Libertinamente Marotos - HIATUS escrita por Lady Anna


Capítulo 14
Capítulo XIII


Notas iniciais do capítulo

Hey lind@s!
Claramente, como a pessoa ótima para cumprir datas que eu sou, eu atrasei com o capítulo e peço desculpas por isso. Tive um trabalho de último hora do EaD que me roubou a quinta-feira todinha.
Bem, o capítulo tão legal, com muito aparição de Euphemia Potter, para a minha felicidade (sou apaixonada nessa mulher, gente kkkk)
Enfim, espero que gostem!



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"–Está tudo bem.–Ele disse.–Nós estamos juntos."-Percy Jackson, Rick Riordan

Euphemia abaixou-se para pegar uma pequena margarida no jardim da mansão Potter. Ela sempre gostara de levantar cedo e caminhar para manter-se ativa. Antigamente, Charlus a acompanhava e sempre apanhava uma pequena flor e colocava-a em seu cabelo.

“Nenhuma flor se compara a sua beleza, Euphi", ela sorriu com a lembrança da frase que o marido lhe dizia todos os dias. Em dias como aquele, nos quais Euphemia tinha decisões difíceis para tomar, ela desejava desesperadamente que Charlus estivesse ali, lhe dando flores e segurando sua mão.   

Ao sentir as lágrimas nos olhos, a condessa decidiu voltar a mansão, afinal ficar melancólica não a ajudaria em nada. Chegando até a sala de jantar, percebeu que o desjejum já estava servido e que James já estava na mesa.

—Bom dia, querido. –Ela se abaixou para beijar a bochecha do filho.

—Bom dia, mãe. –James puxou a cadeira para ela se sentar. –Estava caminhando?

—Sim, me ajuda a refletir.

—Está tudo bem com a senhora? –A expressão de James refletia a sua preocupação.

—Sim, eu só sinto muita falta do seu pai. –Ela sentiu o filho apertando sua mão e lançou-lhe um sorriso triste.

Enquanto se servia, Euphemia pensava sobre o que faria em relação à Marlene. Obviamente, tentaria ajudar a garota, independente de sua situação, mas antes ela precisava entendê-la. Aproveitando que estava sozinha com James, Euphemia decidiu extrair o máximo de informações possíveis dele.

—James, por que você estava com a Srta. Lily?

Surpreso com a pergunta repentina da mãe, James engasgou-se com o suco e, somente após uma longa a crise de tosse, conseguiu respondê-la:

—Eu...nós...a gente... –Ele fez uma pausa, inspirando profundamente. –Ela queria ajudar a Srta. McKinnon, fugiria de casa de qualquer forma para ajudar a amiga. Eu só achei mais seguro levá-la comigo porque assim poderia mantê-la segura.

Ao ver o olhar apreensivo que o filho lhe lançava, claramente preocupado com a opinião dela, Euphemia abriu um sorriso sincero.

—Tudo bem, James. Não estou julgando vocês, só queria entender a situação. Como vocês ficaram sabendo que Marlene fora demitida?

—A Srta. Black nos disse. –Euphemia não poderia censurar o desprezo de James ao se referir à garota, afinal ela mesma não gostava muito dos Black's devido às ações preconceituosas da família, salvo Sirius que era como um filho para ela. –Ela queria forçar Sirius a anunciar um noivado para nos dizer onde Marlene estava.

—O que aconteceu depois? –Perguntou, interessada.

—Eu e Lily conseguimos mandar a Srta. Black embora. –James abriu um sorriso maroto, o qual Euphemia não via há muito tempo. –Lily rasgou o vestido dela. Inacreditável, não?

Euphemia sentiu um sorriso em seus lábios. A ação da Srta. Evans não fora a melhor possível e, obviamente, ela não deveria apoiar agressões, mas evidentemente Bellatrix merecera.

—Ela me parece muito corajosa. –Observou, atenta, a reação do filho.

—Um pouco inconsequente, eu diria, mas é...uma boa pessoa. Certamente, leal e confiável. –James se levantou e deu-lhe um beijo na bochecha. –Eu preciso ir, mãe. Volto para o chá.

Euphemia pediu para uma criada levar o café da manhã para Marlene no quarto, afinal, por mais que quisesse saber o que acontecera, precisava dar espaço a garota. Durante as próximas horas, a condessa esperou pacientemente que Marlene a procurasse.

