Corações Perdidos escrita por Choi


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Como vocês estão? Espero que muito bem.
Como foi o natal de vocês, passaram em família?
Eu sei que demorei horrores para aparecer por aqui, mas estava (e ainda estou) com um bloqueio terrível. Não estou em um momento muito fácil da minha vida, e tô tentando lidar com isso. Sinto muita falta de escrever e por isso vou fazer o possível para voltar.
Sem mais delongas
Boa leitura!



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Me senti extremamente feliz quando Carlisle me disse que eu receberia alta, mesmo que tivesse que fazer fisioterapia. Um dos privilégios de morar com os Cullen era não precisar voltar ao hospital para minhas sessões; uma fisioterapeuta iria até em casa, já que aparentemente Carlisle possuía um escritório/sala médica completamente equipada. 

Vesti um vestido soltinho com uma jaqueta por cima, eram os mais fáceis já que minha perna estava imobilizada. Minha cabeça ainda doía, mas de acordo com Carlisle, isso era algo normal e que se eu tomasse os remédios corretamente, iria passar logo. 

Eu estava me sentindo incrível por finalmente deixar aquelas paredes brancas para trás, quando Carlisle me disse que eu deveria depor na delegacia. Meu humor caiu. Lembrei-me da ultima vez em que estive em uma, Connor havia me agredido, e mesmo estando com o olho roxo, ninguém acreditou em mim. 

— Está tudo bem? – Edward me perguntou. Ele havia chegado alguns minutos depois do almoço, disse que havia um caso de urgência que teve que cuidar, mas assim que terminou, correu até o hospital. 

Era incrível como ele não me julgou ou criticou quando eu contei a verdade, esperava tudo, menos essa reação. Na verdade, Edward parecia dez vezes mais preocupado e cuidadoso comigo, como se eu fosse me quebrar a qualquer momento. 

— Sim, só estou incomodada por ter que ir a delegacia. 

Após contar o principal para ele, ficou fácil falar das outras coisas. Ele gargalhou exageradamente quando lhe contei o que fiz com Connor, mas quis matar o imbecil quando disse sobre o soco que ele me deu. Falamos também sobre a suspeita de Carlisle sobre o acidente. Eu ainda acho que isso não faz muito sentido, mas Edward concorda com o pai, e disse para tomar o dobro de cuidado. 

— Vai ficar tudo bem, Bella. 

Eu estava sentada em uma cadeira de rodas, não havia pegado o jeito ainda com as muletas. Edward estava agachado em minha frente, olhando-me intensamente com seus olhos verdes expressivos. Ele ajeitou uma mecha teimosa de meu cabelo e sorriu. 

— Estarei com você. 

— Edward – Segurei sua mão quando ele se levantou, fazendo-o me encarar novamente – Obrigada. Por me entender e ficar comigo, mesmo eu sendo... assim. 

Ele sorriu amoroso e beijou minha cabeça. 

— Bella, não se diminua, por favor. Você é uma guerreira, e tenho orgulho de estar ao seu lado. 

Eu sorri, sentindo vontade de chorar ao ouvir suas palavras. Era como se Edward me desse forças para enfrentar tudo aquilo. Ele guiou minha cadeira para fora. Carlisle estava de plantão, então não poderia me acompanhar até a delegacia, mas Edward iria comigo. 

Ele me ajudou a entrar no carro, no banco de trás com a perna engessada reta sobre o banco. Ele guardou a cadeira e foi para seu lugar, ligando o veículo. 

Parecia que haviam se passado muitos dias, mas o sol brilhava em uma tarde de domingo, como se de alguma forma, sorrisse para mim e me certificasse de que tudo ficaria bem. Sorri, sentindo meu coração cheio. Apesar dos acontecimentos, eu estava feliz. 

Edward e eu não conversamos muito, ambos estávamos imersos em pensamentos próprios e sentimentos. Quando o carro parou, senti meu coração acelerar, eu não queria fazer isso. Quando foi que me tornei uma garotinha medrosa assim? 

Respirei fundo, me preparando para o que estava por vir. Edward saiu do carro e montou a cadeira, então abriu a porta para mim e me ajudou a sentar nela. Me sentia uma inútil ali, mas não havia muito o que fazer, Carlisle disse que eu teria que usar essa merda de gesso por pelo menos duas semanas, ou seja, adeus trabalho, adeus ser líder de torcida... 

— Bella, não faça essa cara. Ninguém aqui está te julgando, eles só vão te interrogar para saber o que realmente aconteceu – Disse Edward, me guiando para fora do estacionamento. 

— Não é como se eu tivesse alguma informação útil. Era eu que estava caída no chão – Bufei, irritada, sentindo a pele da minha perna começar a coçar. 

Ouvi a risada de Edward, mas ele não disse mais nada. Antes que entrássemos, porém, ele parou a cadeira. Olhei para cima, vendo um homem que vinha em nossa direção e parecia conhecer o Cullen. 

