Zenitsu olhou para os objetos dispostos na sua frente.

O haori dobrado de maneira impecável. O colar adornado com um magatama.

Lembranças palpáveis da tempestade que já se foi. O acessório, replicando o que o antigo dono nunca tirava, e o haori jamais utilizado, nunca vestido por cima do uniforme.

Pôs o colar: o peso do magatama era estranho, a pressão que fazia contra o pomo-de-Adão mais ainda. Quase como ter as mãos dele no pescoço, como sentir o toque dele de novo, indômito e íntimo.

Engoliu a saliva e pôs as mãos calejadas no haori.

Azul com triângulos brancos e um degradê impecável, quase preto na parte de baixo. Visto de longe, parecia um céu estrelado.

Macio, bonito, confortante, tal qual seu antigo haori. Só mudava a cor.

Levantou-se, desdobrando a peça. Andou até a frente do espelho. Inspirou, vestiu; era quase como ser abraçado por ele, como sentir o contato quente e vivo do antigo dono nos braços, ombros, costas.

Ficou meio folgado, mas tudo bem. Kaigaku era mais alto que ele, mas Zenitsu ainda estava crescendo.

Alcançaria sua altura do mesmo jeito que alcançou suas habilidades.

Virou-se, olhando o reflexo de costas.

Azul e amarelo combinavam bem.