O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 79
Ethan


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindo a mais um capitulo de O Legado part.2.
Espero que estejam todos preparados, pois o capitulo de hoje promete fortes emoções.
E um aviso para todos, se a fic chegar a 200 comentários teremos capitulo extra.
Sem mais delongas, fiquem com o capitulo de hoje.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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—Como estão as coisas entre você e a Cíntia? Alguma novidade interessante? - Benjamin questionou curioso enquanto conversávamos por vídeo chamada, já que estava esperando para ver meu imprinting novamente.

Depois do final de semana maluco em que tive meu imprinting e comandei uma missão secreta com as panteras, impedindo assim que o canalha do Douglas enganasse mais uma mulher inocente, tudo que queria nessa segunda feira era a monotonia e tranquilidade do meu trabalho burocrático na administração da rede de hospitais, além de ver meu imprinting.

Só de lembrar da minha Aurora, meu coração acelerava enlouquecido enquanto um sorriso bobo surgia em meus lábios.

Deus, era oficial, havia me tornado um bobo apaixonado, igualzinho meu pai e meu irmão, e estava adorando cada minuto disso.

—Pelo sorriso de apaixonado que está nos seus lábios, só pode estar pensando na Cíntia, não é? - meu irmão questionou sorrindo e concordei.

—Sim, não consigo pensar em mais nada que não a envolva. Acredita que fiz uma música pra ela?! Terminei o arranjo ontem a noite depois do jantar, antes de me despedir dos nossos tios. - disse e meu irmão sorriu surpreso.

—É sério isso? Ethan, você não compõe a anos, isso é incrível. Pelo jeito, está mais apaixonado do que acha que está.

—Não sei...Isso tudo é tão novo pra mim. Nunca me apaixonei antes por ninguém, por isso não sei o que esperar ou fazer. - disse angustiado e meu irmão me olhou com cuidado.

—Eu entendo, Ethan, só tenta ter calma e paciência, confie no imprinting e na magia Quileute, pois ela jamais erra. - meu irmão disse e concordei suave. -Tem certeza, que está mesmo tudo bem? Estou te achando angustiado.

—Não quero preocupá-lo, você está em lua de mel Benjamin, sua única preocupação deveria ser agradar a sua mulher. -desconversei e meu irmão suspirou, entendendo que não queria falar sobre esse assunto.

—Você é meu irmão Ethan e sempre vou me preocupar com você. Não se preocupe, porque estou cuidando muito bem da minha esposa. Nesse exato momento, ela está dormindo na nossa cama, com um sorriso bastante satisfeito no rosto. - meu irmão segredou malicioso e sorri da sua audácia, afinal, Benjamin era tão tímido quanto nosso pai. - Falando sério, o que está acontecendo entre você e a Cíntia? Se não me contar, vou ficar  realemnte preocupado.

Resignado e sem alternativas, respirei fundo antes de contar uma parte da verdade para o meu irmão, porque se ele soubesse tudo que aprontei ontem era capaz dele pegar o primeiro voou de Veneza para a Inglaterra, apenas para gritar comigo perguntando se havia perdido o juízo de vez.

—O ex namorado da Cíntia voltou. - disse e rosnei furioso ao lembrar do jornalistazinho.

—O Douglas? Não acredito que aquele cara, está atrás da Cíntia de novo? - meu irmão questionou indignado e neguei com a cabeça.

—Não, esse daí está ocupado demais tentando limpar a imagem dele, depois do escândalo de ter sido deixado pela noiva na porta da igreja ontem. - disse orgulhoso do meu feito e meu irmão me olhou curioso.

—Porque estou com a sensação, de que tem algo a ver com isso, maninho? - Ben questionou desconfiado e sorri orgulhoso do meu feito.

— Pode ser que eu tenha algo a ver... Mas se me perguntarem, negarei até a morte. Minha Aurora não pode nem sonhar, que fui a mente criminosa por trás disso e de outras coisas. - disse pensativo me lembrando de tudo que havia feito ontem, fora a aposta que fiz com os sobrinhos dela, sem ao menos conhecê-la.

É, realmente havia me superando nos últimos três dias.

