O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 107
Ethan


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado part.2.
Espero que estejam gostando das emoções da reta final, principalmente do capitulo de hoje que está repleto de momentos emocionantes.
Sem mais delongas, apreciem o capitulo de hoje.

Imagens do capitulo:
Vestido usado por Cíntia nas bodas de Elliot e Leah:
https://www.facebook.com/photo?fbid=2611465375810300&set=pcb.2416605381818246

Brinco usado por Cíntia:
https://www.facebook.com/photo?fbid=2611577439132427&set=pcb.2416605381818246



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O dia havia amanhecido com um toque de felicidade no ar, que me fazia cantarolar uma melodia qualquer enquanto lia meus documentos diários na minha sala, antes de assiná-los. Talvez, essa felicidade toda não seja do ambiente e sim de mim, por finalmente ter feito as pazes com o meu imprinting, resolvendo assim todos os maus entendidos e acabando com todos os segredos que ainda nos separavam, nos tornando finalmente um casal unido e feliz como meus pais eram.

—Deus, olhe só para você...Está sorrindo feito um bobo alegre...Pelo jeito a noite com a Cíntia, foi muito boa. - ouvi a voz da minha irmã dizer dentro da minha sala e me assustei, fazendo-a rir por ter me surpreendido.

—Por Deus, Carol, você quase me matou do coração. Precisa resolver urgentemente o seu problema com as portas irmã. - disse com a mão no coração e ela revirou os olhos fechando a porta atrás de si, antes de se sentar em uma das cadeiras que estavam na minha frente.

—Eu bati, caçulinha, mas você estava totalmente perdido no seu mundinho de homem apaixonado, que nem escutou. E então, como foram as coisas? Benjamin e eu estamos curiosos, por detalhes...Se você contou para ele e esconder de mim, vou ficar extremamente ofendida. -Ária disse me olhando séria e sorri balançando a cabeça, pois sabia que alguma hora meus irmãos mais velhos me questionariam sobre o que aconteceu na noite passada.

—Você nunca quis saber da minha vida amorosa, antes Carol, porque está tão interessada agora? - questionei cruzando os braços enquanto olhava para ela.

—Que vida amorosa, Ethan?! Você era um galinha de carteirinha, que dormia com uma mulher diferente toda noite. - minha irmã mais velha esclareceu e fiz cara feia para ela.

—Também não precisa ofender, Ária. Confesso que não era nenhum santo, mas isso mudou depois que tive meu imprinting, não fiquei com mais ninguém depois que conheci a Cíntia.

—Acho bom, ela é uma mulher incrível que merece o melhor e se você fizê-la sofrer, esqueço que sou sua irmã, Ethan Harry.- ela me ameaçou séria e sorri surpreso e comovido, surpreso por minha irmã achar que poderia me machucar e comovido, por ela se preocupar dessa forma com a mulher que amava.

—Prometo que serei o melhor homem do mundo para a Cíntia. - jurei olhando nos olhos castanhos da minha irmã que concordou.

—Ótimo, porque desejo que os dois sejam felizes e que me deem alguns sobrinhos.

—Achei que Benjamin tivesse realizado o seu desejo, afinal temos uma sobrinha a caminho. A primeira menina na família, depois de...- comecei a dizer e minha irmã me interrompeu séria.

—Todo mundo sabe que a última menina da família Thompson a nascer fui eu, seria indelicado da sua parte revelar a minha idade. E além do mais, tenho dois irmãos e não um, já fiz minha parte transformando os dois em tios e padrinhos dos meus filhos, agora está na hora de vocês.- minha irmã comentou e concordei sorrindo, mas logo me lembrei da conversa que havia tido no parque com Cíntia no começo do nosso namoro.

Sem dizer uma palavra, Ária segurou minhas mãos nas suas por cima da mesa, enquanto me olhava com preocupação e dei um sorriso triste para ela, tentando lhe tranquilizar, mas acho que não surtiu o efeito desejado.

—Hei, o que houve? Você ficou triste de repente, sabe que só estou brincando, não é? Tudo que mais quero nesse mundo e ver meus irmãos felizes, jamais iria pressioná-los a fazerem algo que não querem. - ela disse sincera e sorri agradecido, antes de me inclinar para beijar as suas mãos com carinho.

