Dinastia 1: O Sonho Real escrita por Isabelle Soares


Capítulo 51
Virando o jogo


Notas iniciais do capítulo

Quero começar agradecendo a lelinhacullen, Clarinha Camela, Aika, Érica, Talita Martins e Anna pelos muitos capítulos deixados no capítulo anterior. Nesse teremos altas revelações e o ciclo se fechando. Espero que gostem! Boa leitura!



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Edward e eu ainda estávamos em Norfolk quando formos surpreendidos com a notícia que Eleazar tinha dado uma entrevista para a TV revelando a opinião dele a cerca dos últimos acontecimentos na realeza. A emissora fazia o maior alarde a cerca disto, o que podíamos imaginar que ele havia dito algo bem revelador. Nem precisa dizer o quanto ficamos chocados com essa atitude dele por que isso ia totalmente contra a regra de sigilo total que os membros da família real deviam ter com assuntos internos. Para mim, ele só estava desesperado para aparecer a qualquer custo.

— O que tem a dizer sobre as declarações de Oscar Scoby a cerca da família real? – perguntou o entrevistador na TV.

— Eu o acho completamente corajoso por jogar tudo isso na cara de todos dessa forma. Embora, ele esteja mal informado de muitas coisas. – respondeu Eleazar com empolgação.

— Sobre o que, por exemplo?

— Perdoem-me, mas não posso falar sobre isso. É melhor que muitos fiquem imaginando o que realmente aconteceu.

— Como você acha que a realeza deve se posicionar diante dessa crise estabelecida, após esses comentários de Scoby?

— Eu acredito que a família real deva passar por uma renovação. Não com pessoas completamente diferentes, mas com membros que estão mesmo comprometidos a cumprir a função principal da monarquia, que é cuidar dos interesses de seu povo.

— O que você faria se estivesse no lugar do rei Carlisle?

— Primeiro de tudo, se eu estivesse na posição dele, nada disso tinha acontecido em primeiro lugar. Eu saberia controlar os meus filhos para que eles não fizessem besteira e pensassem somente no seu povo e em sua missão.

Edward fechou a televisão com raiva e jogou o controle longe. Irritado era pouco para descrever o seu estado de espírito no momento. Para mim parecia bastante claro quem estava por trás de Oscar Scoby e suas declarações mentirosas contra a realeza. Eu podia entender todo o plano agora.

— Edward, Eleazar está por trás de tudo. Tenho absoluta certeza disso!

— Eu também. Essa entrevista o entregou completamente. Como ele é estúpido! Mas eu tenho certeza que papai já sabia disso desde o começo, ele deve ter um bom plano para pegá-lo.

— Tomara que tenha mesmo, porém acredito que não vai ser difícil pegá-lo de olho na botija. Elezar é ganancioso demais e não pensa direito no que está fazendo, nem precisa de um plano tão elaborado. No mínimo, ele achou que liberando essas informações falsas para Scoby ia de alguma forma ganhar mais atenção e espaço. De alguma forma, a nossa turnê está atrapalhando os quinze minutos de fama dele.

— O que mais me irrita é essa sede desenfreada de poder dele, essa falsidade estúpida! E o pior de tudo é que as pessoas acreditam em todas as bobagens que escutam, como se nós nunca tivéssemos dedicado anos de nossas vidas tentando fazer o melhor para todos eles... Isso frustrante!

— Não vamos generalizar também. Há muitas pessoas que amam a realeza. Essa batalha não está completamente perdida.

— Não, ela não está perdida! Nós não vamos deixar que ela se perca. Agora mais do que nunca vamos batalhar nessa turnê. Vamos ser o que essas pessoas querem que sejamos, vamos trabalhar duro para que essa situação se reverta.

— É assim que se fala! – sorri. – Desafio aceito!

Ele sorriu e beijou a minha mão. Já tínhamos abdicado de tantas coisas em nossas vidas, não custava dar mais um pouco em busca de fazer o melhor para todos.

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A turnê real por Belgonia tem bons resultados, apesar das manifestações em Milton.

Mas poderá a Monarquia vencer mais esse obstáculo de cabeça erguida?” – Jornal Belgravia Spress

 

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Diário de viagem – Dias 11 a 15 (15 a 19/12/2011): Cidades de San Patricks, The Riverlands e Seraf

 

Estávamos quase no fim da turnê, mas para mim só seria um alívio quando tudo terminasse bem. Edward resolveu reverter às coisas que não tinham saído muito bem em Norfolk atendendo a uma das críticas que a nós tinham sido feitas. Que não valorizávamos o produto que era feito nas cidades onde passávamos, o sutento do nosso país. Ele resolveu comprar uma série de sapatos de couro legítimo feitos em Norfolk por pequenos artesões e fez questão de dizer para toda a imprensa o quanto esses sapatos eram bons e confortáveis, afim de que todos viessem a comprar também. Bons resultados teria com certeza! Isso limparia a última imagem que deixamos na cidade.

