Mudando a Rotina escrita por Gil Haruno


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Eu sempre quis fazer algo relacionado ao Sasuke Retsuden, mas nunca me aprofundei em projetos. Hoje, trago um capítulo único, sendo que tenho ideias para o futuro a respeito de uma fic ou capítulos com esse livro que, sinceramente, deveria ser animado um dia. Acho que nós, fãs do casal, merecemos mais coisas relacionados a eles. Por hora, me contento com este livro, foi inspirador lê-lo e ainda leio, transbordando de felicidade.

Beijos a todos! Até mais!

Gil Haruno *.*



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O dia estava relativamente calmo na Aldeia da Folha. Na Clínica Infantil de Assistência Médica, fundada por Sakura, também havia sossego. Envolvida em uma paz transbordante, a senhora Uchiha ocupou a cadeira principal do hospital e soltou um leve suspiro. Em meio ao breve descanso, ela fixou o olhar em alguns papéis na mesa e decidiu averiguá-lo. Não foi à toa que, encantadoramente, o brilho da pedra vermelha em seu dedo a distraiu, pela milésima vez.
Atenciosamente ela acariciou a pedra, curvando os lábios sedutores em um sorriso íntimo. Por incrível que pareça, ela corou perigosamente, dedicando toda a sua afeição em lembranças que nem mesmo o tempo seria capaz de apagar.

—Sakura?

A porta foi aberta devagar. Provavelmente, a pessoa atrás dela tinha batido, mas Sakura foi incapaz de ouvir o toque.

—Ei! Por que está tão distraída?

—Hã? – Ela quase saltou da cadeira. Ino a olhava sem nada entender. –Não vi você chegar! Puxa! – Começou a folhear os papéis que ela perdeu o interesse de verificar no processo de distração. –O que faz ainda aqui? São quase seis horas!

—Eu que pergunto! Já era para você ter ido embora! – Comentou revirando uma gaveta de equipamentos.

—Resolvi esticar um pouquinho. – Ela se espreguiçou. –O garoto do clã Kimura está se recuperando bem! Isso me deixou muito animada!

—Eu sei! – Ino sorriu. –Ele tem muita sorte de ter uma médica como você! – Elogiou ciente da competência da amiga de infância. –Mas, não era hoje que o Sasuke-kun ia sair em missão? – A loira coçou o queixo.

—Ah! Ele resolveu ficar mais alguns dias. – A resposta de Sakura surgiu em meio a alegria contida.

—Ele resolveu, é? – Ino sorriu facilmente. –Aposto que isso tem a ver com o anel em seu dedo! – Acusou sem dá chance a Sakura de se explicar. –Desde que vocês dois voltaram ‘daquela’ missão, estão se comportando como um casal de namorados!

—Claro que não! – Claramente, Sakura empalideceu. Certamente, a missão que realizaram juntos tinha unido mais ainda o casal Uchiha, mas... desde quando eles deixaram isso em total evidência?

Naquele momento, alguém bateu na porta. Ino foi abri-la, deixando Sakura cercada de pensamentos calorosos.

—Oi, Sasuke-kun!

De repente, o coração de Sakura bateu forte. Seu belo marido estava de pé na porta de sua sala.

—S-sasuke-kun? – Sakura ousou mesmo gaguejar o nome do marido, como se não o visse há muito tempo!

—Eu estava passando aqui por perto... – Disse ele, olhando-a desajeitado. –Você está indo para casa agora?

—Ah! – Ela coçou a cabeça. –Sim! Podemos ir juntos!

Ino olhava de um para o outro, revirando os olhos, com vontade de rir da situação. Caso o casal Uchiha não tenham percebido, estava virando um hábito Sasuke ir buscar a esposa no hospital. Por incrível que pareça, Sakura estava agindo como se não estivesse esperando a companhia do marido. Ino se perguntou se eles tinham combinado àqueles encontros ‘casuais’.

