Equinócio escrita por Isa Devaylli


Capítulo 5
Até porque não é uma despedida, certo?


Notas iniciais do capítulo

Ei, oi galerinha, primeiramente quero dar boas vidas aos novos leitores acompanhando da história, espero que estejam gostando, quero agradecer pelos comentários eu amo ver a reação de vocês, então continuem assim. Voltei com mais um cap. que eu amei escrever, espero que gostem também. Por favor não me matem hahahha, prometo que tudo vai se encaixar depois. Boa leitura.
PS: espero vocês nas notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/787892/chapter/5

POV. JACOB

Me levanto raivoso e observo uma clareira, não tão bonita sem Nessie ali. Seu cheiro de morangos silvestres está impregnado em cada maldita flor daquele lugar me fazendo lembrar a cada segundo dela. E o nosso lugar não era nosso sem ela, sem sua risada de sinos, seu sorriso encantador e seus gestos delicados. Bufo e sigo caminho para fora dali, leio mais uma vez o bilhete deixado no meio da clareira debaixo de uma pequena pedra, o lugar exato onde Nessie sabia que eu encontraria.  

Passo a mão no rosto de forma nervosa e descido ir caminhando para casa eu já estava confuso e nervoso demais e não precisava de mais ninguém na minha cabeça piorando aquilo. De todas as situações em que me meti, e de tudo que estava destinado a mim eu sempre achei que estaria preparado para isso, para quando esse momento chegasse, mas eu fui burro e leigo por achar isso, eu não estava preparado, eu nunca estaria preparado para amar Nessie, para dar a ela tudo que ela precisava, para amar ela da forma como ela precisava ser amada. Eu não parecia ser o suficiente, mas o imprinting não errava, certo? A magia trazia a companheira perfeita para seu lobo guerreiro.  

Magia, penso e bufo, parece tudo uma grande mentira mal contada, eu me sentia ligado a Nessie era fato, mas eu não me sentia obrigado a ama-la eu não sentia a amava só pela maldita magia, Nessie de uma forma encantadora e fácil me fez ficar a cada dia que passava mais preso e fascinado nela, e sem que eu percebesse já estava perdido no meio toda aquela confusão de sentimentos e magia de uma forma que eu não conseguia mais voltar atrás e nem queria.  

Claro que por um tempo eu fiquei em negação quando percebi que estava a olhando de forma diferente, quando eu percebi que os sentimentos estavam mudando dentro de mim. Eu me culpava a todo e qualquer segundo por Nessie ainda ser nova demais e cuplava o lobo por isso, o castigava na verdade. Claro que isso não faz muito tempo, foi a exatamente um mês quando sua transformação estava completa, eu comecei a perceber com gestos pequenos, o sorriso dela passou a ser diferente de forma que eu sempre queria contar o espaço estre nos e tomar seus lábios para mim, era sempre bom toca-la e sentir todas aquelas correntes elétricas invadir meu corpo como se cada célula reagisse a ela, seu cheiro também se tornou diferente, convidativo, sedutor, selvagem. E eu me sentia culpado muito culpado e ter Edward constantemente na minha cabeça so foi piorando as coisas.  

Quando ele percebeu o que estava acontecendo claro que me chamou para conversar, e eu não tinha muito o que falar, já que ele conseguia ver tudo e com isso novamente veio me pedir mais um tempo para informa-la sobre o imprinting, dizendo que ainda não era o momento certo, mas então porque o maldito lobo insistia em dizer que ela estava pronta pra mim? Porem contrariado acabei cedendo, maldita promessa, eu não devia ter acordado com aquilo a sete anos atrás, mas estava fazendo tudo isso porque achei que era o melhor para Nessie, só que avaliando os fatos agora, percebo que cometi um grande erro. Seria tudo tão mais fácil se ela soubesse.  

Chego ao limite da praia de La Push tentando lembrar em que horas eu teria tomado aquele caminho, porém estava tão distraído que acho que minhas pernas agiram no modo automático me levando até ali, o local preferido de Nessie. Novamente de forma automática meus pés me levam até a pedra que fica ali de frente para a praia e eu encosto nela observando o mar em silêncio, apenas observando o quebrar das ondas sobre as rochas mais próximas e sentindo o cheiro salgado da água invadir minhas narinas e mais uma vez de uma forma torturante tiro o bilhete de Nessie do bolso, seu cheiro ainda esta impregando nele e o releio.  