San Petricks, nosso destino seguinte, era uma das cidades mais católicas de Belgonia e sua economia se baseava no turismo religioso. Então, boa parte da nossa programação incluiu missas, visita ao museu do milagre, a casa do pároco para confissão e eucaristia. Mas certamente o que mais me deixou intrigada foi à visita que fizemos ao beato mais famoso da cidade. Não estava na nossa programação ir a casa dele, porém, soubemos que ele queria nos ver e achamos que não teria problema nenhum.

Diziam-se pelos arredores, que Salu, o beato, recebia visões do céu e adivinhava coisas. Segundo consta, ele começara a ter esses fenômenos paranormais depois que ficou cego e começou a ouvir vozes que ele atribuía a Deus. Era um homem simples como podemos perceber quando chegamos em sua residência. Ele morava numa tapera no lado mais afastado da cidade. Vivia apenas de doações e fazia curas sem receber nada em troca.

Eu sempre fui muito cética com tudo isso, mas resolvi pagar para ver. Edward também estava muito curioso para saber o que ele queria nos dizer. Foi à experiência mais estranha que já vivi. Ele nos disse coisas com relação a nosso futuro que ficamos pasmos.

— Tome cuidado príncipe com suas ações futuras. Não seja tão controlador e obsessivo. O futuro da criança que está por vir está nas suas mãos. Ela fará grandes mudanças, mas vai depender muito como você irá conduzir a vida dela. Deixa-a viver.

Edward o olhou meio confuso e eu senti um arrepio. É claro que estávamos atônitos com o que ele disse, mas antes que pudéssemos se quer tentar decifrar o que ele disse, o beato se dirigiu a mim e segurou a minha mão com força.

— E você duquesa irá ajudar muitas pessoas. Você tem uma personalidade forte e na hora certa irá encontrar o momento para fazer o que o seu coração clama. Mas tenha cuidado com o que faz, por que isso será a sua ruína também.

Senti um vento frio aterrorizador. Eu estava sem fala. Não sabia se acreditava ou não levasse a sério o que ele me dizia. Edward também estava desconfortável, deu um sorrisinho e disse:

— Eu sempre soube que Bella será uma ótima rainha!

— Eu não falei isso, mas Deus sabe a nossa hora e o lugar.

Olhei para Edward e rezei para irmos embora dali o mais rápido possível, pois eu estava muito medo daquele homem e lugar. Eu não gostava de coisas que eu não podia explicar. Ainda bem que para a nossa salvação, Nick bateu na porta anunciando que estávamos atrasados para o nosso próximo compromisso.

— Vão irmãos! Não se esqueçam do que eu vos falei.

Saímos apressados dali e entramos no carro. Eu não sabia dizer se tudo aquilo era verdade ou não se passava de uma bobagem sensacionalista feita para nos pegar. Mas aquilo me deixou tocada e assustada. Edward pegou a minha mão e acariciou.

— Não se preocupe com isso, Bella. É tudo bobagem!

Queria mesmo que fosse algo insignificante e nem tive muito tempo para decifrar o que ele disse, tinha que me concentrar na turnê e ainda mais agora que tudo dependia de nós dois.

Nosso último dia em San Patricks, iríamos receber umas homenagens e como a cidade, como muitas do sul de Belgonia, ainda traziam muitas raízes suecas, então deveríamos fazer um discurso de agradecimento nessa língua. Resolvi ensaiar várias as palavras que já estavam prontas para apenas falarmos na hora. Passei muito tempo estudando com Stefany e me sentindo amedrontada por qualquer erro que eu pudesse vir a cometer. Apesar disso, eu não desisti, por que eu queria que todos tivessem orgulho de mim, principalmente eu mesma.

Então, na noite programada, nos reunimos no salão de festas público da cidade para recebemos as homenagens das autoridades e do povo de San Patricks. Edward estava temeroso também. Sabíamos do peso da nossa responsabilidade, isso atrapalhava. Era melhor quando não estávamos nos importando com nada disso, nos deixava mais soltos. Mas, o espetáculo real tinha que continuar. Ele foi ao microfone primeiro e disse algumas poucas palavras de agradecimento ora em inglês, ora em sueco. Era incrível como ele era brilhante quando se tratava de comunicação em outras línguas!

