Ronald Weasley estava vivendo a vida que sempre quis ter. Aos trinta e dois anos sentia-se realizado profissionalmente, desde pequeno gostava de construir coisas e hoje desenvolvia projetos que abasteciam grandes cidades com energia elétrica sustentável, sem poluir o meio ambiente. Conseguiu comprar o seu próprio apartamento. Estava sempre acompanhado de uma bela mulher, o que o fazia levar uma fama de mulherengo, sua irmã dizia que ele trocava de mulher como trocava de roupa. Não ligava para o que Ginny dizia, afinal era o que queria. Nunca quis ter um relacionamento e ficar preso a apenas uma mulher. Quando cansava da pessoa que estava, terminava e ia atrás da próxima.

Tudo ia bem até o dia que estava chegando em casa com Anne, a sua acompanhante da vez, e conheceu sua vizinha desastrada, porém atraente. Hermione chamou a sua atenção assim que a viu, mesmo tendo o rosto praticamente escondido atrás de uma caixa cheia de material escolar. O seu cabelo castanho ondulado e o corpo com curvas e formas consideráveis, deixou Ron desafiado a conquista-la e definitivamente valeria a pena dispensar a acompanhante para investir nela.

Assim que chegou no seu apartamento Ron inventou qualquer desculpa para dispensar Anne e descer até o andar de Hermione. Sem saber ao certo o que dizer, ele tocou a campainha e esperou ela abrir a porta, com sorte teria uma agradável noite com Hermione.

Nunca imaginou que a sua tentativa de conquistar Hermione o levaria a assinar um contrato para ser doador de sêmen para ela.

—Isso é a coisa mais idiota que você vai fazer na vida. –Harry, o melhor amigo de Ron, disse após ler o contrato que o amigo estava prestes a assinar.

—Eu sei. –Ron riu, sem se importar, pois pensava o mesmo. –Mas esse contrato me livra de quaisquer obrigações paternais, certo?

—Sim, olhando para este lado. –Harry estava confuso. –Sua única obrigação e conceber a criança e depois mais nada.

—Ótimo, fico com a parte boa. Se é que você me entende. –Ron piscou pegando o papel e assinando. –Precisava apenas da leitura do meu advogado.

—Ron, por que está fazendo isso? –Harry questionou antes do amigo assinar.

—Estou ajudando a Hermione a realizar o sonho de ser mãe. –Ele respondeu. –Mas a minha proposta é fazermos do jeito tradicional, assim ganho algo também.

—Por que? As mulheres com que sai não são o suficiente?

—São, mas Hermione é diferente. Algo nela me atraiu e depois que ela me contou sobre o bebê, resolvi ajudar. –Ron deu de ombros como se fosse algo normal e finalmente assinou o contrato. –Só não conte a ninguém, tudo bem?

—Pera! –Harry levantou-se da cadeira em um pulo. –Você vai ter um filho e não vai contar a sua família? Ginny vai me matar se descobrir que eu compactuei com essa loucura.

—Eu vou contar. –Ron se defendeu, mesmo achando que não deveria. –Mas não agora, afinal estou fazendo isso porque não aguento mais todo domingo mamãe e Ginny me enchendo dizendo que eu deveria casar e toda aquela baboseira.

—Não vai fazer nenhuma besteira, Ron. –Harry o aconselhou. –Principalmente magoar essa mulher, pelo pouco que falou, ela não é nada igual as mulheres que costuma sair.

—Quanto a isso não precisa se preocupar. –Ron respondeu mandando uma mensagem dizendo a Hermione que estava com o contrato assinado. –Hermione está ciente que é apenas sexo para reprodução, sem nada emocional ou romântico.

Assim que Ron mandou a mensagem dizendo que tinha assinado o contrato Hermione ficou feliz por estar perto de realizar seu sonho, porém apreensiva com o próximo passo. Fazia parte do contrato que ambos se submetessem a exames de saúde, garantindo assim que estava tudo bem. Com os resultados os liberando, agora era só esperar Hermione estar em seu período fértil e poderiam começar.

Ron ficou feliz em receber uma mensagem de Hermione o convidando para jantar em sua casa. Precisavam discutir os últimos detalhes.

—Boa noite, Hermione. –Ron a cumprimentou com um beijo no rosto assim que ela abriu a porta.

—Boa noite, Ron. –ela ficou um pouco constrangida pelo beijo. –O jantar fica pronto em 10 minutos.

