Dinastia 1: O Sonho Real escrita por Isabelle Soares


Capítulo 11
O Preço desse amor


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de hoje vai ser difícil para a Bella! Vocês verão como a mídia reagiu a ela. Espero que gostem!

Meus agradecimentos a Jo G Cullen, Super Batatinha, Gabi Uzumaki, ADesconhecidaNut e Cupcakeimperfeito pelos comentários motivadores.

Boa Leitura!



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— Senhoras e Senhores, estamos aqui reunidos em nome de Deus para testemunhar o casamento entre sua alteza real o Príncipe Edward e de Isabella Swan, a duquesa de Richmond. Em Coríntios capítulo 13 Jesus diz: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” E é para celebrar esse amor tão grande e tão profundo que eles vieram até aqui para pedir as bênçãos de Deus para esse novo momento de suas vidas.

O padre iniciou a celebração do nosso casamento. As palavras dele entravam na minha mente com muita força, me fazendo lembrar de tudo que tivemos suportar para estarmos aqui hoje. Meu amor por Edward era tão grande que não cabia em mim mais e só por ele enfrentei tudo e enfrentarei muito mais. Respirei fundo e senti que eu estava tão mais forte. Edward me dava ânimo, coragem, felicidade e era tudo que importava no fim das contas.

***

Era um flash atrás do outro. Suas luzes me cegavam ao passo que eu descia do carro. Muitos paparazzis tinham me cercado o dia inteiro do minuto que sai da universidade até o momento que me dirigia à casa de meu pai. Eu jamais tinha imaginado que poderia ser tão ruim. Me sentia invadida e encurralada. Eles não tinham absolutamente nenhum escrúpulo. Tiravam fotos minhas a todo minuto e tão perto do meu rosto que eu achava que iria cegar.

Tentei pegar um caminho diferente para a casa de meu pai, mas eles me perseguiram da mesma forma. Será que isso era certo? Qual era o limite entre a minha vida, minha privacidade e o trabalho deles?

Olhei para a casa onde tinha me sentido tão segura e agora ela tinha sido invadida por todos aqueles fotógrafos afoitos por qualquer ação comprometedora minha. Respirei fundo e desci do carro depressa. Tentei ir até a porta, mas haviam muitos deles. Eu não sabia o que fazer.

— Senhorita qual o seu envolvimento com o príncipe Edward?

— Você e ele estão namorando?

— Vocês pretendem se casar?

— Me desculpe, eu não sei o que vocês estão falando.

Tentei continuar o percurso, mas eles me cercaram com suas perguntas e câmeras estúpidas.

— Eu não posso dar nenhuma declaração que não existe.

— O que tem a dizer sobre as fotos que saíram nessa manhã?

— O príncipe Edward e eu somos amigos, apenas isso.

— Não pareciam só amigos nas fotos...

— Você estava lá para ver?

— Não, por isso estou lhe perguntando.

— Por favor. Eu não tenho nada a declarar. Me deixem ver o meu pai.

— Só mais uma pergunta Isabella.

Papai surgiu e veio até mim rapidamente para me salvar daqueles fotógrafos intrometidos. Eu agradecia a Deus por isso. Já estava perdendo a paciência.

— Deixem a minha filha em paz! Ela não tem nada com isso!

Ele segurou o meu braço com força e com muito esforço me tirou daquela confusão. Quando entrei na casa meu coração ainda estava aos pulos. Olhei discretamente para fora da janela e vi que alguns deles ainda estavam lá. Eles não iam desistir.

Olhei para o meu pai e ele me encarava com uma cara de surpresa. Para ele deveria mesmo ser algo muito absurdo. Me sentia culpada por ter deixado ele de fora do acontecimentos nesses meses todos.

— Bella me diga que tudo isso é mentira.

Respirei fundo e peguei as suas mãos.

— Não é pai. Aquelas fotos são verdadeiras. Os paparazzis nos flagraram ontem no show do Kings of Leon.

Papai sentou-se meio atônito. Pegava nos cabelos com tanta força que eu pensei que iria arrancá-los.

— Por que não me contou, minha filha?

— Desculpa pai. Foi algo realmente errado, devia ter lhe contado desde o principio.

— Quando tudo isso começou?

— Já faz um tempo, dois meses para ser mais exata. Edward e eu nos conhecemos na universidade, como já deve imaginar, e ficamos muito amigos, depois uma coisa levou a outra... Poucas pessoas sabiam do nosso relacionamento. Não queríamos que a mídia soubesse e estragassem tudo.

