Campistas contra Campistas escrita por Leitora voraz


Capítulo 7
Capítulo 7- A missão


Notas iniciais do capítulo

Oi, tudo bem com vocês?
Mais um capítulo e esse é dedicado a maravilhosa pessoa que está acompanhando a fic. Não sei quem é mas só de saber que tem alguém lendo e que pretende acompanhar já é um grande presente pra mim, então obrigada.
Sem mais delongas o capítulo.
PS: agora as coisas começam a ficar interessantes.



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POV Carol

Todos olhavam a Luli perplexos. Acho que ela era a primeira filha de Hera do acampamento. Ela se levantou e foi correndo para o seu chalé. Assim que ela saiu as pessoas começaram a cochichar. Me levantei e fui até o 3. 

Um tempo depois, Percy entrou. Eu estava sentada na minha cama olhando a fonte que tinha no canto do quarto. Ele se sentou do meu lado.

— Ei, tá tudo bem?- ele pareceu preocupado.

— Não eu to preocupada com a Luli. Se fosse comigo eu não me importaria, mas ela já sofreu bastante por causa da mãe. Eu aceitei a nossa vinda pra cá porque achei que ia ajudá-la, mas posso ter piorado as coisas.

— Vai dar tudo certo. Eles só precisam se acostumar com a ideia.- ele disse, me tranquilizando. Por mais que ele não gostasse da Hera ele tentava me acalmar.

— Tomara.

Naquela noite eu tive um sonho. Ou melhor, um pesadelo.

Eu estava correndo pelas ruas de Manhattan tentando chegar no acampamento. Quando cheguei, vi Luli caida no chão. O acampamento estava em chamas. Campistas corriam por todos os lados. Por mais que eu tentasse ajudar, não conseguia fazer nada. Era como se eu fosse um fantasma. Caí de joelhos no chão e comecei a chorar. Foi então que ouvi uma voz que achei que nunca mais ouviria.

— Olha que show não é mesmo?- eu estava perplexa demais pra responder.- Isso pode acontecer. Ou melhor, se depender de mim, vai acontecer. E é tudo culpa sua. Se você não tivesse trazido a sua amiguinha pra cá, isso poderia ser evitado.

— Não.- Me levantei e olhei o patife na cara. Não me importei com o que ele fosse pensar. Toda a raiva que eu tinha dele misturada com o medo daquela cena diante dos meus olhos fez com que jogasse as palavras desesperadamente em sua cara.- Não Ian, não é minha culpa. É sua. Se você não tivesse aparecido nas nossas vidas nada do que aconteceu teria acontecido. A Luisa tá insegura e é sua culpa. Agora escuta, se você ousar pisar no acampamento eu juro que acabo com a sua raça.

Ele só riu do meu desespero.

— Cuide da sua amiga Carolina e aproveite a paz enquanto ela ainda existe.

Então tudo ficou escuro e eu acordei. Olhei pra cima e implorei aos deuses que fosse só um sonho. Percy ainda roncava do meu lado. Ele babava bastante enquanto dormia. Decidi seguir seu exemplo, virando pro lado e mergulhando em um sono sem sonhos.

POV Luisa

No dia seguinte, todos me olhavam torto, por causa da fogueira de ontem a noite. Fiquei aliviada quando Quíron nos chamou para uma missão. Tinham três crianças perdidas em uma cidade em New Hampshire. Nosso trabalho era simples: buscá-las e trazê-las ao acampamento.

Saímos da Casa Grande. Carol assobiou e Crystal apareceu. Montamos e ela disparou. Fiquei pensando nos últimos acontecimentos. Ia demorar pras pessoas se acostumarem com a minha presença.Além disso a missão me preocupava... A voz da Carol interrompeu meus pensamentos antes que eu pudesse continuar me lamentando.

— Acorda Luisa! Tá pensando na morte da bezerra?

— Não, estou mais preocupada com a missão. São crianças Carol, eu tenho medo que….