—Eu sei, Carol, e te amo muito por isso, mas não sei se poderei realizar o seu sonho de ser tia. - disse sincero e ela me olhou confusa, sem entender o que estava falando.

—Porque não? Achei que a história do imprinting, fosse para produzir descendentes mais fortes que a geração anterior...Não vai me dizer que você ainda tem medo de ser pai?

—Quem dera fosse só isso, Ária. E sim, em parte o imprinting serve para que a próxima geração de transfiguradores seja mais forte, mas não sei se será seguro para a Cíntia ficar grávida de mim.

—Como assim?

—A mãe da Cíntia, Moema, teve várias complicações durante a segunda gravidez, pelo que sua filha me contou, tenho quase certeza que se tratava de eclampsia. Moema morreu dando à luz ao filho que acabou não resistindo, falecendo horas depois de nascer, por isso o pai dela veio para a Inglaterra. -expliquei e minha irmã  ficou sem saber o que dizer, enquanto ainda segurava as minhas mãos.- Não é uma das minhas especializações medicas, mas sei que eclampsia, não é uma doença transmitida geneticamente, mas quando há um caso na família a ocorrência de haver outro é muito alta. Por isso, não posso arriscar a vida da minha mulher para termos um filhote. Isso iria contra não só o meu juramento médico, de proteger e preservar a vida a cima de tudo, mas principalmente do meu dever de proteger o meu imprinting.

—Sinto muito, Ethan. Nem sei o que lhe dizer...-minha irmã disse triste por nós e balancei a cabeça concordando.

—Eu sei, Carol, e obrigado por seu carinho. - disse agradecido e minha irmã concordou me olhando com carinho, antes de sorrir como se tivesse acabado de ter uma excelente ideia.

—Espera, você acabou de dizer que não é a sua especialidade e que a eclampsia não pode ser transmitida geneticamente...E se você procurar um especialista e se informar mais sobre o assunto? Afinal, deve ter alguém nesse hospital ou em qualquer outro lugar, especializado em gestações delicadas. Assim, você poderá se informar de antemão, antes de destruir qualquer possibilidade dos dois de terem filhos, quando o desejo de tê-los surgir. - minha irmã sugeriu e sorri surpreso, antes de me sentir um idiota por não ter pensado nisso antes. - Porque está rindo? Por acaso falei alguma besteira?

—Não, você foi muito mais esperta que eu e me dei um ótimo conselho. Obrigado, de coração, irmã.

—De nada seu bobo. E não perca as esperanças, se vocês não conseguirem serem pais de forma natural, podem adotar. Olhe só pra mim e para mamãe?! Nos amamos tanto, que ninguém diz que não temos nenhum parentesco biológico, porque família meu caro irmãozinho, vai muito além de parentescos sanguíneos. O que determina uma família, é o amor que seus integrantes sentem e não laços sanguíneos. -Ária disse sabia e concordei feliz, porque sabia o quanto minha irmã tinha razão.

Ficamos conversando mais um pouco até que ela saiu da minha sala, alegando que possuía um almoço de negócios, aproveitei que estava sozinho e perto do horário do almoço e liguei para o setor de obstetrícia do hospital, em busca de um obstetra especialista em eclampsia.

Por sorte, o doutor Thiago Serrano, nosso especialista no assunto, estava trabalhando hoje por isso o convidei para almoçar comigo no restaurante perto do hospital, para me informar mais sobre as possibilidades, já que o assunto não era o meu campo de atuação.

Nosso almoço foi extremamente esclarecedor, pois Thiago tirou inúmeras duvidas que possuía, assegurando que Cíntia possuía chance de ter uma gestação saudável, mas ele só poderia ter cem por centro de certeza mediante alguns exames laboratoriais, por isso precisava conversar sobre isso com a minha noiva, mas antes tinha outra conversa inadiável para ter.

Respirei fundo assim que estacionei em frente ao prédio imponente e secular, que abrigava o curso de pós-graduação em Botânica no coração de Londres, haviam poucas pessoas circulando pelos corredores àquela hora, provavelmente deveriam estar em aula ou no laboratório naquele momento.