Quando chegou a minha vez, respirei fundo e falei em alto e bom som o meu discurso quase todo em sueco.

— Jag, hertiginnan av Richmond, är mycket nöjd med hur jag mottogs. Jag kommer säkert att ta evigt i mitt hjärta alla de stunder jag bodde här. Tack!

Eu tinha ciência que algumas palavras não saíram como deveriam, mas estava satisfeita com todos aplausos e assovios. Desafio completo com louvor. Edward deu um tapinha nas minhas costas e disse baixinho:

— Você se saiu muito bem, meu amor!

Olhei para todas aquelas pessoas e dessa vez não senti medo, mas sim gratidão verdadeira. Eu me sentia exausta, tinha dado todas as minhas energias nessa viagem e ver todos sorrindo, felizes, me alimentava o espírito. Tenho certeza que voltaria mais madura dessa experiência.

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Príncipe Edward e Isabella Swan comprovam que a monarquia é imbatível em Belgonia!

Já no fim da turnê pelo país e com mais acertos do que erros, príncipe Edward e sua carismática esposa arrastaram multidão por onde passaram. Provocaram sorrisos, choros, admiração e mesmo controvérsias, porém nunca caindo na popularidade.

Em pesquisa informal feita pelo jornal The Star, patrocinado por outros meios de comunicação de Belgonia, comprovaram que a família real continua em alta e no coração dos belgãos mesmo depois das declarações de Oscar Scoby. Inclusive, ele está sofrendo um processo de calúnia e difamação acionado pelo palácio de Belgravia e encontra-se impedido de falar no nome da família real até o resultado do processo.

Príncipe Edward e Bella estando no topo das pesquisas demonstram que eles são o futuro certeiro da monarquia de Belgonia. – Jornal da VTI

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Quase cai para trás ao ver que em todas as notícias que a nossa turnê estava terminando com muito sucesso e que a família real estava com noventa por cento de aprovação na pesquisa informal feita pela imprensa. Sorri aliviada. Era mais do que satisfatório receber uma notícia como essa. Eu me sentia vitoriosa e gratificada por tudo que fizemos. Corri para onde Edward estava no nosso quarto de hotel e o encontrei sentado na cama com o celular na mão e com uma cara de poucos amigos. Não me importei com esse detalhe e me joguei contra ele, o empurrando na cama com força. Ele me olhou confuso e eu sorri, o beijando.

— Conseguimos! Edward a nossa turnê foi um sucesso!

— Eu sei. Nick me falou da pesquisa.

— E não está feliz?

— Estou, meu anjo, mas estou preocupado com o meu pai.

— Ele ainda não atendeu as suas ligações?

— Não e isso é frustrante! Estou com medo de alguma coisa ter acontecido com relação ao plano para derrotar aquela pessoa...

— Sim... Mas não se preocupe, seu pai não é nenhum garoto inexperiente. Ele está nessa há mais tempo que nós e sabe o que está fazendo.

— Espero que sim... Eu só queria ter notícias.

Coloquei os meus braços em torno do pescoço dele e comecei a beijá-lo. Aos poucos comecei a sentir que ele já estava começando a se animar e essa era a minha intenção. Durante os dois dias que passamos em The Riverlands, Edward se manteve bastante preocupado por que não conseguia ter contato com Carlisle no palácio. Foram incontáveis ligações não atendidas. Nick pedia para que nos concentrássemos na turnê que estava tudo bem em casa, mas Edward queria algo mais concreto. No fundo, toda essa tensão com a polêmica provocada por Scoby e as brigas familiares, estavam deixando ele com a cabeça atordoada, confusa e com a corda no pescoço. Eu também estive assim, mas agora depois do saldo positivo, eu queria aliviar o cansaço e aproveitar um pouco mais de tempo como um casal e tentar aliviar a tensão dele também.

— Não fique assim, hum? Vamos comemorar... – Eu disse ao seu ouvido, já sentindo os pelos do seu pescoço se arrepiarem.

— E como quer comemorar, minha linda esposa? – ele disse sorrindo.

— Podemos dar um passeio pela praia... E depois voltar para essa cama quem sabe...

— Vou entrar no seu jogo, milady, estou mesmo cansado de tudo, precisamos nos aliviar de alguma forma, não é? – Ele disse enquanto batia de olho para mim.

Já estava escuro, então não encontraríamos tantas pessoas na orla. Ele se virou invertendo as nossas posições na cama e me dando um beijo caloroso que quase me fez repassar no destino do nosso programa e ficar com ele aqui mesmo nessa cama. Mas antes que eu anunciasse a minha mudança de planos, ele puxou a minha mão me colocando de pé. Trocamos de roupa, pus meus jeans velhos que há tempos não podia usar e chinelos. Mas só saímos depois de nos disfarçarmos com óculos escuros e boné.