   

Encaro o bilhete por mais alguns minutos observando sua caligrafia perfeita e suas palavras descontraídas, realmente não era uma despedida, Nessie tem que estar aqui amanhã eu preciso me agarrar a isso. Mas dava para ver que ela também estava tentando se agarrar a aquela centelha de esperança que lhe foi dada, porque era a única coisa no bilhete que se repetia incansavelmente na minha cabeça.  

“Até porque não é uma despedida", eu não estava pensando de forma racional, mas se Nessie não voltasse para casa, ou aparece com um fio de cabelo fora do lugar eu iria até aquele maldito covil e mataria quantos eu pudesse até provavelmente sozinho no meio deles ser morto. Guardo o bilhete e cruzo os braços fechando os olhos, aperto meus dentes uns contra os outros até sentir o gosto de sangue na minha boca, eu não estava pensando de forma racional, mas pro inferno com a minha racionalidade se Nessie não voltasse.  

—Posso escutar seu maxilar estalar daqui. – escuto a fala metros de mim e viro para encarar o dono dela. 

—Não estou para gracinhas Quil. – rebato para ele que ergue as mãos em sinal de paz e eu me viro para a praia novamente. Ele se aproxima e se encosta na pedra junto a mim, seus pés fazem barulho sobre as pequenas pedras abaixo de nós enquanto ele se acomoda e depois o silêncio perdura sobre nós até ele suspirar e seus olhos caírem sobre mim.  

—Já teve notícias dela? – ele pergunta de forma relutante, de modo que sei que ele já estava querendo perguntar aquilo. Nego sem olhar para ele.  

—Muito poucas, Nessie me mandou mensagem apenas no primeiro dia e Bella manda mensagens de texto falando que estão, provavelmente devem estar no aeroporto para voltar. – pelo canto do olho vejo ele concordar com um aceno de cabeça.  

—Você dormiu? – ele pergunta novamente, suspiro e o encaro.  

—Não, estava na clareira. – falo de modo automático.  

—Você precisa descansar cara, não dorme faz três dias. Você precisa estar descansado para quando ela chegar.  – ele fala e eu o encaro descrente.  

—Acha que não sei Quil, mas não é como se eu não quisesse dormir eu simplesmente não consigo. – falo passando a mãos no rosto de forma nervosa – Imaginá-la no meio daquele tanto de vampiros, ela é tão frágil, só fingi ser forte. – ele me observa em silêncio.  

—É, e pensar que você não acreditava nisso. – o encaro com duvidas dessa vez e ele fala como se fosse obvio - O imprinting. Você não acreditava até acontecer.  

—É, essa merda é real e eu não tenho certeza se infelizmente ou felizmente porque eu não sei mais viver feliz em um mundo em que Nessie não esteja, só de imaginar esse mundo sem ela, meu mundo sem ela eu me pergunto o porquê da minha existência, não faria nenhum sentido. – Quil concorda compreensivo.  

—Acredite eu sei exatamente como se sente. – nego olhando com a boca em uma linha.  

—Não, você não sabe, espere só até você se apaixonar por ela. – olho para as ondas novamente – Tudo se triplica, de uma forma dolorosa. – Quil ri ao meu lado.  

—Eu tenho medo, Claire já é um terror criança imagina adulta. – ele conta chutando algumas pedras e depois suspira colocando as mãos no bolso – Mas não consigo imaginar, parece absurdo e impossível. – sorrio seco.  

—Bem vindo ao meu mundo. – concluo engolindo o gosto amargo da verdade em minha boca. Ele se cala ao meu lado e eu cruzo os braços sobre o peito, e ficamos em silencio por tempo indeterminado. Quando saio dos meus pensamentos percebo que o céu está adquirindo uma nova de cor, de um azul anil acinzentado para o familiar cinza escuro. Quanto tempo tínhamos ficado ali?  

—Como foi a ronda? – pergunto o olhando, ele dá de ombros.  

—Tranquilo, como sempre. – concordo.  

—Ótimo. Vou para a casa tomar um banho e vou dar uma conferida no perímetro antes de ir para a oficina. – falo e ele concorda.  