—Fico feliz que você passe mais um tempo na vila. – Disse Ino a Sasuke. –Qualquer dia desses poderíamos combinar de todos nós sairmos juntos! Já faz algum tempo que a turma não se reúne! – Lembrou Ino, cheia de nostalgia.

—Uh. – Foi o único comentário que ele esboçou, antes de virar as costas, vendo que Sakura já o seguia.

—Estarei aqui amanhã bem cedo! Boa noite! – A jovem Uchiha se apressou a seguir o marido calado.

—Boa noite. – De pé na porta, Ino ficou a olhar as costas do casal. Inesperadamente, ela soltou um suspiro. Um pouco de inveja sempre brotava nela ao vê-los juntos, mesmo que, escancaradamente, eles mantinham o relacionamento reservado. Muitos podiam até não entender, mas o amor, respeito e admiração que brotavam daqueles dois era perceptível até para os mais incrédulos. Era algo que funcionava muito bem sem o menor esforço, mesmo com tantas barreiras entre eles.

Sarada fez o jantar naquela noite. Enquanto seus pais apreciavam as delícias que ela havia preparado, a jovem Uchiha aguardou o comentário especial do pai. Sakura sempre a elogiava, mas era o pai a ser sempre mudo! Isso a deixava um pouco ansiosa, mesmo vendo que ele comia tudo que ela preparava.

—Ah! Esqueci o molho picante!

Sakura observou a filha correr para buscar o molho. Ela aproveitou para encarar o marido, sempre quieto e concentrado enquanto comia.

—Querido, a sua filha está esperando o seu elogio. – Falou ela, docemente.

—Ela sabe que adoro tudo que ela prepara. – Explicou calmamente.

—Ela quer que você exponha isso! Faça um esforço, certo?

Sasuke olhou a filha retornar. Apesar de amar aquela menina de todo o seu ser, ele ainda se considerava uma pessoa travada quando tinha que expor seus sentimentos. No entanto, era a sua filha amada a receber seu carinho, ele se culparia depois se não atendesse as expectativas dela!

—Sarada... está muito bom.

Satisfeita, a garota sorriu com o comentário do pai e decidiu que se esforçaria ainda mais para continuar agradando-o.

Naquela noite silenciosa, Sasuke acordou assustado! O rosto estava pálido, as mãos tremiam e a pele brilhava de suor.
Respirou aliviado quando o cenário íntimo do seu quarto encheu os olhos. Um pouco mais calmo, ele se mexeu na cama, tocando o corpo da esposa que dormia despreocupadamente. Como uma rotina viciante, ele passou a observá-la, envolvendo seus olhos em uma admiração perfeita.
A camisola branca estava, levemente, desarrumada na altura das pernas sedosas. Subindo o olhar, ele se deparou com os ombros macios e atraentes sendo acariciados pelas alças finas da camisola, que lutavam para não caírem. O decote, visto de outra forma, era simples, mas a visão mudava quando a sua esposa se remexia na cama, deixando os seios quase à mostra.

Sasuke soltou outro suspiro, pegando o relógio ao lado da cama. Ainda era duas horas da madrugada e ele estava bem acordado! Contrariado, o Uchiha decidiu tomar banho, preferencialmente frio. Ele queria espantar os desejos carnais que havia em si e queria espantar a raiva que sentia naqueles sonhos descabidos. O que Sakura diria se soubesse que ele sonhava com ela o deixando para sempre? Com toda a certeza, ela não entenderia seus sonhos involuntários, mas ele intimamente sabia o quão aterrorizante foi passar pela prova de ter que lhe dá com o fato de ver sua esposa roubar os corações de tantos homens iludidos. Sasuke, secretamente, ainda pensava no desfecho daquela missão. O Uchiha que, aos olhos de muitos era quase inatingível, ainda sentia as pernas amolecerem quando lembrava do desespero em querer salvar a esposa de um fim trágico.