Durante o jantar eles conversaram sobre os últimos dias, Ron contou sobre o projeto que estava começando a tomar grande parte da sua carga de trabalho e que iria exigir algumas viagens para acompanhar a obra. Hermione contava animada sobre suas aulas e seus alunos, a novidade do novo ano letivo havia passado e as crianças estavam mais habituadas a rotina escolar. Quando ambos não tinham mais nada para falar sobre suas vidas, Ron tocou no assunto.

—Então quando começamos? Acredito que foi para isso que me chamou aqui.

Hermione corou, era exatamente para isso que o chamou.

—O quanto antes. Nos próximos dias estarei ovulando e não queria perder tempo.

—Hein? –Ele não entendeu.

—É quando fica mais fácil para eu engravidar.

—Então nós vamos transar vinte e quatro horas por dia? –perguntou Ron com um sorriso.

—Não, não é assim que funciona. –ela tentou não rir da pergunta. –Sexta-feira você está livre?

—Com toda certeza. –Ele concordou e vendo que tinha mais alguma coisa que ela precisava falar a encorajou em um tom divertido. –Desembucha Hermione.

—Certo, então precisamos estabelecer uma rotina. É melhor fazermos em dias alternados durante o meu período fértil. Estaria disposto a me encontrar semana que vem na segunda, quarta e possivelmente na sexta?

—Uma escala de sexo, quanta eficiência. –Ron riu.

—Você pode levar a sério, por favor. –Hermione sentia-se muito envergonhada em ter que falar esse tipo de coisa a um desconhecido.

—Desculpe. –ele tomou um pouco do vinho antes de continuar. –Onde quer me encontrar na sexta-feira?

—Eu pensei que talvez um lugar neutro fosse melhor. –Hermione sentia que se o tivesse em sua cama iria querer ele sempre ali, o que não iria acontecer, pois era apenas um negócio. Também não se sentia confortável na casa dele, onde um número considerável de mulheres já passou.

—Tudo bem. –Ron concordou. –Posso fazer uma reserva em um hotel.

—Eu faço, não será um hotel de cinco estrelas, afinal meu salário de professora não permite. –Ela disse sem graça.

—Não, eu cuido disso. Você precisa economizar o seu dinheiro para cuidar da criança.

Mesmo não gostando, Hermione percebeu que Ron tinha razão.

—Tudo bem.

—Obrigado.

—Sexta-feira as 20 horas? –perguntou ela.

—Encontro marcado.

Sexta-feira chegou e Hermione estava prestes a ter um colapso nervoso, se não fosse por Luna a ajudando, sinceramente não saberia como lidaria com o eminente encontro com Ron.

—O que pretende vestir? –perguntou Luna, afinal a amiga deveria encontrar Ron no hotel em uma hora.

Hermione balançou um vestido preto bastante recatado que estava pendurado na porta do armário.

—Não, não! Esse é muito sem graça para algo como hoje!

—Sinceramente, Luna, ele sabe que sou algo certo. Por que importa o que estou vestindo? E não que eu vá ficar muito tempo vestida.

Luna revirou os olhos.

—Ainda bem que eu estou aqui, vá se maquiar enquanto eu dou uma olhada nas opções.

Hermione estava no banheiro terminando a maquiagem quando Luna entrou no banheiro com um vestido que a fez querer vomitar de nervoso.

—Eu não vou usar esse.

—Por que? É sexy sem ser vulgar e azul fica tão bem em você!

—Foi o vestido que usei no último aniversário de namoro com Viktor. –ela falou chateada.

—Então esse vestido precisa de uma memória feliz. –Luna entregou o vestido a amiga. –Hoje começa um novo capítulo da sua vida, em que você se tornará mãe.

Hermione olhou para o vestido por um instante. Lembrou de tudo que passou em seu relacionamento com Viktor e o seu horrível final. Precisava esquece-lo e seguir sua vida.

—Você está certa, esse vestido precisa de uma memória boa.

Luna ajudou a amiga com os últimos detalhes e Hermione correu para o hotel, afinal já estava atrasada. No caminho mandou uma mensagem a Ron dizendo que estava chegando. Ron respondeu que estava esperando no bar.

Hermione desceu do uber e entrou apressada no hotel. O olhar dela passou pelos rostos estranhos do bar até encontrar Ron. Ela sorriu e foi na direção dele.

—Ron, desculpe por estar atrasada. O motorista pegou um caminho horrível e...