Enquanto andava pelos corredores em direção ao laboratório oito, segundo a informação que recebi da secretária do departamento quando liguei antes, comecei a me lembrar da conversa que havia tido com meu pai hoje cedo, quando levantei para preparar a bandeja de café da manhã para Cíntia, querendo surpreendê-la com um gesto carinhoso.

—Acordou cedo, filho, achei que fosse ficar mais um pouco na cama. - papai disse assim que desci as escadas e o vi sentado na sala com um livro nas mãos.

—Era o meu desejo pai, mas as responsabilidades são capazes de tirar o sono de qualquer um, inclusive o meu. - brinquei me aproximando dele para lhe dar um beijo de bom dia na sua bochecha, antes de me afastar. - Só levantei, porque queria levar o café da manhã na cama para a Aurora.

—E por falar em Aurora...- ele disse fechando o livro e colocando-o em cima da mesa de centro, indicando em seguida que me sentasse ao seu lado e o fiz sem reclamar. - Vocês conseguiram se entender? Stella, nos contou que ela veio conversar com você, depois que ligamos para saber como estava.

—Sim, papai, conseguimos finalmente nos entender. Foi a melhor noite que já tive na minha vida. - segredei para ele sorrindo e meu pai sorriu feliz para mim.

—Estou tão feliz por você. Saber que meus filhos estão bem e felizes, me dá a sensação de que fiz o meu papel de pai.

—Você foi e ainda é o melhor pai do mundo, concorrer com o senhor é praticamente impossível. É como se ser pai, fosse o seu super poder. -segredei pensando nisso e ele sorriu da minha comparação.

—Obrigado pelo elogio, amor, mas não é para tanto. Todo pai ou mãe é capaz de tudo pelo seu filho, acho que é uma capacidade que nasce em nós quando nossos filhos também nascem. - meu pai disse e me lembrei do pedido que havia feito a Cíntia, por isso respirei fundo antes de voltar a falar.

—Pai, preciso lhe contar uma coisa. - disse suave olhando em seus olhos castanhos e ele pareceu surpreso, com a mudança no teor da nossa conversa.

—Pode me contar qualquer, coisa amor. - ele disse suave usando seu tom amoroso, que tanto me fez lembrar de quando era criança.

—O senhor sabe que pedi a Cíntia em casamento, algumas semanas atrás?

—Sim, mas há algo mais, não há? O que está te afligindo, Harry? - papai questionou preocupado e respirei fundo, antes de voltar a falar.

—Não consigo mais ficar longe da Cíntia, pai, não depois de hoje. Por isso, pedi a ela que morasse comigo...E ela aceitou pai. - disse e ele me olhou surpreso, como se não esperasse por isso.

—Tem certeza, disso, Harry? Sei que é adulto e responsável, mas dividir a sua vida com alguém é algo muito sério, meu filho, e não quero que nenhum dos dois se machuquem. - meu pai disse com preocupação e não fiquei chateado com a sua pergunta, afinal ele só estava se preocupando como qualquer pai faria em seu lugar.

—Tenho pai, nunca tive tanta certeza na vida quanto agora. - disse seguro e ele balançou a cabeça concordando, desviando seus olhos de mim para olhar a lareira que havia na sala, me deixando confuso diante do seu silêncio. -Papai?

—Sim, filho. - ele sussurrou voltando sua atenção para mim e o olhei com cuidado, em busca de algum sinal que explicasse seu distanciamento.

—Pelo jeito, o senhor não gostou de saber que vou morar com a minha noiva. Não é verdade? - questionei sério e papai respirou fundo, passando a mão por seus cabelos escuros, da mesma cor que os meus.

—Não é isso, amor. Fico feliz que tenha resolvido dar um passo tão grande e importante na sua vida, ao lado de alguém que ama. Você tem amadurecido e crescido tanto, depois que teve o seu imprinting... Só que ouvir que irá dividir a sua vida com alguém, me fez perceber que meu filho caçula, não é mais aquele garotinho que corria para o meu colo sempre que chegava em casa do hospital, louco para saber sobre o meu dia lá...Ou que sempre entrava no meu quarto no meio da noite com o senhor urso no colo, dizendo que o coração dele estava batendo estranho e que precisávamos leva-lo para o hospital.-papai disse sorrindo com saudade das minhas aventuras de crianças e sorri também, porque tinha saudades daquele tempo.

