Libertinamente Marotos - HIATUS escrita por Lady Anna


Capítulo 16
Capítulo XV


Notas iniciais do capítulo

Hey migues! Quanto tempo!
Perceberam a capa nova que nós temos? O que acharam? (usei todo o talento de designer que eu não possuo pra fazer haha)
Enfim, eu não tenho muito o que falar não, apenas vou deixar uma definição pra voces não ficarem perdidos na história:
Historicamente, a lei do casamento evoluiu de maneira diferente na Escócia em relação às outras jurisdições no Reino Unido, como uma consequência das diferenças na lei Escocesa, e do papel da Igreja da Escócia. Estas diferenças levaram a uma tradição de casais da Inglaterra e de Gales fugirem para a Escócia, para casarem em cidades da fronteira como Gretna Green. Nos séculos dezoito e dezanove as leis do casamento na Escócia encorajavam os casais que queriam casar-se a fugirem da Inglaterra para a Escócia. Com meios de transporte menos desenvolvidos do que hoje, muitos destes casamentos eram celebrados em Gretna Green, o primeiro estabelecimento escocês na estrada principal da Costa Ocidental a partir da Inglaterra: daí o termo casamento de Gretna Green para designar os casamentos contraídos numa jurisdição que não era aquela da residência do casal a contrair matrimónio, para evitar restrições ou procedimentos impostos pelas jurisdições domésticas de ambos. Outra vilas da Fronteira Escocesa empregues para estes casamentos eram Coldstream Bridge, Lamberton Toll (em Lamberton, Berwickshire), Mordington, e Paxton Toll. Portpatrick em Wigtown era usada pelos casais da Irlanda, por causa do paquete (navio) diário para Donacghadee.
Trecho retirado daqui: https://sites.google.com/site/clanrolloonlineculturaescocesa/tudo-o-que-e-escoces-1/escocia-romantic



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"Viver não é esperar a tempestade passar. É aprender a dançar na chuva." Autor desconhecido 

Sirius esfregou os olhos, cansado. Passara as últimas 12 horas ao lado de James e de vários criados andando em torno do Rio, gritando por Remus. Porém, como já era esperado, eles não encontraram nada e, por isso, a única coisa que sentia era um grande buraco no peito. Suspirou ao sentir a cotovelada de James em suas costelas e obrigou seus pés a entrarem na sala da mansão Meadowes. Eles combinaram que contariam a Srta. Meadowes juntos, afinal a garota precisaria de todo o apoio e, para serem sinceros, nenhum deles conseguiria fazer aquilo sozinho.

Os raios de sol que transpassavam pelas janelas deixavam a sala iluminada, com um aspecto quase divino, o qual não combinava nada com a aura sombria que se instaurava na sala. O marquês se encontrava em um terno formal, enquanto a marquesa trajava um luxuoso roupão vinho.

—Desculpe-nos não estarmos preparados para recebê-los, cavalheiros. –Lady Meadowes indicou o sofá para eles se sentarem. –Pedi para a cozinheira nos preparar um chá, não deve demorar.

—Não se incomode, milady. –A voz de James soava quebrada. –Nós é que devemos pedir desculpa pelo horário.

Sirius relanceou o grande relógio dourado na parede. 5:20. Definitivamente, era muito cedo para uma visita.

—Dorcas não deve demorar. –A voz do marquês ecoou por toda a sala, forte. –Mas eu gostaria de saber o que os cavalheiros gostariam de tratar com minha filha com tanta pressa.

—Desculpe, milorde. –Normalmente Sirius tentaria utilizar um pouco da cara educação que lhe fora oferecida, mas ele estava acabado demais para isso. –Gostaríamos de tratar o assunto somente com a Srta. Meadowes.

Como se a tivesse invocado, a loira apareceu no alto da escada. Os cachos bagunçados, os olhos sonolentos e as bochechas coradas indicavam que ela acabara de acordar. Um breve sorriso confuso passou pelo rosto angelical antes que ela fizesse uma reverência e os cumprimentasse.