— Edward! – Disse o homem, muito animado por encontra-lo. 

— Sr. Swan, que bom reencontra-lo – Edward sorriu, aceitando a mão estendida do Sr. Swan, um homem que provavelmente já havia passados dos cinquentas anos, possuía cabelos grisalhos com alguns fios castanhos, bigode mesclado e usava roupas formais, muito parecidas com as que Edward costumava usar. 

— O prazer é meu, garoto. Como vai Carlisle?  

— Muito bem. Sr. Swan, deixe-me lhe apresentar, esta é Isabella... Bem, Swan, vocês possuem o mesmo sobrenome – Edward riu – Bella, este é Charlie Swan, um amigo do Carlisle. 

Charlie pareceu me encarar mais do que seria educado. Pigarreei, e estendi a mão, sorrindo. Não costumava ser tão educada com algum desconhecido, mas era um amigo de Carlisle, e eu não poderia decepciona-lo assim. 

— É um prazer, Sr. Swan. Você está com problemas? – Perguntei, não conseguindo segurar a língua, afinal o cara estava saindo da delegacia em pleno domingo. 

Vi um lampejo de tristeza passar por seu olhar, mas foi tão rápido que imaginei estar delirando. Charlie Swan segurou minha mão e apertou, negando com a cabeça. 

— O prazer é todo meu, Srta. Swan – Ele sorriu – Melhoras para sua perna. Edward, mande lembranças para seu pai. Tenho que ir. Bom dia para vocês dois. 

Charlie acenou com a cabeça e colocou óculos de sol que eu não tinha percebido que ele segurava, se afastando rapidamente como se tivéssemos alguma doença contagiosa. Dei de ombros, cansada de gente esquisita na minha vida. 

Não conversamos mais sobre o amigo de Carlisle, e entramos na delegacia. Parecia que o nome Cullen tinha poder até mesmo ali, já que não demorou muito e fomos atendidos. Dessa vez, não fui levada para uma sala de interrogatório, e quem fez as perguntas foi o próprio delegado, sendo muito gentil e compassivo. 

Não tinha muito a dizer, a única coisa que eu sabia era o que Carlisle havia me dito. A investigação continuaria, mesmo sem muitas pistas. Fui orientada a evitar sair muito e qualquer acontecimento estranho fosse reportado a policia. 

Agradecemos e saímos. Me senti aliviada quando deixei a delegacia.  

— Não foi tão ruim – Edward disse depois de alguns minutos na estrada, indo para casa de seus pais. 

— Sim, é bem diferente estar com um Cullen – Sorri. Edward entendeu sobre o que eu falava. Sobre minha ultima vez na delegacia quando eu era apenas uma prostituta – Você não vai ter problemas ficando tantos dias afastado do trabalho? 

— Conversei com o meu chefe. Eu sempre faço muitas horas extras, e ele entendeu que alguém da minha família precisava de mim. 

Ele disse isso como se não fosse nada, mas sorri. Família. Algo que eu nunca tive, mas comecei a ter quando Carlisle me acolheu em sua casa e em sua vida.  

Contar a verdade para Edward era como se eu tirasse um peso das minhas costas. Me sentia aliviada e livre, como se finalmente pudesse ser eu mesma, sem amarras ou restrições.  

Edward Cullen era definitivamente a melhor pessoa que eu já havia conhecido neste mundo, e duvido que há alguém que seja genuinamente tão bom quanto ele. Mesmo com o pé atrás no inicio quando me conheceu, Edward nunca me destratou ou agiu com arrogância, pelo contrário, sempre cuidou de mim com carinho. 

Parecia impossível realmente não se apaixonar. Ele era aquele personagem perfeito do filme adolescente que todas garotinhas babam e sonham casar um dia, a diferença neste caso, é que Edward é real. 

Interrompi meus pensamentos ao perceber que havia chegada na casa de... bem, minha casa. Sorri com a constatação, vendo Edward ir até o porta-malas pegar a cadeira de rodas, mas abri a janela do carro para interrompe-lo. 

— Não quero usar isso, vou de muletas – Eu disse, pegando as duas coisinhas prateadas no chão do carro. 

Edward fez uma careta, fechando o porta-malas com um baque. 

— Tem certeza? Você pode cair e se machucar mais – Ele disse, me olhando feio. 

— Cara feia é fome, Edward – Bufei – Eu estou ótima. 

Abri eu mesma a porta e apoiei as muletas no chão e debaixo de meus ombros, dando um impulso para frente para sair. Me desequilibrei, e estava pronta para me esborrachar no chão, mas Edward foi mais rápido e me segurou pela cintura. Nos encaramos, ele ergueu uma sobrancelha como se dissesse “eu avisei”. Mordi o lábio, segurando a vontade de xingá-lo simplesmente por estar certo. 

