Diários de um Vampiro: A Ressurreição escrita por Niars


Capítulo 2
Capítulo Dois




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Observei meus pais subindo as escadas depois de chegarmos em casa. Ethan passou por mim indo para a sala, onde logo começo a ouvir o som estrondeante do videogame idiota dele... Suspiro tomando o caminho para meu quarto, onde me tranco e começo a pensar em mil e uma coisas.

O que aconteceu após Kol Mikaelson simplesmente desaparecer? Nada, dancei uma ou duas músicas com meu pai, e então, me sentei a nossa mesa, onde minha mãe reparou que eu estava esvaziando seus copos, e me repreendeu de forma elegante.

Ethan se direcionou para a tal festa de Jimmy, e só voltou a se juntar a nós, quando meus pais perceberam sua ausência, o cheiro de álcool que exalava dele, tirou completamente o sistema de alerta que minha mãe havia posto em mim, porém não voltei a beber. Papai me prometeu uma recompensa se eu não irritasse minha mãe... Sorri, pensando no que poderia ganhar, por ser... Uma boa garota.

Ouço o bater em minha porta, me tirando de meus devaneios, assim que disse para quem quer que fosse entrar, vejo meu pai, abrir apenas o suficiente da porta para que eu o reconhecesse. Ele estava de ambos os olhos fechados, e eu não aguentei não sorrir, quando ouvi sua pergunta.

— Tá vestida? – Ele pergunta de forma divertida, e então abre ambos os olhos sorrindo para mim. Ele se senta na beirada de minha cama, e me encara... Aquela feição. Droga. Suspiro ao perceber que viria um sermão.

— Por favor... Não me venha dizer o quanto a bebida faz mal ao meu corpo... Se eu bebi uma taça de champanhe... – Paro ao perceber que ele estava me encarando em silêncio. Ergo as sobrancelhas e lhe questiono. – Que foi? Não vai me dar esporro por roubar o champanhe de minha mãe?

Ele nega com a cabeça e se deita na cama... Enquanto olha para o teto, começa a falar.

— Elena até quer que eu faça isso... Mas eu não vou Stefanie... Sinceramente? Você tem 17 anos, está prestes a fazer 18. Sabe o que é certo, ou oque é errado. – Ele diz, e então olha de canto de olho pra mim, dá um longo suspiro, e então dá de ombros... – Mas você sabe o que é 100% errado, não é? – Sorrio concordando com a cabeça. – Não se deve...

Naquele momento eu sabia que ele queria que eu completasse o tão mantra que me ensinou quando eu tinha 13 anos.

— Dar mole aos homens, e eu devo chutar no ponto fraco, qualquer idiota que se aproxime. – Sorrio completando e então me deito próximo a ele. – Eu sei papai... Isso quer dizer que eu posso beber?
Sabia a resposta para está pergunta, mas era legal ver ele encurralado entre mamãe e eu.

— É óbvio que não. Você está de castigo... Me dê seu celular. – Suspiro e me levanto, pegando o celular e esticando a ele, que já estava em pé. – Não me odeie... Elena decidiu que você e Ethan passaram dos limites...

— Ethan bebeu muito mais do que eu. – Digo cruzando os braços e abaixando o olhar. – Isso não é justo comigo.

— Concordo. E o castigo dele será bem pior. – Ele diz dando uma piscadela, e se direcionando para fora dali. Viro de costas olhando para a janela de meu quarto, até que ele me chama atenção de novo, e eu lhe encaro. – Eu te amo... Vou fazer ela diminuir seu castigo... – Ele dá uma piscadinha e sai pela porta.

Bom, ser a preferida de meu pai, tem suas vantagens, não importa o quanto eles digam que não possui favoritos, eu sou dele, e ele é meu. Nós quatro sabemos disso. É uma verdade incontestável.

Agora, sem celular, não havia muito o que fazer a não ser, pensar em Kol Mikaelson. E fora justamente isso que fiz até adormecer... Não, não sonhei com ele, não sou a garota clichê do ensino médio. Que droga.

Tudo bem, que em certo momento da noite, eu possa ter vindo a acordar, de certa forma assustada, mas não aos gritos ou algo do tipo, é que, eu tenho constantes pesadelos, é o que acontece quando se cresce sabendo que o mundo é assustador o suficiente para Vampiros, Lobisomens e Híbridos, literalmente viverem a sua esquina.