—×-

Marlene estava um pouco ansiosa. Talvez mais que um pouco. Ok, ela estava completamente ansiosa. Tinha consciência que Lady Potter fora compreensível e gentil na noite anterior, mas a preocupava o que a condessa pensaria dela agora, afinal ela decidiu que contaria a verdade. Talvez não fosse a melhor solução, e ela ainda não estava certa disso, mas depois de tudo que a mulher fizera, o mínimo que ela merecia era a verdade.

Pouco antes do almoço, Marlene resolveu procurar por Lady Potter e a encontrou na biblioteca.

—Milady, –Chamou, fazendo uma pequena reverência. –Como está hoje?

—Ótima, meu bem. E você, está melhor? –Ao ouvir a resposta afirmativa de Marlene, Lady Potter levantou-se e pegou alguns livros da mesa, entregando-os a ela. -Me ajuda a levá-los até o segundo andar?

Marlene rapidamente acomodou-os em seus braços e seguiu a condessa pelos corredores da mansão. Ela estava procurando uma forma de contar-lhe tudo quando ouviu a voz baixa da mulher:

—Posso te contar uma história?

—Claro, milady.

—Não precisa me chamar de milady, Marlene. –A condessa lançou-lhe um sorriso doce. –Você é uma convidada em minha casa, pode me chamar de Euphemia. –Diante do balançar de cabeça afirmativo dela, Lady Potter continuou: –Eu e Charlus, meu falecido marido, sempre fomos apaixonados um pelo outro, desde que éramos crianças, onde um ia, o outro ia atrás. Durante todos os anos em que ele esteve em Eton e Cambridge, nós nos correspondemos por cartas, eu as guardo até hoje para manter um pedacinho dele comigo.

“Quando ele me pediu em casamento, mesmo sabendo que talvez eu não pudesse ter filhos, eu o amei dez vezes mais. O dia mais feliz da minha vida foi o dia do nosso casamento, talvez só perdendo para o nascimento de James. Mas o dia que ele morreu foi, sem dúvidas, o  mais triste. De manhã, Charlus levara James para pescar e voltara mais cansado que o normal. Eu sugeri que ele se deitasse um pouco para descansar e ele nunca mais acordou.”

Ao ver as lágrimas brilhando nos olhos da condessa, Marlene sentiu seu coração apertado.

—Lamento, Euphemia. –Disse com sinceridade. –Ele parecia ser um bom homem.

—Ele era. –Por alguns segundos a condessa ficara perdida em pensamentos. –Mas Charlus me ensinou uma lição valiosa quando se casou comigo: ele me escolheu mesmo sabendo que talvez eu não pudesse lhe dar um herdeiro, o que é imperdoável para a aristocracia. Porém, ele não se importava e cuidou de mim, apesar de tudo. Ele me ensinou a ser uma pessoa melhor. –Marlene ofereceu, discretamente, um lenço para Euphemia, que o aceitou. –O que eu quero lhe dizer é que eu ficarei do seu lado, independente do que aconteceu. Eu quero te ajudar, querida.

Sentindo os olhos arderem, Marlene soltou o ar que nem percebeu estar segurando. Juntando toda a coragem que havia dentro de si, ela contou toda a verdade para a condessa. Contou sobre ser filha bastarda de um nobre. Contou como sua madrasta a mandara embora e, depois, como a Srta. Evans fez a mesma coisa. Contou como a duquesa a recebeu em sua casa, porém, após saber da sua descendência pela Srta. Black, a mandara embora.

Ao terminar, Marlene se surpreendeu com o sorriso tranquilo no rosto da condessa.

—Eu me lembro de visitar vocês, como eu não a reconheci? -Lady Potter parecia...deslumbrada. –Isso não importa agora. Eu lhe garanto que resolvermos isso, fique tranquila.

—Eu agradeço muito. –Ninguém nunca tratara o fato dela ser uma bastarda com algo minimamente simples. –Mas como faremos isso?

—Calma, querida. Eu pensarei em algo. –Lady Potter abriu a porta do quarto de Marlene. –Por hora, descanse e leia algum desses livros. Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, me fale e eu providenciarei.

Marlene entrou no quarto sorrindo com a fala da mulher, que fora extremamente gentil e atenciosa. A morena sentia-se, pela primeira vez em horas, leve e calma.

