A Princesa e o Guerreiro escrita por asthenia


Capítulo 6
As flores e o rapto


Notas iniciais do capítulo

aaahhh quanto tempo!
Fiquei um BOM período sem ideias pra essa fic, mas cá estou de volta! Espero que gostem ♥



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Os três homens a olhavam esperando sua resposta. Hinata ficou sem graça em ser o centro de atenções de Hizashi, Jiraiya e Naruto. As maçãs de seu rosto provavelmente estavam coradas.

— Bem.... Eu acho que podemos tentar.

O Uzumaki sorriu, animado.

— Valeu, Hinata!

Assim que ela o olhou, reparou que o sorriso dele era sincero, além de ser muito bonito. Voltou a ficar acanhada, talvez estivesse o encarando muito.

— Não se anime tanto, Naruto. Vou garantir que Hinata não pegue leve com você. – Hizashi falou, cruzando os braços, mas percebeu quando o loiro revirou os olhos. – Hinata, começarei a sessão de meditação e você observa, assim podemos trabalhar juntos.

— Combinado. – Hinata concordou. – Antes, gostaria de explicar ao Naruto-san sobre o funcionamento dos chás. Me permite, oji-san?

Hizashi concordou. Todos ali voltaram seus olhos a Naruto, que apenas deu de ombros.

— Tudo bem. Eu vou ter que tomar isso mesmo, não é?

—/-

Naruto e Hinata caminharam até a parte de trás da cabana, próximo a janela do tão desastroso primeiro encontro de ambos. A cabana era rodeada de frondosas árvores e o gramado não era tão baixo. Atrás estava uma pequena plantação de ervas, e próximo a ela um tronco caído, com um tecido fino esticado. Folhas se espalhavam sobre o tecido.

— São com essas folhas que vocês fazem o Sencha?

— Sim. Esse chá é um costume dos Hyuuga. – Hinata foi até o local, pegando algumas folhas. – As folhas precisam estar secas para o chá. – Abaixou-se, ficando de joelho na pequena plantação. – Todas as vezes que uma folha seca é recolhida, colocamos outras no tecido. Isso é uma tradição Hyuuga levada a gerações. Usando o Sencha como ritual antes de qualquer atividade física, incluindo a meditação. – A morena mostrou as folhas que acabara de colher, colocando-as no pequeno cesto que carregava. Naruto prestava atenção.

— Vou te ajudar a colher! Eu adoro plantas!

O loiro de ajoelhou ao lado dela. A Hyuuga o observou de perto quando ele se aproximou. Seus olhos azuis curiosos o deixavam com uma feição inocente, contrastando com seu porte. Sentiu seu rosto esquentar mais uma vez por estar o encarando.

— Você gosta mesmo de plantas? – Perguntou, desviando seus olhos para as folhagens.

— Sim, gosto bastante! Onde moro não temos espaço para ter um jardim, mas quando eu tiver uma casa bem grande eu quero um jardim enorme! – Naruto a olhou. – Na sua casa eu aposto que tinha, não é?

Hinata sorriu sincera.

— No palácio há uma estufa e um grande jardim. Eu passava grande parte do meu dia mexendo com as plantas, mesmo que meu pai não gostasse. O jardim era repleto de lavandas, tulipas. – Seu sorriso murchou – Era lindo, mas.... Sempre achei que faltava cor.

Vagou seus pensamentos no momento que Toneri quase a beijou na estufa. Balançou a cabeça, tentando afastar àquelas lembranças.

Naruto ficou encarando Hinata enquanto ela falava. As expressões de seu rosto mudavam, como se lembrasse de algo que a incomodava. Voltou os olhos para frente. Uma ideia lhe surgira.

— Você pode fazer um jardim aqui, do seu jeito! – O Uzumaki sorria. – Do lado da cabana tem bastante espaço! Eu posso te ajudar!

Encarou o loiro animado.

— E-Eu não sei... – Respondeu insegura.

— Seu tio vai gostar. Eu trago a terra, sementes e as mudas que você quiser! – Naruto se levantou, esticando e oferecendo a mão em direção a morena. Ela aceitou, pegando na mão dele, também se levantando. – Quais você quer?

A Hyuuga não resistiu a animação dele e sorriu. Seu rosto estava levemente corado.

— Girassóis! E... Flores de cores vivas! Elas devem ser para forrar o gramado.

— Pode deixar! Amanhã mesmo eu trago!

Seu coração bateu forte quando ele lhe sorriu. Naruto era realmente alguém muito especial.

—/-

O Uzumaki ficava com os olhos fechados por poucos segundos antes que ele os abrisse, mais uma vez. Suas pálpebras tremiam, impedindo-o de ficar concentrado por muito tempo, naquela postura ereta. Logo em seguida ele apertava os olhos, forçando-os a ficarem fechados. Nada adiantava. Não conseguia se concentrar.

— Isso é muito difícil! – Reclamou, cruzando os braços.

— Tente de novo! – Hizashi interrompeu, aproximando-se. – Fique quieto e se concentre!

— Eu já tentei milhares de vezes!