—Te encontro lá. – conclui e eu me desencosto da pedra seguindo o caminho até minha casa.  

Chego nos limites da residência avistando a pequena casa familiar vermelha, agora sem o descascado da pintura, a oficina estava levantando uma boa grana e com o tempo consegui fazer uma reforma legal ali e até comprar um carro mais confortável para suprir as necessidades de Billy, o meu pequeno quarto cresceu alguns metros para dar espaço para colocar uma cama que me coubesse por completo e alguns moveis foram trocados para uns mais novos, bom porque estavam precisando.  

O quarto de Billy tinha ganhado moveis novos por inteiro e um quarto iria ser feito para Rachel, porem Paul tinha se adiantado a pedindo em casamento a dois anos atrás e ela foi morar com ele em uma adorável casa que ele construiu para eles ali na reserva mesmo, mas ela estava sempre em casa cuidando de Billy e de mim. Alcanço as escadas subindo-as de dois em dois degraus, giro a maçaneta da porta e entro fechando a porta trás de mim, vou até a cozinha para conferir o que tem na geladeira pego o pote de margarina e logo depois vou até o armário alcançando o saco de pães, faço um sanduiche e me sento na mesa comendo em silêncio.  

Depois de alguns minutos o barulho da cadeira de Billy estalam sobre a madeira do chão e a porta de seu quarto é aberta por ele que me encara de forma reprovativa, seus olhos vão para o relógio e depois para mim novamente.  

—Onde estava garoto, são seis e quinze da manhã. – ele fala  com sua voz de trovão ecoando por todo o cômodo e parando sua cadeira na minha frente, concordo meio relutante e falo.  

—Você pergunta como se eu tivesse em algum bar bebendo como um adolescente ou em baladas da vida com várias garotas, me acabando. – debocho e ele vira sua cadeira indo até o banheiro.  

—Em baladas e com garotas sei que não estava, até porque é muito óbvio que estava pensando em Renesmee, mas sobre estar agindo como uma adolescente não posso discordar. – rebate e eu reviro os olhos.  

—Eu estava em ronda. – falo de modo mecânico e ele me olha preocupado. E era isso que eu não queria, Billy preocupado comigo.   

—Você já decorou essa mentira que tenho quase certeza que acredita nela. – me acusa. Faço a boca em uma linha e me levanto – Jacob sei que está preocupado, mas eles retornam amanhã e você sequer dormiu. – fala e eu bufo.  

—Porque todo mundo fala isso para mim? Eu já sei que não durmo, eu não consigo dormir e pensar em Nessie lá no meio deles que podem fazer mal a ela a qualquer momento.  – digo baixo indo para o quarto ele chama minha atenção.   

—Você não consegue mais viver sem ela, e se eles fossem embora o que você faria? Olha como você fica. – enrijeço no lugar e antes de colocar para dentro da minha cabeça mais aquela dúvida a extermino.  

—Eles não vão embora, não sem me avisar e se forem eu dou um jeito. – falo abrindo a porta do quarto – Vou dormir um pouco antes de ir para a ronda. – finalizo fechando a porta atrás de mim. 

—Dormir. – escuto Billy falar e bufar do outro lado da porta.  

Me jogo na cama e fecho os olhos sentindo minhas pálpebras pesadas, me deito de bruços sobre a cama e em cima do criado observo a foto de Nessie sorrindo para mim, como um maldito castigo, ela estava em todo lugar. Pego a foto e me lembro do dia exato em que ela foi tirada. Estávamos na clareira claro, a um mês atrás, quando comecei a me apaixonar por ela, ela falava sobre a escola e no celular ela via fotos da escola de Port angeles uma possibilidade que ela podia cogitar.  

E eu como um bom protetor não tinha gostado muito do assunto, ainda mais quando ela cismou de enfiar o brasileiro no meio da história, ele acha que eu não percebo os olhares que ele dá para ela, as investidas, os abraços demorados demais. Então tomei o celular das mãos dela e em uma luta inútil como sempre ela tentou pegar o celular novamente. Quando ela não conseguiu soltei uma piada idiota sobre sua altura e na hora ela fez uma cara brava linda e sexy e logo depois ela sorriu se rendendo, não perdi a oportunidade e bati a foto na hora.  