—Ethan, pelo amor de Deus, o que  anda aprontando por aí? - meu irmão questionou preocupado e suspirei.

—Nada demais Benjamin, não precisa ficar preocupado, está tudo na santa paz de Deus. Seus padrinhos, te deixaram um beijo antes de irem. Como está Veneza? Minha cunhada favorita, está gostando da cidade? - questionei mudando de assunto e meu irmão sorriu resignado, entendendo que não voltaria mais a falar disso.

—Obrigado pelo recado, já falei com meus padrinhos antes de ligar para você. Só espero que a minha lobinha, não herde a lábia dos tios, ou estarei em sério apuros. - meu irmão pediu olhando para o céu aflito e sorri da sua preocupação antecipada. -Voltando ao assunto, Mel é a sua única cunhada, Ethan e sim. Minha esposa está encantada pela cidade, obrigado mais uma vez pelo presente de casamento.

—De nada. Que tipo de padrinho seria, se não desse um presente incrível. - disse e meu irmão sorriu concordando. - E a Mel, como está? Enjoou muito durante o voo?

—Por incrível que pareça não. Pelo jeito, minha lobinha gosta de viajar.- meu irmão brincou e sorrimos.

—Que bom, assim vocês podem aproveitar mais a lua de mel. Qualquer coisa, ligue para a médica dela ou fale com a minha amiga obstetra de Veneza, você ainda tem o número que lhe dei? - questionei ao meu irmão, antes de autorizar a entrada de quem estava batendo na minha porta.

—Sim, ainda tenho. Não se preocupe, pois entraremos em contato se for preciso, mas espero que não seja.

—Tenho fé que não será, irmão. Você pode esperar um minuto, Ben. - pedi ao meu irmão que concordou, antes de dar atenção a minha secretária que havia acabado de entrar. - Sim, Suzanna.

— Acabaram de ligar do setor de exames do hospital, informando que a senhorita Lopes e sua avó chegaram. - Suzanna me disse em pé no meio da minha sala.

—Obrigado Suzanna, avise que já estou indo e ligue, por favor, para avisar o meu pai. - pedi a minha secretária que concordou deixando a sala, enquanto voltava a conversar com o meu irmão. -Adoraria continuar conversando com você, maninho, mas o dever me chama.

—Tudo bem. A avó da Cíntia está com algum problema de saúde? - Ben questionou preocupado do outro lado da linha.

—Não, são apenas exames de rotina. - assegurei a ele que respirou aliviado.

—Que bom, isso me deixa mais tranquilo e o papai, resolveu deixar a aposentadoria de lado? - meu irmão questionou brincando e sorrimos.

—Ainda não sei, mas acho que ele só está matando as saudades do hospital. Porque desde que se aposentaram, nossos pais não param mais em casa, estão sempre passeando por aí curtindo a companhia um do outro.

—Fico feliz em saber que eles estão aproveitando, mas não quero te atrapalhar, mande um beijo para todos. Depois que chegarmos do nosso almoço, ligo para os nossos pais.

—Tudo bem, vou dizer a eles. Dê um beijo na minha cunhada e na minha sobrinha preferida, e Benjamin, aproveitem a lua de mel para namorar bastante, porque depois que a sua lobinha nascer é adeus liberdade e sossego. - aconselhei e meu irmão corou sem graça antes de sorrir.

—Pode deixar, vou dizer a elas assim que acordarem. Dê um beijo em todos por mim. - Ben pediu e concordei antes de nos despedirmos.

Em seguida me levantei da cadeira e coloquei meu jaleco, que ficava no cabide perto da porta, antes de sair em direção a sala de exames, na qual meu imprinting e sua avó me esperavam.

—Bom dia senhoras, como vai a minha paciente preferia? - questionei sorrindo assim que entrei na sala de exames, vendo-as sentadas à minha espera.

—Bom dia Ethan, estou bem. Na verdade, não vejo nenhuma necessidade de ocupá-lo a manhã toda para fazer esses exames. - Marta disse enquanto a enfermeira Joyce me entregava a ficha do questionário, que havia acabado de preencher com a ajuda das duas.

