De volta em casa, com a prima Cristina a salvo das garras do homem podre que era Douglas, Ágata encarou sua casa limpa e cheirosa, cortesia de Eduardo.

Depois que a garota encerrou o casamento na frente das famílias, os parentes de Douglas se revoltaram e a xingaram e acabaram sendo expulsos com muita briga pela família da garota. Para surpresa geral, até mesmo a mãe de Cristina ficou do lado da filha e a abraçou enquanto a mesma chorava nos braços dela. 

A cena tinha sido emocionante e triste, e Ágata achou que era o momento certo para se abrir também.

— Eduardo não é meu namorado – Contou à família – Ele é só meu colega de trabalho. Eu terminei com meu namorado, Bernardo, porque ele tava me traindo. Mas não tive coragem de contar pra vocês.

— E agora, o que ele é? – Maria de Lourdes indagou curiosa – Será que vai sair um casamento daí?

— Não, vovó – Riu descartando a ideia. Mas agora, sozinha em casa, se via tão estranha sem a companhia de Eduardo. Parecia errado.

Lembrou do beijo na noite da despedida de solteiro. Lembrou das mãos fortes dele em suas costas nuas. E lembrou da forma como riam quando estavam juntos. Olhou sua casa silenciosa e imaginou o riso do rapaz preenchendo os cômodos e não resistiu ao ímpeto de ligar para ele.

— Oi – Falou.

— Oi— O garoto cumprimentou – Como está?

— Curtindo o silêncio – Comentou.

— E como ele é?

— Muito quieto – Deu de ombros – E você?

— Eu... Estou do lado de fora da sua casa— Confessou – Com medo de bater na porta.

— Você o que? – Riu.

— Achei estranho ficar longe— Contou – De ti.

— Eu também – Ágata sorriu.

— E ai?

— O que?

— Posso subir? — Indagou acanhadamente.

— AH! Sim, por favor – Pediu desligando o celular e indo até a porta do apartamento, esperando ver os olhos belos e a pele negra de Eduardo em seu corredor.

—Somos uma dupla e tanto - Ágata comentou.

— Fizemos o que fomos lá para fazer - Eduardo comentou com aquele sorriso. Aquele que derretia a garota e amolecia suas pernas.

Teve vontade de pular em seu pescoço e beijá-lo assim que ele entrou, mas a timidez segurou seu corpo no lugar, permitindo apenas um beijo na bochecha envergonhado.

Entretanto, Eduardo não era tão acanhado assim, então segurou Ágata pela cintura, levantando a garota e levando até o quarto.

Tiveram uma lua de mel pelo casamento que destruíram, comemorando o sucesso da missão: vingar a noiva.