Entre o Céu e o Inferno. escrita por Sami


Capítulo 33
Capítulo XXXII


Notas iniciais do capítulo

Oie vocês! Mais um capítulo e com três pontos de vistas, Alana, Kambriel e Eva! Pois é, vamos ter mais algumas respostas, pedidos de ajuda e um soco... Enfim, não vou falar muito. Boa leitura!



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CAPÍTULO XXXII 

 

A questão de como o tempo se passava no inferno ainda era um fator muito estranho e também até confuso para Alana, presa naquele lugar que passou a detestar com todas as suas forças, ela tinha a impressão ruim de que semanas foram completadas desde que despertara no inferno, porém sabia que na terra, muito provavelmente, apenas algumas tantas horas tinham se passado. De certa maneira, isso a perturbava, enquanto para ela o tormento do inferno se estendia pelo que lhe pareciam semanas, a busca de Kambriel por trazê-la — sim, ela acreditava que ele estava fazendo isso — estava durando apenas horas. Porém, não era apenas isso que tirava sua paz, a fala de Lucius também tinha uma grande culpa nisso. 

Na verdade, ela percebeu que apesar de estar presa no inferno contra sua vontade e estar à mercê do demônio que sempre lhe atormentou durante seus sonhos, eram um tipo de preocupação que esqueceria. Mas o que ele dissera a ela em sua última visita, isso sim tirou o pouco de paz que poderia ainda existir dentro de si. 

Pensar nisso e em tudo o que houve, no que foi dito desde o momento em que tomou consciência de onde estava causava em seu corpo o que chamaria de terror. Era um exagero de sua parte, bem sabia disso, até porque não saiu daquele quarto desde que acordou no inferno, mas sentia-se estranha. Aflita. Incomodada.  

— Toc toc... — A voz de Lucius preencheu aquele estranho e perturbador quarto quando ele anunciou sua entrada de forma gentil e fingida. Alana agradecia mentalmente que ele não invadia seu único espaço pessoal, mas ainda odiava com força sua presença e o que ela trazia sempre que ele estava por perto.  

Diferente de sua última visita, Lucius estava acompanhado por Lena — sua mãe —, a mulher caminhava de maneira mais livre ao seu lado e não carregava mais em sua face a mesma expressão de vergonha ou culpa que tinha antes. Estava agarrada ao braço esquerdo dele, com suas unhas cravadas na manga como uma criança que temia se perder ao separar-se da mãe. A visão não a agradou, porque dessa vez, sua mãe parecia muito mais confortável ao seu lado. 

O demônio por outro lado, se vestia como se fosse um homem de negócios pertencente à terra, a camisa social estava perfeitamente alinhada ao seu corpo grande e musculoso, a cor pastel entrava em uma harmonia perfeita com seu tom de pele que a deixava mais iluminada; apesar da áurea escura e densa que o rondava. O cabelo escuro estava penteado para trás e havia apenas uma única mecha rebelde que caía em sua testa, um detalhe bem medíocre e sem importância alguma para ela, mas que estranhamente o deixava com um ar mais humano e comum; se não o conhecesse, cairia facilmente naquela personificação de humano. Alana ignorou o restante de sua aparência, os olhos vermelhos principalmente e apenas esperou que ele se aproximasse, mas não sem se afastar o suficiente dele para se ver segura de sua presença.  

— O que você quer? — Ela questionou com rispidez, sentando-se na beirada da cama quando o viu parar mais adiante junto a sua mãe, encarou as duas figuras a se arrumarem em poltronas separadas. Alana nem mesmo fez questão de se perguntar de onde aquelas duas poltronas saíram porque não se importava com elas. 

— Acho que precisamos ter uma longa conversa de família. — A resposta vinda do demônio soou como se fosse algo muito óbvio e uma verdade que não poderia ser refutada.  

— Eu não sou sua família. — West foi muito firme ao cuspir aquelas palavras, apesar de sentir um grande desconforto em sua garganta ao pronunciar aquelas palavras. — E não pense que só por ter me contado uma história que eu vá levá-la como uma verdade para o resto da minha vida. Meu pai era e sempre será Jacob West!  

A moça cruzou os braços contra o peito tão forte que sentiu parte de seu corpo doer com a ação, ela, porém, viu aquela ação como um meio de proteger-se dele; mesmo ao se dar conta de isso não o impediria de nada. Pensar no que aquele demônio era capaz de fazer trouxe para sua mente uma nova percepção que a assustou, tivera apenas vislumbres breves de sua fúria, mas não fora algo duradouro ou que de fato mostrasse a ela do que realmente Lucius poderia fazer. O vira antes, em seus sonhos, como uma besta apavorante que sempre lhe atacava antes de acordar e nada mais do que isso.  

Alana percebeu que, pouco sabia sobre ele e do tipo de demônio que ele era e, desafiá-lo constantemente passou a ser uma péssima ideia. Ainda mais por ser ela a estar em sua zona de conforto.  