—×-

—Não se esqueça de segurar a xícara direito. –Lily revirou os olhos com a fala da mãe e terminou de se arrumar rapidamente, saindo o mais rápido possível de perto de Judith Evans, que estava extremamente surtada pelo fato da filha ter sido convidada pela condessa de Rynnor para o chá. –Ah, isso não se esqueça de fazer a reverência e chamá-la de Vossa Graça. Demonstra respeito.

—Mãe, somente duques e duquesa são chamados de Sua Graça. –Lily foi até a carruagem, sendo seguida de perto pela mãe. –Não precisa se preocupar, afinal, se ela não achasse meu comportamento bom, ela não teria me convidado.

Judith assentiu, relutantemente. Lily imaginou o quanto a mãe ficaria ainda mais surtada se descobrisse a situação na qual a condessa a convidada para o chá. A ruiva ficou tentada a contar a mãe, apenas para ver a irritação e incredulidade em seu rosto, mas desistiu da ideia ao constatar que a mãe provavelmente forçaria James a se casar com ela.

James. Lily não pensara nele desde o momento em que ele a ajudara a entrar no quarto, o que parecia ter acontecido décadas atrás. Na noite anterior, James fora gentil ajudando-a a fugir e a entrar no quarto, além de tentar distraí-la do medo em relação ao cemitério. Tipicamente, ele não era tão legal assim e ela não sabia o que pensar sobre esse novo lado dele.

Percebendo que a carruagem já estacionara de fora da Mansão Potter, Lily rapidamente desceu, ajeitando seu vestido antes de se direcionar até a entrada frontal. Ao ouvir alguém chamá-la, se virou e encontrou Lorde Black a encarando com a expressão preocupação.

—Srta. Lily. –Comprimentou, beijando levemente a mão dela. –Você sabe como Marlene está? A viu ontem a noite?

Lily sorriu com a preocupação sincera estampada no rosto dele.

—Lady Potter estava com ela quando a encontramos. –Contou-lhe. –Marlene estava bem nervosa e preocupada e, desde então, eu não a vi. Também quero saber como ela está.

—Hum...

Lorde Black parecia querer falar mais alguma coisa, mas foi interrompido por uma voz que os alcançou:

—Sirius! –James parecia feliz em ver amigo. –Que bom que você veio. Pelo que minha mãe me disse, Marlene está bem melhor e mais calma. Ela gostará de te ver. –Ao se dar conta da presença dela, James fez uma reverência atrasada. –Lily, digo Srta. Evans, é um prazer recebê-la para o chá.

—Obrigada. –Ela ficou, inexplicavelmente, decepcionada com a saudação. Talvez estivesse esperando alguma referência a noite anterior ou que ele pelo menos beijasse a sua mão, como era tradição os cavalheiros fazerem. Não que ela tivesse alguma expectativa ou nada disso, apenas achava que eles haviam desenvolvido algum tipo de amizade na noite anterior, mas pelo visto se enganara.

Percebendo que ela e James estavam desconfortáveis e um pouco perdidos, Sirius sugeriu que eles entrassem para o chá. Na pressa para chegar o mais rápido possível até o salão, obviamente para encontrar Marlene e não para fugir de James, Lily tropeçou nas escadas, mas rapidamente se recompôs, ignorando a mão estendida de James para ajudá-la.

Olhando para os dois cavalheiros, ela percebeu que eles seguram, falhamente, a risada. Vermelha de raiva e vergonha, Lily subiu as escadas até a sala. Enquanto esperava o mordomo abrir a porta, ouviu a voz baixa de Sirius falando alguma coisa para James, que apenas balançou a cabeça e riu baixo.  

Bufando, Lily fuzilou-o com o olhar. Pelo menos ela conseguira deixar o clima mais leve.

—×-

James entrou no sala da Mansão Potter sorrindo. Era impossível não achar Lily, no mínimo, divertida. Ele percebera o rubor em suas bochechas quando ela tropeçou, sinalizando o quanto ficara constrangida. Mas, quando ofereceu-lhe ajuda, a garota apenas o ignorara e entrara o mais rápido possível na casa. Realmente, uma incógnita.

—Que bom que todos já chegaram. –Disse sua mãe, feliz. –Sirvam-se, queridos. Os bolinhos estão divinos!

Enquanto comia em silêncio, James percebeu que Lily e a Srta. McKinnon trocavam algumas palavras em voz baixa e pareciam tristes e...felizes? Ao mesmo tempo? Ele claramente não era bom em ler o sexo oposto, por isso tentou se concentrar no que Sirius e sua mãe conversavam.

