Guilty ones escrita por Aislyn


Capítulo 5
Despedaçado


Notas iniciais do capítulo

Faz tanto tempo desde a última atualização. Vou montar um calendário, pra postar pelo menos um por semana, das histórias em geral. Eu falo que vou fazer, falo que não vou esquecer, quando vejo, já passou mais um mês e por ai vai...

O dia era pra ser feliz pra comemorar meu níver, mas eu curto um drama nas histórias, então bora de drama mesmo!

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/788284/chapter/5

O último show da turnê chegou ao fim e com ela vieram alguns dias de folga. O grupo evitava se encontrar nesses dias, já que na época de shows passavam muito tempo juntos, mas Arata ainda estava devendo a visita ao primo.

 

Passaram uma tarde divertida juntos, aproveitando também a companhia da cachorrinha que Jin teimava em tratar como macho, mas em um determinado momento, Hayato sentiu vontade de ir pra casa. Gostava do primo e se sentia à vontade em seu apartamento, mas queria ver Takeo. Ficaram tanto tempo se evitando e estranhando, tomando cuidado com cada palavra que diziam e, agora que haviam se acertado, queria aproveitar cada instante ao seu lado. Era uma ansiedade semelhante à que sentiu quando foram morar juntos, onde cada troca de olhar e cada pequeno toque o fazia se sentir quente.

 

— Cheguei! – Arata anunciou enquanto entrava no apartamento, mas o sorriso de expectativa para ver o namorado morreu quando encontrou dois rapazes abraçados no sofá, com os rostos próximos. Queria pensar que entrou no apartamento errado, mas ele conseguiu destrancar a porta com sua chave, então estava fora de cogitação. O outro rapaz podia ser seu cunhado, mas ele não era loiro. A compreensão do que via à sua frente veio como um balde de água fria em sua cabeça – Takeo!?

 

Takeo segurava Mikaru pela cintura, mantendo-o no lugar, enquanto o amigo se inclinava em sua direção, tentando puxá-lo pela nuca. Um pouco de força estava sendo empregado de ambos os lados, mas o visitante se afastou ao ouvir a voz de Izumi, encarando a entrada do apartamento com grande interesse.

 

— Hayato… – Shiroyama soltou o amigo no mesmo instante, aumentando a distância entre eles no sofá. Péssima hora para o namorado chegar! Péssima situação para ser pego em flagrante – O-oi! Que bom que voltou! – um sorriso forçado surgiu nos lábios do guitarrista enquanto ele se levantava e caminhava na direção do vocalista – Deixa eu apresentar voc-

 

— Dispenso. – Izumi interrompeu, colocando a mochila que levava no sofá livre, encarando-os com desgosto – O que vem a seguir? ‘Não é o que estou pensando’ seria um absurdo, porque realmente não sei o que pensar disso. – focando o olhar apenas em Takeo, já que encarar o visitante lhe dava náuseas, continuou a abordagem – Esse é seu ex-namorado, Mikaru. Acho que comentei com você que encontrei ele outro dia. E, se não me engano, você comentou que não queria relembrar os tempos de adolescência. Mudou de ideia?

 

Takeo não era o tipo de pessoa que ficava sem graça com facilidade, mas naquele momento ele sentiu vergonha. Realmente não tinha como dizer que não era o que o namorado pensava, não tinha como pensar em muita coisa, vendo o que viu. Só que não tinha acontecido nada entre eles! Estava justamente tentando evitar que o pior acontecesse.

 

Hayato saiu pela manhã dizendo que visitaria o primo e apoiou a ideia. Fazia um tempo que não se viam fora da banda e o namorado precisava de um tempo só pra ele, para espairecer e se divertir. Mikaru por sua vez, por mais que Takeo pedisse para ir com calma, não parava de enviar mensagens, independente de ter ou não uma resposta. Como Arata não estaria por perto, Takeo pensou que não teria problema em contatar o amigo para explicar a situação e então conversarem um pouco, mas deixou escapar a informação que o namorado havia saído. Pouco mais de meia hora depois, Mikaru apareceu na porta do seu prédio, pedindo liberação para subir.

 

Conversaram normalmente por um bom tempo e Takeo pensou que o amigo havia desistido daquela ideia de voltarem, até que diminuiu a distância entre eles no sofá, tocando enfim no assunto. Não importava o quanto Takeo negasse, Mikaru continuava firme em sua decisão, com o pensamento que só precisava abordar da maneira certa e o teria de novo.

 

— Você não disse que ele passaria o dia fora, Shiro? – Mikaru se pronunciou antes que Takeo pudesse explicar a situação, acendendo um cigarro enquanto se aproximava dos dois, parando ao lado do amigo e sorrindo para o vocalista.

 

— “Shiro”? – Hayato fechou as mãos em punho, tentando segurar a vontade de expulsar aquele atrevido aos socos – É melhor levar seu amigo até a porta, Shiro. De lá pra rua ele conhece o caminho.

 

Takeo intercalou olhares entre os dois, sem saber o que fazer, mas rezando para que Mikaru entendesse o momento para sair. Nunca havia visto Hayato daquele jeito e agora se arrependia de deixar o amigo entrar.

 

— Eu acho que o Shiro não quer que eu vá embora, não é? Estávamos nos entendendo bem antes de você chegar. – e daí que estava complicando a situação para Takeo? Era exatamente isso que queria. Assim teria caminho livre e seria mais fácil se aproximar como gostaria.

