Corações Perdidos escrita por Choi


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Primeiramente, muuuuito obrigada pelos comentários.
E boa leitura!



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Olhei aquela imensidão de roupas novas, perdida em que usar. Íamos jantar na casa do filho de Carlisle, ele me disse que ele é casado e que ele e a esposa estavam tentando engravidar. Me garantiu que eles iriam gostar de mim, mas não coloquei muita fé nisso. A família Cullen costumava não me ver com bons olhos.

Depois de provar diversas combinações, vesti uma saia de botões preta, com uma camisa branca e um blazer por cima, com um tênis.

Me olhei no espelho, me sentia uma boneca. Fiz uma careta. Isso não combinava comigo, então provavelmente estava bom, já que eu teria que fingir ser algo que eu não era.

Peguei o celular e saí do quarto, esperando todos no sofá que havia do lado de fora, próximo a entrada. Coloquei uma música da Taylor Swift para tocar – quem não gostava dela? –, e batuquei meus dedos no braço do estofado no ritmo da música, enquanto cantava baixinho acompanhando a cantora.

Eu realmente amo cantar, e sei do meu talento. Meu antigo chefe, Connor, ficou eufórico quando soube disso, e não demorou para me arrumar um número fixo no bar. Todas as noites que eu cantava, o bar enchia e eu me tornava a principal atração. Não era uma das melhores lembranças que eu possuía, e realmente me entristecia ter manchado algo que eu tanto gosto. Cantar nunca mais foi a mesma coisa.

— Bella? – Ergui o rosto, assustada, encarando Edward que tinha uma sobrancelha erguida. Esse homem tem a habilidade especial de chegar do nada e me assustar com sua presença.

Edward vestia uma camisa azul e calça escura, não estava de terno, mas continuava social. Em suas mãos, brincava com a chave do carro.

— Está tudo bem? – Ele perguntou.

Franzi o cenho. Por que ele me perguntaria algo assim? Me levantei, ajeitando a saia e dei meu melhor sorriso.

— Claro que está, por que não estaria? – Edward não parece convencido, mas deixou para lá.

Segundos depois Carlisle e Esme também apareceram. Me perguntei se realmente estávamos indo para a casa do filho deles. Ambos estavam vestidos com roupas chiques e elegantes, e Esme ainda andava em cima de um salto alto.

De alguma forma, e por um motivo que eu não entendi, acabei indo parar no carro de Edward. Eu estava encolhida no banco do carona, desconfortável por estar sozinha com ele. Edward havia me pego em um momento vulnerável e isso me desconcertava.

Ele também não parecia muito feliz com o arranjo, mas não disse nada, e dirigia com calma. Depois de alguns minutos, ligou o som, e alguma música de rock começou a tocar.

— Você gosta desse estilo? – Perguntei, surpresa. Edward era tão engomadinho que me parecia o tipo de pessoa que ouviria apenas músicas clássicas ou então de bandas e cantores antigos.

— Sim – Ele sorriu presunçoso, pareceu realmente satisfeito por me surpreender – E você, o que ouve?

— Eu gosto de pop – Dei de ombros. Eram as únicas músicas que tocavam no bar, músicas animadas e sensuais que eram perfeitas para dançar em algum pole dance.

— Você não parece alguém que gosta de pop – Franziu o cenho, me olhando brevemente, mas logo voltou a prestar atenção na pista.

— Eu sou uma caixinha de surpresas, meu querido – Pisquei um olho, escondendo o quão desconfortável eu estava.

Edward, de alguma forma, sempre fazia eu falar sobre mim, coisa que ninguém nunca conseguiu. Até mesmo Carlisle possuí dificuldade nessa área, mas seu filho astuto estava se tornando muito perito nesse departamento, para o meu desgosto.

Edward se mexeu ao meu lado, se ajeitando no banco, e sorriu. Um sorriso torto que eu não soube identificar o que realmente significava.

— Você é como uma gata arisca – Ele murmurou, atento a pista.

— Uma gata? – Franzi o cenho. Nunca gostei muito de animais, muito menos de gatos, mas eu sei o quão difícil uma gata arisca pode ser. Talvez Edward tivesse razão...

— Não concorda? – Ele me olhou brevemente.

— Se eu concordar com você, sinto que ficará se achando, não darei esse gostinho – Sorri, e cruzei os braços, sabendo que eu estava certo.

Edward riu, mas encerrou o assunto, para minha felicidade. Dois minutos depois, estacionou o carro em uma garagem subterrânea de um prédio alto e chique.

— Chegamos.

Eu não me surpreendi quando saí do carro e percebi que estávamos em uma garagem privativa. Com certeza o filho de Carlisle possuía dinheiro suficiente para isso. O casal Cullen logo apareceu ao nosso lado, Esme parecia muito feliz por estar aqui.

— Vamos, Bella – Carlisle sorriu para mim e eu os segui para o elevador.

Ele ligou para o filho e avisou que estávamos chegando. O elevador nos levou diretamente para a cobertura, e quando as portas pesadas se abriram, estávamos em um amplo apartamento e um casal nos esperavam próximo da porta.