Seguimos para a praia em frente ao hotel, andando sem rumo de mãos dadas para algum lugar que só estivesse nós dois. The Riverlands tinha proporcionado muitos eventos em que podíamos relaxar ao cheiro do mar e aproveitar a brisa incrível que soprava quase o tempo inteiro. Era uma cidade dentre muitas litorâneas que eu não conhecia, mas que tinha me feito se apaixonar por tantas belezas e que com certeza me faria voltar em outra ocasião.

O silêncio reinava entre nós, mas não precisávamos falar nada, estar um ao lado do outro já bastava. Nossos pés tocavam as ondas do mar e podíamos ouvir apenas o som que ele fazia e os passos de George atrás de nós, uma presença constante, mas que já havia me acostumado. Estar ali com Edward depois de tudo que enfrentamos durante essa história. Quando é que eu poderia imaginar que estaria de mãos dadas com o herdeiro do trono de Belgonia, que agora era meu marido e responsável por eu ter largado todo o meu projeto de vida para viver esse grande amor? Durante todos esses quinze dias, eu tive a percepção mais clara de que era só estar ao lado dele que me importava. Nós estávamos cada vez mais conectados um com o outro, como amigos, parceiros e conjugues. Para mim era óbvio que juntos podíamos enfrentar qualquer coisa e assim seguiremos no futuro.

Já tarde da noite, seguimos para o nosso quarto de hotel depois de um longo passeio a beira mar. Edward fechou as cortinas das janelas e eu tive certeza pelo seu olhar que a nossa noite não terminaria ali.

Mas na manhã seguinte, a preocupação dele voltou. Tínhamos ainda um último compromisso de última hora em Seraf. A câmera municipal resolveu nos dar o título de cidadãos honorários da cidade e por isso resolvemos encerrar a turnê por lá. Edward resolveu deixar SMSs para o pai e acabou sendo respondido por ele com uma mensagem bem direta e curta: “Coisas importantes acontecerão hoje. Conversamos quando você chegar”. É claro que isso só fez aumentar a sua ansiedade em voltar o mais rápido possível para Belgravia.

Formos direto para a câmara de Seraf para recebermos o nosso título. Fiquei agradecida por tal reconhecimento, eu mesma já a considerava como minha. Recebemos todas as honrarias com a presença de meu pai, Jake, Sue e Leah. Porém, eu mal tive tempo de falar com eles. Pois, logo após os nossos discursos e o fim da cerimônia, Edward quis voltar imediatamente para o palácio. Meu pai ficou irritado pela pressa de Edward, mas não discutiu, pois sentiu que coisa boa não tinha no ar.

Mal podemos entrar no carro por que haviam muitas pessoas ao redor do prédio da câmara nos aguardando, querendo nos ver, nos tocar ou falar conosco. Saiamos apertando várias mãos e acenando por todo o curto percurso. Foi um alívio poder terminar esses quinze dias exaustivos com vitória.

Mal o carro estacionou na garagem do palácio, Edward saltou para fora do veículo até o escritório do seu pai e o segui logo atrás. Por sorte, Carlisle estava acabando de chegar em sua sala. Edward sorriu aliviado por estar vendo o rosto do pai depois de dias. Carlisle pareceu feliz também em nos ver. Olhando para ele parecia que ele tinha envelhecido uns 10 anos com toda essa confusão. Estava abatido e mais magro. Devia mesmo estar sendo muito exaustivo para ele, como para todos nós.

— Primeiro, filho, gostaria de me desculpar por não ter atendido as suas ligações. Eu estive bastante ocupado nesses últimos dias.

— Eu imagino pai. É que ficamos aflitos por notícias.

— Temos muitas novidades! Mas antes de contar a vocês o que está acontecendo por aqui, eu quero agradecer e parabenizar aos dois pelo excelente trabalho durante a turnê. O resultado não poderia ter sido mais satisfatório e eu estou muito orgulhoso de vocês.

— Obrigada. – falei me sentindo recompensada por receber tais elogios de Carlisle.

— Isso significa muito pai.

— Bom... Agora as notícias. – Carlisle respirou fundo e pegou CD de dentro da gaveta de sua grande mesa de mogno. E colocou dentro de seu computador. – Não sei se vocês souberam, mas entrei com um pedido judicial contra Oscar Scoby por injúria e difamação e já está correndo na justiça.