Ele a silenciou apertando os lábios contra os dela. Ele manteve esse beijo mais suave do que na noite em que propôs o acordo, pois estava no meio do restaurante do hotel. Quando se afastou, Hermione bateu no seu braço.

—Você tem que parar de fazer isso! –protestou ela, mesmo no fundo tendo gostado do beijo.

—Desculpe, não consegui me controlar. Você está muito atraente. Podemos jantar primeiro?

Claro. –ela mentiu. O simples pensamento de comer a fez querer vomitar, seus nervos estão fora de controle.

Ron colocou a palma da mão nas costas dela e a guiou para a mesa que havia reservado para eles. A mesa tinha uma vista encantadora para a cidade. O garçom veio e anotou os pedidos e saiu. Hermione achou melhor escolher uma salada e um drink, apenas o álcool a daria coragem para levar isso em frente. Ron escolheu uma carne e um suco.

O jantar chegou e enquanto comiam, Ron contava animado sobre o trabalho e como estava ansioso pelos próximos meses. Hermione só conseguia pensar no que aconteceria depois do jantar. Como seria ter intimidade com outra pessoa de novo? Acima de tudo, ela se preocupava em não atender as expectativas que Ron tinha criado nela. Nervosa ela terminou o drink em poucos minutos e pediu a segunda.

—Você está tentando se embebedar para suportar fazer sexo comigo? –Ron interrompeu o que falava e arqueou as sobrancelhas ruivas.

—Não, não é isso. –exclamou ela.

Ele se inclinou na mesa, ficando mais perto dela.

—Você nunca bebeu assim nas vezes que saímos.

Hermione respirou fundo, decidindo que seria melhor ser sincera.

—Eu só estou nervosa.

—Sobre dormirmos juntos?

Ela assentiu.

—Você não está com medo que eu vá fazer alguma coisa que te machuque ou que você não queria?

—Não, não é nada disso.

—Então?

—Estou com medo de ser uma decepção e você quiser desistir.

—Por que você acha isso? –Ron perguntou curioso pela resposta.

—Porque você esteve com muitas mulheres e eu... –Ela deu de ombros. –Eu não tenho muita experiência.

Ron não pode deixar de rir da resposta e da razão do nervosismo dela.

—Apesar do que dizem e do que você pensa, meu número não é tão alto assim.

Hermione ficou emburrada com o riso dele, não era nada engraçado. Seu nervosismo não era uma piada.

—Vou deixar bem claro para você. –ele continuou, agora sem rir, falando sério. –Não tem possibilidade alguma de você me decepcionar a ponto de eu não querer cumprir o acordo que fizemos.

—Ron...

—Eu me senti atraído a você assim que te vi entrar naquele elevador. –baixando o tom de voz para que apenas ela escutasse, ele continuou. –No instante em que eu te vi hoje, eu queria te levar para o quarto imediatamente.

Hermione corou com aquelas palavras e sentiu-se confiante de propor que encerrassem o jantar e fossem para o quarto. Sua ansiedade ganhou do nervosismo, talvez o álcool tivesse sua parcela de ajuda além das palavras de Ron.

Ron não iria esperar ela pedir a segunda vez, queria tanto tê-la em seus braços que pediu a conta imediatamente e a guiou para fora do restaurante em direção aos elevadores. Quando chegaram no andar, ele a conduziu para o quarto que havia reservado. O olhar de Hermione passou pela placa de metal da porta e se assustou.

—O que estamos fazendo na Suíte Nupcial?

—Me falaram que é uma das melhores. –Ele respondeu corado abrindo a porta para que pudessem entrar. –E achei que você se sentiria mais confortável fazendo isso se parecesse que somos casados.

—Isso é tão gentil, obrigada. –Hermione não estava acreditando.

—Tudo para deixa-la confortável. –Ron sorriu na expectativa do que ela acharia do restante.

O quarto estava decorado com pétalas de rosas fazendo um caminho da porta até a cama, onde mais pétalas estavam espalhadas na cama. Na mesa de centro do quarto um champanhe gelando com uma tigela de morangos a esperavam. Hermione ficou sem palavras, nunca ninguém havia feito isso por ela, nos seus anos de namoro com Viktor, ele nunca fez nada perto disso. E Ron, um completo estranho tinha feito.

—Você fez tudo isso para mim? –Ela olhou para ele que deixava o paletó no sofá.