—Obrigado Joyce, por favor, ligue para o responsável da ressonância e avise que já estamos indo. -pedi a ela que concordou nos deixar a sós e me virei para olhar a avó de Cíntia. - Marta, não é incomodo algum, não custa nada ver se está tudo bem com o seu coração. Isso deixará a Aurora mais tranquila.

—Aurora? - ela questionou confusa olhando para a neta.

—Depois eu explico, vovó. - Cíntia pediu e Marta concordou a contra gosto.

—Tudo bem, vamos aos exames então. - ela disse resignada e sorri aliviado, por ouvir que Marta não havia desistido dos exames.

—Entre. - autorizei após ouvir uma batida na porta e meu pai entrou na sala sorrindo, como se tivesse acabado de voltar do melhor passeio da sua vida. - Pelo jeito, o senhor matou as saudades que estava sentindo de usar seu jaleco e fazer rondas pelo hospital.

—Sim. - meu pai disse sorrindo feliz, enquanto o via usando jaleco novamente. - Amo a minha vida de aposentado, mas estava com saudades de usar um jaleco, fazer ronda e conversar com os pacientes.

—O senhor sabe que pode voltar sempre que quiser, será uma honra trabalhar ao seu lado novamente. - disse olhando para o meu pai que sorriu e concordou com carinho.

—Eu sei, querido, mas é a sua vez de ser o doutor Thompson, agora. Além do mais, se desistir da aposentadoria a sua mãe me mata, prometi que a levaria novamente a Riviera francesa depois da nossa renovação de votos. - meu pai disse e sorri malicioso para ele, pois ainda me lembrava do que os dois haviam me contado meses atrás sobre aquele lugar.

—Duvido que a mamãe mate o senhor, ela o ama. Sobre a Riviera francesa...Por acaso, os dois estão querendo recordar, o que fizeram a vinte e sete anos atrás nesse mesmo lugar? -questionei e meu pai corou sem graça me fazendo rir.

—Talvez, mas deixe de ser indiscreto Ethan Harry, ainda mais na presença das suas amigas. -  papai me repreendeu sem graça me fazendo rir, antes de virarmos para as duas mulheres que estavam na sala e que nos olhavam com curiosidade, principalmente a avó de Cíntia.

—Marta, esse é o meu pai, o doutor Elliot Thompson. Pai, essa é a dona Marta, a avó da Aurora, que o senhor já conhece. -disse apresentando-os e meu pai sorriu educado para elas.

—É um prazer conhecê-la Marta, assim como é um prazer revê-la, Cíntia. - meu pai disse gentil e Marta sorriu surpresa.

— Agora sei de onde Ethan, herdou a beleza e simpatia. - Marta disse sorrindo enquanto meu pai e Cíntia, ficavam sem graça diante do seu comentário.

—Obrigado pela gentileza, Marta, mas Ethan se parece mais com a mãe do que comigo, ao contrário dos meus filhos mais velhos. - meu pai explicou olhando pra mim e concordei.

—Isso é verdade, sou praticamente a versão masculina da dona Leah.

—Pode até ser, mas vocês dois tem o mesmo sorriso. - Marta apontou e meu pai concordou sorrindo.

—Minha mulher diz a mesma coisa, Marta. - meu pai segredou suave sorrindo para mim e sugeri que fossemos para a sala de ressonância.

Assim que chegamos à sala, o responsável pela máquina explicou todos os procedimentos para Marta e Cíntia, antes dela trocar de roupa para realizar o exame enquanto levava meu imprinting para a sala de espera.

—Por favor, Ethan, diga a minha avó que estou lhe esperando e me avise, se acontecer alguma coisa. - Cíntia pediu nervosa depois que disse que precisava voltar para a sala de ressonância.

Sem dizer uma palavra segurei suas mãos nas minhas, sentindo sua maciez e calor, que me proporcionavam uma agradável sensação de conforto e prazer, por estarmos tão próximos.

—Não se preocupe Aurora, vou cuidar muito bem da dona Marta. - prometi olhando em seus olhos verdes escuros e ela concordou com a cabeça.

—Tenho certeza que irá, por isso já agradeço de antemão. - Cíntia disse agradecida e sorri amoroso para ela, pois sabia que isso a calmava um pouco.