Porém, sem que ele percebesse, seus olhos se voltaram novamente na direção de Lily, que tentava imitar o modo como Marlene segurava a xícara. Desastradamente, ela quase deixou o conteúdo da xícara virar em seu colo, segurando-a com as duas mãos no último minuto. Quando ela levantou os olhos verdes, James desviou o olhar e percebeu que todos olhavam em sua direção, curiosos.

—Então, –Ele pigarreou. –A senhora queria dizer algo, mãe?

—Ah, sim. –James percebeu o olhar estranho da mãe, mas ignorou-o. –Hoje de manhã eu e Marlene tivemos uma conversa esclarecedora e eu tomei uma decisão.

Euphemia fez uma pausa para pegar a mão de Marlene e segura-la entre as suas. A tensão era perceptível na sala, principalmente por parte da morena.

—Diante dos boates que Bellatrix ameaçou espalhar sobre Marlene. – James franziu o cenho, não fazendo ideia do conteúdo desses boatos. Porém, ao olhar para Sirius e Lily, percebeu no rosto deles que eles sabiam do que se tratava. Será que ele ficara distraído a ponto de perder essa parte importante do assunto? James não teve tempo de refletir sobre isso, afinal Euphemia pigarreou, chamando sua atenção. –Como eu estava dizendo, quero apoiar incondicionalmente Marlene nesse momento. Por isso, decidi que a amadrinharei perante a sociedade londrina.

O silêncio na sala foi interrompido por Lily:

—E o que exatamente isso significa?

—Significa, querida, –James viu brotar um sorriso carinhoso nos rosto de sua mãe. –Que a partir de hoje, Marlene está sob minha proteção. Ela ficará morando aqui em casa e eu a prepararei para a temporada social. Eu não deixarei ninguém fazer mal a ela.

James ficou surpreso quando a Srta. McKinnon jogou os braços em volta de Euphemia, abraçando-a forte. Sirius as olhava com um sorriso tranquilo no rosto.

—Fico feliz que a senhora vá amadrinha-la. O comportamento da minha mãe foi...imperdoável. Se possível, gostaria de conservar com a Srta. McKinnon um pouco, a sós.

Euphemia olhou de Sirius para Marlene por alguns segundos, com a expressão ilegível, mas por sim abriu um sorriso.

—Claro, vocês podem conversar no jardim. Conversar.

James gargalhou enquanto a garota, muito corada, acompanhava Sirius. Sua mãe era um amor de pessoa, mas também era um pouco inconveniente.

—Obrigada pelo chá, Lady Potter, foi encantador.–Lily levantou-se. –Mas eu preciso ir.

—Claro, meu bem. Está convidada a voltar o dia que quiser. –A condessa surpreendeu Lily beijando-a no rosto. –James, seja educado e acompanhe a senhorita até a carruagem dela.

—Hã...hum...claro.

Enquanto acompanhava Lily até a carruagem, James viu o sorriso no rosto de sua mãe, satisfeita. Satisfeita até demais.

—×-

—Obrigada, mas você não precisa me acompanhar só porque sua mãe pediu. –Disse Lily assim que eles saíram de dentro da mansão.

Ela sentia-se confusa naquele momento. James a observara durante todo o chá e isso com certeza não era algo bom, já que ela nem conseguiu segurar a xícara direito. Aliás, não era culpa dela se os ingleses faziam as asas das xícaras muito pequenas, de modo que os longos dedos dela não se encaixavam naquele espaço minúsculo.

—Mas eu quero acompanhá-la, senhorita. – James disse, sorrindo.

Sorrindo? Como ele tinha a ousadia de sorrir para ela enquanto Lily não fazia ideia de, ao menos, como deveria chamá-lo. Quer dizer, na noite anterior ela o chamara de James, mas deveria continuar o chamando pelo primeiro nome? Ou deveria usar Lorde Potter? Quem sabe ser irritante que a...irritava?

—No que está pensando? –Perguntou-lhe, parecendo sinceramente interessado.

—Em como você é irritante. –Diante do olhar surpreso dele, ela continuou: –É sério, você me confunde. Devo continuar te chamando de James ou adotar o magnífico Lorde Potter.

Apesar de enrubescer um pouco, o sorriso não saiu do rosto de James.