— Que o seu defeito mortal “ataque” novamente?- disse completando meus pensamentos.- Relaxa eu não vou te deixar ficar doida de novo.

Esbocei um sorriso. Sim era exatamente isso que me preocupava. Os semideuses, por causa do sangue divino tinham defeitos mortais, que eles tinham que aprender a controlar. O de Atena era o orgulho. O de Poseidon era a lealdade. Pensar que tinha que proteger todos. O de Hera era parecido com o de Poseidon. Eu tinha superproteção. Pra explicar melhor, eu sou capaz de literalmente tudo para tirar aqueles que eu amo da batalha. Pra mim a minha vida não vale nada. Não importava o que acontecesse comigo, contanto que os outros ficassem bem. Era capaz até de machucá-los. Descobri isso quando era pequena. Estávamos lutando com algumas dracaenae quando meus instintos me disseram pra tirar a Carol da luta. Protegê-la de qualquer jeito. Consegui prendê-la dentro de casa e lutei com os monstros sozinha. Quase morri. Com o tempo consegui controlar as minhas “crises” e desenvolver um pouco de autoproteção, mas eu temia que tudo pudesse voltar com as crianças.

Pareceu que ela leu meus pensamentos, porque falou:

— Ei, relaxa. Se acontecer alguma coisa eu te tranco em uma gaiola de novo.

Rimos com a lembrança. Uma vez eu estava tão perturbada que ela precisou me prender em uma jaula de corais até eu me acalmar.

— Vamos achar essas crianças.

Estávamos andando nas ruas havia um tempo e a Carol reclamava de cansaço. Já estava pensando em achar um hotel para passarmos a noite, quando ouvi um barulho vindo de um beco. Peguei Carol pelo capuz e a puxei pra lá comigo. Ela pegou a espada e eu saquei minha faca. Não tinha nada lá, então nos sentamos para descansar.

Foi quando, de repente, senti algo me puxando por trás, tentando me sufocar. Meus reflexos agiram imediatamente, me fazendo pegar o que quer que estivesse me atacando e puxá-lo por cima dos ombros. Era uma garota. Não devia ter mais que 8 anos. Ela tinha lindos olhos roxos e cabelos castanhos. Parecia assustada e cansada, mas apesar disso tinha determinação no olhar. A Carol tinha feito a mesma coisa com um menino. Ele tinha cabelos castanho-claro e olhos cinza. Nós os soltamos perplexas. Eles rapidamente se afastaram da gente. Uma outra menina correu para perto deles. Ela devia ser a mais nova dos três e tinha cabelos e olhos castanhos alertas.

— O que vocês querem? Quem são vocês?- perguntou o garoto se colocando protetoramente na frente das outras duas. Olhei Carol e  vi que tínhamos a mesma ideia. Eles deviam ser os semideuses que estávamos procurando. Por qual outro motivo três crianças estariam perdidas sozinhas nas ruas?

— Nós somos que nem vocês, e viemos para levá-los a um lugar seguro.- respondi, tentando manter a voz leve. As meninas pareceram acreditar, mas ele ainda parecia receoso. Vendo isso, Carol falou:

— Eu sou a Carol e ela é a Luisa. Nós somos semideusas, assim como vocês.

— Semideuses? O que isso significa?- questionou a mais nova.

— Significa que um dos seus pais é um deus da mitologia grega.- eu tentei falar da maneira mais calma possível. Eu tinha a idade deles quando descobri sobre a minha mãe, e sabia o quanto podia ser assustador. Por outro lado, as crianças eram curiosas e tinham uma mente mais aberta que os adolescentes e adultos. Isso facilitava consideravelmente as coisas.

Eles se apresentaram. O menino se chamava Mateo e tinha 9 anos. A dos olhos roxos era a Hannah e tinha 8. Já a mais nova se chamava Sam com 7 anos.

