Até o final deste ano. (EM REVISÃO) escrita por vilain nerd


Capítulo 7
Sol - O 2º objetivo


Notas iniciais do capítulo

queria colocar alguns pontos aqui:
*a evolução dos personagens é o principal, os casais tem um desenvolvimento mais lento
*alguns nomes são invenções minhas
*dias de postagem quarta e domingo
*os títulos são sobre a narração dos personagens, esse é Sol. Sinônimos estão perdidos no meio das narrações, e todas tem em comum as mesmas palavras do título como Sol, neste.

*AMO VCS ♥

(boa leitura :D)

ALERTA DE "hot". ALEEEERTA DE HOOOOT, um básico, mas hot

(capitulo inspirado na música Roar, Katy Perry)



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Hinata,

Você ainda é tão pequenininha, querida. Tão doce, mas tão decidida.

Me lembro de quando você nasceu, seu pai começou a chorar, eu comecei a rir quando os médicos disseram "é o bebê mais lindo deste hospital". Eu ri porque para mim você não era apenas a "linda do hospital", é o bebê mais lindo do mundo, é a minha filha. A minha criança, a minha cria.

O meu raio de sol.

Tem tantas coisas que queria te dizer, que queria te ensinar e te mostrar. Mas querida, eu não posso.

Existe uma doença que a mamãe tem, ela não tem cura, nem tratamento. E eu estou desistindo, Hinata.

Não tenho diagnóstico, não existem remédios, não existe nada hoje que pode me salvar. A única coisa que tenho é a certeza que não é hereditária, pode ser uma infecção bacteriana que acabei contraindo no hospital, pode ser de alguma comida contaminada, pode ser tudo, até stress pós-parto. 

Talvez agora, o momento que está lendo, você esteja casada com vários filhos, feliz, herdando as empresas e bem de saúde ou talvez nem leia esta carta e ela fique perdida no sótão pois fui medrosa demais para esconder num lugar fácil de achar, mas na próxima semana os médicos vão me preparar para "dormir". Talvez no seu futuro existam curas e mais curas para doenças como esta, mas hoje não há sequer um nome para ela. 

Por isso pedi para o hospital que é responsável por mim oferecer terapia intensiva para quando eu partir.

Eles vão oferecer terapia, acompanhamento psicológico, para você e seu pai, Hanabi quando crescer também vai passar por especialistas para ajuda-la. Hizashi já está cuidando de Neji, ele já começou a terapia quando a mãe dele foi embora. 

Hiashi quer desistir, querida. Ele pensa nisto todas as noites, porém não admite, e queria poder ajudar, mas não posso continuar com isso. Doí, filha. Doí muito. É apenas o primeiro estágio da doença, é apenas o primeiro passo desta caminhada, e não quero que ela se prolongue. Eu não sei se pode evoluir, se pode progredir e contaminar todos vocês. Eu nunca me perdoaria se isto acontecesse.

Eu sou covarde, Hinata. Vivo dizendo á Hiashi que sou um gatinho medroso, Kushina brinca dizendo que sou um filhote com medo do mundo. E como um, vou fugir e me esconder.

Eu conheci o filho dela, tem a sua idade, me lembra uma raposa aquele garotinho, é astuto. Hanabi me parece fogos de artifício, colorida e explosiva, você sabe do que estou falando. Neji me recorda um pássaro, ele quer voar, mas não consegue.

Você é uma leoa, para mim. Você tem uma força dentro de si, Hinata. Eu vejo como encara o mundo, como se tivesse receio dele, mas sem medo de enfrentar as batalhas que ele provoca. Eu sei disso, eu sou mãe, sou sua mãe. Sou o girassol que te acompanha e sempre vai estar te observando, com você. Você tem vontade, filha. Consegue ir além do impossível, a única coisa que pode te barrar é você mesma.

Intuição feminina, sentimento maternal, é algo que me diz que você é grande demais para ser um gatinho medroso como eu. E essa intuição me diz que você não vai realizar coisas por medo, mas não precisar ter medo, raio do de sol. Seu girassol sempre vai estar com você aqui. querida. 

Seu pai confia no seu potencial. Os acionistas imploraram para colocar Neji como herdeiro, mas Hiashi negou. Ele te colocou como herdeira porque você é melhor do que nós.