Minutos depois, Sasuke voltou ao quarto. Usando apenas um short de dormir, ele se deitou na cama e em um reflexo inexplicável Sakura se aconchegou ao corpo dela, chegando a levantar a coxa para melhor acomodação. Sasuke observou a coxa cremosa de sua esposa sobre ele. A respiração dela batia contra o seu pescoço; os lábios rosados, desejosos, convidando-o para um ataque desvantajoso. Sua esposa estava dormindo profundamente, ele não teria coragem de ataca-la.
Com tantos pensamentos Sasuke sutilmente afastou Sakura de si. Ele pegou o fino cobertor que mal a cobria e o levou até os ombros da esposa. Ele decididamente a cobriu! Como ele era fofo ao tomar aquela decisão difícil! Sasuke realmente acreditou que um fino pedaço de pano tiraria a vontade que ele tinha de tocar, sexualmente, sua esposa!
Sentindo-se um homem nobre por resistir à vontade do corpo, ele refletiu sobre as tantas vezes que tinha passado por aquilo e, por incrível que pareça, ter Sakura perto era mais controlador para ele que tê-la longe. Ele raciocinava sobre como era difícil não ter uma previsão de tocá-la e isso o enlouquecia às vezes. Quando ela estava facilmente deitada ao seu lado, ele sabia que, a qualquer momento, eles poderiam fazer amor.

Sasuke procurou não pensar mais sobre ‘aquilo’. Ele virou de costas, perdendo a guerra, e fechou os olhos. Para sua infelicidade, Sakura voltou a se agarrar nele, pressionando os seios que pareciam mais volumosos. Pobre Sakura! Ela descaradamente se jogava nas tentações do marido ‘faminto’, enquanto dormia como uma pedra.

Sasuke, vencido pela esposa, se virou para ela. Ele afastou as mexas de cabelo rosado das bochechas enrubescidas pelo calor do sono. Fixou os olhos negros nos lábios rosados e não resistiu a vontade de beijá-los; um toque aqui, outro acolá, até que ele afastou o lábio inferior dela, chupando-o com gosto.

Sakura acordou com os lábios sendo chupado. O corpo do marido já a prendia na cama, a bela mulher já podia sentir certa saliência entre as pernas do marido, alertando-a do que estava para acontecer.

S-sasuke-kun. – Ela sussurrou o nome, abrindo os olhos com preguiça.

—Está acordada?

Ela gemeu fracamente, tendo seu corpo saqueado por um instinto incontrolável.

—Estou. – Ela definitivamente deixou de lutar contra o sono. Seu marido estava disposto a perturbar seu descanso e isso a despertou rapidamente.

Sasuke, normalmente, era um homem reservado. Às vezes, ele era reservado até mesmo para ela, sua fiel esposa, no entanto, ela sabia quando o comportamento dele ia mudar. Era na intimidade do quarto do casal que Sasuke se mostrava um homem diferente. Pensando assim, Sakura conseguia entender o silêncio do marido, até mesmo a falta de contato entre eles em público. Era na casa deles que seu marido saía do modo ‘silencioso’ e procurava interagir mais com as duas mulheres de sua vida. Quando no quarto com sua esposa, ele se transformava em um amante insaciável. Ele nunca conseguia afastar o tempo entre eles, por isso, quando estavam perto um do outro, cada segundo contava.

Sakura, apesar de ser uma pessoa sociável, ela era, certamente, um pouco tímida para tomar partido intimamente com o marido. Algo ainda conseguia bloqueá-la, provavelmente a distância que ela vivia com o marido. Isso a deixava um tanto tímida quando eles se tocavam sexualmente. Mas, esse sentimento passava em poucos minutos, ela logo se entregava ao desejo que era obrigada a reprimir devido à ausência dele.
Minutos depois o casal estava entrelaçado na cama, fazendo amor como se há muito tempo estivessem em abstinência.