—Milordes, é um prazer recebê-los, apesar do horário. –O sorriso tímido permaneceu do rosto dela e Sirius sentiu uma fisgada no estômago ao constatar que ele e James logo acabariam com a felicidade dela.

—Senhorita, eu e Sirius... –James começou e pigarreou algumas vezes antes de continuar: –Imagino que a senhorita saiba que Remus estava viajando.

—Ah sim, aconteceu alguma coisa? –A expressão dela se tornou preocupada enquanto empalidecia.

—Eu... –James olhou para o teto, os olhos brilhantes de lágrimas. Ele tentou pigarrear, mas isso tornou tudo pior.

Sirius sabia que era tão difícil para o amigo quanto era pra ele, mas James não conseguiria falar em voz alta. Dizer tornava tudo real. Em um lance inesperado de coragem, Sirius olhou nos olhos da Srta. Meadowes e conseguiu dizer:

—Eu lamento muito, senhorita. Estava chovendo, as estradas não estão boas, a carruagem caiu no rio...

Apesar das frases desconexas, ele percebeu que a garota entendeu o que ele queria dizer afinal ela precisou se apoiar no corrimão da escada, os olhos arregalados.

—Ele não...quer dizer, ele está bem, não é? –Diante do silêncio incômodo da sala, a Srta. Meadowes foi até Sirius, segurando-o pelos ombros. –Me diga que ele está bem, apenas machucado. Por favor, ele não pode estar...não pode...não

—Lamento senhorita. –Um soluço desencadeou um choro alto. Naquele momento, Sirius se perguntou se o casamento do amigo era motivado apenas por interesse e uma reputação arruinada, afinal era evidente que a Srta. Meadowes tinha afeto por Remus. A constatação disso tornou tudo ainda pior.

Sirius não saberia dizer quanto tempo aquele momento durou e muito menos como saiu de lá. A única coisa que se lembrava com clareza era dos olhos desolados da ex-noiva de Remus.

Indo em direção à mansão Black, desejou desesperadamente que Marlene já tivesse respondido a última carta que a enviara, um dia antes da tragédia com Remus. Sirius queria esquecer tudo e sentia que apenas conseguiria isso falando com ela. Porém, ao chegar ao escritório tudo que encontrou foi um bilhete, com as palavras estranhamente tortas dizendo: “estou indo, cuide de Lily enquanto isso.” Franzindo o cenho, concluiu que o bilhete fora entregado no endereço errado, mas não se importou em avisar ao serviço de correspondência. Tudo que restara a Sirius foi tomar whisky na biblioteca, tentando amenizar a dor da perda de Remus Lupin.

—x-

Marlene percebeu que aquilo não era uma boa ideia assim que saiu de casa escondido de madrugada. Na verdade, percebeu que havia algo errado assim que recebeu um bilhete jogado junto com uma pedra em sua janela que dizia apenas: “Lily precisa de você. Venha o mais rápido possível. Sirius". Obviamente ela estranhou o fato de Lily estar junto com Sirius, mas a urgência no bilhete a desnorteou um pouco, fazendo com que ela pegasse o primeiro coche de aluguel que passou na rua, o que demorou um pouco, e lhe desse o endereço no verso do bilhete.

Quando percebeu que o endereço resultava em uma estranha igreja, sentiu seus ombros se tensionarem um pouco mais. Ela quase desistiu e pediu ao cocheiro para voltar, certamente alguém a estava enganando, mas um choro baixo a impulsionou a entrar naquela construção.

Lily estava sentada em uma posição estranha no último banco com os pés amarrados e uma das mãos algemada ao banco. Aparentemente, ela tentava cortar as cordas com uma faca.

—Lily?

A ruiva se virou e, em um instante, a faca estava vindo em sua direção. Por reflexo, ela conseguiu desviar e ouviu o objeto cair em um baque surdo no chão empoeirado.

—Marlene? Ah Graças a Deus! –A ruiva arregalou ainda mais os olhos verdes. –Você não devia estar aqui! O que está fazendo? Pega a faca, rápido!

Por instinto, Marlene pegou a faca e foi até Lily, tentando ajudá-la, mas as cordas eram grossas demais para serem cortadas.