— Isso mudará conforme o tempo — Respondeu com leveza, despreocupado da negação ávida da moça em aceitá-lo. — Mas está mais do que na hora de finalmente conversarmos, você tem perguntas e não tente negá-las, eu sei que tem e muitas. Eu e sua mãe por outro lado, temos o mesmo objetivo aqui — Ele fez uma pausa rápida, olhando para a mulher sentada ao seu lado, Alana imitou sua ação. — Queremos apenas nossa família reunida e feliz, como sempre deveria ser.  

Ao primeiro momento, Alana nada disse. Apenas piscou e arqueou uma sobrancelha quando voltou seus olhos para o demônio, sua boca se abriu deixando claro que ela estava pronta para retrucar e dar uma resposta afiada para aquela fala, mas isso demorou bem mais para acontecer do que ela desejava. Poderia começar a rir diante o absurdo de suas palavras, mas achou que expressar todo o seu desdém através de seu olhar seria o mais sensato a fazer. E bem, ela fez exatamente isso. 

West manteve-se calada e de braços cruzados. Olhou diretamente para o demônio com a expressão mais desdenhosa que conseguiu formar em seu rosto, ela não precisava dizer nada sobre o que ouviu dele; seu rosto estava fazendo todo o trabalho de passar a mensagem. Mas apenas uma de sua fala era verdadeira, as perguntas que ela tinha para serem respondidas, isso sim era a única verdade existente ali.  

— Eu vou entender o seu silêncio como uma resposta positiva — O homem respondeu, apesar de mostrar um tom gentil e falso em sua voz, sua expressão estava diferente de momentos atrás. Alana percebeu que estava começando a irritá-lo. — Até porque, a pessoa que quer respostas aqui é você... 

— Por que matou meu pai? — Alana West nem mesmo deixou que ele terminasse sua fala, cuspiu a pergunta com a mesma rispidez de antes. Esforçando-se para que conseguisse se manter séria diante do demônio. 

Novamente a jovem mulher percebeu que mencionar Jacob como seu verdadeiro pai irritava o demônio, ela notou a mudança em sua face e a maneira como seu corpo inteiro pareceu se contorcer quando ouviu as palavras meu pai. Ele ficou em silêncio durante alguns instantes, para ela pareceram durar longas horas, mas então sorriu muito levemente para ela.  

— Eu não matei seu pai. — Lucius respondeu com simplicidade, mostrando uma falsa calma em sua voz. 

— Não pense que sou burra, eu sei que ele foi morto pela sua raça! — Ela exclamou irritada, inclinando parte de seu corpo para frente. Alana não prestou atenção no que estava fazendo, mas seus olhos estavam fixos nos olhos vermelhos do demônio, antes, se ela estivesse fazendo aquilo não conseguiria manter-se tão firme por tanto tempo e ela não pensava em descobrir como estava conseguindo isso naquele momento.  

Alana deixou que seu nojo não apenas pelo demônio em especial, mas todos de sua raça transparecesse em sua fala, meses antes, quando ela sequer tinha noção do que estava acontecendo na cidade aonde crescera, culparia uma pessoa sem nome e sem rosto pela morte de seu pai, mas agora que estava a par do que realmente acontecia em Grória, direcionou o ódio que nutriu pelo ocorrido apenas para Lucius e seu bando de demônios. O homem, ao ouvi-la, estreitou seus olhos e apertou os lábios com força, como se estivesse controlando a si mesmo para não soltar o que estava se passando por sua mente.  

— Bem — Ele começou a falar, a pompa de tranquilidade de momentos atrás já não existia mais em seu rosto e em sua voz. — Eu não queria ter chegado a esse ponto, mas precisava dar um recadinho para certa pessoa — Lucius lentamente virou o rosto para a mulher ao seu lado e, o que houve deixou Alana tensa e preocupada. Lena não demonstrou nenhum tipo de remorso ou culpa ao ouvi-lo, em sua primeira visita, contar para a jovem que Jacob West não era seu pai biológico causara na mulher um tipo estranho de submissão e culpa, mas isso não aconteceu naquele momento.  

Lena, manteve-se firme e também o olhou. Assentiu levemente com a cabeça e voltou seus olhos para a filha. Ela não entendia o que estava acontecendo, nem mesmo o motivo para sua mãe estar agindo daquela forma.  

— E funcionou, não foi? — A pergunta foi direcionada para a mulher que, novamente concordou, dessa vez mais lentamente.  

A West mais jovem apertou os joelhos com força, enfiou as unhas no tecido jeans de sua calça sentindo-as machucar sua carne naquela região, sequer se importou com isso. Ela nem mesmo se importou em quem tinha culpa ou não, apenas passou a direcionar seu ódio ao demônio na sua frente; tendo em mente que a mulher não tinha responsabilidade alguma no que houve, mas que, de certa forma, se culpava por isso.   