—No fundo sabemos que fui uma criança terrível, o senhor que está deixando tudo mais bonito, com a sua visão de pai. - brinquei e ele negou sorrindo.

—Não diria terrível, mas genioso. Você puxou o temperamento da sua mãe e a teimosia da minha família, o que lhe torna especial e único a sua maneira, assim como seus irmãos mais velhos.

—Isso quer dizer, que o senhor não ficou chateado em saber que vou morar com a Cíntia? -questionei querendo confirmar, o que ele havia apenas dado a entender.

—Não, amor. Não fiquei e nem ficarei chateado. Só meio triste, porque meu menininho finalmente cresceu, mas é uma tristeza saudável.

—Tem certeza, pai? - questionei preocupado e ele sorriu concordando.

—Sim, filho. Não precisa se preocupar, estou bem e feliz com a sua decisão. Sabe porque lhe dei o nome de Ethan? -papai questionou de repente me olhando nos olhos.

—Não, o senhor nunca me disse o porquê, apenas o significado.

 - Lhe dei o nome de Ethan, porque antes de nascer você mostrou o quanto era forte e resistente, os significados do seu nome. -papai explicou e me lembrei de uma conversa que tivemos meses atrás durante um almoço em família.

—Pai, o mal estar que a mamãe sentiu depois que discutiu com o Abbot quando estava grávida de mim, não foi algo sem importância, não foi? - questionei e ele balançou a cabeça concordando.

—Não, foi algo muito sério Ethan. Você e sua mãe correram risco de vida, depois do mal estar dela.

—Porque não nos contaram a verdade, pai?

—Porque não queríamos preocupá-los, com algo que aconteceu a tanto tempo. Não contamos nem para a Ária, a gravidade da situação na época. Depois da discussão, sua mãe passou mal e a levaram para o hospital, onde identificaram que ela havia tido um deslocamento de placenta, o que a obrigou a ficar de repouso absoluto por meses, até que você pudesse nascer em segurança. Você e sua mãe, foram dois guerreiros durante essa época, por isso achei justo em chama-lo de Ethan, depois de tudo que passou para nascer. -papai disse e colocou a mão direita em meu ombro, tentando me reconfortar diante de tudo que havia acabado de ouvir.

—Porque não me contaram a verdade, pai? - questionei olhando em seus olhos, mas antes que ele pudesse dizer algo, senti o cheiro da minha mãe na sala.

—Porque não queríamos que você crescesse com esse peso nas costas, meu amor. Só queríamos que fosse feliz e sapeca, como a sua carinha risonha e gorducha de bebê demostrava que seria, quando o peguei no colo pela primeira vez. - ouvi minha mãe dizer suave e viramos para vê-la em pé atrás de nós. -Erramos porque mentimos sobre isso? Sim, erramos, mas só queríamos esquecer todo aquele terror que passamos, queríamos apenas nos concentrar na melhor parte, que era você. Desculpe, se o magoamos por ter mentindo, filhote.

Sem dizer uma palavra, me levantei do sofá e caminhei em direção a minha mãe abraçando-a com carinho, enquanto ela chorava em meus braços.

—Não á nada para desculpar, mãe. Não consigo se quer imaginar, pelo que os dois devem ter passado, mas não estou com raiva ou chateado por terem escondido isso de mim, entendo o lado de vocês. O importante é que no fim, eu e mamãe conseguimos sobreviver, e vocês realizaram o sonho de criar o bebê feliz e sapeca, que tanto queriam. - brinquei emocionado e mamãe concordou, antes de me abraçar com força e beijar meu rosto com carinho me fazendo rir.

Depois que nos acalmamos, nos sentamos os três no sofá e contei aos meus pais de maneira resumida, sobre meu pedido a Cíntia, e mamãe ficou extremamente feliz em saber que iriamos morar juntos.

—Porque vocês não moram conosco? Essa casa é extremamente grande e confortável e pode muito bem recebê-los, seria um prazer tê-los aqui. Claro, se isso for do desejo de vocês. - mamãe sugeriu e meu pai concordou.