Na outra semana quando voltei na sua casa e vi aquela foto em um porta-retratos, ela contou que Bella tinha revelado algumas fotos e essa estava junto e sem que ela visse roubei a foto para mim. Me mexo na cama novamente com o porta-retratos na mão e encaro seu lindo sorriso, sua pele branca e seu cabelo levemente avermelhado em contraste com as flores coloridas da clareira. Era um insulto que no meio de toda aquela beleza de flores ela conseguia se destacar de forma absurda. 

Fico deitado me remexendo procurando o sono que não vinha e impaciente checo o celular para ver se recebi alguma mensagem nova de Bella, ou alguma notícia, Nessie tinha mandado mensagem só no primeiro dia e Bella também não informava mais do que estarem bem, eu não estava gostando de ficar no escuro sem notícias, aquilo mais do que tudo estava tirando o meu sono, não ter notícias.  

Me lembro de Nessie no dia da festa, a forma como encontrei ela do lado de fora da casa de Emily, seu desespero pelo que podia acontecer, seu estado frágil e preocupado, tudo pelo que podia acontecer nessa viagem. Malditos vampiros, se eu ao menos pudesse ter ido. O bilhete pesa novamente em meu bolso e eu o retiro dali abrindo a gaveta do criado e o colocando lá dentro, eu já tinha o lido tantas vezes que tinha decorado cada palavra escrita ali. Me lembro quando ela me pede para não ficar bravo e me recordo da forma que reagi ao achar o bilhete, no mesmo dia que eles foram viajar.  

Depois de Edward ler minha mente quando eu vi Nessie naquela camisola, eu sai de lá informando a Bella que voltaria só para me despedir de Nessie, porque eu não queria ficar lá e ter que encarar os olhos acusativos de Edward, mas quando voltei a casa já estava vazia, me senti a pessoa mais traída do mundo e fui para a clareira só para me torturar mais e o cheiro dela estava por toda a parte e recente, foi então que vi o bilhete por debaixo da pequena pedra, bem no meio da clareira. Quando o li eu fiquei tão nervoso que não aguentei e explodi no lobo ali mesmo, pensando que ela não tinha o direito de falar por mim. 

Mas a depois fui me conformando, aquela era uma decisão dela, Nessie queria ser forte, e não se despedir foi a forma que ela encontrou de fazer isso. Abro os olhos e me levanto cansado de ficar deitado sem que nenhum sono me venha, saio e Billy tira os olhos da TV para me encarar.  

—Pensei que fosse dormir. – não respondo a sua provocação e entro no banheiro. Ligo o chuveiro no máximo e sinto a água descer pelo meu corpo, coloco as mãos na parede e viro a cabeça para cima para que a água caia por meu rosto sem reservas, depois abaixo a cabeça para que ela caia por minhas costas na esperança de que pelo menos meus músculos fiquem menos tenso. 

Saio do banho, me troco e pego uma maçã sobre a mesa, indo para a porta, sinto os olhos de Billy queimar em minhas costas e falo.  

—Vou fazer ronda. – ele bufa e eu saio fechando a porta atrás de mim.  

Quando alcanço os limites da floresta tiro minhas roupas e as amarro de forma estratégica no tornozelo e em menos de um segundo estou correndo sobre as quatro patas pela floresta. Em forma de lobo, parece que as coisas são mais difíceis, os sentimentos aumentam e o medo fica pior porque o lobo quer de qualquer forma protege-la.  

Ai, seria bom se você parasse de pensar nela por um minuto. – Leah fala de forma acusatória, então lembro que não estou sozinho.  

—É só você sair da minha cabeça. – falo ácido e ela gani me alcançando na corrida. 

—E você acha que eu não queria? Seria maravilhoso não ver você se torturando por ela o tempo todo. – encaro o lobo cinza claro correr pela floresta e aperto o passo a deixando para trás, ela faz o mesmo me alcançando de forma fácil.  

—Você é tão desagradável. – digo e ela balança a cabeça.   

—Obrigada, prefiro ser desagradável do que sempre estar com alguém na cabeça. – rosno para ela que joga a grande cabeça desdenhando meu ato. E quando penso para rebater a voz de Sam invade nossas cabeças. 