— Por que os pesadelos? — Ela fez outra pergunta, mudando a direção do assunto porque sabia que não mais conseguiria falar sobre pai sem que começasse a chorar e, ela também temia pelas futuras provocações de Lucius. Sabia que não as suportaria. — Todas as noites, sempre o mesmo... Eu via você, por quê?! 

Lucius piscou, mas não fez nada além disso. Seus olhos se mantiveram sobre a imagem da moça enquanto ele parecia pensar no que responderia a ela, isso não durou. Muito lentamente seus lábios se curvam até que ele formasse o que julgou ser um sorriso paterno e o lançou em sua direção; até mesmo seus olhos ganharam um brilho mais acolhedor, porém Alana não cairia naquele teatrinho dele.  

— Eu não sou como seu amiguinho anjo, que traz sonhos bonitinhos, coloridos e alegres para vocês e, mesmo que eu tenha detestado te amedrontar com todos aqueles sonhos, eu precisava me comunicar com você de alguma maneira. — Contou, as palavras saiam de seus lábios com muita calma. — Mas eu deveria saber que você não entenderia, não quando o usurpador era um pastor.  

Ele torceu os lábios ao dizer a última palavra.  

— Se comunicar? — Questionou com ironia. — E me dar pesadelos diários foi a única forma que encontrou de fazer isso?  

— Como eu disse, eu não sou como seu amiguinho anjo, Alana. — Ele repetiu a fala, ainda existia um leve tom paciente em sua voz, mas não era algo que predominasse ou fizesse alguma diferença para ela.  

— Não, não é mesmo — Alana se levantou da cama e se afastou dele e de sua mãe, caminhou rápido até se aproximar de uma parede, próxima de uma estante cheia de livros que ela faria questão de não ler. A moça não soube mais o que dizer, se xingava o demônio ou se começasse a exigir que fosse levada de volta para a terra, o lugar ao qual realmente pertencia.  

Ela olhou em direção ao homem uma última vez, o rosto humano dele em nada se parecia com a besta que via lhe atacar todas as noites, o pensamento de questionar o motivo de ela vê-lo como uma besta passou por sua mente, mas Alana não tinha mais o que conversar com ele e nem com mais ninguém. Se antes já desejava com todas as forças sair do inferno, aquele sentimento apenas cresceu em seu interior ao ouvi-lo. E isso crescia conforme percebia na face de sua mãe a culpa se materializando nela.  

— Eu quero que saiba que tudo o que fiz e tudo o que farei, é apenas porque me importo com você, filha. — A voz de Lucius cortou todos seus pensamentos de forma imediata, Alana rapidamente o encarou de volta, percebendo que o demônio já estava de pé e fazia menção de se aproximar dela. — Me foi tirado sua infância e todo o seu crescimento, mas agora, eu posso finalmente ser o pai que você precisa e então, seremos uma família feliz. Como qualquer outra, o diferencial é que teremos um poder que nem Céu e Terra suportarão!  

Seu estômago se revirou quando as palavras ditas por ele se repetiram em sua mente, Alana sentiu o coração disparar quando começou a imaginar aquela ideia de família que Lucius tinha, suas mãos fecharam-se rápido em dois punhos firmes. Ela cogitou avançar até ele e socá-lo no rosto, mas temeu que isso sequer fizesse cócegas nele. Devagar ela olhou para a mãe, a mulher também já estava de pé, porém mantinha-se distante deles.  

— E você está de acordo com isso? — Perguntou, sentindo que sua voz estava aos poucos se tornando mais alterada que o normal. Havia em si um controle de tentar não demonstrar toda a sua frustração com aquela conversa e, ela desejava que estivesse obtendo sucesso nisso, porém ao ouvir a si mesma percebeu que esse controle já a deixara fazia tempo.  

A mulher demorou para responder a filha, seus olhos percorreram por toda a imagem dela e então, durante o que Alana julgou ser apenas alguns segundos, ela desviou os olhos dela, encarou o chão durante um tempo e então, finalmente tornou a olhá-la. 

— Há coisas que você não entenderia, coisas das quais podem não lhe fazer muito sentido — Lena começou a falar, sua voz era muito calma e doce; um tom materno que ela reconheceu ser para tranquilizá-la. — Eu fiz escolhas, tomei inúmeras decisões que não me prejudicaram na hora, mas apenas fizeram com que todos ao meu redor sofresse. O que seu... Lucius quer dizer é que — Ela se corrigiu muito rápido e Alana sentiu o momento em que ela pareceu simplesmente se desligar de suas próprias emoções. — Nada disso estaria acontecendo se eu não tivesse omitido sobre sua existência durante tantos anos!  

Conforme Lena falava, ela também se aproximava de aonde Alana e Lucius estavam e, em uma atitude já automática de seu corpo por causa do demônio, Alana recuava, até parar porque, já chegara ao limite da parede. Contudo isso não se mostrou um impedimento para a mulher, Lena continuou a se aproximar da filha, até conseguir tocá-la levemente.  