—Não precisa agradecer, querida. Posso não conhecer tão bem a sua avó, mas já a adoro e não se preocupe, pois tenho certeza que ela está bem fisicamente e os exames irão confirmar isso, mas você precisa ficar calma ou deixará a Marta preocupada. -disse suave sem desviar os olhos dos seus.

—É tudo que desejo e não se preocupe, vou tentar ficar calma.

—Eu sei que vai, Aurora. Mas posso te ajudar se quiser. Você quer?

—Sim, mas como? Por acaso vai me dar um daqueles calmantes, que são capazes de derrubar um elefante? - Cíntia questionou brincando e sorri negando, beijando suas mãos com carinho ainda entrelaçadas com as minhas.

—Não, querida. Existem outras maneiras de se acalmar alguém...- comecei a dizer e o coração de Cíntia acelerou enquanto ela olhava para mim, interrompendo assim o meu raciocínio.

—Que seriam? - ela questionou com a voz rouca antes de morder de leve o lábio inferior, abalando o meu frágil autocontrole.

Deus, como queria beijá-la agora...Pensei comigo mesmo, mas sabia que ainda não estava na hora, seria errado beijá-la sabendo o quanto Cíntia ainda estava confusa em relação aos seus sentimentos.

—Exercícios respiratórios...Meu pai me ensinou alguns, eles me ajudam a controlar meu “doce temperamento explosivo”. Se quiser, posso te ensinar.

—Eu adoraria, mas o que é um “doce temperamento explosivo”? - Cíntia questionou confusa e suspirei.

—É o jeito carinhoso que meu pai chama, a mistura do orgulho dos Thompson com o sangue quente dos Clearwater, dos três filhos dos meus pais sou o mais nervosinho e os exercícios respiratórios, são uma forma de me acalmar.

—Entendo, mas você não parece alguém que perde a paciência com facilidade. - ela disse e suspirei diante das inúmeras vezes em que perdi a cabeça, a mais recente foi no dia do jantar de ensaio do meu irmão, quando briguei com toda a minha família.

—Eu tento, Aurora, mas a minha natureza, como diz minha mãe, é naturalmente explosiva. - brinquei e ela sorriu carinhosa pra mim.

—Quer saber um segredo, Ethan? - ela questionou sorrindo me olhando nos olhos e concordei. -Também não sou um anjo de candura.

—É bom saber. - brinquei antes de ensiná-la os exercícios que aprendi com meu pai.

Repetimos os exercícios várias vezes, até que ouvi o coração de Cíntia bater em um ritmo mais tranquilo, assegurando que ela estava calma.

A contra gosto, me despedi dela antes de voltar para a sala de exames.

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—E então? - Cíntia questionou aflita depois que voltamos para a sala de exames, onde havia encontrado as duas mais cedo.

—Fizemos todos os exames exigidos, tanto para um check up como os rotineiros para pessoas que passaram por transplantes...- comecei a explicar enquanto olhava para as duas sentadas a minha frente, já que meu pai havia ido embora depois de assinar os resultados dos exames junto com o doutor Xavier.

—Entendo, mas qual foi o resultado? - Cíntia questionou aflita me interrompendo.

—O resultado foi que a sua avó, está vendendo saúde. - assegurei e Cíntia respirou aliviada enquanto sua avó sorria tranquila.

—Viu? Não disse pra vocês que estava tudo bem. - Marta disse sorrindo enquanto olhava de mim para Cíntia.

—A senhora disse e eu também, mas não custava nada tranquilizar a sua neta, não é verdade? - questionei olhando para Marta que concordou antes de olhar para Cíntia. - Mais tranquila agora, Aurora?

—Sim, você acabou de tirar um peso enorme das minhas costas. - Cíntia disse mais calma e sorriu aliviada para mim, antes do seu telefone começar a tocar. - Me desculpe, preciso atender é o meu pai, ele deve estar querendo saber notícias da vovó.

—Claro, pode atender. - assegurei olhando para ela, que desviou os olhos de mim para ver a avó.

—Pode ir querida, vou ficar bem com o Ethan.- Marta assegurou olhando para neta e concordei com a cabeça.

—Tudo bem, se comporte, vovó. - Cíntia pediu e Marta revirou os olhos, enquanto a neta saia da sala.