—Deixa ela Jacob, um dia Lee irá compreender. – dessa vez ela não rebate se sentindo insultada e some do perímetro perto de nós e logo sua mente some também.  

—É, acho que você está certo, ela não iria entender e bem eu também não sinto vontade de explicar. – penso para ele que absorve minhas palavras em silêncio, nos encontramos próximo a um grande abeto próximo a algumas arvores que estão tombadas, e paramos ali a caminhada.  

—É, eu cansei de tentar explicar, nunca vai surtir nenhum efeito, ela nunca vai saber até acontecer com ela. – fico quieto por um tempo ponderando suas palavras e depois pergunto.  

—E como foi? – os olhos tão negros quanto seu pelo me olham questinadores e eu continuo – Digo, quando você contou a Emily, qual foi a reação dela. – ele ponderou antes de me respondeu e as imagens vieram na sua cabeça daquele dia.   

—Eu sabia que precisava contar, Emily precisava saber por ser direito dela, é claro que eu estava com medo, mas ela tinha que saber que tinha o direito de escolha, mesmo meu lobo odiando isso, só que eu ficaria feliz com qualquer decisão que ela tomasse, mesmo a mais dura que fosse, desde que ela estivesse feliz. – absorvo suas palavras e um milhão de pensamentos me invadem e ele continua – Então fui até a casa de Sue e falei, no começo ela não acreditou, até eu mostrar, me transformei para ela e expliquei tudo sobre o imprinting, ela voltou para a cidade dela no outro dia, foi o tempo mais sofrido que passei. - sinto sua dor e solto um pequeno ganido sôfrego - Mas depois de uma semana ela estava de volta e eu sabia que tinha tomado a decisão, porque ela voltou para ficar. – as imagens somem de minha cabeça e eu concordo.  

—Vendo assim parece ser tão fácil. – penso e ele deita sobre suas patas.  

—Não é fácil Jacob, mas você já tem meio caminho andado, a Nessie já sabe e aceita o que você é, você só precisa contar o que sente. – emito um som como um bufar e me lembro de Edward e do que ele pediu – Você também precisa resolver isso, Edward não pode controlar a vida de vocês para sempre e você não pode deixar. –  ele tinha razão - Eu sei que tenho razão.  

—Eu sei, preciso resolver isso. – admito cansado e ele senta sobre suas patas me analisando.  

—Você precisa dormir Jake, esta péssimo. – ele pensa a coisa que tenho mais ouvido nesses três dias e eu concordo relutante.  

—Eu vou tentar.  

—Você tem alguma notícia? – ele pergunta e logo depois os Cullens vem na sua mente, pondero.  

—Sei que estão bem e voltando, mas não sei nada do que aconteceu lá. – ele concorda e ficamos em silêncio, ele vagando por minha mente duvidosa e eu também. Ele suspira.  

—Bom vamos terminar de correr o perímetro. – ele corre e eu o sigo.  

Terminamos de correr o periodo e no final encontramos com Colln e Embry. Embry perguntou como Nessie estava e depois de conversarmos imagens dela invadiram a cabeça de Collin, aquele garoto já estava me tirando do sério a algum tempo insistindo em sempre lembrar de Nessie ou falar nela. Antes que eu arrancasse a cabeça dele sai dali soltando um rosnado e quando cheguei no limite da floresta me tranformei novamente.  

Entrei em casa em busca das chaves da moto e calcei as botas antes de sair, trabalhar com certeza iria me acalmar. Acelero o máximo que posso e em menos de dez minutos estaciono a em frente a oficina, Quil e Seth me olham juntos quando pulo da moto.  

—E aí chefinho. – Seth me cumprimenta e eu aceno com a cabeça para ele.  

—Achei que finalmente estivesse dormido. – Quil fala com uma sobrancelha levantada, reviro os olhos.  

—Vocês poderiam por favor esquecer minhas obrigações e concentrar no trabalho? – Quil assobia rindo.  

—Que bicho te mordeu? – respiro fundo, entrando na oficina e me encosto em um dos carros, olho para os dois que estão me encarando sem entender nada e nego.  

—Me desculpem, é que o Collin está me tirando sério com essa fascinação por Nessie. – falo sentindo o gosto amargo do ciúmes pairar sobre minha boca e Seth concorda. 