Assim que percebi que eu não conseguiria voltar ao meu sonho, vou até a cozinha e lá, vejo minha mãe, sentada a mesa, com um copo, do que me pareceu ser uma das muitas bebidas que papai tem no armário... Que a propósito fica trancado, mas eu sei a senha. Papai não é muito bom em escolher senhas, e usa minha data de aniversário para a maioria delas.

— Tá tudo bem? – Pergunto indo até a geladeira e pegando uma das garrafas com água, despejando um pouco no copo. Antes que me sentasse ela me encara e da de ombros.

— Damon veio com uma idiota ideia de que você e Ethan não deveriam ser tão castigados. – Ela bebe mais um gole e então percebo que ela devia estar chorando, pois seus olhos, bem, eles a entregam. – Nós discutimos, e ele saiu. Deve ter ido ao Grill. Eu odeio quando ele vai pra lá.

A última parte, sinto ter sido dito para ela mesmo, logo depois a vejo passar as mãos pelos cabelos e então dá um último gole em sua bebida. Me sento a sua frente e ela me encara.

— Ele não deve ter ido ao Grill. Talvez tenha ido em algum outro lugar, não sei. – Também não gostava de quando ele ia ao Grill, ele se lembrava do irmão morto, e isso, o fazia ficar mais triste ainda.

Ela sorri para mim, e então se levanta, indo até o armário da cozinha e pegando o pote onde eu sabia que ficaria os celulares de Ethan e meu quando eles cismavam que era estritamente necessário os retirar para nosso aprendizado e aprimoramento pessoal. Ela coloca ambos os celulares a minha frente e então, sinto um beijo em minha testa, antes que ela suma de minha vista, ouço o que diz.

— Talvez ele tenha razão. – Ela diz parando nas escadas e então olha para mim e sorri. – Damon sabe criar vocês dois muito melhor do que eu. Vou ir dormir, amanhã tenha plantão de trinta e seis horas e não posso ficar com ressaca.

Vejo ela subir, e então, desvio meu olhar para meu celular, o pego por meio segundo, até perceber que se eu aceitasse isso, seria mais um motivo para eles brigarem, e sem Ethan saber que ela nos devolveu, poderia fingir que jamais aconteceu. Guardo os celulares nos armários e pego um remédio para dor de cabeça, e uma garrafinha com água, seguindo rumo ao quarto de meus pais.

Quando entrei ali, ela já estava deitada, e em um sono profundo. Coloquei o remédio ao lado de seu celular e a garrafa também. Quando acordasse, saberia para oque é e se sentiria melhor ao longo do plantão.

Antes de sair de seu quarto, pego seu celular e ligo para meu pai, ele não atende, e percebo que talvez, ela tenha razão. Ele deve estar no andar de cima do Grill, naquele péssimo sofá, apenas para não voltar e ter mais uma discussão com ela. Ouço sua ridícula mensagem de voz.

“Oi, eu sou Damon Salvatore, se eu não te atendi, talvez eu apenas não queira falar com você, me deixe em paz.”

Reviro os olhos, essa mensagem era tão idiota, mas ao mesmo tempo, dizia tanto sobre meu pai.

— Ei, sou eu. Mamãe não está muito bem, então, se puder mandar uma mensagem só pra avisá-la que você está vivo. Te amo. – Desliguei e coloquei o celular sobre seu criado mudo, logo voltando para meu quarto.

Acordei apenas na manhã seguinte, quando Ethan entrou em meu quarto perguntando se eu poderia emprestar meu celular a ele. Ainda sonolenta, neguei, me sentando.

Ethan possuía um estranho olhar para minha relação com meu pai, e as vezes, com mamãe também. Eu não era a pessoa mais próxima dela, mas eu tentava ao máximo não a magoar, ou a papai. Tínhamos nossas desavenças, principalmente por ela sempre ter estado mais na clínica do que em casa, mas não é como se eu a odiasse.

— Fala sério que eles te colocaram de castigo também? – Ele disse se sentando no pufe que havia ali.

Minha única vontade era questionar o que diabos ele fazia em meu quarto, mas sem ter o que jogar, ou com quem conversar, eu era a única pessoa ali, disponível para isso.

— Porque eu também bebi. – Ele havia visto os copos de champanhe que eu havia virado, então, seu olhar questionador, era para perguntar se eu havia bebido mais ainda. – Não como você, Otário!

Arremessei nele um dos travesseiros que estava ao meu alcance e ele sorriu. Logo depois fechando os olhos e cobrindo o rosto com o então travesseiro. Voltei a me deitar pronta para o sono me atingir quando ouço a porta se abrir. Esperava ver minha mãe, ou talvez papai, depois de uma noite mal dormida, mas não, Tia Bonnie nós encarava ali parada na porta.