Marta olhou para a porta, assegurando que a neta não apareceria de repente, antes de virar para me ver com um sorriso maroto nos lábios.

—Não temos muito tempo, Ethan, então vou direto ao ponto. - Marta disse séria me olhando nos olhos e fiquei confuso com suas palavras. - Sei que gosta da minha neta, por isso estou disposta a ajuda-lo, mas se fizer a minha neta sofrer igual ao cretino do Douglas, esqueço que gosto de você e vou para o time do Pedro.

—Espera Marta, deixa ver se eu entendi. A senhora quer me ajudar a conquistar a Aurora? - questionei feliz e ela sorriu concordando.

—Sim. Vejo o jeito que olha para a minha neta...Você ama a minha Cíntia e sei que seria capaz de tudo por ela, por isso vou ajuda-lo a conquista-la. Se bem que nem vai precisar de muito esforço, tenho certeza que ela gosta de você, só não quer admitir pra si mesma. - Marta segredou para mim e sorri comovido com o seu gesto, antes de segurar suas mãos nas minhas.

—Prometo a senhora, que jamais machucarei sua neta. Prefiro morrer do que fazê-la sofrer de novo. - jurei olhando em seus olhos castanhos e ela sorriu agradecida.

—Ouvir isso me deixa mais tranquila, mas não quero que você morra tão cedo. Desejo ter mais bisnetos e espero que vocês, realizem o meu desejo o maior rápido possível. - Marta segredou pra mim e sorri surpreso por seu pedido.

—Vou ver o que posso fazer, Marta, mas primeiro preciso conquistar a Aurora antes do Pedro.

—Isso é verdade...Vou pensar em algo. - ela prometeu e concordei antes de Cíntia entrar na sala.

—Sobre o que conversavam? - Cíntia questionou curiosa enquanto voltava a se sentar ao lado da avó.

—Só estávamos conversando sobre como Marta deveria se alimentar, sugeri encaminhá-la para o nutricionista. - menti para Cíntia que sorriu concordando com a ideia.

—É uma ótima ideia, Ethan, obrigada. O que acha, vovó? - ela questionou voltando sua atenção para a avó.

—Só se ela for tão bem-humorada quanto você. - Marta disse e sorri concordando, antes de pegar um receituário, para lhe dar um encaminhamento.

—Sim, ela é muito bem-humorada, Marta. Tenho certeza que irá gostar da doutora Cibele. -disse sorrindo enquanto terminava o encaminhamento, colocando meu carimbo e assinado antes de entrega-lo a Cíntia.

Conversamos mais um pouco antes das duas irem, pois Cíntia ainda iria trabalhar na parte da tarde. Sem outra alternativa me despedi das duas, que deixaram a sala de exames voltando em seguida para a minha sala, onde vários documentos burocráticos me esperavam.

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—Aconteceu alguma coisa com você nesse final de semana? - Edgar questionou me olhando, enquanto pegávamos nossas bandejas e seguíamos em direção ao self-service do restaurante do hospital.

—Porque? Está tão nítido assim, que tem algo diferente em mim? - questionei me servido de uma generosa porção de arroz e batatas fritas, antes de seguir para o feijão, que não podia faltar no meu prato.

—Só pra quem te conhece a anos, como eu. - meu amigo disse deixando de se servir para me olhar de cima a baixo. -  Seus olhos, nunca foram tão brilhantes assim...E definitivamente, você nunca ficou todo suspirante pelos cantos...Espera...Não vai me dizer que...

—Sim, meu caro amigo Edgar, entrei para a categoria dos homens potencialmente apaixonados...E pra a minha surpresa, estou adorando cada segundo disso. - admiti sem nenhuma vergonha para o meu amigo que sorriu feliz por mim.

—Estou tão feliz por você, meu amigo. Quem foi a santa que operou esse milagre? - meu amigo questionou brincando e sorri, antes de lhe contar tudo o que aconteceu nos últimos três dias.

—Não acredito que você está gostado da tia dos gêmeos Barnes?! Os mesmos gêmeos, com quem você fez aquela aposta, de que sairia com a tia deles. Realmente, a vida é uma caixinha de surpresas. - Edgar disse e concordei antes do meu celular vibrar em cima da mesa, anunciando uma nova mensagem.