— Eu nem consigo imaginar como tudo isso deve estar sendo para você, mas acredite, não há motivos para mentiras ou medos, não mais! — Ela continuou, seu tom manteve-se como antes, mas agora existia uma pequena centelha de urgência em sua voz. — Sim, há uma pessoa culpada nessa história e... 

Seus olhos se abriram muito rápido quando ela começou a ouvir a última frase. 

— Não termine. — Alana pediu ao interrompê-la. Ela já sabia o que a mulher iria dizer e nem mesmo conseguiria ouvi-la repetir as mesmas palavras que foram ditas pelo demônio; não queria ouvi-la se culpar pelas mortes. Ela sabia, todos ali presentes sabiam de quem era a verdadeira culpa. — Eu não quero nem ouvir essa frase completa.  

West tentou se afastar para outro lado, mas parou quando sua mãe foi mais rápida e avançou em sua direção, parando por completo na sua frente. Aquela era a primeira vez que as duas estavam frente a frente da outra e, diferente do que Alana sempre imaginou que aconteceria, ela não gostou nada do que sentiu ao ter a mulher bem diante de seus olhos. Ela sempre imaginou aquele momento acontecer, apesar de ouvir de seu pai Jacob, que Lena simplesmente sumira de um dia para o outro, Alana às vezes imaginava como seria se acaso encontrasse com a mãe. Correria para abraçá-la e as duas teriam a vida que lhes fora tirada anos atrás.  

Bem, ela a encontrou, mas mesmo que quisesse abraçar a mulher com toda a força que existia em seu corpo ela simplesmente não conseguia se mover; nem mesmo quando a mulher parada na sua frente era sua mãe. E talvez, esse sentimento de impedimento que lhe dominava estava sendo causado pela presença de Lucius, o demônio assistia toda a cena logo atrás, com os olhos brilhando em fúria.  

— Alana... 

— Eu não quero ouvir você falando isso! — Exclamou, sua voz já estava bem mais alterada naquele momento, mas pouco importava. — Você está falando exatamente como ele, se culpando por algo que não fez! Tomando a culpa do que ele causou! — Ela parou de falar durante um tempo, encarou a mulher mais seriamente e então perguntou: — Só pensa assim porque está condenada e sabe que nunca mais poderá sair daqui ou você sempre pensou dessa forma? Que realmente é culpada? 

— Eu sempre cuidei de você, mesmo estando longe e vou continuar cuidando. Independentemente do que acontecer, de como pensar... Tudo o que eu fiz, eu fiz para apenas proteger você. — Respondeu muito calmamente, os olhos também castanhos fixos no rosto mais jovem da moça. — Eu vou sempre cuidar de você, ainda que não veja ou nem mesmo acredite nisso.  

— Você pensa como ele? — Questionou outra vez, mantendo seu olhar severo sobre a mulher. O silêncio que se seguiu pareceu ser a resposta que ela precisava ter. — Você realmente concorda que a culpa disso tudo é mesmo sua? 

Não houve resposta.  

— Mãe... 

— Alana, você entenderá um dia que, uma mãe sempre fará de tudo para manter a filha segura. — A mulher assegurou, olhando para a moça com intensidade. — Mesmo quando tudo parecer confuso ou estranho, uma mãe vai sempre cuidar da filha. 

Sua fala foi dada como finalizada assim que Lucius se aproximou, interrompendo aquele momento antes mesmo de Alana conseguiu discernir o que acabara de ouvir. Devagar os olhos de Alana se direcionaram para ele, tê-lo tão próximo de si a fez perceber o quão alto ele era e de que, sua imagem era intimidadora mesmo quando ele não estava fazendo absolutamente nada.  

— Eu quero ir embora. — Com toda a calma que conseguiu reunir em sua voz e em si mesma, Alana conseguiu fazer o pedido sem parecer completamente desesperada para sair dali. Ela imaginou que Lucius negaria isso a ela, como ele já fez antes, mas ficar naquele lugar, com ele tão perto... Ela precisava sair dali.  

— Alana eu não... — Lucius começou a falar e conforme cada palavra que saia de sua boca, ele avançava um passo em sua direção, até chegar ao ponto de ela estar sendo encurralada por eles. — Você sabe que não posso permitir isso, você não vai sair daqui. 

Seu corpo estremeceu por completo e ela sabia que precisava manter-se o mais controlada possível. Alana prendeu a respiração, não conseguia mais suportar aquele cheiro tão forte de enxofre que preenchia o lugar e ao fazer isso, seu corpo se endireitou e ela ganhou um ar mais firme e ereto. Conseguia sentir o olhar de sua mãe sobre si e o ignorou durante um tempo, ela parecia... Aliviada?  

A jovem West se concentrou em apenas encarar Lucius durante todo aquele tempo enquanto pensava uma última vez no que estava prestes a fazer. Não era bem um plano, sabia muito bem disso, mas para algo criado em o que, alguns curtos segundos, fora a única saída que ela encontrou de conseguir o que queria.  