Hinata observava a cena, analisando a situação de Naruto. Enquanto ela e seu tio discutiam, voltou-se a Jirayia, que estava distraído comendo uma maçã.

— Jirayia-sama. – Ele a olhou. – Por que Naruto quer se tornar um guerreiro?

Jirayia colocou as mãos atrás de sua cabeça.

— Ele é apaixonado por uma jovem de Konoha. – Disse, enquanto mordia a maçã. – Ele quer provar que pode ser muito mais que um lenhador para ser um bom homem a ela. – A Hyuuga voltou a olhar o loiro a poucos metros dos dois.

— Então é por amor.

O mais velho abriu os olhos, olhando para a Hyuuga.

— Eu tenho minhas dúvidas sobre isso. – Jirayia olhou na mesma direção que Hinata. – Naruto é imaturo. Ele acha que o amor é algo a ser ganho na força. Sem contar que tudo o que ele mais quer, na verdade, é vencer outro guerreiro, Sasuke Uchiha.

Hinata ouviu as palavras do grisalho e sorriu a ele, agradecendo. Caminhou determinada. Uma ideia surgira em sua cabeça. Interrompendo a conversa do loiro e de seu tio, voltou seus olhos a Naruto.

— Eu tive uma ideia. Feche os olhos, Naruto. – O Uzumaki apenas obedeceu. – Vou citar algumas coisas e quero que pense nelas. Pense no que sentia ao experimentá-las, está bem? – Naruto concordou. – Pense na fruta mais doce que já comeu. Nos olhos mais belos que já viu. Pense em sua estação favorita.

— Mas por que-

Hinata o interrompeu.

— Fique em silêncio e apenas ouça. – Ele se silenciou, voltando a fecha ros olhos. – Pense no cheiro de pães assando. No cheiro de chuva. Pense... – Suas bochechas se avermelharam. – Nas mãos da mulher que quer conquistar. Nos olhos dela. Em seu sorriso.

Conforme a voz de Hinata ia citando todas aquelas coisas e momentos, imagens lhe enchiam a cabeça. Sentiu seu corpo relaxando, involuntariamente. Suas pálpebras não tremiam mais. Hinata ficou em silêncio, assim como Hizashi e Jirayia.  Que também observavam. A postura de Naruto continuou ereta e seus músculos faciais não mais se retorciam por ser forçado a meditar. Alguns minutos depois, – perdera a noção do tempo – abriu os olhos. Hinata o olhava, sorrindo.

— Está tudo bem, Naruto-san?

— Sim. O... O que aconteceu?

— Você meditou. – Jirayia disse, cruzando os braços. – Eu disse que Hinata seria uma ótima aliada.

O Uzumaki se levantou, abraçando-a de lado, tirando a do chão.

— Obrigado Hinata! – Disse, mal notando que a garota estava vermelha, sem ação. – Você é realmente incrível!

Hizashi suspirou, observando a cena. Jirayia apenas sorriu. Tinha certeza de que aquela amizade entre Naruto e Hinata seria bastante promissora.

—/-

Hiashi Hyuuga tomou um gole de seu vinho lentamente, sentado confortavelmente em uma cadeira estofada cor de carmim. Seu sobrinho, a sua frente e em pé, apenas o olhava, esperando sua resposta. Seus olhos se encontraram.

— Nada?

— Não, senhor.

Hiashi suspirou alto.

— Você não deve acobertar Hanabi e muito menos Hinata. – O mais novo continuava impassível. – Não assuma a responsabilidade por algo que não fez.

— Não estou assumindo nada, Hiashi-sama. Isso foi culpa minha também por não prestar atenção suficiente as duas.

Hiashi se levantou, caminhando até a grande janela de uma das laterais. Agora observava o jardim, com suas duas mãos para trás. Soube da fuga de sua primogênita, mas decidiu não contar a seu noivo, exigindo que todos vasculhassem cada canto do castelo. Chegou a duvidar que Hinata teria a audácia em fugir do local. Porém, estava enganado.   

— Sabe que eu não puniria você pela irresponsabilidade de Hinata e Hanabi. Tampouco posso punir Hanabi senão chamaria uma atenção desnecessária. Felizmente os soldados levaram Toneri à caçada pela manhã, evitando que ele soubesse do desaparecimento de Hinata. – Continuava olhando a vista pela janela, com os olhos inflexíveis. – Dessa vez Hinata me surpreendeu com o seu atrevimento.

— O que deseja que eu faça?

Hiashi respirou fundo.

— Quero que essa conversa fique entre nós apenas. Assim que Toneri voltar, informe-o que o castelo foi invadido e que Hinata foi levada. Que isso aconteceu nessa noite. Quebre os vidros de seu quarto e diga que foi dessa maneira que foram encontrados. É melhor que Neji acredite nesse absurdo do que saber que sua noiva fugiu dele.

— Sim, senhor.

Hiashi olhou para trás, encarando seu sobrinho.

— Você irá liderar os guardas do castelo atrás dela pelas redondezas. Principalmente em Konoha. Comunique a todos que Hinata foi raptada.

Neji apenas concordou e saiu do recinto, deixando seu tio preso em seus pensamentos.