—Aaaaaaaaa tá, agora eu entendi. Está com ciúmes. – Quil rebate tentando segurar o riso, o encaro mortalmente.  

—Jake, é só não aceitar, ele está te provocando. – Seth fala racional e eu bufo.  

—Fácil falar. – ele nega.  

—A Nessie não iria querer te ver brigando por ela. – ele fala jogando baixo e eu o observo descrente.  

—Muito obrigada Seth, por me fazer sentir pior ainda. – ele dá de ombros.  

—Pelo menos funcionou. – desencosto do carro e vou em direção as ferramentas.  

—Dane-se, vamos trabalhar, temos que entregar alguns automóveis ainda hoje. – eles concordam e cada um vai para seu posto.  

Enquanto eu trabalho Quil e Embry começam a conversar amenidades, Quil fala pouco sobre Claire e Seth sobre a faculdade, ele estava se esforçando pelo diploma de engenharia mecânica para ajudar na oficina, e era de grande ajuda, Seth sempre foi assim muito prestativo e atencioso e eu ficava feliz por Nessie além de mim ter ele, então eu não conseguia ter ciúmes dele, só um eterno carinho de irmão, como se ele fosse meu irmão mais novo.  

As horas correm rápidas e quando chega a hora de ir embora vou para a casa relutante, porque aquele geralmente não era o caminho que eu fazia quando saia da oficina, eu ia ver ela, ficar com ela, sentir o cheiro dela, ouvir ela falar de forma encantadora e esperta, ver seus gestos delicados e sedutores. Paro a moto em frente minha casa de novo e Rachel está saindo pela porta, quando ela me vê seu sorriso se alarga sorrio.  

Me observando ela desce as escadas e me alcança me puxando para um abraço, abaixo um pouco para que ela consiga alcançar meu pescoço e quando ela termina o abraço o seu sorriso ainda está lá.  

—Como você está? – ela pergunta passando a mão no meu rosto, me olhando no fundo dos olhos, não adiantava mentir para ela, eu não conseguia e nem queria.  

—Ficando louco. – ela sorri compadecida, e suspira. 

—Olha Jacob sei que não é fácil, mas terá que ser paciente. Nessie está bem ok, eu sei disso. – concordo relutante e ela continua – Eu fico triste de te ver assim, Billy também está, mas é incrível ver a forma como está fascinado, apaixonado, a forma como você a trata, como você olha para ela, tudo o que faz por ela. Ela precisa saber Jake.  

—Eu sei, e eu vou contar. – digo e Rach sorri beijando meu rosto.   

—Pois então conte, ela merece saber. O seu amor é lindo e garanto que ela vai ser a pessoa mais feliz desse mundo. – conclui como se fosse obvio e penso que queria que fosse fácil assim – Bom tem comida para você na geladeira, quero que coma, tome um banho e durma por favor, você está com olheiras enormes.  

—Sim senhora. – digo batendo continência, ela ri dando um tapa no meu braço.  

—Eu te amo e converse com o Billy, ele está bastante preocupado.  

—Claro, claro. – falo.  

—É assim que gosto de ver você com esse sorriso no rosto. – aponta para meu rosto e meu meio sorriso cresce para um completo – Até amanhã. – se despede e sai.  

A vejo sumir no meu campo de visão e subo as escadas devagar parando na frente da porta, do lado de dentro escuto a cadeira de Billy se mover sobre a madeira do chão, Tomo uma golfada de ar e entro logo em seguida. Quando fecho a porta atrás de mim Billy para o que está fazendo e me olha por um segundo antes de retomar seu afazer, o silêncio perdura sobre nós enquanto tomo o caminho do quarto e pego a toalha para um banho, quando retorno ele ainda não fala nada e fico incomodado com aquilo.  

—Me desculpe por hoje mais cedo. – peço como um menino que levou uma bronca e me sento cansado no sofá. Ele me olha avaliativo por seus olhos firmes e depois vem até mim, passa a mão por meus ombros e sorri, um sorriso contido.  

—Eu nunca vou entender a magia, mas entendo você. – ele fala de forma compreensível – Não é fácil perder alguém que ama. E cogitar tal possibilidade também não melhora as coisas. – sorrio fraco.  