— Você ofereceu acabar com tudo o que está acontecendo em Grória se eu escolhesse ficar aqui com você — O lembrou. Sua voz, por mais incrível que aquilo poderia parecer, saiu por entre seus lábios com naturalidade, estava conseguindo controlar sua irritação e frustração diante dele, mas não sabia até quando isso iria se estender. — Eu posso concordar com isso, contanto que, você me deixe falar com Kambriel. Caso contrário, pode ter certeza que eu vou encontrar outra maneira de sair daqui.  

Aquilo não era bem uma ameaça, mas Alana sabia o que Lucius queria com ela e bem, poderia usar isso ao seu favor. Apesar de não ter a mínima ideia do que faria se por acaso ele concordasse com aquele pedido, ela via ali uma chance — ainda que pequena demais — para se livrar do inferno e de Lucius também. Além disso, Grória ficaria livre dos ataques, ela não se importava com o que poderia acontecer com ela, mas ter a escolha de parar os ataques da cidade e livrar muitas vidas da morte não era algo para ser questionado.  

— Alana não!... — Lena exclamou logo em seguida, mas foi interrompida quando Lucius praticamente ergueu a mão em sua direção em uma ordem silenciosa para que a mulher se calasse. Se vê-lo direcionar a culpa de tudo o que houve sobre Lena já lhe causava grande irritação, aquela cena para Alana foi o ápice. Ela sentiu que poderia socá-lo a qualquer momento.  

— Se eu concordar com isso, quero que deixe bem claro para seu anjinho que ele não poderá fazer nada contra mim ou tentar impedir que volte para cá. Sem truques, sem armadilhas... Você irá apenas ter uma conversa rápida com ele e nada mais que isso. — Ditou, seu tom era firme. — Fui claro?  

Alana assentiu, ao fundo, Lena a olhava com pesar. Um brilho de pavor passou por seus olhos e em resposta, a moça conseguiu apenas murmurar um sinto muito baixo demais para que as palavras fossem entendidas. Alana tinha um plano, ou ao menos o que parecia ser um e para conseguir pensar nos próximos passos teria de ver Kambriel, ainda que não fizesse ideia do que diria a ele ou do que faria, ela precisava tentar tirar a mãe e a si mesma daquele lugar.   

 

●●●

 

Assistir ao nascer do sol como ele sempre gostava de fazer, lhe pareceu muito estranho naquele momento. O segundo dia em que Alana estava presa no inferno se iniciara e, Kambriel continuava sem saber o que deveria fazer para resgatá-la; apesar de Eva ter deixado claro que ela mesma o faria.  

Seu corpo doía devido a luta da noite anterior, mas não chegava a ser algo que realmente lhe causava incômodo ou uma dor real. Sua mente se afastava de qualquer tipo de sentimento ou sensação que pudesse sentir e se focava apenas em Alana e no que poderia estar acontecendo a ela estando com Lucius tão perto. O demônio que lhe atormentava todas as noites em seus sonhos.  

O arcanjo estava agora na casa da humana, mais especificamente no jardim que existia nos fundos. O espaço era aberto e cercado apenas por uma cerca de tamanho médio feito de madeira, algo simples e que parecia ser comum na cidade. Do lado esquerdo, existia uma árvore alta, suas folhagens estavam grossas e faziam uma sombra grande em parte do espaço daquele jardim. Todo o ambiente era muito humano e simples, um espaço simples e que, para ele pareceu grande demais devido a ausência da moça.  

Ele andava de um lado para o outro, atento ao seu redor. Desde que lutara com Lucius ele não conseguia tirar de sua mente o que viu quando o demônio levou sua mente para o inferno, foi algo rápido e que, infligia uma regra importante do submundo, mas nem o demônio e nem mesmo o arcanjo pareceram se importar com isso. Ver Alana no inferno foi o suficiente para que ele se esquecesse de muitas coisas rápido demais. Kambriel se recordava facilmente do que houve, de quando a viu correr até ele e ele também fez isso e então, fora levado de volta para sua mente tão rápido quanto tentara alcançá-la. O veio em seguira fora uma noite longa demais, com sua mente quase tão perturbada quanto a face de Alana ao vê-lo e pedir em secreto por socorro.  

E lá estava ele. Encarando o céu azul com poucas nuvens sem saber o que fazer. Como deveria agir diante de uma situação como aquela.  

Estava com seus ouvidos atentos à cidade, desde o encontro com Lucius não houve nenhum ataque e ele considerou isso um bom sinal, afinal, ele não suportaria ouvir que mais uma vida fora perdida. Mas isso não significava que iria abaixar sua guarda, algumas horas sem novos ataques não era motivo para uma celebração. Não quando o demônio que estava causando isso era Lucius.  