—Gostei da parte do magnífico. –Disse, fazendo Lily revirar os olhos. –Vamos combinar assim: na presença de estranhos, nós nos tratamos formalmente, mas quando estivermos sozinhos, você me chama de James, Lily.

—Tudo bem. –Concordou.

Ele a ajudou a subir na carruagem e, em seguida, deu-lhe um beijo na mão antes de fechar a porta. Somente quando estava quase chegando em casa é que Lily se deu conta das palavras de James. Quando estivermos sozinhos. Ai meu Deus, ele pretendia ficar sozinho com ela!?

—×-

Remus abriu seu melhor sorriso para a Sra. Meadowes enquanto entrava na sala de estar da mansão Meadowes.

—Sra. Meadowes, é um prazer revê-la. –Disse enquanto fazia uma pequena reverência.

—Digo o mesmo, Sr. Lupin. Dorcas já está descendo.

No mesmo instante, Remus ouviu um barulho na escada e percebeu que a loira já a descia. Ela estava linda no vestido azul escuro e parecia bem mais calma do que na noite anterior.

—Oi, Remus.

—Oi, Dorcas. –Ele beijou a mão dela, demorando-se um pouco mais do que o apropriado. –Eu gostaria de conversar com você, em particular. Seria possível?

Ele olhou sugestivamente para a Sra. Meadowes, mas a mulher nem desviou o olhar da crochê que fazia. Levantando a sobrancelha ironicamente para a mãe, Dorcas o respondeu:

—Claro, vamos até a varanda. É impossível você me comprometer duas vezes, né?

Remus não conhecia esse lado sarcástico de Dorcas e estava adorando-o. Talvez conviver com ela pudesse ser mais divertido do que ele imaginara.

Quando chegaram na varanda, Remus convidou-a a se sentar no pequeno banco que havia ali, o que obrigava os dois a ficarem bem próximos.

—Eu vou precisar viajar a negócios. -Contou-lhe e percebeu que o sorriso dela murchou um pouco. –Mas não se preocupe, volto dentro de 5 dias. Enquanto isso, comprei isso pra você. –Ele tirou um livro embrulhado de dentro do sobretudo e entregou-o a Dorcas. –Eu marquei minhas partes preferidas. Espero que goste e te distraia esses dias.

Ela olhou para o livro como se fosse a melhor coisa que já ganhara e ao desembrulhá-lo percebeu que era o livro sobre o qual ela comentara com ele.

—Ah, Remus, você é incrível. –Ele se assustou quando sentiu os braços da loira em volta de si e lentamente retribuiu o abraço. –Muito obrigada! Eu queria ter a minha própria edição desse livro há tempos!

—Eu sei, você me disse. Lembra? –Dorcas o encarava com os lábios esticados em um sorriso. Ele pegou um pequeno cacho de cabelo loiro que caíra em seu rosto e o colocou atrás da orelha dela.

Nesse momento, eles não pareciam duas pessoas que se casariam devido a um escândalo e sim um casal apaixonado. Remus sentiu uma vontade incontrolável de beijá-la e quando percebeu que ela não se afastaria, grudou seus lábios nos dela. Por mais clichê que possa parecer, aquele beijo foi diferente de tudo que Remus já provara. Os lábios de Dorcas se encaixavam perfeitamente nos seus e as delicadas mãos dela em seu cabelo causava arrepios em todo o seu corpo. Quando se separaram, Remus ficou tentado a retomar o beijo, mas achou melhor dar um tempo para ela assimilar.

—Bem...hum... –Remus se desvencilhou dela e ficou de pé, clareando a garganta numa tentativa frustrada de se recompor. –Acho que é melhor eu ir, tenho que pegar o trem hoje.

—Sim. –Ela lançou-lhe um sorriso. –Obrigada novamente.

—Não precisa agradecer. Boa tarde.

—Boa tarde, Remus.

Remus fez uma reverência desajeitada e saiu. Por Deus, desde quando ele era desajeitado? Desde que se envolvera com Dorcas, aparentemente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu particularmente gostei muito da dinâmica desse capítulo :)
Remus e Dorcas não foram esquecidos no churrasco, apesar de não aparecerem na cena do chá hehe
A conversa entre Sirius e Marlene foi propositalmente deixada para o próximo capítulo porque esse aqui já tava dando 5 mil palavras e achei melhor dividir em dois.
Se você tem 10 minutos pra ler, com certeza tem 2 pra comentar. Interajam comigo! (Fantasminhas apareçam haha)
Beijoos