— Soubemos. – respondeu Edward com certa pressa. – Mas, eu e Bella estávamos conversando durante a viagem e percebemos que depois daquela entrevista maldita de Eleazar que ele pode estar por trás de tudo.

— Calma, Edward. – Carlisle falou ao notar a ansia de seu filho. - Eu já sabia disso desde o início. Como já vos disse, eu e sua mãe começamos a investigar quem estaria nos enviando aqueles bilhetes com ameças. E chegamos à conclusão que era alguém muito próximo a nós que estava planejando alguma coisa. Ou um funcionário de alto escalão ou alguém da família. Esme de cara já supôs que poderia ser Eleazar devido a sua ganância e interesse antigo no trono. Então mandamos investigar através de um detive do serviço secreto.

— E o que descobriram? – Edward perguntou afoito.

— Foram meses de investigação, com o detetive o seguindo, com ligações grampeadas e um hacker tenho acesso a todos os arquivos que ele tinha no computador. Descobrimos que Eleazar estava sim por trás de Scoby e dos bilhetes, porém descobrimos algo que nem desconfiávamos.

 Ele virou as caixas de som em nossa direção e apertou o play. Não era um vídeo, mas sim um áudio que muito provavelmente tinha sido grampeado de alguma ligação. Claramente era a voz de Eleazar em primeiro plano e tinha outra, que para mim era desconhecida, e não parecia ser a de Scoby.

— O que você quer ligando para mim? Eu não já mandei você desaparecer? – gritou Eleazar na linha.

— Eu não vou desaparecer assim tão fácil! Você me deve uma grana e eu não vou descansar enquanto não conseguir o que me prometeu há 11 anos.

— Eu já te paguei o suficiente e agora caia fora!

— Eu sei que você está louco para usurpar toda a família do rei Carlisle do trono e colocar a princesa Carmen como a próxima rainha...

— Isso não tem nada a ver com você.

— Ah tem sim! O que acha que acontecerá se eu contar para a imprensa que eu estava sendo pago por você para deixar o príncipe Emmett locão para que todos pensassem que ele era incapaz, ham?

— Você não vai dizer nada, ouviu? NADA!

E a ligação caiu. Eu não estava surpresa com o que ouvira. Eu sempre desconfiei que Eleazar fosse capaz de aprontar alguma dessas. Então, vinha a coclusão que afinal de contas, Esme acabou colaborando de qualquer forma para acabar com o plano de Elezar de usurpar o trono em nome de sua esposa meio que sem querer.

— Pai, essa voz não é do Bertie?

— Sim, é dele mesmo. Do filho do falido barão de Gotland. Ele já estava quase no fim do poço na época e seu filho, o Bertie, achou que se aproximando de Emmett e se aliando ao plano de Eleazar iria ajudar o pai a sair da falência. Porém, ao que parece, o meu querido cunhado só fez promessas sem retornos para eles.

— Acabou desgraçando a vida dele e a da nossa família à toa...

— Sim. Eleazar estava por trás disso o tempo todo. O plano era usar Bertie como fornecedor de drogas para Emmett para que ele desistisse do trono e causasse tantas polêmicas que colocaria eu e ele em maus lençóis com o povo de Belgonia, a ponto deles resolvessem nos tirar do trono de propósito. Eleazar tinha esperanças que pudesse colocar Carmen em meu lugar e ele ascender por trás dela.

— Maldito! – Edward bateu na mesa com força. – E o que vamos fazer para detê-lo?

— O plano já está armado. Combinei com alguns parlamentares amigos meus para fazê-lo pensar que ele pode ganhar a causa e nos colocar para fora do trono. Fazer ele pensar que está ganhando e confessar diante de mim e de todo o parlamento de seus planos malignos.

— E aí o pegaremos com as mãos na botija!

— Sim. Mas para que isso dê certo é necessário o mais absoluto sigilo. Só nós quatro sabemos do plano fora o primeiro ministro e os meus amigos que vão ajudar na ação. Mas temos que deixar que Eleazar pense que tudo está dando certo para o seu lado.

— Isso genial pai! Eu quero estar lá com você.

— Pois se prepare. Que tudo ocorrerá essa noite.

Edward deu um sorriso triunfal como há dias não dava e cruzou os dedos com empolgação. Eu também me senti vingada de alguma forma, mas só estaria satisfeita quando todo o plano desse certo. Estava sentindo que tudo estava se aliando para um bom desfecho. Tinha esperança que sim, mas agora o jogo estava definitivamente começando pra valer.


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Notas finais do capítulo

E aí? Foi isso que vocês estavam esperando? O que acharam! Quero muito comentários!