— E você já o chama pelo nome...

— Eu o amo papai.

— Como pode saber disso? Mal o conhece.

— Eu sei que faz pouco tempo, mas pai o que eu sinto é algo tão forte!

— Você sente! – falou enquanto se levantava um pouco irritado. – E ele? Bella, essa gente tem tudo. Quem sabe se ele não quer apenas brincar com você e depois cair fora?

— Isso não vai acontecer pai...

— Como pode saber? Príncipes não se casam com moças comuns na vida real Bella. Não vivemos num conto de fadas.

— Papai, Edward é diferente. Eu tenho certeza disso.

— Nunca poderá saber, minha filha, olhe para o irmão dele! Se divertiu com metade da Europa!

— Edward não é o irmão dele, por Deus!

— O caso dele é ainda pior! Ele vai ser um dia o rei desse país e deverá ter ao seu lado alguém tão rico quanto ele como esposa.

— Não foi isso que aconteceu com a mãe dele, não foi? Quão rica era a rainha Esme quando se casou com o rei Carlisle?

Ele suspirou derrotado. A monarquia de Belgonia era burguesa o suficiente para haver muitos casamentos fora da monarquia, a História recente provava bem isso. Mas eu entendia a preocupação dele. Na teoria só há casamentos monárquicos para manter a linhagem, porém nada disso importava para mim no momento. Eu queria viver aquele amor o tempo que durasse, mesmo que um dia eu não venha a me casar com ele.

— Não quero que seja infeliz Bella. Não quero que chegue aqui debulhando em lágrimas quando ele lhe deixar para se casar com uma moça importante, não aguentaria te ver triste!

Fui até ele e o abracei. Era tudo que eu precisava ouvir naquele momento. Eu também não queria ser infeliz, porém no momento felicidade era sinônimo de Edward, mesmo com todos os transtornos que viriam com ele.

— Eu sou feliz com ele pai. Não importa o quanto isso dure, mas agora, eu só posso ser feliz ao lado dele.

— Você já pensou que sua vida vai ficar a partir de agora?

— Pensei. Já estou a vivendo, não é?

— Como vão fazer para se livrarem desses fotógrafos todos? Por que eles irão atrás de você o tempo todo.

— Eu sei. Isso está sendo bastante difícil. Edward e eu chegamos à conclusão de que não vale a pena dar nenhuma declaração. Não queremos expor a nossa vida intima.

— Isso não é um jeito de ele não querer assumir você?

— Não pai! Que ideia! Ele está no palácio agora tentando resolver isso. Edward quer estar comigo tanto quanto eu quero ficar com ele.

— Sei não filha... Você ainda é muito jovem pra entender as coisas do mundo. Mesmo que esse garoto queira mesmo ficar com você, ele não decide sozinho pela vida dele. Tem um monte de gente sendo paga para decidir o que é melhor para ele e talvez você não esteja nos planos.

Abracei-o com força. Contra isso eu não poderia argumentar. Eu mesma tinha esse mesmo medo. Mas como ele mesmo disse: deixaria os dados rolarem e veria o que ia acontecer.

Os dias se passaram e as coisas ficaram piores, principalmente para mim que era perseguida o tempo inteiro por fotógrafos afoitos por qualquer notícia. Edward decidiu que não daria nenhuma declaração por que a nossa vida não interessava a impressa e nem a ninguém. Porém, os tabloides não pensavam dessa forma. Mesmo sem notícias oficiais, eles inventavam as suas próprias. Saiam todos os dias notícias de todos os tipos sobre nós dois. Saiam nas capas que tínhamos terminado, que Edward me traia com uma moça diferente a cada vez, que nós iríamos anunciar o noivado a qualquer minuto, fotos íntimas minhas no campus que eu nem imaginava como eles tinham conseguido. Me chamavam de feia, desajeitada, de indigna da realeza e até que eu estava grávida!

Isso me deixava extremamente chateada, embora eu não procurasse saber o que estavam falando por aí, as notícias chegavam até mim como num bombardeio. Eu e Edward estávamos em todos os lugares e em todas as mídias eletrônicas. Éramos o assunto do momento. O príncipe finalmente encontrara uma namorada! Ele também estava angustiado com tanta opressão. Chegou até a pedir ao pai que falasse por mim e que colocasse seguranças na minha cola para me proteger, porém nada ele pode fazer. Eu não era da realeza, não tinha direito a proteção que eles tinham.