Você tem medo de encarar o mundo, mas não hesita em enfrentá-lo quando necessário. Não hesita em fazer sacrifícios. Você protegeu uma cozinheira de um empresário ontem, falou tão calmamente e o colocou no devido lugar que seu pai e eu ficamos impressionados. Você enfrentou alguém pela primeira vez, alguém mais forte, mais inteligente e ainda sim enfrentou. Você conquistou a aprovação da mesa da corporação aos cinco anos, conquistou a aprovação de seu pai e o amor dos empregados.

Você brilhou desde que nasceu, e aposto que continua brilhando até hoje.

Você ilumina meu dia, querida. Você brilha e brilha como o Sol, aquece as minhas noites de dor. Você aparece segurando seu ursinho na porta do meu quarto, eu seguro os gritos dos meus músculos se arrebentando, seguro as lágrimas e os espasmos. Não permito minhas unhas me coçarem, não permito demonstrar que estou morrendo por você e sua irmã. Eu aguento por você, aguento as dores para te abraçar e contar histórias antes de dormir, eu aguento.

Fique tranquila, querida. Mamãe vai ficar bem.

É por vocês que quero continuar, e é por vocês que quero ir para não sofrerem junto.

Não é só por causa da doença que estou aqui, filha. É para te dizer que algumas coisas simplesmente são, não podemos controla-las, não podemos coloca-las do jeito e no momento que queremos, algumas coisas só podemos aceitar e contornar para nos manter alertas. Foi assim com seu pai, ele assumiu a corporação sem querer, por obrigação do seu avô, e infelizmente o seu destino vai ser o mesmo que de Hiashi.

Miroku quer tomar as empresas e colocar Shion como presidente, e você não pode deixar, é egoísmo meu te pedir isso, mas não deixe, Hinata. Os projetos de Miroku são hediondos, quer explorar áreas de preservação e investir em empresas gigantescas menosprezando as menores, demitindo funcionários e cortando gastos. Existem pessoas, milhares de pessoas, que dependem de nós, e não podemos condena-las assim por causa de uma crise.

Eu sei que você consegue. Você consegue, Hinata! 

E Kami-sama sabe como queria que seguisse seus sonhos, se redescobrisse e florescesse, mas pessoas como nós devem pensar no bem maior.

Não sei quantos anos têm agora, mas querida, quero que aproveite, independente da sua idade. Hoje, uma semana antes de me juntar aos seus avós, penso que se pudesse aproveitar meus últimos dias o faria. As dores me impedem de dançar, de cantar como antes, hoje eu diminuí as atividades. Eu sei que percebeu isso, os meus impedimentos e a perca de hábitos.

Mas não há nada te impedindo, raio de sol.

Você é livre, forte, selvagem. Tudo isso está dentro de você, mas você precisa criar coragem, porque se não, filha, de leoa vai acabar igual a mim: uma mulher doente que perdeu a coragem de viver, um gatinho medroso.

Não seja assim, Hinata. Não sei quantos anos tem, mas nunca é tarde demais. 

Seja feliz, meu amor. 

Ilumine ainda mais esse mundo com seu jeito, enfrente as lutas que ele te desafia. Meu mundo ganhou brilho quando você nasceu, querida.

E nunca, Hinata, nunca desista.

 


p.s: a carta de Hanabi está em uma gaveta secreta debaixo do piano, se você se abaixar e girar, vai vê-la lá. Entregue-a para mim, por favor.

Com amor,

Mamãe.

 

 

||°°||

 

Não sou mais do jeito que costumava ser.
Tirei o disco do modo repetir.
Você me matou mas eu sobrevivi
agora estou voltando à vida

Jamais serei aquela garota novamente

Minha inocência está se esgotando,
mas meu coração está crescendo forte.
Então me chame, me chame, me chame de
Srta. Seguindo em Frente

Miss Movin'On (Fifth Harmony)

 

||°°||

Casa dos Haruno, 11:17 da noite

 

Sakura Haruno

Ligou para sua mãe e seu pai antes mesmo de comer, conversou com os dois, chorou por telefone. Mostrou sua alma despida e quebrada. Mandou fotos dos machucados por whatsapp, e a compressa de ervas do quintal já fazia efeito em seu corpo.