Kambriel poderia tentar tirá-la, isso obviamente faria com que ele quebrasse mais uma regra — dentre tantas outras que já quebrara — e acabaria envolvendo seus irmãos naquela briga. Olhou para o céu de maneira pensativa, cogitando fortemente chamar por Miguel e Gabriel, os líderes dos arcanjos, eles poderiam lhe ajudar se ele explicasse tudo o que acontecera. Contudo isso implicaria em envolver Alana em um assunto que ele vinha tentando evitar desde o momento em que começara a se envolver com a humana; chamá-los para a terra, ao mesmo tempo em que parecia ser uma boa ideia, também era ruim, não para ele, mas para a humana.  

— O que eu vou fazer?... — Murmurou baixo, levando as duas mãos para o rosto e soltou um longo suspiro, sentindo que à medida que continuava a pensar naquele assunto, todo seu corpo humano se encontrava cada vez mais tenso e rígido.  

Estava diante de algumas escolhas que para um ser celestial como ele, eram difíceis de serem tomadas. Independente de qual escolhesse, a escolha teria consequências severas e que não teriam como nunca serem revertidas; qualquer caminho que escolhesse tomar, ele não seria o único a sofrer.  

Perdido, o arcanjo sentou-se no balanço de madeira, curvou o corpo para frente usando os próprios cotovelos como apoio e os suspendeu em suas pernas. A imagem que qualquer pessoa veria dele se o olhasse, seria de estar vendo uma estátua que fora colocada sentada sob o balanço e ele sabia muito bem que seria facilmente confundido com uma. Estava usando roupas simples de um humano qualquer, a camisa um tanto larga em seu corpo e a calca jeans deixava-o com uma aparência mais real. Porém, sua postura tão firme e inerte, confundiriam qualquer olho humano.  

Kambriel então fechou os olhos com lentidão. Manteve-se em alerta com a cidade e tudo o que nela acontecia e esvaziou sua mente dos outros pensamentos, por um momento ele deixou de lado a situação de Alana — ainda que aquela atitude se mostrasse algo muito difícil de ser feita — e de Eva a ir procurá-la no inferno. Concentrou-se em seu verdadeiro lar, em seus irmãos, porém, mais especificamente em dois deles. Miguel e Gabriel.  

As palavras ditas na linguagem dos anjos logo começaram a sair de seus lábios como um tipo de oração solitária, mas era muito mais do que isso. Ao mesmo tempo em que pedia por um conselho de seus líderes, também pedia por uma direção e, apesar de ter a breve impressão de estar tomando uma atitude precipitada em contar a eles tudo o que descobrira sobre os ataques, estava também pedindo um tipo de ajuda a eles.  

Percebendo que não tinha outro caminho para seguir que não fosse aquele.  

 

●●●

 

Caminhar pelo inferno era como ganhar uma sensação nostálgica, um sentimento ruim que dominou o seu corpo e algo que ela estava simplesmente detestando. Mas receber os tantos olhares das almas condenadas era ainda pior, causavam nela e em seu corpo um tipo diferente e completamente inédito de desconforto. Quando ainda era um dos demônios originais, os olhares dos condenados em nada lhe afetavam ou causavam estranheza em seu corpo, mas naquele momento, sendo ela uma caída, Eva sentia que todas as almas lhe encaravam como se soubesse de seus piores segredos.  

Era um misto bizarro de compaixão, agonia e claro, julgamento e, a mulher não tinha dúvidas de que todos no inferno soubessem sobre ela e sua escolha. O desconforto sentido fora devidamente ignorado, não totalmente como ela gostaria porque, apesar de não se importar com eles ou o que estivesse se passando em suas mentes, Eva não se arrependia do que escolheu; apesar de não ver mais motivos para continuar na terra quando a única pessoa que importava para ela não mais se encontrava com vida.  

Recordou-se do acordo que fizera com Kambriel antes, ele conseguiria uma nova audiência para que ela pudesse reverter sua situação e assim, voltar para o inferno como sempre desejou desde que Jane partiu. Mas diante de sua nova situação, diante de tudo o que aconteceu e do que aconteceria, esse mesmo desejo simplesmente desapareceu de seu ser e claro, em breve esse acordo iria simplesmente ser desfeito. E, se Eva fosse totalmente sincera consigo mesma, não existia nela uma só fagulha de arrependimento ou pavor por estar prestes a perder o acordo que fizera, na verdade, a mulher não queria mais voltar para o inferno. Estar lá de novo era como visitar uma família que sempre odiou e que a negou quando fizera uma escolha diferente, sentia falta apenas do poder que possuía quando ainda era uma original, mas não passava disso. Ela pensou, quando todo aquele caos acabasse, quando Kambriel resolvesse a situação de Grória, ela teria sua vida na terra de volta. Tinha planos para a loja e claro, viajaria pelo mundo afora quando bem quisesse, no inferno, existia um certo tipo de limitação no modo de viver e, ela não sentia falta disso também.  

Porém, mesmo que não fosse mais um deles, que não tivesse o mesmo poder de antes e nem mesmo a liberdade de antes, ser uma caída não a impediu de se mostrar superior as almas. Deixou que sua real aparência fosse revelada para que todos ali não se enganassem ao seu respeito e caminhava pelo inferno como se ainda pertencesse àquele lugar. Deixou de lado seus receios e, pela primeira vez depois de tanto tempo exilada do lugar que um dia fora seu lar, agiu como se ainda fosse um deles. O pior deles.  