Eu fiquei brevemente chocada com sua beleza. A mulher, alta e magra, possuía os cabelos loiros mais lindos que eu já havia visto, com cachos cheios que iam até sua cintura fina. Estava abraçada ao homem extremamente forte e alto, ele era branco, e possuía cabelos curtos e negros. Apesar da aparência de segurança de celebridade, seu rosto era amável e uma pequena covinha em sua bochecha conspirava para isso.

Todos se cumprimentaram com abraços e beijos. Pareciam realmente se amarem, e possuíam muita intimidade. Eu fiquei levemente desconfortável, no meu canto, desejando não ser notada, mas claro, meus desejos nunca são realizados.

— Você deve ser a Bella – A mulher loira se aproximou com um sorriso brilhante – Me chamo Rosalie, sou esposa desse grandão, Emmett – Ela olhou apaixonadamente para o homem forte e o puxou para perto.

— Bellinha! – Para minha surpresa, Emmett não se conteve em apenas sorrir e acenar, me segurou pela cintura e me tirou do chão, me rodando no ar diversas vezes. Quis gritar por socorro, estava tonta e sufocada.

— Emmett! Solte a menina – Esme o repreendeu, e ele finalmente me soltou.

Firmei os pés no chão, sentindo minha cabeça rodar. Senti mãos em meus ombros, me segurando para não cair e quando minha visão se focou, percebi que Edward era o meu escudeiro.

— Desculpe meu marido, Bella, ele é... muito espontâneo – Rosalie disse, me tirando a atenção dos belos olhos verdes de Edward. A encarei e sorri.

— Está tudo bem.

— Desculpe, Bella, é que faz tempo que não vejo uma cara nova por aqui – Emmett disse, não parecendo nem um pouco arrependido por me apertar e rodar como se eu fosse um saco de batatas.

Fomos para a sala de estar, onde cada um tomou um lugar. Iniciaram uma conversa sobre as tentativas de Rosalie de engravidar, que mais uma vez deram errado. Senti pena dela, Rosalie parecia ser uma boa pessoa, e aquele apartamento era grande demais para apenas duas pessoas. Eu via nos olhos do casal que o sonho deles era aquele: ter um filho.

— Bella, Esme me disse que você voltará a estudar. Está empolgada? – Rosalie me perguntou quando deram uma pausa no assunto gravidez. Ela parecia realmente interessada em me colocar na conversa, mas eu não estava muito feliz com isso.

— Bom... sim – Dei de ombros, e cruzei as pernas – Carlisle me disse que é uma boa escola.

— Ah, é uma das melhores da cidade – Disse Emmett – Todos nós estudamos lá. Na verdade, foi lá que eu conheci minha Rose.

Ele sorriu amavelmente para a esposa e segurou sua mão, depositando um beijo no torso. Rosalie corou e assentiu, olhando para mim novamente.

— Se esforce muito, Bella, que só colherá resultados.

Assenti, incapaz de continuar o assunto. Não queria ser o centro das atenções. Felizmente, antes que alguém dissesse algo mais, uma senhora gordinha apareceu e disse que o jantar estava servindo. Rosalie agradeceu e nos guiou para sala de jantar, onde um verdadeiro banquete nos esperava.

O jantar seguiu com uma conversa no mesmo tom de sempre: animada. Rosalie era uma ótima anfitriã, e muito gentil até mesmo com os empregados. Eu sempre imaginei que pessoas ricas eram egocêntricas, mas Rosalie não fazia parte dessa equação.

Horas depois, nos despedimos. Eu havia realmente gostado do casal, Rosalie fez eu prometer que a visitaria novamente, não pude negar para sua expressão mandona e adorável. Me perguntei qual era sua idade, mas achei que seria indelicado demais perguntar algo assim em nosso primeiro encontro.

Novamente, voltei no carro de Edward. Ele parecia feliz por ter visto o irmão, nas conversas percebi que eles eram realmente próximos.

— O que achou deles? – Edward me perguntou após muitos minutos em silêncio.

— Seu irmão e sua cunhada são bem legais – Dei de ombros. Não era nenhuma mentira, mas eu me sentia desconfortável em elogiar outras pessoas.

— Eles gostaram de você – Ele disse.

— Parece que você está falando de um filhote de cachorro – Eu ri, e revirei os olhos. Edward riu também, parecendo muito à vontade comigo, diferente do primeiro dia em que nos conhecemos.

— Achei que fosse uma gata arisca – Ele franziu o cenho teatralmente.

— Acho que prefiro ser uma gata arisca mesmo – Afinal, gatas possuíam garras para se defender, certo? Um filhote de cachorro poderia facilmente ser apunhalado. Claro que não falei meu pensamento em voz alta.

Fizemos o restante do caminho em silêncio, que diferente de antes, não foi desconfortável. Eu estava começando a me acostumar com a presença de Edward, e me perguntava se isso era algo saudável de se fazer. Eu não era uma Cullen, apenas uma agregada recebendo atenção demais, eu tinha que ter noção do meu lugar.


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Notas finais do capítulo

Eu amooooo as conversas desses dois no carro ♥ que serão bem frequentes de agora em diante, se acostumem.
Espero vocês nos comentários!
Beijos



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