— O que aconteceu com vocês? - perguntou Carol. Eles se sentaram perto de nós para contar. Mateo começou:

— Nós três morávamos em um condomínio aqui perto. Eu com o meu pai, a Sam com a mãe dela e a Hannah com o pai. Somos amigos desde sempre.

— A algum tempo os monstros começaram a aparecer. No começo eles nos ignoravam, mas logo passaram a nos perseguir. Geralmente a gente se trancava em casa até eles irem embora.- continuou Hannah.

— Lembro que nossos pais falaram que iam nos tirar de casa e nos mandar pra um lugar seguro. Mas uma noite o condomínio pegou fogo. Nós conseguimos fugir mas nunca mais vimos os nossos pais.- terminou Sam. Aquelas crianças tinham sofrido muito. Olhei-os nos olhos.

— Vamos levá-los até o acampamento meio-sangue. É um lugar seguro para pessoas como nós onde vão poder aprender a lutar.- eles pareciam animados. Fomos até um hotel e pegamos um quarto. Depois de tomar banho, fomos jantar. Enquanto comíamos vi uma luz em cima da mesa de cabeceira da cama. Quando me aproximei, notei que tinham armas lá. Uma adaga com lâmina escura e runas no cabo, um conjunto de facas de cabos pretos e lâminas afiadas e um machado duplo. Chamei as crianças pra perto. Carol veio com elas. Quando viu as armas exclamou animada:

— Eu conheço esse tipo de arma! Elas vão crescer e se adaptar de acordo com o dono. Escolham uma!

Hannah pegou a adaga, Mateo ficou com as facas e Sam escolheu o machado. Assim que tocaram nas armas, símbolos apareceram sobre suas cabeças. Sam tinha um caduceu, Mateo uma oliveira e Hannah uma runa. Um tempo depois eles sumiram. Eles nos olharam surpresos.

— O que acabou de acontecer?- questionou Hannah.

— Vocês foram reclamados!- disse Carol agitada. Eles ainda pareciam confusos. Ri da animação da minha amiga. 

— Significa que seus pais divinos os reconheceram como seus filhos. Mateo você é filho de Atena, a deusa da sabedoria. Hannah vocês é filha de Hécate, a deusa da magia. E Sam você é filha de Hermes, o deus dos ladrões e viajantes.  Agora vão todos dormir por que temos uma longa viagem amanhã.

— Sim mamãe!- respondeu Carol brincando. Dei um soco leve em seu braço, revirando os olhos.

No dia seguinte…

POV Carol

A viagem de volta pro acampamento foi tranquila na medida do possível. Quando se tem cinco semideuses relativamente poderosos na rua é de se esperar alguns ataques. Cada vez que um monstro atacava, deixávamos as crianças escondidas durante a luta. Ela ficaram impressionadas com as nossas capacidades. Eu fui com o Mateo na Crystal enquanto Luli foi com as meninas na moto. Quando chegamos fomos falar com o Quíron para contar os detalhes da missão.

Assim que acabamos fomos mostrar o acampamento pros pequenos. Hannah gostou bastante da floresta e para tirá-la de lá foi preciso que a Luli prometesse um passeio lá mais tarde. Mateo olhava tudo com cuidado, notando os mínimos detalhes. Já a Sam observava tudo com curiosidade. Quando acabamos, voltamos até a casa grande onde Annabeth, Connor, Travis e Lou Ellen nos esperavam.

Apresentamos cada criança a seu devido irmão. Percebi uma certa tensão entre a Luli e a Annabeth. Cada conselheiro foi levar os pequenos para o seu respectivo chalé. Quando chegou a vez da Sam ela pareceu meio receosa. Sorri encorajando-a.

POV Mateo

Annabeth tinha olhos cinzas que nem os meus. Ela me levou até o chalé de Atena. Ele era de pedra branca e tinha uma coruja esculpida em cima da porta. Quando entrei, mal acreditei nos meus olhos.