Eligus estava ao seu lado e, diferente dela mostrava uma calmaria invejável. O que era compreensível porque, ele não tinha ideia do que estava acontecendo e sequer estava envolvido naquele assunto que a forçou a tomar tal decisão de descer.  

— Diga-me de novo, irmã, o que veio buscar aqui com tanta urgência? — Perguntou após o que pareceu uma eternidade de silêncio. Eva sentiu o peso de seus olhos sobre si e já sabia que ele a encarava, não com tanta discrição como ela gostaria. — Imagino que seja algo muito importante, está com sua real aparência aqui e foi ver Baltazar... Nem imagino o que deve ser.  

A mulher pensou em sua resposta, tinha muito para contar e pensou em qual seria a forma correta de dizer a verdade; que estava usando seu favor para resgatar a humana com quem Kambriel tanto se importava, mas sem que deixasse em evidência essa última parte. Ela sabia que, revelar aquilo para um demônio causaria uma enorme comoção no inferno; ainda mais por Eligus ser um perfeito fofoqueiro. E, o arcanjo não precisava disso no momento. Até porque, ele teria de lidar com a consequência daquela escolha muito em breve, pensou com pesar.  

— Pense nisso como uma missão de resgate — Começou a falar, parando quando um grupo de almas se aglomeraram mais adiante, bloqueando aquela parte do caminho. Uma briga estava acontecendo e, toda aquela agitação e o número de almas fizeram com que desviassem sua rota original. — Lucius arrastou uma humana para cá e, eu vim buscá-la.  

Eva não viu a mudança em seu rosto e também não pareceu se importar com isso, porque prosseguiu com sua caminhada até sentir o toque frio da mão de Eligus a agarrar seu braço e puxá-la para que ela parasse de andar imediatamente. Ao olhar para o demônio ruivo, pôde ver um grande temor em sua face. Apesar de ela não compreender o motivo para tal.  

— A humana Alana? — Questionou com a voz levemente alterada, nada que lhe parecesse fora do comum, mas que também não pareceu algo normal.  

— É. — Respondeu desconfiada, soltou o braço do aperto dele e então o encarou mais seriamente. — Não me diga que está sabendo disso?  

Eligus olhou ao redor e se mostrou tenso de repente, Eva não gostou do que aquilo começou a parecer.  

— Um demônio quebrar uma regra assim é um assunto e tanto, mas aparentemente ninguém — e você a quem me refiro — parece saber sobre a presença da humana aqui no inferno ainda... — O demônio não continuou a falar, interrompeu sua própria fala e pareceu ficar tenso de repente. — Estou sabendo disso, na verdade, sei desde a primeira tentativa dele de trazê-la. A mãe dela, da humana, me contou que isso iria acontecer de um jeito ou de outro.  

Confessou, seu tom de voz tornou-se incrivelmente baixo, como se ele temesse que mais alguém o escutasse. A expressão no rosto de Eva se modificou para uma mistura de surpresa e confusão.  

— Como falou com a mãe de Alana? — Questionou apressada.  

— A mãe dela está aqui no inferno, foi condenada pelo próprio Lucius quando ele a arrastou até aqui também — Revelou, agora ele parecia contar algo óbvio demais, como se fosse um grande absurdo que Eva não tivesse conhecimento sobre aquilo. — Mas isso nem vem ao caso, a mulher veio me procurar antes, em tempo terreno seria há uns três dias aí, ela me contou o que Lucius queria fazer e me pediu ajuda.  

O cenho da mulher se franziu com força, mas apesar de sua real aparência estar em evidência isso não foi percebido pelo outro demônio. Nem mesmo a curiosidade que a dominou no mesmo segundo.  

— Que tipo de ajuda? Um favor? — Perguntou ainda com pressa em sua voz, se vendo ali impaciente pela resposta e para a conclusão que aquela conversa teria. Estava ficando sem tempo e ele parecia demorar em lhe dar respostas propositalmente.  

— Nenhum dos dois exatamente. — Respondeu. Nesse momento, Eligus se mostrou muito desconfortável e até mesmo assustado com suas próprias palavras, o que para Eva foi um sinal claro de que não era algo bom que estava a vir pela frente. — Você conhece Lucius melhor do que qualquer um aqui, mas ainda tem muita coisa para você ter conhecimento e eu não sou a melhor pessoa para falar sobre isso... 

— Sem enrolar, Eligus! — Ela o cortou, mostrando pressa em sua fala. Assim como em sua expressão.  