—Quem te trouxe para cá? Eu recebi um bilhete do Sirius falando que você precisava de mim e tinha o endereço no verso. Eu saí escondido e vim até aqui.

—Droga, Lene. Não foi o Sirius que mandou aquele bilhete, foi a...

Antes que ela conseguisse terminar de falar, um homem grande entrou pela porta. Lily rapidamente escondeu a faca no vestido enquanto Marlene jogava um jarro de flor no homem. Isso não surtiu nenhum efeito e ele rapidamente a segurou pelas mãos, prendendo seus braços nas costas com uma corda.

—Solta ela, seu imbecil. É a mim que vocês querem!

—Não seja ingênua, querida. Eu preciso de vocês duas. –Uma voz fina do lado exterior da capela ressoou. –Agora, eu levarei vocês duas para Gretna Green e as casarei com dois ótimos cavalheiros.

—Você não pode fazer isso, sua vaca! –Disse Marlene, não ligando para as cordas em suas mãos e indo na direção à voz, mas foi segurada pelo homem, o qual a carregou e a jogou dentro de uma carruagem.

—Vocês são apenas pedras no meu sapato, Srta. McKinnon. E eu sou ótima tirando pedras dos meus sapatos.

Antes que ela pudesse responder, sentiu Lily sendo jogada ao seu lado, batendo forte o cotovelo em sua barriga. Lily, que parecia ainda mais estabanada do que de costume, perguntava repetidamente se a tinha machucado, mas a atenção de Marlene estava na figura loira que trancava a porta da carruagem.

“Me desculpe", disse com os lábios antes de ordenar ao cocheiro que tomasse o caminho mais curto até o vilarejo de Gretna Green.

—x-

Dor, dor e dor. Era tudo o que sentia. Suas pernas estavam pesadas e doloridas, um dos braços estava imobilizado e era a pior dor que ele já sentira enquanto que o outro braço permitia apenas alguns poucos movimentos. Os pulmões estavam pesados, era difícil respirar e, como se tudo isso não bastasse, sua cabeça martelada.

Ele abriu os olhos e por alguns momentos desesperadores viu apenas escuridão, mas logo seus olhos se acostumaram com a claridade e ele se viu em um quarto mal-arrumado, cuja única mobília era a cama dura na qual ele estava. Ao lado da cama, sentado ao chão, um pequeno garoto cochilava. O menino não parecia ter mais que dez anos e era evidente que ele não era bem alimentado.

Ele conhecia aquele garoto? Na verdade, quem ele era? Com uma grande dor na nuca um nome veio a sua mente: Dorcas. Quem era ela? Em um instante, a cabeça dele se encheu de lembrança e ele conseguiu vislumbrar tudo que acontecera antes do acidente da carruagem. Ele era Remus Lupin e precisava sair dali imediatamente.

Remus tentou se levantar e falar alguma coisa, mas a única coisa que conseguiu foi tossir repetidas vezes. O garoto acordou e sorriu ao vê-lo acordado.

—A Sra. Violet disse que logo você acordaria. Ela me pediu para te dar esse caldo quando acordasse e disse que você tinha que tomar tudo.

Remus tomou pacientemente o caldo, o qual tinha um gosto questionável, e quando sentiu que a voz voltara, perguntou:

—Quem é você?

—Michael, mas todo mundo aqui na fazenda me chama de Mike.

—Onde eu estou?

—Na fazenda de Lorde Finnigan, o conde de Porler. Eu e o caseiro te achamos ao lado do Rio logo após a enchente e te trouxemos pro estábulo já que Lorde Finnigan não gostaria que levassemos alguém desconhecido para dentro do casarão.

—Obrigado. –Foi a única coisa que ele pensou em dizer. Queria perguntar há quantos dias estava ali, mas tinha medo daquela resposta.

O garoto provavelmente viu em sua expressão o que o atormentava, afinal disse:

—Você acordou bem rápido, te encontramos ontem. Mas agora que eu já respondi tudo que você queria saber, eu tenho algumas perguntas.

Remus apenas balançou a cabeça, concordando. Falar doía demais.

—Como você foi parar no rio?