—Leah tem razão, essa casa também é sua, filho, e ficaríamos felizes em recebê-los aqui.

—Obrigado pelo convite pai, mas preciso falar com a Cíntia antes. - disse e os dois concordaram.

—Claro, assim como conversar com o pai dela. Afinal, ele merece uma conversar séria, já que você irá se unir a filha dele.- meu pai disse e concordei, pois ele tinha razão.

Não podia começar uma vida ao lado do meu imprinting sem a benção do seu pai.

Por isso aproveitei que havia almoçado fora do hospital, para ir até a universidade conversar com meu sogro. Me aproximei da mesa da secretária e me identifiquei, antes dela autorizar a minha entrada, pois já havia deixado um horário marcado, afinal meu sogro era um homem ocupado, um especialista reconhecido mundialmente no ramo da botânica.

—Ethan, que bom que veio, por favor, sente-se. Deseja, algo? Posso pedir para Sarah lhe trazer, uma água ou um café. - Lorenzo disse gentil me recebendo na porta da sua sala, assim que sua secretária me acompanhou até o local.

—Obrigado, senhor Lopes, não preciso de nada. Acabei de almoçar e vim direto para cá. - expliquei e ele balançou a cabeça concordando, antes de nos sentarmos no sofá que havia ali enquanto sua secretária nos deixava a sós.

— Por favor, me chame de Lorenzo. Bom, ao que devo a sua visita, Ethan? - meu sogro questionou curioso e respirei fundo, tentando me acalmar e reorganizar meus pensamentos, antes de dar início a conversa mais difícil que já tive na minha vida.

—Vim até aqui, por que gostaria de conversar com o senhor, sobre um assunto muito sério que envolve a Cíntia. - disse devagar e Lorenzo me olhou surpreso, como se não esperasse por isso.

—Claro, mas aconteceu algo sério com a minha filha? - ele questionou me olhando aflito.

—Não, Lorenzo, a Cíntia está bem. Falei com ela por telefone, antes de sair para almoçar. - assegurei e meu sogro respirou aliviado, antes de voltar a falar.

—Então, o que gostaria de falar sobre a minha filha, Ethan? -Lorenzo questionou curioso e respirei fundo novamente.

—O senhor sabe o quanto amo a Cíntia. A amo desde a primeira vez que a vi no jantar de ensaio do meu irmão, e apesar de todos os nossos desencontros, jamais deixamos de nos amar. - disse e Lorenzo sorriu concordando.

—Sim, a primeira vez em que levou a minha filha até a pensão, vi nos seus olhos o quanto estava encantado ou melhor, apaixonado por ela, assim como Cíntia por você. - meu sogro segredou para mim e sorri concordando.

— Também sempre achei que Cíntia havia se apaixonado por mim à primeira vista.

—Ela pode não querer admitir, mas foi amor à primeira vista sim, Ethan. Só não conte para minha filha, que fui eu que lhe disse isso. -meu sogro segredou para mim e concordei sorrindo, antes de ficarmos calados por alguns minutos até que voltei a falar.

—Eu amo muito sua filha, Lorenzo. Um amor tão grande e puro, que seria capaz de dar a minha vida pela dela, sem pensar duas vezes, podemos estar juntos a pouco tempo, mas não consigo mais viver sem ela. Algumas semanas atrás, antes de nos separarmos, pedi Cíntia em casamento e ela aceitou. Ontem à noite, depois que conversamos e nos entendemos, pedi a Cíntia que viesse morar comigo e ela aceitou.  -disse sério e Lorenzo ficou surpreso enquanto me olhava, como se não estivesse esperando por isso. - Sei que o certo, seria pedir a mão da sua filha antes para o senhor, mas nada saiu da forma como planejei e não quero passar por cima da resposta dela e muito menos dos seus sentimentos como pai da minha noiva, por isso estou aqui. Porque quero pedir a sua benção, antes de começarmos uma vida juntos.

—Você tem certeza absoluta disso, Ethan? Certeza dos sentimentos que nutri por minha filha?  Porque mesmo que Cíntia seja adulta e independente, não irei admitir que outro homem a tire da sua família para fazê-la sofrer novamente. - Lorenzo disse sério sem desviar os olhos de mim.