Eu tentava a todo modo não chamar atenção, porém eu sabia que era vigiada a todo instante. Isso me abalava como um golpe de faca. Eu não tinha mais liberdade, nem segurança e nem mesmo privacidade. Eu era de todo mundo menos de mim mesma.

Mas a notícia que havia saído por último tinha me deixado sem chão. Eu chorava horrores com a revista na mão que dizia que o motivo de eu ter deixado os Estados Unidos era o fato de que minha mãe havia me expulsado de casa por ter me relacionado com o marido dela, o que era uma mentira absurda! Phil e eu nos dávamos muito bem, mas sempre foi algo muito respeitoso, um relacionamento de amigos e só. Eu jamais ficaria com um namorado de minha mãe e Phil jamais tinha me visto de outra forma a não ser como sua enteada. Eu sabia que eles iriam atrás de saber tudo sobre mim, mas isso não lhes davam o direito de inventar mentiras dessa forma! Eu me sentia afrontada, desolada e invadida.

Edward chegou ao meu dormitório e me viu encolhida num canto com os olhos vermelhos de tanto chorar. Eu não suportava mais tanta pressão e perseguição. Até o nosso relacionamento tinha abalado um pouco. Edward e eu não nos víamos com tanta frequência mais por conta que tínhamos medo que nos vissem e tirassem uma foto. Tínhamos que fazer um malabarismo enorme para ficarmos perto um do outro e aquilo estava me deixando maluca!

Ele pegou a revista que estava em minhas mãos e jogou na lixeira. Me abraçou e limpou as minhas lágrimas. O calor que vinha dele me confortava, era tudo que eu precisava.

— O que vamos fazer Edward? – falei baixinho quase sem conseguir me expressar. – Eles chegaram ao limite.

— Bella, eu lamento muito por tudo que esteja acontecendo a você. Eu venho lutando para que tudo isso pare. Não quero que sofra desse jeito.

— Eu tento ser forte, Edward, mas eu não aguento mais. Veja o que saiu agora! Estão me acusando de ter tido um relacionamento com o marido da minha mãe! O que é uma mentira absurda! Eu não posso aceitar que digam isso de mim e nem que envolvam a minha família nessa história.

— Eu sei Bella. A única coisa boa dessa história é que obtive uma resposta do palácio. Meu pai nos aconselha a assumir o relacionamento, já que o silencio pouco resultou algo satisfatório.

— E acha que eles vão parar?

— Não vão, porém se assumirmos, eles vão se cansar, pois não terão mais o que vasculhar. Vamos ser uma história velha e repetida.

— Não sei se isso irá acontecer. Eu não entendo por que eles estão tão afoitos comigo. Creio que isso não tenha acontecido com nenhuma outra namorada sua, aconteceu?

— Não. Mas é exatamente isso que te diferencia Bella. Você é diferente. É o completo oposto do que se espera para um príncipe e isso os deixam atônitos, mas eu quero que você entenda que eu te acho ideal para mim e perfeita aos meus olhos, não importam o que digam.

Olhei bem no fundo dos olhos dele e via exatamente o que ele queria dizer. Havia sinceridade ali. O beijei com toda a minha força, até poder aliviar essa dor que estava no meu peito agora. Ele também parecia desesperado por libertar essa tensão que nos rodeavam naquele momento.

Fizemos amor naquela noite como nunca tínhamos feito antes. Fazia dias que não conseguíamos estar tão perto assim do outro. Nos amávamos como se quiséssemos buscar no outro tudo que precisávamos, com tanta voracidade como se tudo fosse acabar ali. Eu não queria, mas desconfiava que fossem conseguir nos afastar. Mais tarde me agarrei ao peito dele como se quisesse prende-lo a mim. Por que tudo tinha que ser tão difícil?

— Edward, eu não posso deixar tudo como está. Não posso deixar que eles difamem a minha família.

— Eu sei Bella. Vou acionar os meus advogados para processar esse tabloide imundo que publicou isso. Meu pai também autorizou você a dar uma entrevista exclusiva no palácio para desmentir todo o boato após o anuncio oficial do nosso namoro.

— Eu? Entrevista exclusiva?

— Bella, é a única forma de poder desmentir tudo perante todos. Acredito que sua mãe também queira dar uma declaração.

— Não entendo o porquê de envolver a mídia nisso mais uma vez! Uma declaração não funcionaria?

Ele ajeitou se ao meu lado e me olhou nos olhos.