De pé, consegui me equilibrar melhor e dar o primeiro passo. Chegar até o portão demorou mais do que o esperado e eu já estava exausta. Quis chorar ao pensar no caminho de pedras até a porta, e depois na escada que teria que subir para a sala e cozinha. De quem foi a ideia estupida de colocar esses cômodos no andar de cima? 

Antes que eu pudesse reclamar em voz alta, Edward me tirou do chão, envolvendo minhas costas e minhas pernas com seus braços fortes. 

— Edward! – Gritei pelo susto, segurando em seu pescoço como se ele pudesse me derrubar a qualquer momento. 

Ele me ignorou e caminhou para dentro da casa, fazendo o caminho que antes eu pensava ser difícil. Aproveitei o momento, eu que não era besta de reclamar. Seu cheiro ficaria grudado em mim, eu sei, e eu não sentiria muito por isso. Deitei a cabeça em seu ombro, descansando e aproveitando a tranquilidade que ele me passava.  

Achei estranho ninguém nos receber na porta, mas Edward não se abalou por isso e subiu as escadas. Quando me colocou no chão, ouvi um coro de “SURPRESA”. Dei um passo para trás de susto, sendo apoiada por Edward. 

Haviam cartazes pela sala, falando o quão especial eu era, e também docinhos e comidas espalhadas. As almofadas haviam sido trocadas para combinar com a decoração. 

Carlisle foi o primeiro a se aproximar, me dando um abraço apertado. Segurei as lágrimas o máximo que eu pude, retribuindo. 

— Seja bem-vinda de volta, querida. 

— Obrigada! – O olhei emocionada, recebendo Esme em seguida. 

— Você nos assustou, querida.  

Ser aceita por Esme era uma de minhas maiores conquistas. Logo quando conheci Carlisle, percebi seu amor e devoção por sua esposa, mesmo que eu não entendesse tanta fidelidade. Nunca quis que ela entendesse errado o que eu tinha com Carlisle, como eu sei que aconteceu. Seu voto de confiança em mim foi muito importante. A abracei, sentindo seu cheiro de baunilha. 

— Obrigada – Sussurrei, realmente grata a ela. Não éramos próximas, mas eu queria que ela soubesse a importância que faz em minha vida. 

Ela assentiu, dando batidinhas em minhas costas e se afastou. Emmett que também estava ali foi o próximo a me cumprimentar. 

— Belinha! – Ele gritou, me girando no ar como se eu fosse uma pluma. Gritei pelo susto, ficando tonta de repente. 

— Emmett, solta ela, você vai machuca-la – Disse Rosalie, sua sensata esposa. 

— Opa, foi mal – Ele riu e me colocou no chão, me abraçando em seguindo, contendo a força que usava – Que bom que está bem, Belinha. 

— Obrigada – Fiz uma careta pelo apelido, sabendo que era uma luta perdida e me voltei a Rosalie. 

— Oh, querida! Você assustou a todos nós! – Ela sorriu docemente, me abraçando – Ficamos todos aliviados quando Carlisle nos disse que você estava bem. 

— Obrigada, Rose – Sorri, tímida.  

— Não a monopolizem, deixe Bella descansar – Disse Carlisle.  

Sorri agradecida a ele e me sentei no sofá, novamente deixando minha perna machucada para cima, apoiada em algumas almofadas.  

O dia passou-se rapidamente, eu me sentia feliz por estar rodeada por tantas pessoas incríveis. Emmett era o que mais fazia questão de me entreter, conversamos sobre desenhos, séries e filmes. Descobri que apesar o tamanho, Emmett era uma eterna criança e amava animações. Edward era o encarregado de me trazer comida, mesmo quando eu não queria. De acordo com Esme, eu precisava comer bem para repor as energias. 

Eles também comentaram sobre a Cullen mais nova, Alice, a única que eu não conhecia. Aparentemente ela estava fazendo faculdade de moda em Milão, mas seu semestre estava acabando e ela iria voltar para casa para continuar estudando por aqui. Todos estavam muito ansiosos por sua volta, e imaginei que tipo de pessoa era Alice. 

Quando o dia terminou e eu estava extremamente sonolenta, ouvi uma conversa ao fundo sobre onde eu ficaria, mas não prestei muita atenção, até que Carlisle se agachou em minha frente, chamando minha atenção. 

— Bella, você ficará no apartamento de Edward até se recuperar. 

O encarei. 

Espera... quê? 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Não sei se perceberam, mas aconteceu algumas coisinhas bem importantes nesse capítulo, alguém chuta?
Voltarei depois do ano novo, então já adianto: espero que o ano de novos seja maravilhoso, cheio de coisas boas ♥ e claro, com a vacina hahahah tô surtanto já, pessoal, e sei que não sou a única
Nos vemos nos comentários ♥



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