 

— Ahm.. eu acho que quero sim… – Takeo pediu ao amigo, tentando não soar rude, mas sem desviar o olhar de Hayato. Estava preocupado com aquela reação.

 

— O apartamento é seu. Faz tudo que ele manda? – Mikaru revirou os olhos, impaciente. Quem ele achava que era para colocá-lo na rua? Não moveu um passo do lugar.

 

Depois de todo o trabalho que tivera para conversar e se acertar com Hayato, e agora Mikaru jogava tudo pro alto em tão pouco tempo. E mais, ainda parecia querer piorar a situação. Ele não tinha noção do estrago que estava fazendo… ou tinha e fazia de caso pensado.

 

— Vem, nós conversamos outra hora. – Takeo puxou o amigo pelo braço, levando-o até a porta, mas Mikaru não queria facilitar e ficou resmungando em alto e bom tom que devia ser avisado de novo quando estivesse sozinho, para fazer outra visita e terminar aquele assunto.

 

Após a porta ser fechada, o silêncio tomou conta do ambiente. Takeo ainda ficou um instante na entrada, respirando fundo e encarando as costas do namorado, que também não saiu do lugar. Hayato esperou o visitante sair, tentando conter a raiva que sentia, mas aquela relutância de Mikaru fez ela transbordar de novo e então deixou as lágrimas rolarem. Sentia tanto ódio; do tal amigo, do namorado e dele mesmo.

 

— Eu achei que isso estava resolvido! – Hayato comentou quando escutou os passos de Takeo se aproximando – Pensei que podia ficar tranquilo, que estava tudo bem, e você só me esperou virar as costas pra trazer ele aqui! Pra dentro da nossa casa! Você sabe o que ele quer, eu te avisei e mesmo assim você fica sozinho com ele?! – mesmo cobrindo o rosto com as mãos, as lágrimas não paravam de cair – Está cansado do nosso namoro? Não sou suficiente pra você? O que aconteceu entre vocês é tão forte que eu não consigo ocupar esse lugar na sua vida? Pra você se abalar tão fácil com a volta dele… Me fala que estou sendo idiota e entendi errado.

 

Por mais que a iniciativa de se aproximar tenha partido de Mikaru, não podia jogar a culpa toda no amigo. Deixou que ele se aproximasse e entrasse em sua casa. Ele quem ligou chamando para conversar. Takeo sabia o que ele queria e mesmo assim não cortou desde o começo, como era esperado fazer.

 

— Não é isso… não estou cansado de você ou do nosso namoro… – Shiroyama parou a poucos passos de distância, sem coragem para encará-lo de frente, mas dali conseguia vê-lo chorando e isso apertava seu peito – Eu fui idiota… liguei pra conversar. Comentei que você não estava e ele apareceu aqui. – aquilo soou estúpido até para seus ouvidos. Quando Mikaru perguntou se o namorado não importava mais que eles conversassem, acabou dizendo que era por ele não estar. Aquilo foi praticamente um convite – Você tem razão de estar com raiva de mim, eu errei muito e pedir desculpas agora não vai resolver. Eu não menti quando disse que não queria nada com ele. Eu não quero perder você.

 

Takeo não sabia de onde tirava a calma para conversar naquela situação, mas não podia se atrapalhar e passar por cima do que aconteceu. Precisava dar tempo para Hayato acalmar e digerir a situação, deixá-lo pensar no que queria fazer. Teria que aceitar qualquer coisa que viesse.

 

Mesmo que fosse um punho fechado em sua direção.

 

Hayato abriu a mão no último instante, amenizando o impacto contra seu rosto, o que não diminuiu a dor que sentiu, não só pelo tapa, mas a sensação de merecer a agressão e rancor que lhe eram dirigidos. Takeo tinha certeza que a frustração era grande demais e, se fosse totalmente descontada, ele ficaria cheio de hematomas.

 

— Eu também não quero perder você… mas não dá mais chance pra ele. Não deixa ele chegar perto. – outro golpe, mas dessa vez um soco leve contra seu peito – Eu sei que é seu amigo, mas ele não te vê assim. Não posso te impedir de encontrar com ele, mas não dá outra chance. Por favor…

 

— Eu não vou dar nenhuma chance, Hayato. Prometo. – mas quando Takeo estendeu as mãos para secar as lágrimas, o vocalista afastou, negando o contato – Sei que não adianta agora, mas eu realmente sinto muito. Por ter magoado você.

 

Sem saberem como continuar a conversa ou o que fazer, ficaram parados no lugar, cada um encarando um ponto no chão, perdido em seu próprio pensamento. Takeo conseguia imaginar a confiança de Hayato em si se despedaçando. Ergueu o olhar ao ouvir passos, Hayato lhe dando as costas e se afastando em direção ao quarto. Não o impediu de ir. O que iria dizer?

 

Arata ainda tentava secar as lágrimas, em vão, se trancando no quarto e mais uma vez ligando para a irmã atrás de consolo, contando tudo que aconteceu nas últimas horas. Estava acabado, desesperado, com medo do que viria a seguir e sem saber o que fazer. Sua mente dizia que não podia confiar em Takeo, mas seu coração dizia que, se não acreditasse nele, ninguém acreditaria. Concordou em dar um voto de confiança quando aceitou o pedido de namoro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E pensar que esse capítulo está pronto desde 2019!
Tentar não demorar tanto no próximo, mas prometo nada.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Guilty ones" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.