Seu pai voltou da casa de seus avós assim que contou o acontecido e estava no andar de cima esperando seu futuro ex-namorado chegar. Mas sua mãe não podia largar o plantão do hospital, estavam se preparando para realizar uma cirurgia em uma criança, algo urgente e infelizmente ia deixar essa situação sob as mãos do marido. Ela mandou a avisar se acontecesse algo, disse que a compressa ajudaria nos roxos e ao nascer do sol estaria novinha em folha com um pouquinho de maquiagem.

Sakura mandou um áudio de três minutos contando para Hinata e Ino sobre o que aconteceu, sobre sua decisão de terminar com Sasori, sobre tudo. Não mexeu no celular depois disso, nem queria. Apenas ligou para o Akasuma perguntando se ele podia vir vê-la.

O garoto respondeu "já estou na metade do caminho, rosinha".

Sakura mordeu a ponta do dedo olhando para a porta da sala, esperando a campainha tocar, ouvir o som do motor do carro desligando, esperando alguma coisa que a fizesse ir até o final disso. Mas mesmo sabendo dos machucados, sabendo das brigas, das cobranças, das constantes cobranças de mudança, das ameaças e até mesmo -a insegurança a fazia pensar, mas podia ser verdade- das traições por parte dele já que os dois não transavam, a Haruno não queria terminar. Não queria ficar sozinha, a realidade é que ficou acomodada, e tinha medo de não saber lidar com o fim do relacionamento.

Uma vez Hinata lhe disse que os bons momentos doem mais que os ruins, era por isso que ela sentia tanta falta da mãe dela, e era por este motivo que a Hyuga crushava Naruto, já que ele sempre marcava seus bons momentos. Mas agora,... agora Sakura sabia exatamente o que significava.

A campainha tocou. Seu pai respirou fundo no topo da escada. Ela entendia o que o sentia, o sr. Haruno quase ligou para a polícia, quase foi na casa de Sasori o arrebentar na porrada. Quase, quase foi, entretanto foi impedido pelas esmeraldas redondas chorosas que imploravam para que fosse a que colocasse um ponto final no relacionamento.

—Estou aqui se precisar de algo, filha. Se as coisas ficarem feias...já sabe -falou piscando os olhos e erguendo a frigideira, sua ideia era nocautear o namorado da filha com um taco de beisebol ou uma panela de pressão, mas Sakura o impediu, mas a frigideira foi permitida.

—Obrigada, papai. -a rosa agradeceu subindo as escadas para lhe dar um abraço.

—Vai ficar tudo bem, querida. Papai está aqui. -beijou o topo dos fios roséos.

Suspirou, afastando as lágrimas e indo abrir a garagem para o namorado entrar. Sasori segurava um buquê de flores, uma caixa de bombons numa sacola e uma garrafa de vinho na mão esquerda.

—E ai, rosinha? -deu um beijo estralado nos lábios, jogando o buquê de uma flor qualquer em seu colo entrando em seguida na casa.

Seria complicado, ele parecia ansioso.

Mordeu o indicador de novo, seguindo o parceiro.

É o momento de parar com esse relacionamento, o momento de abandonar as feridas, dores e Sasori. Abandonar Sasori...

Sakura se lembrou das vezes que os dois deram risada ao assistir Friends, das vezes que se beijaram nos trailers do cinema, das tentativas de cozinhar, todas um fracasso. Do pedido de namoro ao seu pai, das saídas da escola e os recados pelo celular. Se lembrava dos elogios e das trocas de olhares no intervalo.

Se lembrava tão avivadamente dos acontecimentos que chegou a travar ao fechar a porta. 

Tudo isso, todos as sensações de paixão, todos os arrepios e choros de alegria foram no começo. Tudo é perfeito no inicio, o meio e, este, final estavam a mais perfeita merda.

Ela ia hesitar quando viu seu namorado sorrindo para ela, sentado de pernas abertas no sofá, de frente para a garota. Seu pai a encarava nas escadas, viu pelo canto do olho direito que a aguardava começar a falar.

Sakura ia hesitar, ia abraça-lo e pedir para darem um jeito nisso, darem um tempo para refletir, para relaxarem. As partes boas massacraram seu coração, seria horrível se livrar de tudo aquilo.

As partes boas do namoro sempre ficariam contigo nas memórias, mas as partes ruins te darão forças para supera-lo, para esquece-las.

Jogou o buquê de flores no sofá.

As partes ruins invadiram sua mente como uma tempestade num dia de sol, inesperada, forte, dolorida, triste e amargurada. Brava, mas revigorante.

