engolindo a seco, e partindo determinada, chega Grace até a cozinha, queria dar um basta nisso da tal polícia, e entender que loucura de futuro seria aquele. Mas, na cozinha, nada de ninguém, além apenas, de um vaso de cactos e os computadores.

— Olha, eu definitivamente... Odeio vilões misteriosos. Por que me sequestrar? Eu não sou importante! É alguma pegadinha? Odeia pegadinhas!

Mas, ninguém a respondeu. Então, encarando desanimada para os monitores, via Grace a fotos de uma família, porém, uma que ela não conhecia. E juntamente, uma caixa de aliança sobre o balcão. Ela apanha a caixa, curiosa, e abrindo-a, duas alianças haviam:

— Quem vai casar?

— Não é nada educado mexer no que não lhe pertence. Fui apenas até os trans-mates, e você já futricando? - Comenta uma voz feminina mais velha, descendo da escada da sala.

Grace, devolve a caixinha ao balcão, e encara sem entendimento algum para a estranha mulher ruiva, vindo até ela, de mãos no sobretudo marrom. Era ela, visualmente mais velha, nas casas cinquenta anos, e com um ruivo mais castanho, e um olhar mais calmo, porém, muito sagaz, e cheio de teste. Grace, não sabia quem seria aquela, mas, respirando fundo, e enchendo-se de coragem, questiona-a:

— Por que estou aqui?

— Também quer salvar a humanidade, certo? Seja bem vinda ao PROBE.

 – PROBE?! Não seria a CIA?! Quem é você?

— Elizabeth, Elizabeth Shaw. Ou, sendo mais modesta, apenas Liz, doutora Liz Shaw. E, também odeio pegadinhas. No entanto, acho que isto ainda continua a não querer lhe dizer nada.

— Sim, ainda nada. Tem um dicionário aí?

— Deixe-me explicar. O que você é mesmo do Doutor? Namorada ou assistente?

— Amiga!

— Eu também. - Sorriu gentil, cruzando os braços. – Mas, é disso que ele nos chama agora?

Grace, apenas recua com os ombros. Pois, como assim “é disso que ele nos chama agora”?

 


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Notas finais do capítulo

ATENÇÃO: a história está marcada como crossover, mas, não é. tive de fazer isto porque esses sites estão ultimamente muito frescos, aí tive de marcar na categoria de Chuck, porque na verdade esta história é apenas uma fanfic homenageando ambas as séries, e trazendo fortes referencias a Chuck, porque ela me inspirou muito. ENTÃO, na perspectiva da categoria Chuck, esta é uma história de universo alternativo, enquanto que na perspectiva de doctor Who, está é simplesmente uma história de Doctor Who. FIM DO AVISO 07/08/20

e então, o que achou deste primeiro capítulo? Legal? Divertido? Chato? Diga-me.
Eu gostei, e caso tenha gostado, saiba que a história já está em hiato a partir daqui. Sinto muito. Primeiro, que eu nem iria postar esta história agora e nem escrever, só ano que vem, pois estou super ocupado, e não posso infelizmente escrever tão rapidamente quanto as anteriores. Pois, estou super ocupado com outras coisas, e quase nem estou entrando no site.
Ou seja, não tem mês ou dia certo pra capitulo novo.
Notaram as referências a Chuck? Adoro Chuck, e recomendo. Série nerd maravilhosa sobre espionagem, muito engraçada.
Mas, e os personagens da história, a Liz e o Brigadeiro? Será fantástico escrever com eles! Simplesmente fantástico. Desde antes do vol 4, eu sabia que queria algo com o brigadeiro ou a UNIT, mas não sabia o que exatamente. Naquela época não era o que eu já queria trabalhar, então deixei só pra agora. E nisto, resolvi trazer mais companions, como trouxe no vol 1,2 e 6. E agora, será a Liz, super importante. Personagem maravilhosa e não tão admirada.
E isso do PROBE, é o spin off dela, sendo composto por 5 filmes, produzidos pela BBV, e tendo a participação de quase todo o elenco da série clássica. Mas, infelizmente a atriz morreu em 2012. Porém, em 2015 lançaram outro filme do PROBE, com outra atriz. E ela tem até uma companion, feita pela atriz da Leela, mas aqui não irá aparecer. Aqui o caso de parceria dela é com aquele Bryce, que aliás, é referência de Chuck. E aqui, pelo que calculei, a Liz tem uns 56 anos. E o brigadeiro, já tá bem mais velho, com 67 anos, e de cabelo e bigodes brancos.
E Lermin, é referência de outro volume. Você não precisa ler os anteriores, mas este será mais diferente. Ele será o maior até então em concentração de personagens. Sabe as informações quando entrou na história, então... não estão erradas. Porém, talvez as coisas não sejam como você imagine.
Também terão originais aqui, e muitas loucuras malucas a frente. Apenas, aguarde. Tem coisas terrivelmente empolgantes e perigosas caminhando ao casal de estranhos milagroso.
E as questões deixadas? E esse tal fim da CIA dito no começo da história, como se encaixa ao que as pessoas da NNSF sabem sobre? E o intersetorial, é tipo o da série Chuck? de onde saiu? E o cara ruivo com a foto da Grace no dispositivo? Quem é, e qual o interesse na Grace? E o tal projeto do prefeito de anti-caos? O que significa? É mesmo o que é? E por que Liz e o brigadeiro estariam sequestrando pessoas só pra depois devolver elas?
NETX TIME.... logo após, longos hiatos.
OBRIGADO PELA LEITURA, e deixe um comentário ou favorito :)