— Bella, nem toda a mídia são inimigas. Uma coisa que deve saber é que de uma forma ou de outra precisamos dela também. Podemos tê-la como aliada às vezes.

Virei o rosto, abalada, pus a mão na testa me perguntando como eu me sairia numa entrevista. Eu nunca tinha dado uma antes.

— Não se preocupe. Eu e Nick estaremos lá com você. Escolhemos uma rede de TV que é nossa aliada por anos e a entrevista será no palácio para garantir que eles não façam nada de errado com você.

— Sei não Edward... Acho que eu não estou pronta.

— Vai estar. Pense na sua mãe e em Phil. Eles vão precisar que os defenda.

Fechei os olhos e Edward os beijou.

— Vai dar tudo certo meu anjo. Eu farei tudo para que esse tormento passe. Quero que sejamos felizes.

Acordei no dia seguinte me sentindo um pouco melhor. Saber que agora eu poderia contar com o apoio da família de Edward me tranquilizava. Antes, embora ele me dissesse que estava comigo, eu me sentia bastante sozinha por estar sendo o alvo constante dos tabloides. Agora eu não estava lutando só nessa batalha.

Virei para o lado e vi que Edward já tinha ido embora, acho que com medo que Ângela nos visse, como se ela já não soubesse....

Me espreguicei e já estava pensando em como iria fugir dos paparazzis hoje quando Ângela veio correndo até mim com o notebook nas mãos.

— Bella você é oficial agora!

— O que?

— O palácio acaba de postar uma nota oficial anunciando o seu namoro com o príncipe Edward.

Ainda meio sem saber o que pensar, peguei o notebook das mãos dela e vi a nota que havia sido postada no site oficial da família real e que com certeza já tinha sido repostada em diversos sites e jornais.

Palácio de Belgravia, 8 de junho de 2010

 O palácio de Belgravia, em nome de suas majestades reais, anunciam que sua alteza, o Príncipe Edward, está em um relacionamento sério com a senhorita Isabella Swan. Eles agradecem todo o carinho e as mensagens positivas que vêm recebendo, pedem privacidade e absoluto respeito da mídia para com ambos.

                                                                                                                Atenciosamente,

 

 

Carlisle Cullen

Sua Majestade Real, O Rei.

Nilson Bolton

Chefe de Imprensa do Palácio de Belgravia

Nickolas Connors

Secretário Oficial dos Príncipes Reais

 

Eu mal podia acreditar no que eu estava lendo! Edward tinha me dito que sairia uma nota oficial, mas nada comparado ao ler isto. Eu estava sendo reconhecida oficialmente, tudo é real agora! Respirei fundo me sentindo meio entorpecida e Ângela sorria de ponta a ponta.

— Bella, você tem ideia do que está acontecendo?

— Não, eu ainda não consigo acreditar.

— Meu Deus isso parece um sonho! Você é tão sortuda!

— Ângela, eu quero que saiba que nada mudou na nossa amizade. Não quero que nos tratemos diferente por causa desse anuncio. Você foi uma das primeiras pessoas a ver nascer o meu relacionamento com Edward e deve saber que eu continuo a mesma pessoa.

— Eu sei Bella. Não precisa me dizer isso. Eu quero que você saiba que tem o meu apoio, que estou torcendo por vocês sempre. Sou a primeira do fandom de vocês!

Com lágrimas nos olhos a abracei ternamente. Eu sabia que Ângela era uma amiga fiel, uma das poucas que eu tinha verdadeiramente. Eu sabia que podia contar com ela e que precisaria do seu apoio agora nesses momentos tão turbulentos para mim. De repente me lembrei do que Edward havia me dito certa vez, que haviam poucas pessoas no mundo que poderíamos confiar verdadeiramente e eu tinha certeza que Ângela era uma.

— Ah Bella! – disse ela enquanto batia a mão na testa. – Tem uma mulher esperando lá fora para falar com você. Eu disse a ela que aguardasse por que eu ia ver se estava dormindo e todo esse negócio do comunicado oficial me distraiu.

— Quem é?

— Eu não sei, mas tem um sotaque americano.

— Mande entrar, por favor.

Ângela correu até a porta e para a minha total surpresa minha mãe adentrou o cômodo. Nem esperei muito e corri para abraçá-la. Eu estava com tantas saudades dela!

— Oh Bella! Como é possível que eu tenha que vir a Belgonia para saber notícias suas?

— Eu sei mãe... Me desculpa! Estava com tantas saudades suas!