—Eu... –Ele fez uma pausa, tentando reorganizar os pensamentos. – Minha carruagem estava indo para Londres e a chovia muito no momento. Nós caímos no rio e...eu não me lembro de mais nada

—Foi um acidente bem feio. –O garoto fez uma careta quase engraçada. –Seu braço esquerdo tá quebrado, segundo o médico da vila, e deve ficar imobilizado por uns meses. Você torceu um dos pés e tá bem estranho, mas não tá quebrado. A outra perna tinha muitos cortes e estilhaços de vidro que a Sra. Violet tirou. Mas o que a preocupava era a água que você tinha engolido, podia ter te matado.

Remus não sabia quem era aquele garoto, mas duvidava que fosse bom para ele ver todos aqueles machucados.

—Quantos anos você tem?

—12.

—Sua mãe não devia deixá-lo ficar aqui, comigo. Você nem me conhece.

—Eu não tenho mãe. Ou pai. Ou irmão. Eu fugi do orfanato porque os garotos eram maus comigo e acabei encontrando o caminho até a fazenda de Lorde Finnigan. Trabalho aqui desde então. –Mike contou tudo como se constatasse um fato. –Então não tem problema eu ficar aqui e, além disso, eu quero ser médico quando crescer, você é meu primeiro paciente, Sr...

—Remus, Remus Lupin. O quão longe de Londres estamos?

—Quatro ou cinco horas de carruagem, acho.

—Você pode arrumar uma carruagem para mim? Eu preciso ir para Londres imediatamente.

O garoto entortou a cabeça, olhando fixamente para ele.

—Eu não sei se Lorde Finnigan te emprestaria uma carruagem. –Mike olhava-o de forma muito engraçada, como se o achasse louco. –E o senhor não deveria ser mover, pode deslocar o osso quebrado.

Remus praguejou baixo. Mike tinha razão, era óbvio. Porém, ele também não podia ficar ali, deixando todos acreditarem que ele havia morrido.

—Se eu escrever algumas cartas vocês as envia para Londres?

—Sim. -O garoto parecia em dúvida e Remus torceu para ele realmente fizesse o que havia lhe pedido. –Mas o moço dos recados não vai querer levar nada sem remuneração.

Mais uma vez, Remus praguejou. Ele não tinha nenhum dinheiro nesse momento e garantir que era Remus Lupin, dono do maior cassino de Londres, não adiantaria nada. Provavelmente achariam que ele estava mentindo ou que estava louco.

—É muito importante? –Remus olhou para o garoto e assentiu. Garantir a todos que estava vivo? Isso era mais do que importante. –Eu posso te emprestar os trocados que já ganhei trabalhando para Lorde Finnigan, mas só vão cobrir o envio de uma carta

Remus sentiu um calor no peito. Aquele criança, que aparentava não ter nada, oferecia o pouco que tinha para ajudá-lo. Certamente, após sair dali, ele faria tudo o que tivesse ao seu alcance para ajudar o garoto. Porém, agora deveria se concentrar em decidir para quem enviar aquela carta. Naquele momento, ele dependia de uma boa escolha.

—x-

Lily sentia-se zonza e sua visão estava embaçada devido, provavelmente, a pancada que levara na cabeça. Talvez o cansaço contribuísse para aquilo tudo também, afinal fazia cerca de cinco horas que ela e Marlene estavam naquela carruagem. Com ajuda da faca que Lily trouxera, elas conseguiram cortar as cordas que prendiam as mãos de Marlene e os pés de Lily, mas quanto às algemas nas mãos da ruiva seria impossível tirar, afinal a faca perdera quase totalmente o corte e, mesmo que não tivesse perdido, seria impossível cortar o metal.

Agora, elas tentavam bolar um plano que conseguisse as tirar dali, preferencialmente antes de estarem casadas. Marlene queria atacar os seus sequestradores assim que abrissem a porta:

—Sério, Lils, a ideia é ótima. –Diante do olhar incrédula da ruiva, Marlene continuou: –Eu uso a faca porque suas mãos ainda estão presas e você pode chutá-los. Quando nós os derrubarmos, eu pego a chave e solto suas mãos e aí nós saímos pedindo socorro.