O chalé era bem maior do que parecia. As camas estavam em um canto. Cada campista tinha um armário, uma escrivaninha e um baú. No fundo ficavam os banheiros e a biblioteca. Sim, você leu certo, tinha uma pequena biblioteca dentro do chalé com algumas poltronas para a leitura. Eu olhava tudo abismado. Annabeth riu da minha reação

— É, eu também fiquei assim quando cheguei aqui pela primeira vez. Tinha mais ou menos a sua idade.- ela me ajudou a guardar as minhas coisas. Depois saímos e começamos a andar.

Ela me contou sobre tudo: as guerras, suas missões, os desafios e tudo o que ela já tinha feito. Tínhamos nos sentado no topo de uma colina e eu finalmente tive a chance de perguntar algo que estava me incomodando.

— Annie posso te perguntar uma coisa?- ela assentiu- Por que você não gosta da Luli?

Ela suspirou:

— Não é que eu não goste dela, é só que eu não me dou muito bem com a mãe dela.

— Mas isso importa? Quer dizer você devia gostar dela antes de saber quem era a sua mãe. Vai realmente julgá-la por  algo que ela não fez?- pontuei.

— Vou ver o que posso fazer.

Sorri satisfeito.

— Bem, agora eu tenho que ir me encontrar com as meninas, tchau!- disse enquanto me levantava para ir embora.

POV Hannah   

Lou me levou até o nosso chalé. O ambiente não era super iluminado e eu gostava disso. O chalé era dividido em três partes: a mais perto da porta tinha várias prateleiras com livros de magia. No meio ficavam as camas, com um baú pra cada. No fundo ficava a área para treinamento de feitiços e preparo de poções.

Ela me apresentou ao resto do chalé. Só tinha uma pessoa com a minha idade lá, o Luis. Ele tinha 10 anos e era filho de Hipnos. Ele ia ao nosso chalé fazer pesquisa e pra explicar sonhos. Ficamos conversando enquanto andávamos pelo acampamento. Ele me contava várias coisas interessantes e me explicava como eu podia controlar meus pesadelos. Até que eu decidi perguntar algo pra ele:

— Por que que quando a gente estava no meu chalé todo mundo me olhava?

— Acho que são os seus olhos. São roxos. Os filhos de Hécate tem a cor dos olhos bem exótica, mas apenas alguns tem olhos roxos. Deve significar que você é bem poderosa.

— É sério?- ele assentiu- Eu nunca fiz mágica na minha vida.

— Relaxa, você só tem 8 anos, tem bastante tempo pra aprender.

Sorri e aproveitei o resto do dia.

POV Sam

No começo, eu fiquei com um pouco de medo, mas logo os irmãos Stoll me fizeram me sentir em casa. Eles eram muito mais velhos que eu. Quando chegamos no chalé 11 eles me apresentaram ao resto dos meus irmãos. O lugar era uma bagunça. Logo, todos começaram a me contar histórias, segredos sobre os outros campistas e a bolar pegadinhas.

Esse último me chamou bastante atenção. Eu posso parecer inocente, mas sempre gostei de aprontar. Umas pegadinhas leves e uns sustos de vez em quando não machucam ninguém. No começo fiquei quieta só ouvindo. Até que, no meio da conversa, interrompi a discussão.

— Eu tenho uma ideia.- todos me olharam como se tivessem esquecido da minha presença.- Quando as meninas me apresentaram o acampamento, eu vi vários cantos e buracos onde eu poderia me esconder. Talvez isso ajude.

Eles ficaram em silêncio por mais alguns minutos. Por fim Connor falou:

— Essa é a minha irmãzinha!- exclamou enquanto me punha sobre os ombros. Dei um sorriso maroto pros meus irmãos.

— Essa vai ser uma pegadinha épica!

 


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Notas finais do capítulo

Lembrem desse sonho da Carol, vai ser importante para o desenrolar da história. Espero que tenham gostado. Bjs e até a próxima.

PS: Quem aí sabe quem é o Ian? Alguma ideia? Podem comentar que eu respondo.



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