Ela olhou para mim como sempre fazia. Avaliando se eu estava perfeitamente bem e beijou a minha testa.

— Eu também estava minha querida.

— Mãe deixa eu te apresentar a Ângela minha colega de quarto e também minha amiga.

Mamãe voltou-se para Ângela e já lhe deu um abraço apertado. Ela se espantou com o gesto de minha mãe por que aqui as pessoas não eram tão calorosas, mas era desses atos intempestivos dela que me fazia falta. Mamãe era uma mulher de tato. Agia mais e pensava de menos.

— É um prazer em conhecê-la senhora.

— Ai não senhora não! Isso me torna velha! E se tem uma coisa que eu mais detesto é ficar velha! – disse minha mãe aos risos. Ela definitivamente não havia mudado nada.

— Me desculpe. Eu vou deixar as duas conversando um pouco.

Ângela saiu e minha mãe deu umas voltas no quarto para ver como ele era, afinal ela nunca tinha vindo aqui antes. Nada escapava aos olhos dela e com certeza a aparência do meu quarto não ficaria de fora. Minha mãe sempre gostou do melhor e que as coisas tivessem bem apresentadas, pois a para ela a aparência poderia ser um cartão postal para tudo.

— Está a seu gosto mamãe?

— Está bem acomodada minha filha.

Ela pegou a minha mão e sentou-se ao meu lado. E logo no primeiro olhar dela eu sabia que ela estava captando o que estava acontecendo comigo. Minha mãe, apesar de tudo, era muito observadora com relação aos sentimentos das pessoas. Eu sempre dizia que ela tinha o sexto sentido maior que a razão. Sabia que ela já estava compreendendo o que eu estava sentindo.

— Sabe essa mancha roxa aqui na minha perna?

— Sim.

— Foi quando eu cai da cadeira ao ver uma notícia que dizia que a minha filha estava namorando um príncipe.

Ri meio sem jeito. Mamãe era impagável!

— Me desculpa mãe por ter deixado você e o papai de fora. Acredite que não foi a minha intenção mantê-los fora disso, mas o meu relacionamento com o Edward era muito restrito a nós dois. Eu tinha medo que descobrissem e virasse o alvoroço que virou agora. Era o nosso segredo particular.

Ela respirou fundo e virou-se na cadeira. Sabia que ela agora entraria no modo psicóloga que às vezes surgia nela. Ás vezes eu não precisava falar uma palavra para ela descobrir tudo que eu pudesse não estar lhe revelando.

— Como isso aconteceu, Bella? Eu me despedi de minha garotinha e quando a vejo novamente ela virou uma princesa...

— Sabe que essa nunca foi a minha intenção.

— Eu sei. Te conheço melhor do que ninguém.

— Eu o conheci no meu primeiro dia aqui. Quando o vi pela primeira vez, eu fiquei com uma sensação tão estranha dentro de mim que eu não sei nem explicar! Eu olhava para ele e já me via ao seu lado. Eu sei que isso parece ser meio doido, mas juro que isso aconteceu! E quando eu comecei a conhecê-lo melhor, eu percebi que tínhamos muita coisa em comum e esse sentimento só foi crescendo dentro de mim e quando me dei conta já estava apaixonada.

— Esse foi o discurso mais longo que eu já ouvi de você. Ele deve ser mesmo alguém muito especial por que eu nunca vi você tão entusiasmada por alguém antes.

— Ele é mãe. Apesar de toda a pompa que há em volta dele, eu o olho e vejo uma pessoa tão simples, culto, inteligente e lindo! Ai mãe, eu fico perdida quando estou com ele!

— Você está profundamente apaixonada por ele. Qualquer um ver isso! Bella, jamais pensei que iria encontrar você nesse estado. Logo você que vivia me chamando de boba por estar sempre apaixonada e olhe pra você!

Ela deu uma risada gostosa e tive que acompanhá-la. Era bom poder partilhar o que eu estava sentindo com ela. Eu não aguentava guardando todo esse sentimento só pra mim.

— Eu não sabia o que era o amor essa é verdade. Eu sempre tive muito medo de me entregar a um relacionamento, de deixar alguém entrar no meu mundo.

— Às vezes eu me sinto meio culpada por isso, Bella, por tudo que eu te fiz passar quando eu me separei do seu pai.

— Você não tem culpa mãe... Isso vem de mim mesma.