—Eles são pelo menos três, Lene. Nós não conseguiremos derrubá-los assim. –A ruiva buscou por alguma ideia minimamente funcional. –Talvez seria melhor se nós fingíssemos que ainda estamos presas e esperássemos. A viagem até Gretna Green dura quase 24 horas e eles terão que trocar de cavalos em alguma estalagem. Se eles nos deixarem sozinhas podemos tentar fugir e se deixarem alguém nos vigiando será um pouco mais fácil lutar contra só um deles.

Elas discutiram o plano por mais alguns minutos e, mesmo percebendo uma série de possíveis falhas, concordaram que era o melhor que elas conseguiriam pensar naquele momento. Duas horas depois, enquanto Marlene cochilava ao seu lado, Lily olhava fixamente através da janela. A verdade era que, mesmo profundamente magoada com James, ela não conseguia parar de pensar nele, em qual seria sua reação ao perceber que ela sumira. Será que se sentiria culpado? Ou pensaria que ela fugira por vontade própria?

Sentindo os olhos cansados, ela encostou a cabeça na janela e os fechou, não antes de deixar uma solitária lágrima escorrer.

—x-

James contou mentalmente até dez enquanto abria um sorriso forçado. Sinalizou para que a mulher se sentasse na poltrona de frente a que ele estava.

—Sra. Evans, é um prazer recebê-la. Por favor, fique a vontade. –Talvez se não estivesse tão abalado com a morte de Remus, ele percebesse que a Sra. Evans não aparentava o encanto que sempre coloria seu resto ao vê-lo e sim uma expressão preocupada. –Aceita um chá?

—Não, eu gostaria de falar de falar com a Srta. McKinnon, se possível.

James estranhou o pedido, mas mesmo assim, pediu a um dos criados que fosse chamá-la. Instantes depois, ele voltou:

—Lamento milorde, mas não conseguia encontrar a Srta. McKinnon em nenhum lugar.

James não achou estranho, afinal Marlene poderia ter saído ou talvez estivesse em um canto dos jardins. Porém, ao ouvir a voz estranhamente chorosa da Sra. Evans, sentiu sua garganta secar:

—Eu não deveria ter a forçado a participar da temporada social! –Lágrimas grossas desciam pelas bochechas rosadas da mulher e altos soluços escapuliam de sua boca. –Eu a amo e agora ela fugiu...com Marlene...eu não devia ter demitido...eu nunca mais vou vê-la...minha Lily...minha menina...

Apesar das poucas palavras que conseguira entender, em um piscar de olhos tudo fez sentido para James: Lily não estava em uma aventura qualquer, como ele idiotamente supusera na noite anterior. Ela estava precisando de ajuda por causa de um bilhete que alguém lhe mandara. Lily pedira ajuda a ele e, como o perfeito idiota que era, além de não ajuda-la, ainda insultou-a. A pessoa que enviara o bilhete provavelmente estava com Lily e ele não fazia ideia de quem era ou onde estavam. Se ele tivesse a ajudado...Se ele não tivesse a deixado sozinha...Se...

Praguejando, ele explicou em rápidas palavras o que acontecera para a Sra. Evans e viu o rosto dela tornar-se mais branco a cada palavra. Por fim, a mulher lançava-lhe um olhar mortal enquanto xingava-o de palavrões que deixariam Sirius envergonhado.

—Tem certeza que sabe a definição de cavalheiro, Lorde Potter? Porque eu tenho sérias dúvidas. –Sra. Evans apontava um dedo em riste em sua direção e, por mais que quisesse se defender das acusações, sentia que merecia cada uma delas. –Aliás, eu tenho certeza: você não é um cavalheiro coisíssima nenhuma! Minha filha lhe pediu ajuda e você deliberadamente a ignorou! Agora, ela está sumida, Deus sabe onde e ela pode estar ferida ou...ou...