—/-

Desceu de sua carroça, sorrindo, carregando as lenhas. Pela primeira vez em dias via seu treinamento dar resultado. Estava finalmente vendo seu progresso, graças a Hinata que o auxiliava na meditação. Ele iria retribuí-la. Entrou na pequena floricultura. Encontrou Ino, uma antiga conhecida dele, arrumando um arranjo de flores.

— Naruto! Como está?

— Oi Ino! – Colocou as lenhas no canto habitual. – Aqui estão suas lenhas. E também queria ver algumas flores.

— Obrigada! – A loira sorriu. – Já sei: rosas vermelhas! Sakura com certeza vai amar! Também temos as flores de cerejeiras para um belo arranjo!

O loiro sentiu seu rosto esquentar, ficando sem graça.

— É.... Na verdade eu tô procurando outros tipos de flores. – Caminhou até o outro canto, atencioso a flores mais diferenciadas. – Você teria sementes de girassol?

A florista estranhou o pedido de seu amigo. Ele sempre frequentava a sua floricultura, comprando os mais lindos buquês e arranjos para sua amada – que por coincidência também era amiga de Ino. A loira decidiu não perguntar por detalhes. Mais tarde naquele dia podia falar diretamente com a Haruno.

— Claro, tenho a flor e também tenho sementes. – Pegou um pequeno pacote de papel colocando algumas sementes dentro.

Naruto, de repente, parara. Uma flor específica chamara sua atenção. Tinha longas pétalas brancas, curvadas. Suas pétalas eram delicadas, mas não tão finas quanto parecia ao longe. Havia flores como aquelas nas cores brancas, amarelas e rosadas.

— Que flores são essas?

— São lírios. – A Yamanaka parou ao lado de Naruto. – Lírios são flores da nobreza, sabia?

Naruto ficou em silêncio. A flor era realmente bela. Nunca sequer havia prestado uma atenção sincera a outras flores que não fossem as que comprava para agradar Sakura. Normalmente quem escolhia as flores era Ino, e ele nunca palpitava.

— Eu quero um buquê de lírios. Bem colorido. – Disse, sem desviar os olhos das flores. – E também uma variedade grande de sementes para jardim.

A loira sorriu. Seu amigo com certeza iria agradar alguém – e ela já desconfiava de quem – com aquelas flores.

—/-

Assim que cavalos entraram na pequena vila, todos pela rua pararam seus afazeres para observar. Montados nos cavalos estavam cavaleiros de armadura, sendo impossível reconhecer seus rostos. Os cavalos eram extremamente bem cuidados, sendo cobertos por tecidos nobres por debaixo dos cavaleiros que estavam montados. Entre os seis cavaleiros, o primeiro segurava um mastro e ali estava o brasão que a população de Konoha logo reconheceu: era a cavalaria do clã Hyuuga.

Alguns dos moradores nunca sequer sabia que o clã nobre que morava no castelo tinha uma cavalaria em tão perfeita forma como aquela. Jirayia, que observava tudo ao longe, escondeu-se em uma das vielas para observar os cavaleiros. Todos eles pararam na praça principal, um ao lado do outro. Dois cavaleiros desceram de seus cavalos. Um deles segurava uma porção de rolos de papel, e o outro parou no meio, tirando seu capacete metalizado.

Jirayia não podia acreditar. Aquele era Neji Hyuuga. A última vez que o vira ele ainda era uma criança. Enquanto um guarda martelava os papéis nas paredes pela praça principal, Neji olhava a todos segurando seu capacete, pronto para dar seu recado.

— Senhores e senhoras moradores de Konoha. – Sua voz era forte e alta. – Venho até vocês informar que a cavalaria do clã Hyuuga estará pelas ruas de Konoha pelos próximos dias. Uma das herdeiras Hyuuga foi raptada. Seu nome é Hinata Hyuuga. – O som de burburinhos não impedia que Neji fosse ouvido. – Nós estaremos procurando-a pelos locais com o aval do Hokage Hiruzen Sarutobi. Caso alguém saiba de alguma notícia ou informação sobre seu paradeiro, será devidamente recompensado. Agradecemos a atenção de todos.

Assim que o outro soldado terminava de colocar os cartazes nas paredes pela praça, Neji colocava de volta seu capacete, montando seu cavalo. A cavalaria se dispersou poucos segundos depois, porém, a população de Konoha correu até os cartazes recém-colocados, curiosos a saber quem era a tal herdeira. Nos papéis havia uma imagem desenhada que lembrava Hinata. Jirayia correu até lá, preocupado. Parou assim que conseguiu ver o cartaz. Ele precisava avisar Hizashi o mais rápido possível.

Ao virar-se, deu de cara com um rosto conhecido.

— Não tão rápido, Jirayia. – Naomi cruzava os braços por debaixo de seu decote. – Era ela no bordel, não era?

Jirayia engoliu em seco.


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Notas finais do capítulo

Sencha é um tipo de chá tradicional do Japão.
Espero não demorar tanto para o próximo capítulo. Naruto e Hinata estão se aproximando... ai ai ♥
Beijos e até o próximo capítulo!



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