— Okay, okay! — Respondeu ele, balançando a cabeça e as mãos. — Ela já sabia o que Lucius pretendia fazer com a Alana, mas parece que há mais alguma coisa por trás disso, da presença dela aqui no inferno. A mulher não me deu muitos detalhes do que seria, mas eu nunca vi alguém tão preocupado como ela estava quando me procurou — Ele fez uma pausa longa antes de prosseguir. — Ela não me pediu um favor, apenas pediu que eu... Trouxesse um tipo de ajuda mais eficaz, não só para a filha, mas para o arcanjo que está na terra. Kambriel.  

A mulher não disse nada e o demônio achou que ela não entendera o que acabara de falar, mas Eva estava pensando em cada palavra com muita cautela, temendo tirar conclusões precipitadas sobre o que estava prestes a ouvir.  

— Ela pediu que eu trouxesse ajuda do Céu.  

Eva sentiu tudo ao seu redor parar no mesmo instante, o tempo — que já é bem diferente do tempo na terra — pareceu parar e ela teve certeza de que isso era apenas uma ilusão de sua mente, uma reação, na verdade, que seu corpo encontrou de associar melhor o que Eligus acabara de lhe contar.  

— Me diga que você não fez isso. — Exigiu, sem que percebesse seus dentes estavam rangendo no outro. Ela se encontrou muito tensa naquele momento, tomada por um tipo incomum de tensão que, não era normal para ela e que bem sabia que tinha motivo. 

Eligus também se mostrou tomado pela mesma tensão.  

— Quando Baltazar me chamou para que nós nos encontrássemos eu tinha acabado de sair de uma longa reunião com eles sobre essa ajuda. — Contou, as palavras foram ditas com lentidão, como se ele quisesse prolongar aquela confissão para que a demônio nada fizesse contra ele. — Não imaginei que nada disso iria mesmo adiante e por isso demorei para falar com eles, mas mesmo assim os chamei. Eu nunca vi alguém tão preocupado como ela estava e comecei a desconfiar sobre o que seria... 

Eva se afastou um pouco para não ouvi-lo falar sobre suas desconfianças, levou as duas mãos para seu rosto e soltou o que pareceu ser um grunhido alto e irritado. Não existia palavras para descrever o que a dominou naquela hora, mas suas costas formigaram e, se ainda tivesse suas asas como antes, era muito provável que elas tivessem saltado de suas costas.  

— Quem você chamou? — A mulher praticamente rugiu ao perguntar e isso pareceu assustar o outro demônio, o que se mostrou ser uma grande ironia já que, ela não era mais tão poderosa quanto ele. — Fala logo, droga!  

Esbravejou impaciente quando ele demorou demais para lhe dar uma resposta.  

— Os d-dois p-principais... Gabriel e Miguel. — Revelou, abaixando o rosto para o chão, Eva o acompanhou com os olhos, notando um tipo leve de tremor correr pelo corpo do demônio ao mencionar os dois arcanjos líderes. Ela teria estremecido também se ainda fosse um demônio, mas o único sentimento que lhe dominou ali foi raiva. — Até porque foi com eles que falei antes, seria burrice chamar qualquer outro... 

Eva soltou um grunhido baixo e curto, sentiu quando seu corpo tornou-se pesado devido a fúria que se apossou dela e, antes mesmo que ela tivesse alguma noção de sua ação ou do que estava acontecendo, Eva se deixou levar pelo calor do momento e avançou tão rápido contra Eligus que, apenas despertou quando sentiu seu punho acertar a face do demônio e derrubá-lo no chão. A mulher piscou, como se despertasse do que pareceu um cochilo muito rápido e então o olhou, ainda enfurecida, mas levemente culpada por tê-lo acertado.  

— Os chamou para a terra?! — Grunhiu alto, quase descontrolada.  

O demônio por outro lado, não reagiu com ódio ou demonstrou qualquer tipo de hostilidade, na verdade, ele até riu do que aconteceu e assentiu com hesitação.  

— Tecnicamente, não houve especificações sobre o lugar que precisava de sua ajuda, mas eles deixaram claro que desceriam para a terra. — Explicou, Eligus esticou a mão em direção a demônio e logo recebeu ajuda para se colocar de pé novamente. — Se eu soubesse ou se alguém me situasse sobre o que está para acontecer eu poderia ajudar... 

— Não. — Eva negou logo de cara, sabia que a ajuda dele seria um fator importante para o que estava prestes a acontecer, mas não poderia envolver mais um. Ela já não fazia nem ideia de como Kambriel reagiria quando soubesse da vinda de seus irmãos e isso já era um problema e tanto para ela. Mas no momento, ela precisa se concentrar no único assunto que ainda tinha controle. O resgate de Alana.  

— Precisamos tirá-la logo daqui. — Foi tudo o que a mulher demônio disse, a tensão em sua voz não existia mais e dera lugar para algo mais ansioso, determinação e urgência.  


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Notas finais do capítulo

~A mãe da Alana tinha sim um plano hehe e Eligus a ajudou com isso.

~Próximo capítulo vamos ter mais da Eva também, não se desesperem.

~Mais dois arcanjos estão por vir... O que vocês acham que vai acontecer hein??? Guerra???



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