—Eu me sinto impotente de olhar, saber da situação e não poder fazer nada para mudar isso. – esfrego as mãos sobe meus olhos e suspiro – Ela tem que voltar, eles precisam voltar. – falo olhando no fundo de seus olhos agora.  

—E eles vão, você vai ver, vai dar tudo certo. Você precisa se agarrar a isso. – sua voz de trovão fala firme e ele aperta meus ombros me reconfortando – Porque não toma um banho e come alguma coisa? Rachel deixou comida para você.  – concordo e me levando.  

—Vou fazer isso sim.  

Me encaminho para o banheiro e faço o mesmo processo de hoje de manhã, dessa vez abro o chuveiro mais forte, torcendo para que a água batesse contra minha cabeça e a abrisse lavando os pensamentos ruins que pairavam por ali, novamente foi inútil, saio com a toalha enrolada na cintura e de modo mecânico vou para o quarto e visto a calça de moletom costumeira para dormir, eu só precisava que aquele dia acabasse. Amanhã ela vai estar aqui.  

Vou para a cozinha e pego o prato separado por Rachel dentro da geladeira e coloco a montanha de comida dentro do micro-ondas a esquentando, como tudo devagar para que quando eu acabasse já tivesse passado muito tempo e o dia tivesse pelo menos próximo de acabar, mas para minha decepção não tinha passado nem vinte minutos, lavo a louça devagar e vou para o banheiro escovar os dentes, depois descido ir para o quarto tentar dormir um pouco, eu precisava estar bem para passar confiança para ela quando a visse.  

Me deito na cama, pego o celular conferindo a caixa de mensagem e constato já meio conformado que não tem nada lá, o guardo no criado e pego o bilhete de Nessie o lendo mais uma vez e bufo o guardando também, deito de barriga para cima encarando o teto e me permito respirar fundo me permitindo relaxar por um segundo, minhas pálpebras depois de um tempo enfim pesam, agradeço a quem quer que esteja intercedendo por isso e sinto o sono me levar aos poucos.  

 -Jake, acorda. – sinto mãos quentes no meu rosto e escuto aquela familiar voz, meu sorriso cresce no rosto. O cheiro de Nessie está em todo o local e me arrependo de ter dormido, aquele sonho tinha ido longe demais – Jake. - sua voz de sino me chama novamente.  

Abro os olhos devagar e fito Nessie com seu porta-retratos nas mãos sorrindo fraco, seu rosto angelical e delicado está de certa forma sério e seus olhos cor de chocolate estão sobre mim carinhosos e levemente vermelhos. Me dou ao luxo de pelo menos no sonho tela pra mim e sem pensar duas vezes a puxo para a cama a deitando no meu canto, seu pequeno grito em surpresa me faz rir e logo ela está deitada no meu canto, sua mãos estão em meu peito e delicadamente ele passa as mãos no meu cabelo.  

—Onde arrumou essa foto? – ela pergunta sorrindo e mordendo o lábio inferior, levo os olhos para ali e sorrio com a sua pergunta.  

Fiz um pequeno furto na sua casa. – ela gargalha maravilhosamente, pego o porta retratos de sua mão o colocando sobre o criado e me viro para ela novamente. 

Seu perfume de morango silvestres alcança minhas narizas e meu corpo todo reage a aquilo, fecho os olhos absorvendo seu carinho e seu perfume. Eu não consegui acreditar que pelo menos ali eu podia a ter para mim. Pego sua mão e dou um beijo nela e logo depois a abraço forte sobre meu peito, seus braços enlaçam meu tronco e ficamos ali por alguns minutos em silêncio.  

—Você está bem? – ela pergunta depois me olhando, meu sorriso se abre e a olho como se fosse óbvio.  

—Eu estou ótimo. – ela sorri sem mostrar os dentes e passa a mão abaixo dos meus olhos.  

—Não parece. – sorrio fraco.  

—Quando você voltar tenho certeza que isso vai acabar rápido. – falo e ela franze o cenho se separando minimamente.  

—Jake, mas eu já estou aqui. – concordo sorrindo.  

—Claro, claro. – ela me olha preocupada, mas ignoro.  