—Eu que o diga. - disse deixando meu almoço de lado, para ver qual era o conteúdo da mensagem.

—Pela sua cara de decepção, não era da sua Aurora.

—Não, é do contador pessoal da família. Ele quer saber se tenho tempo para conversarmos. - disse ao meu amigo, enquanto respondia para o contador que poderia encontra-lo depois do almoço.

O Contador responsável pelas finanças da família, tinha uma sala no setor financeiro da empresa, mas ele era responsável apenas por nossas contas pessoais, sem nenhum envolvimento com a empresa, já que a mesma tinha um responsável especifico e todo um setor, para tal finalidade.

—Entendo. Aconteceu algum problema sério, para ele está lhe convidando para uma reunião?

—Nada demais, é só burocracia. Comprei um imóvel recentemente e ele deve estar precisando que assine algum documento. - disse sem dar muitos detalhes colocando o celular novamente em cima da mesa, antes de voltar a comer.- Aproveito e vou até a sala da minha irmã, para saber como anda a história da investigação do boato que espalharam sobre mim.

—Sei. Porque não diz logo que quer ver a sua Aurora? Se quiser posso acompanha-lo.- meu amigo disse e sorri concordando, afinal, esse era um dos motivos.

—Culpado. E você só quer me acompanhar, para ver a Alicia no setor financeiro. -apontei e meu amigo sorriu culpado.

Alicia e Edgar, se conheceram na festa beneficente anual do conglomerado, que acontecia em prol dos orfanatos do país, principalmente aquele no qual meu pai cresceu nos E.U.A. Assim que notei a forma como os dois se olhavam enquanto conversavam, sabia que meu amigo havia se apaixonado e não demorou muito, até namorarem e se casarem dois anos depois que se conheceram e agora, aguardavam ansiosos a chegado do primeiro filho.

—Por mim tudo bem, podemos ir depois do almoço. - sugeri ao meu amigo que concordou antes de voltarmos a comer.

Depois que terminamos, colocamos as badejas usadas no local especifico e seguimos em direção a sede administrativa do conglomerado, que era ligada ao hospital por meio de um corredor de paredes de vidro, facilitando assim o acesso rápido e seguro entre os prédios.

Entramos no elevador da sede administração e apertei o andar do setor financeiro, deixando para ir ao andar da presidência depois que conversasse com o contador, quando as portas do elevador se abriram no andar desejado ouvimos vozes alteradas, que pareciam discutir dentro de uma das salas de vidro enquanto todos os funcionários do setor, fingiam estar trabalhando sem tirar os olhos da discussão que acontecia.

Sem entender o que estava acontecendo, sai do elevador e caminhei em direção a gritaria, parando de respirar quando reconheci as duas pessoas que protagonizavam a briga.

Uma delas era Douglas e a outra Cíntia.

Ela parecia estar furiosa com algo pela forma como gritava e gesticulava, mas por causa do vidro que cercava toda a sala não conseguia ouvir direito o que os dois falavam, enquanto me aproximava da sala vi Cíntia dar um tapa no rosto de Douglas, o que me deixou preocupado com ela.

Afinal, Douglas não tinha caráter muito menos escrúpulos e sabia que aquele tapa, iria ter troco. Preocupado, corri em direção a sala empurrando a porta com pressa para entrar sem ser notado pelos dois, mas antes que pudesse perguntar o que estava acontecendo, Douglas levantou a mão para bater em Cíntia.

 Naquele momento, uma fúria desconhecida tomou conta de mim.

Quem aquele cretino covarde pensava que era, para bater em uma mulher? Ainda mais a minha mulher?

—Não ouse bater na minha mulher ou juro por Deus, que mato você. - rosnei furioso olhando com ódio para Douglas enquanto segura seu pulso com força, fazendo-o sentir dor antes de quebrar a sua cara, como já havia prometido inúmeras vezes em minha mente.

Só que dessa vez, não iria ficar na promessa.


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Notas finais do capítulo

Como é que faz para controlar a ansiedade, depois desse final?
Beijos e um bom final de semana para todos.



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