A torrente de lágrimas voltou e James sentiu o nó em sua garganta aumentar ainda mais. Se algo acontecesse a Lily a culpa seria totalmente dele. Por que não dera mais atenção a ela? Ele percebera que aquela não era uma situação normal, não era um lugar onde Lily normalmente iria, mas estava ocupado demais para dar atenção a esses detalhes.

Após pedir a um dos criados para chamar sua mãe para fazer companhia a Sra. Evans, ele tomou uma decisão: procuraria Lily até o fim do mundo se fosse preciso. James já havia perdido Remus, não suportaria perder ela também.

—x-

Dorcas,

Sou eu, Remus. Eu sei que você provavelmente não vai acreditar agora, mas calma, leia até o final e tudo será explicado. Quem está escrevendo está carta para mim é Mike, um garoto que está cuidando de mim. Eu sofri um acidente realmente sério, mas estou bem na medida do possível.

Preciso que você contate Sirius e James o mais rápido possível e diga-lhes que estou na fazenda de Lorde Finnigan, o conde de Porler, e que não consigo me locomover até a cidade. Peça-lhes para enviar o meu médico, pois acredito que preciso de mais alguns cuidados além dos que estou recebendo.

É importante que você saiba, minha querida, que eu estou bem e que não há motivos para você se preocupar. Apenas faça o que eu lhe pedi e por tudo que é mais sagrado NÃO ENTRE EM UMA CARRUAGEM PARA VIR ME VER. As estradas estão muito ruins e eu nunca me perdoaria se algo lhe acontecesse.

Carinhosamente, Remus Lupin.

Ps.: Para você ter certeza que sou eu: por causa do paletó que eu lhe emprestei no baile dos Longbotton’s e que ficou em seu quarto é que nós nos tornamos noivos (como eu adoro aquele paletó)

Dorcas sentiu o papel escorrer de suas mãos e cair no chão não fazendo barulho algum. Porém, em seus ouvidos ela conseguia escutar perfeitamente as batidas disparadas do seu coração. Remus estava vivo! Mas ela precisava fazer alguma coisa, precisava ajuda-lo como ele pedira. Ela tentou escrever um bilhete aos outros marotos, mas suas mãos tremiam tanto que era impossível escrever uma única palavra. Dorcas precisava de uma solução o mais rápido possível.

Em um rompante, ela desceu as escadas e abriu a porta do escritório do pai. Não ligando para o olhar feio que ele lhe lançara ou para as lágrimas que certamente cobriam seus olhos, ela lançou os braços a sua volta, abraçando-o:

—Ele está vivo! –O pai tinha uma expressão confusa no rosto. –Remus, papai. Remus está vivo!

Ela entregou-lhe a carta para ler e a cada linha percebia que o rosto do marquês se tornava mais incrédulo. Por fim, ele apenas abriu um sorriso contido enquanto lhe dizia:

—Eu não quero que você tenha falsas esperanças, Dorcas. Isso pode ser um...engano, mas nós com certeza averiguaremos. –Ela assistiu enquanto o pai pegava o casaco e o chapéu de viagem. –Eu conheço Lorde Finnigan e sei onde a fazenda dele fica. Contatarei imediatamente Lorde Black e Lorde Potter e nós iremos até lá juntamente com um médico.

—Posso ir com vocês? –Dorcas viu que seu pai lhe negaria, portanto tratou de tentar convencê-lo: –Por favor, papai. Eu vou estar com você o tempo todo e, além disso, não está chovendo, as estradas já estão melhores. Por favor, eu só vou ficar ainda mais esperançosa se ficar aqui enquanto vocês vão.

Com um suspiro, o marques balançou a cabeça afirmamente, afinal seria impossível convencer Dorcas a não ir com eles.

—Coloque um vestido de viagem rápido. –Ele abriu um sorriso. –Temos um noivo para salvar.


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Notas finais do capítulo

Eu adoro Gretna Green, acho simplesmente incrível eles terem um lugar para fugir para fazerem os casamentos as pressas.
Eu queria dar boas vindas aos novos leitores e agradecer a Airam Lupin por ter favoritado (brigadão, gata♥)
Enfim, comentem me contando o que vocês acharam e se quiserem interagir mais comigo me sigam no twitter @Anna_ladie
Beijinhos!