Sakura arfou como se nunca mais fosse respirar. Seus seios empinaram e Sasuke os encontrou, sugando-os com força, enquanto ele dominava o corpo pequeno que, mais uma vez naquela semana, testemunhava sua virilidade.
Sasuke já estava no seu limite de prazer, mas ele queria satisfazer a esposa, então aguentou firme para não ejacular nela precipitadamente. Como se entendesse o esforço do marido, Sakura apertou os cabelos negros dele com força, enterrando a cabeça em seus ombros largos. Ela gemeu na carne dele, abafando o grito sedutor que Sasuke conhecia bem. Inundado com gemidos sensuais e sentindo o corpo da esposa estremecer embaixo do seu, ele apertou a cintura esbelta de Sakura, afundando-se mais nela e gemeu roucamente quando soltou nela o cume de seu desejo.

Sakura o abraçou fortemente e foi abraçada por Sasuke como se ele fosse quebra-la ao meio. Às vezes, ele não tinha conhecimento de sua força quando faziam amor. Isso a fez pensar com humor que ela estaria encrencada se ele tivesse os dois braços. O que seria dela?
Tempos depois o casal desfrutou a paz do aconchego. Sakura deitou no braço do marido confortavelmente. Sasuke cheirava os belos fios de cabelos rosados que ele descobriu ter possessividade.

—Sasuke-kun... por que você acordou no meio da noite?

Sasuke franziu a testa. Ele não podia responder que acordou com ciúmes dela por causa de um sonho bobo.

—Acordei com calor e fui tomar banho. – Era uma boa desculpa, assim pensou.

—Uh. – Sakura resolveu falar sobre aquilo. –Ultimamente você está acordando muito à noite. – Ela queria dizer que já estava virando rotina ele acordar e, na sequência, acordar ela também. Não que fosse ruim, ela adorava a companhia do marido, mas ela estava preocupada com o sono dele.

Sasuke quase sentiu vergonha de si mesmo. Que tipo de homem acordava no meio da noite excitado? Ele estava agindo como um pervertido! Mas, ele não seria sincero com Sakura. Claro, ele não gostava de acordá-la no meio da noite com intenções baixas, mas isso era uma questão involuntária. Sakura tinha a clínica para cuidar durante o dia, ele tinha assuntos de extrema importância para resolver na vila e, para completar a situação, Sarada só dormia cedo quando tinha coisas para fazer nos primeiros raios de sol. Além do mais, ela ficava toda elétrica quando ele estava em casa, seria uma covardia manda-la para a cama às sete da noite. Sakura entenderia seus ‘motivos’, mas ele era um homem adulto! Ele tinha de resolver seus horários incomuns sozinhos, além do mais, Sasuke não queria perder aquele ‘hábito’ noturno, visto que era muito propício para a total intimidade com sua esposa.

—Sakura...

—Uh? – Ela aguardou mais palavras dele. Sabia que o que ele diria seria embaraçoso para o seu perfil reservado.

—Você... pode ficar em casa... amanhã?

Ela ergueu o rosto para vê-lo. Sasuke continuou imóvel ao seu lado.

—Claro. – Ela não pensava muito quando ele pedia algo. –Por quê?

Ele não gostava de perguntas, mas tinha de responder as perguntas de sua esposa.

—Eu... só acho que devemos passar um tempo... juntos.

Sakura escondeu o sorriso na curva do pescoço dele. Ela sabia o porquê daquela proposta do marido. Ele queria ficar a sóis com ela antes de sair para outra missão, dessa vez, a curto prazo, por isso seria ideal aproveitar a missão que a filha teria ao redor da vila. Provavelmente, Sarada passaria o dia fora. Eles teriam a casa inteira para si e não teriam receio de se entregarem um ao outro.
Ansiosa pelo dia que logo chegaria, ela abraçou o marido docemente, depositando um beijo terno em sua bochecha. Sasuke recebeu aquele carinho inesperado cheio de amor e virou-se para a esposa, capturando os lábios que ele tanto adorava explorar.  A intenção do casal era dormir o resto da noite e aproveitar o dia juntos, mas tudo que eles fizeram foi emendar a noite ao dia, começando novamente o que tinham acabado de fazer minutos atrás.


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