Sem dizer uma palavra, segurei suas mãos enquanto olhava em seus olhos, para que pudesse ver toda a verdade dos meus sentimentos por sua filha refletido nos meus olhos.

—Eu sou completamente apaixonado por sua filha, jamais tenha dúvidas disso, Lorenzo. Seria incapaz de tirá-la da sua família para fazê-la sofrer, tudo que mais desejo nessa vida é fazer Cíntia feliz, como ela sempre mereceu ser. Dou a minha palavra, que a sua filha será feliz comigo, Lorenzo. - disse sério ainda segurando suas mãos, enquanto olhava em seus olhos azuis safiras.

Em silêncio, Lorenzo soltou minhas mãos e se levantou do sofá que estava sentado ao meu lado, caminhando em direção a sua mesa e pegando um porta retrato, antes de voltar a se sentar ao meu lado, acariciando a imagem de uma mulher sorridente empurrando uma garotinha em um balanço.

—Depois que Moema se foi, fiquei apavorado em criar nossa filha sozinho. Certa noite, alguns meses depois que minha esposa e meu filho haviam morrido, Cíntia me encontrou chorando na sala, algo que sempre fazia depois que a colocava para dormir, e minha filha pequena me disse algo, que jamais irei esquecer...Papai, sei que está assustado, porque também estou, mas precisamos ter fé que tudo vai dar certo. Estamos juntos, assim como a mamãe está com o meu irmãozinho e os dois irão cuidar da gente, assim como nós dois iremos cuidar um do outro. - Lorenzo confessou entre lágrimas, desviando seus olhos do porta retrato para me ver.- Não vou dizer que não estou receoso de ver a minha filha sofrer novamente por amor, mas como ela mesmo me disse anos atrás...Você precisa ter fé de que tudo vai dar certo, por isso darei a minha benção a vocês, Ethan. Espero que os dois, sejam muito felizes juntos, mas gostaria de lhe pedir apenas algo.

—O que quiser, Lorenzo. - disse sincero segurando minhas próprias lágrimas e meu sogro respirou fundo, antes de enxugar as suas e voltar a falar.

—Se o amor dos dois um dia acabar e perceberem que não querem mais ficar juntos, não faça a minha filha sofrer...Apenas a deixe ir, sem qualquer tipo de ressentimento ou rancor, lembre-se apenas dos momentos bons e felizes que os dois viveram. É o pedido de um pai, para um homem que futuramente será pai e entenderá o meu pedido. - Lorenzo implorou olhando nos meus olhos e coloquei minha mão direita em cima da sua, antes de sorrir com carinho para ele.

—Prometo que se algum dia, não quisermos mais ficar juntos a deixarei ir, sem qualquer tipo de ressentimento ou rancor. - jurei sincero e meu sogro agradeceu colocando o porta retrato de lado, antes de me abraçar com carinho.

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Caminhei entre os vários convidados espalhados pela campina, lindamente decorada com luzes e laços brancos, enquanto uma pequena orquestra de cordas tocava músicas ambientes, entretendo os presentes antes da cerimônia começar.

 Finalmente a chuva em La Push havia dado uma trégua, depois de dias caindo sem intervalo, deixando as organizadoras da confirmação das bodas dos meus pais desesperadas, mesmo Tia Alice assegurando que o tempo estaria firme naquela tarde quente de 20 de agosto.

Segui direto para o segundo andar, evitando qualquer outro convidado que quisesse conversar comigo, me impedindo assim de chegar até o meu quarto e aproveitar alguns minutos a sós com a minha noiva, antes de dividi-la com inúmeras pessoas que queriam lhe parabenizar pela excelente decoração e organização que estava o evento.

Bati na porta ouvindo a voz doce de Cíntia, autorizando a minha entrada no quarto. Assim que fechei a porta atrás de mim e virei para o interior do quarto, foi impossível não ficar deslumbrado ao olhar a linda mulher que havia roubado meu coração, usando um lindo vestido verde água, que destacava a sua pele e seus cabelos dourados.