—O hotel fez toda a arrumação. –respondeu Ron deixando os pertences na mesa de centro. Como ela continuou com a expressão confusa, ele riu. –O que você esperava? Uma cama e uma rapidinha? Eu sei que é só para procriar, mas pode me dar um pouco de crédito.

—Desculpe, eu só não esperava tudo isso. –Ela deu um sorriso tímido deixando a bolsa no sofá. –Obrigada.

Ron abriu o champanhe e serviu nas taças. Eles fizeram um brinde ao futuro bebê e tomaram em silencio. Parecia que ambos estavam nervosos, Hermione achou graça, pois Ron parecia estar tão nervoso quanto ela.

Tomando a iniciativa, Ron colocou as taças na mesinha após eles tomarem e pegou Hermione pela mão a guiando para a cama. Começou com beijos suaves, passando para mais intenso e caricias. Eles queriam explorar e conhecer um ao outro. Como havia dito, Ron foi realmente gentil e carinhoso com ela. Hermione por um momento pensou que tudo isso poderia estar acontecendo de verdade e que eles poderiam ter um relacionamento, porém forçou a lembrar-se que era apenas sexo e assim que ficasse grávida Ron iria embora.

Depois do que ambos poderiam considerar como um sexo incrível, eles deitaram lado a lado ainda ofegantes. Hermione poderia dizer que Ron não era o tipo de cara que abraça depois de dormir com as mulheres, provavelmente ele apenas se levanta e vai embora, o que faz sentido para o mulherengo que era. Ron quebrou o silencio virando-se e olhando para ela.

—Nunca mais duvide de você mesma. –Ele tinha um sorriso no rosto a deixando ainda mais envergonhada. –Não vejo a hora de repetimos.

—Eu preciso esperar um pouco. –respondeu Hermione encarando o teto, não queria olhar para ele enquanto dizia isso. –Mas você não vai querer saber sobre isso.

—Por que?

—Eu li que é recomendado ficar deitada por uns minutos. Sabe, para o seu material encontrar o meu e virar um bebê.

—Entendi. –Ron riu da explicação dela, tipicamente de uma professora infantil. –Tem algo que podemos fazer para ajudar?

—Colocar um travesseiro no meu quadril, ajudar a gravidade.

—Certo, eu te ajudo. –Ron pegou o travesseiro que estava no chão, ela tentou protestar, mas ele não deixou. –Assim tenho uma desculpa para passar a mão na sua bunda maravilhosa mais uma vez.

Depois de mais uma tentativa de conceber um bebê no banho, Hermione deitou-se cansada na cama e esperou que Ron fosse fazer o mesmo, porém ele estava colocando a roupa.

—Você não vai ficar? –Ela perguntou imediatamente se arrependendo quando viu ele parando de procurar os sapatos e a olhou.

—Eu não tinha planejado, mas você pode ficar. A diária está paga até amanhã.

—Ok. –Hermione murmurou tentando esconder a decepção.

—Hermione, você sabe que eu não sou esse tipo de homem. –ele sentou-se na cama para amarrar o cadarço do sapato. –Eu não costumo...

—Eu sei, é que você me confundiu com o quarto e as pétalas. Tudo se tornou menos parecido com um negócio e mais... –Hermione balançou a cabeça espantando o pensamento que tivera. –Você está certo, é apenas sexo.

Com um gemido frustrado, Ron tirou os sapatos e a calça que havia vestido e deitou-se na cama. Surpresa ela perguntou o que ele estava fazendo.

—Estou me deitando na cama. –murmurou ele.

—Não precisa, eu estou bem. –ela suspirou. –E você deve odiar mulheres que ficam sentimentais e exigentes depois de dormir com você.

—Sim, mas você vai ser a mãe do meu filho então posso abrir uma exceção.

Hermione ficou brava e puxou todo o edredom da cama para si. Não queria que ele ficasse por pena ou obrigação, mas sim porque queria.

—Eu estou com frio, pode me deixar usar o edredom?

—Não, vai embora. –ela respondeu sem virar para olha-lo.

—Não, eu vou ficar. –Ron puxou o edredom com força o que a fez virar, ficando um de frente para o outro. –Eu quis dizer que você é especial e por isso vou ficar e dormir com você.

Não demorou muito para que o cansaço tomasse conta e eles dormissem. Agora não tinha mais volta no acordo feito, a qualquer momento Hermione poderia ficar grávida.