Beijo sua testa e depois ficamos em silêncio um encarando o outro, meus olhos alternam entre seus lábios rosados e seus olhos calorosos e ela faz a mesma coisa, será que estava com a mesma vontade que eu, sua respiração quente bate em meu rosto e seu hálito doce inibem meus sentidos, colo Nessie em mim e me permito pelo menos no sonho percorrer minhas mãos por seu corpo muito bem desenhado, era quase um pecado seu corpo. Ela cora minimamente ficando sexy no processo. Meu sorriso se alarga aquela visão era perfeita.  

Passo as mãos por seus cabelos e depois desço por seu rosto, passando o polegar em seus lábios, a observo fecha os olhos no processo, me aproximo devagar e a respiração de Nessie fica mais forte a medida que me aproximo, eu ficaria seriamente bravo quando acordasse, mas eu não sabia quando aquilo aconteceria na vida real, então pelo menos no sonho ela poderia ser minha por um momento.  

Quando meus lábios tocam os seus quentes, doces e macios, um sorriso brota em meu rosto, Nessie leva suas mãos até minha nuca me puxando para ela como um pedido e então peço devagar passagem com minha língua para dentro de sua boca e ela cede, era ridiculamente certo sua forma única de beijar, a forma como seus lábios se encaixavam perfeitamente aos meus, como seu beijo acompanhava o meu realmente como se tivesse sido feito para mim, nossas línguas dançam de forma sincronizada uma acompanhando o ritmo da outra. Me separo de sua boca sorrindo, acaricio seu rosto e ela sorri lindamente.  

—Quero viver para sempre nesse sonho. – falo e Nessie faz a boca em uma linha ficando seria.  

—Que sonho Jake? – sorrio.  

—Esse sonho primavera, ter você nos meus braços, sem ter que esconder que eu amo você, sem ter que mentir. – ela sorri, o sorriso mais lindo do mundo.  

—Mas Jake você não está sonhando eu estou aqui. – ela fala e eu travo minimamente, seu sorriso some com a minha reação – Chegamos de viajem essa madrugada e eu vim direto ver você. – ela finaliza e eu me levanto assustado olho a noite escura ainda lá fora, tento me situar e fito Nessie sentada na cama me encarando envergonhada.  

—Nessie me desculpa eu. – falo andando de um lado para o outro no quarto – Eu não, meu Deus como pude ser tão burro. – digo passando as mãos pelo cabelo de forma nervosa.  

—Sem problemas Jake eu vou embora. – ela fala se levantando eu estanco no lugar a interceptando na porta – Jake me deixa ir embora você não precisa fazer isso, achou que estava sonhando e sei que a realidade é diferente. – a encaro descrente, ela estava achando que eu só a queria no sonho? 

—Como assim diferente Nessie, tudo o que falei foi real, eu não menti em nada, só porque achei que estava sonhando. – digo e vejo um sorriso brotar em seus lábios, levo meus olhos para lá e quero retroceder a dois minutos agora em que eu estava preso ali.  

Meus pés me levam até ela de forma automática e ela não se mexe, fica presa entre a porta e eu, colo nossos corpos e fico relutante entre beija-la e não beija-la, sinto seu coração bater descompensado sobre o peito e levo a mão ali sentindo o batimento sobre minha palma, eu tinha cometido um erro, um terrível erro, o meu melhor erro, nunca achei que uma coisa seria tão certa quanto beijar Nessie, quanto estar com seus lábios sobre os meus, com ela em meus braços. Mas era errado eu tinha prometido a Edward que iria esperar e agora era um lobo morto por ter quebrado minha promessa. Fico nessa luta interna por alguns segundo até Nessie colocar uma mão sobre meu peito e a outra sobre meu rosto e ali não vacilo mais, seus olhos chocolates me hipnotizam e como eu já era um lobo morto, mando Edward para o inferno com aquela maldita promessa em pensamentos e a beijo novamente me rendendo a aquele magnetismo que ela tinha.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então o que acharam do cap. do nosso lobinho favorito? E o amor dele? O beijo que vocês tanto esperavam? E bom não me matem o baile vai ser todo explicado, a estadia deles em Volterra aguardem, quero vocÊs curiosos. Hahahahhaha. Bom quero muitos comentários, favoritos kkkkk, acompanhando novos comentem eu não mordo e antigos continuem comentando eu amo ver a reação de vocês sobre o cap.

Bejú até o proximo cap.

By Isa Devaylli.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Equinócio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.