— Não é tão difícil assim – Percy Jackson falou dobrando o tronco de tanto gargalhar da situação.

— Fácil falar quando seu pai é Netuno – Jason Grace revirou os olhos. As ondas batiam nas coxas brancas dele, resfriando o corpo aquecido pela temperatura alta do ambiente.

— Na verdade é Poseidon – Corrigiu recebendo um olhar de desaprovação e uma careta com a língua de fora.

— Tanto faz.

A água estava boa, fria mas gostosa para combater o calor daquele verão excessivamente abafado. O dia estava lindo, sem nuvens e com uma brisa que balançava os fios de cabelo de Jason, fazendo com que Percy se derretesse um pouco mais por ele.

— Eu voei por você – Acusou cruzando os braços, mas sem nunca perder o bom humor e a alegria de ter conseguido trazer aquele cabeça dura para o mar finalmente.

— Tá, mas não é nada comparado a isso!

— Jason, é só boiar – Riu mais uma vez sem conseguir se conter – Eu podia morrer se caísse lá de cima.

— E eu posso morrer se uma onda passar pela minha cabeça – Retrucou torcendo a boca de um jeito sexy, que evidenciava sua cicatriz no lábio.

— Não. Porque eu vou te juntar.

— Humpf – Virou de costas para Percy, fazendo birra.

—  E posso fazer um boca a boca se você se afogar – Passou seu braço pela cintura do outro – Não se preocupa, você tá seguro comigo.

Jason se virou olhando nos olhos azuis de Percy.

— Se eu morrer eu te mato.

E tentou mais uma vez, obedecendo os passos que o semideus grego havia ditado anteriormente dizendo “é muito simples e não tem erro”:

Encha os pulmões de ar? OK; Tranque a respiração? OK; Deite sobre a água? OK; Boie? ...

— ESTÁ VENDO? – Gritou cuspindo água após afundar mais uma vez. Não era tão simples assim para o romano, afinal de contas. Ele sentia que tinha um imã entre seu corpo e a areia no fundo da água.

— É sua culpa! Você está muito nervoso – Constatou vendo que ele falhava de novo na tarefa.

— Nem estou.

Percy se aproximou dele com carinho, depositando um beijo terno na testa loira.

— Última tentativa?

Com um resmungo contrariado, o garoto tentou uma última vez. Desta vez, o filho do Deus dos mares deu uma mãozinha mágica, usando seus poderes com a água para manter o corpo do garoto na superfície, afastando inclusive as ondas para que não perturbassem a paz dele, que já começava a boiar. A alegria trespassou o rosto jovem de Jason quando percebeu que seu corpo teimoso não estava afundando como em todas as outras vezes.

— Olha Percy! OLHA!

Sorrindo, o garoto deitou também, embalando os dois homens juntos sob as águas salgadas.

— Isso é muito maneiro – Comemorou.

— Eu disse – Garantiu sorrindo.

Por um segundo de euforia esqueceu de controlar o mar e deu um caldo em Jason, que levantou mais uma vez furioso.

— EU ODIEI – Resmungou engasgando com o sal e cuspindo aquilo enquanto esfregava os olhos.

Percy não conseguia nem respirar de tanto que ria e o loiro ficou irritado e fez menção de sair da praia, sendo parado pelo braço do moreno que o segurava pela mão com carinho.

— Não vai. Ainda tem muitas coisas legais que a gente pode fazer aqui.

— Eu não quero saber – Falou mais uma vez lembrando uma criança mimada.

— Nem se eu te mostrar? – Provocou colando seu peito nas costas quentes do garoto.

— Nem.

— Certeza disso? – Indagou mordendo o pescoço salgado dele e passando seu braço pelo corpo de Jason.

— Uhum.

— Então está bem – Deu de ombros colando ainda mais seus corpos e mordendo o lóbulo da orelha do garoto. Sua mão tocando sua bunda sem um pingo de vergonha.

— Perseu! – Repreendeu Percy virando de frente para ele – Estamos em um local público!

— Ops – Ergueu as mãos como se dissesse “culpado” com um sorriso maroto nos lábios.

— Você é sem igual – Falou estreitando os olhos.

— Vamos dar o fora daqui? – Percy pediu com desejo no olhar.

— Ah, agora a madame quer sair? – Jason botou as mãos na cintura com olhar desafiante.

Percy apenas deu de ombros antes de o filho de Júpiter segurar sua mão com força e se lançar ao vento, voando para longe dali e deixando a bela praia pra trás.

Os dois foram parar na calçada do apartamento em que a dupla estava hospedada, onde correram pelas escadas, seus pés mal tocavam o chão com a velocidade, e assim que chegaram na porta da residência entraram sem pensar duas vezes, não conseguindo mais conter os anseios de seus corações. Naquele apartamento, entre risos, provocações e carícias, os semideuses viraram apenas um.