—Pelo seu silêncio, acho que deve estar bonita. - ela brincou sorrindo me olhando pelo espelho, enquanto colocava seus brincos em formato de gotas de esmeraldas com diamantes, que lhe dei de presente quando Cíntia foi morar comigo na mansão Thompson, a um mês atrás.

—A palavra bonita, não consegui definir a perfeição que você está nesse momento, meu amor. - disse ainda deslumbrado enquanto caminhava em sua direção e Cíntia sorriu, antes de colocar o outro brinco na orelha.

—Hum, meu noivo virou um poeta em menos de quinze minutos. Isso é novidade. - ela brincou sorrindo e a abracei pela cintura, beijando seu pescoço de leve acariciando-o com a ponta do meu nariz, sentindo seu cheiro natural de pitanga, fazendo-a gemer de satisfação.

Tracei uma linha de beijos do começo do seu pescoço até o seu ombro, descendo a alça do vestido durante os beijos. Totalmente entregue aos meus carinhos, Cíntia deitou a cabeça em meu peito e a beijei sem pressa, aproveitando para saborear seus lábios sem pressa enquanto a segurava, evitando que ela caísse devido ao momento de entrega e prazer que estava lhe proporcionando, mas antes que pudéssemos ir além alguém bateu na porta, nos trazendo de volta a realidade.

—Ethan, Cíntia, está na hora. Vocês podem continuar o que estavam fazendo aí dentro mais tarde, ou esperarem por duas semanas quando estiverem casados e saírem em lua de mel, sem que ninguém possa interrompê-los. - ouvimos Ária dizer autoritária do outro lado da porta e gememos a contra gosto, por termos a nossa pequena diversão interrompida.

—Continuamos depois, minha princesa. -jurei no ouvido da minha noiva que balançou a cabeça em concordância, antes de nos separarmos.

Esperei Cíntia respirar fundo, tentando acalmar seu coração que estava acelerado, antes de arrumar novamente seu cabelo e seu vestido, retocando em seguida o seu batom enquanto seguia para abrir a porta do meu quarto.

—Estão atrasados. - Ária disse chamando a nossa atenção, antes de ajeitar a gravata que estava usando, voltando a falar de maneira baixa, apenas para que eu escutasse. - Deixe a diversão para mais tarde, maninho, logo estará a sós com a sua noiva e ninguém poderá incomodá-los.

—É que desejo todo santo dia, Ária. - segredei brincando e ela revirou os olhos, me soltando antes de seguir em direção ao corredor enquanto virava para ver minha noiva, que caminhava em minha direção com um sorriso lindo no rosto.

—Pronta, meu amor? - questionei oferecendo meu braço a ela que aceitou de bom grado.

—Sim, amor. Em breve seremos nós dois. - Cíntia disse de braços dados comigo, enquanto caminhávamos para fora do nosso quarto.

—Sim, minha princesa, em breve daremos início ao nosso felizes para sempre. - disse feliz e Cíntia concordou beijando a minha bochecha com carinho, enquanto desciamos as escadas em direção ao jardim, onde aconteceria a cerimônia em comemoração as bodas de oliveira dos meus pais.

A cerimônia em si foi emocionante, fazendo alguns dos convidados chorarem.

 Meus pais fizeram questão que cada filho participasse da comemoração, por isso Benjamin levou a nossa mãe até o altar enquanto Ária entrava na frente, jogando pétalas de rosas e eu entrei por último, com as alianças dos nossos pais, que continuaram as mesmas de trinta e quatro anos atrás, já que os dois não quiseram trocá-las.

Enquanto eles trocavam seus votos, os mesmos do primeiro casamento, foi impossível não segurar a mão da minha noiva, que estava sentada ao meu lado e olhar em seus olhos verdes escuros, lembrando que em breve repetiríamos esses mesmos votos para o outro.

—Eu te amo, meu amor. - Cíntia disse apaixonada acariciando meu rosto com a mão livre e sorri amoroso para ela.

—Eu também te amo, meu amor. - disse apaixonado e beijei seus lábios com carinho, antes de voltarmos a nossa atenção para a cerimônia a nossa frente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham se emocionado com o capitulo de hoje, e preparem-se para os capítulos da próxima semana.
Bom final de semana para todos.
Beijos e até segunda.
❤️❤️❤️❤️ ❤️❤️❤️



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