— BonBon? A Bruxinha veio com você? – Ethan se levantou rapidamente, e ajeitou a blusa de pijama amassada pela noite. Sorrio quando Tia Bonnie revira os olhos.

— Não Ethan... Emily está no Instituto... Disse que teria muitos trabalhos para fazer no final de semana. – Ethan solta um estranho ar pela boca, acho que de reprovação, e começa a se locomover em direção a saída de meu quarto. – Vá tomar um banho... Está fedendo álcool.

Duvido que após chegarmos Ethan houvesse se aproximado do chuveiro, ele aparentava estar exausto por suas brincadeirinhas na floresta. Admito que eu mesmo, tomei um rápido banho, nada demorado o bastante para me afastar de minha cama.

— Eu... Vou ir procurar meu celular... Não vou ficar de castigo por ser adolescente. – Ele diz ao sair dali... Nego com a cabeça e depois olho para Tia Bonnie sorrindo.

Bonnie Bennett foi o mais próximo que tive de figura feminina em minha vida, durante bons anos. Se dependesse de papai, eu vestiria macacões e roupas sujas de graxa, para manter rapazes longe.

E quando ela me presenteou com uma melhor amiga, mesmo que mais nova, fora a melhor coisa em minha vida. Emily Bennett, mesmo longe ao longo da semana, sempre estava próxima de mim. Ela era praticamente minha consciência... as coisas mudaram, mas não muito, quando descobri que minha consciência estava em um flerte com meu próprio irmão. Sim, a doce Emily e o asqueroso Ethan... Mesmo dedicando seu tempo em casa mais a Ethan, ela ainda me dava os melhores conselhos e eu jamais aceitaria que ela os parasse.

— O que faz aqui Tia Bonnie? – Pergunto quando ela suspira e se senta ao meu lado. Eu estava acabada, não dormir bem durante a noite, fazia tudo naquele dia parecer mais difícil. Talvez fosse culpa da bebida... Fala sério Stefanie, uma taça de champanhe eh capaz de te derrubar?

— Vim ver minha afilhada... – Pelo seu olhar eu sabia que não era bem, só isso. – Talvez Damon tenha pedido... E logo depois Elena... Mas isso não muda o fato de eu estar com saudades de você. – Abaixei minha cabeça concentrando minha atenção no fio que se descosturava de minha coberta. – Stefanie, você está bem?

Papai acharia que eu estava louca. Minha mãe não parecia se importar o bastante para saber sobre meus sentimentos. E Ethan... Ele é apenas um idiota, não vale apena.

Mas definitivamente falar com Tia Bonnie não era a melhor das opções... Ela poderia contar a eles, e talvez, minha mãe começasse a se importar por um possível inimigo deles, ter se aproximado de mim. Sorrio e nego com a cabeça.

— Não é nada... Será que posso visitar Emily? Estou com saudade, e seria muito bom, não ter Ethan por perto, nem que seja por algumas horas. – Sorrio, me levantando e indo em direção ao closet. Ao entrar ali, vejo o paletó de Kol Mikaelson pendurado entre minhas roupas. Naquele momento percebi que ninguém poderia me ajudar. Que droga, minha cabeça estava uma loucura.

— É claro... Vou avisar ao Ric que você está a caminho... Por precaução.

Tanto minha mãe quanto meu pai, não impediam que Ethan ou eu fossemos ao Instituto. Quando éramos pequenos, entramos numa feroz briga com eles, sobre o por que tínhamos o direito a frequentar o Instituto. E entre um milhão de argumentos, totalmente falhos, havia um que meu pai, principalmente, não conseguiu destruir.

O Instituto Salvatore era o legado deles. Tanto ele quanto minha mãe, ou seus amigos mais próximos, passaram momentos importantes ali dentro, e tínhamos que ter a chance de conhecer isso.

Por isso, nosso acesso ali, era permitido, todavia, com precauções. Que até mesmo eu em meu maior surto de responsabilidade e maioridade, concordava em seguir. Nada de visitas depois das 7 horas da noite. Também não podíamos ir em dias de Lua Cheia. E tínhamos que ser monitorados pelo Tio Ric, para nossa própria segurança.

Está ultima, confesso que burlávamos com certa frequência, não era a coisa mais difícil do mundo fazer ele ficar ocupado.

Sorri, ao sair do Closet, ter um momento com Emily, seria incrível. Apenas nos duas contra o mundo, como costumava ser na nossa infância. Mundo sendo Ethan, apenas para constar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado...



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