— Eu tenho sim. Fui muito dura te dizendo direto para não fazer besteiras, mas não confiar em todo mundo e outras bobagens que eu te disse quando você era mais nova.

Olhei para baixo querendo disfarçar as lágrimas que queriam começar a descer. No fundo, a separação dos meus pais tinha me atingido. Eu não queria sofrer como a minha mãe sofreu. Eu queria poder confiar somente em mim e criar raízes solidas a partir disso para nunca ter que ficar dependendo de outra pessoa. Mas eu estava errada afinal de contas, o amor era um sentimento estranho.

— Eu quero que saiba que nós duas somos completamente diferentes, nunca vamos passar pelas mesmas coisas. Você é melhor do que eu era na sua idade. Tão séria, inteligente e pé no chão, mas às vezes é bom confiar nas outras pessoas, se libertar um pouco e deixar vazar os sentimentos. Nem todo mundo tem as mesmas experiências no amor.

— Eu sei. Mas mesmo assim eu tenho medo de confiar demais e me decepcionar. De estar sonhando e de repente acordar e perceber que nada disso aconteceu de verdade.

— Eu entendo. Parece que você está mesmo vivendo o sonho que toda garota queria estar vivendo.

— Para mim pouco importa esse negócio de realeza. Só quero estar com ele.

— Eu sei, mas você vai ter que se importar por que você, independente da sua opinião, vai se relacionar com ele e com o título dele. Terá que se acostumar com o mundo dele também.

— Isso me assusta um pouco.

— Imagino. Deus eu estaria pirando se estivesse no seu lugar sendo perseguida por todo lado e com toda aquela pompa!

— Quanto a isso... Mãe, eu não dei nenhuma declaração sobre você e o Phil para a imprensa, ele inventaram tudo aquilo que saiu nos jornais.

— Eu sei filha. Mas nós vamos ter que resolver isso. O que eles disseram foi horrível!

— Edward me disse que iria acionar os advogados dele para processar o tabloide que publicou essa matéria ridícula. Ele quer que eu dê uma entrevista explicando tudo também.

— Isso é o correto. Quando vai ser a entrevista?

— Ainda não há data. Mas será com a VTI que é uma emissora de confiança deles. Eu estou tão nervosa mãe!

— Eu sei, mas você tem que se acalmar, respirar fundo e ser autentica. Tudo dará certo, você vai ver.

— Tomara! Esses últimos dias foram terríveis para mim. Você não sabe o quanto estou arrasada com toda essa perseguição e com tudo que saiu sobre mim por aí.

— Bella, sempre vai alguém que vai falar alguma coisa ruim sobre a gente, mas você não pode se deixar abater com isso. Eles estão querendo chamar a sua atenção ou a de Edward para que vocês se irritem e agridam eles. Imagina o quanto isso cairia bem nos Jornais.

— Você tem razão, mãe. Eles fazem isso só para nos chamar atenção e vender notícias.

— Deve se importar agora apenas com o seu relacionamento com Edward. Se ele estar com você é por que te ama do jeito que você é, só isso basta! O resto você aprenderá com o tempo.

Respirei fundo, limpei as lágrimas que tinham escapado e abracei calorosamente. Era tão bom poder conversar com a minha mãe e poder abrir o meu coração com ela. Me sentia bem mais leve agora e mais segura.

— Diga a ele que quero o conhecê-lo, por que quando eu sai daqui ele ainda era um molecote!

— Digo sim! Ele vai amar te conhecer!

— Você sabia que eu sempre fui louca por monarquia? Eu fui ver o casamento dos pais dele. Eu me lembro que foi o maior evento do ano! Tinha tanta gente nas ruas! Eu era uma garota na época e torcia horrores por eles!

— Eu não acredito mãe!

— Sério! O rei Carlisle, que na época ainda era príncipe, era um pedaço de mal caminho...

— Mãe!

Rimos juntas das histórias que ela me contava sobre os tempos dela de adolescente e como ela era uma fã numero um da família real. Vimos fotos antigas deles juntas e nos divertimos horrores. Sinto falta desses momentos despretensiosos ao lado dela. De poder rir de qualquer bobagem e ser eu mesma sem reprimendas. Com a minha mãe eu podia ser uma pessoa normal, a Isabella Swan que hoje anda meio esquecida em algum lugar dentro de mim e que só com ela podia se libertar. Esse é o preço por mudar de vida, a gente nunca pode ter tudo.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam do capítulo? Ansiosa para saber! Comentem bastante por favor! E até a próxima!



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