Se lembrou do momento em que chegou em casa depois da surra. Dos dois galos na cabeça. Do pulso marcado pelo aperto. Do cabelo embaraçado e cheio de nós, antes tão liso e cumprido, dum rosa vivaz, agora tão opaco que parecia murcho. Lembrou-se da boca cortada e inchada, do nariz sangrando, dos roxos na perna e das palavras ofensivas.

Se lembrou da primeira briga que tiveram por causa de Naruto, ele apenas a abraçou quando a viu. Sasori a xingou de vadia, de piranha, de todos os nomes e jeitos. No dia seguinte foi Sakura que pediu desculpas, não foi o namorado.

Se lembrou da vez que iam se encontrar no cinema, ela vestiu um vestido vermelho rodado e aberto nas costas, estava calor, ele a puxou e a fez ficar trancada no carro enquanto assistia o filme. No dia seguinte foi ela que lhe pediu desculpas, prometeu nunca mais usar aquele tipo de roupa, falou que o amava.

Até que Sasori começou a encarnar com Ino e Tenten. Aquilo a fez parar de pedir desculpas, são suas amigas, jamais as abandonaria.

Ela se lembrou do medo. Do desespero, da raiva, da impotência que sentiu, do vazio iminente que sentia ao beija-lo. Da sensação de auto-insuficiência, de destruição. De ficar com ele para os boatos da escola amenizarem, aqueles que diziam que sua testa fez Sasuke ficar com nojo e começar aquela briga estúpida. De namorar Sasori apenas para que parassem de fofocar que era uma garota inútil, que não tinha nada para agradar os homens, sem peito, sem bunda, magrela.

Se lembrou de Sasori a chamando assim, mesmo que hoje estivesse bem desenvolvida, bonita de rosto, alma e corpo.

Sakura não é, e nunca vai ser, inútil.

Foram os maus momentos dos dois, a maior parte do namoro deles, que a fez encarar o Akasuma, com um olhar forte, decidido, as esmeraldas brilhando selvagemente como as de um felino. Falou, dessa vez não hesitou mesmo que tivesse com as íris verdes marejadas:

—Sasori, eu estou terminando com você. Eu estou abandonando tudo o que somos, tivemos e poderíamos ter, não vou mais mudar porque esta sou eu... Essa é a Sakura, não vou mudar meu jeito e a minha essência por você e nem por ninguém. Não aceito que me batam e me menosprezem,... não mais, e não é você que vai ser uma exceção. E por causa disso, por causa de todos esses acontecimentos, estou desistindo de você, do nosso namoro e tudo o mais. O nosso relacionamento acaba aqui e agora.

Então Sasori surtou.

 

||°°||

 Mansão Yamanaka, 00:03 da madrugada

 

Ino Yamanaka

A língua de Sai percorria suas costelas, ele sempre gostou daquela parte, pensou. Ino respirou fundo quando um percurso molhado foi traçado mais acima, sua camisa foi erguida e os dedos do artista percorreram a borda do seu sutiã azul suavemente.

—Você é deliciosa, cristal... -murmurou beijando o vale dos seus seios. Ino soltou um suspiro, enlaçou os fios pretos nas mãos pedindo um beijo que foi atendido.

Ele a elogiava de um modo tão gentil, tão fofo, tão cuidadoso que quase a fazia chorar. Lhe dava a impressão que era linda, a fazia mulher. Sempre ficou tão sem fôlego quando a via, não se cansava de elogia-la, de contar o quanto adorava cada ponto de pele.

—Tão linda... - disse passando os polegares no cós de sua calça, e Ino suspirou, sentiu o ar ficar mais quente. 

Não era sua primeira vez, na verdade era sua quarta. Duas com desconhecidos, uma com um namorado, e esta com Sai. Sai se ergueu e a camisa regata de Ino foi atirada. Um arrepio percorreu sua espinha.

Seus dentes se cravaram no próprio lábio inferior ao observar Sai retirar tirar a parte de cima de suas roupas e empurrar para fora da cama. Seu tronco era magro, mas os ombros largos, pouco musculosos. Tão diferente de Gaara. O Sabaku era forte, não tinha ombros tão grandes como Sai, mas sua barriga tinha músculos despontando aqui e lá. A pele um pouco mais bronzeada do que do garoto com ela agora, com algumas cicatrizes e pintas, pelo menos era assim nas fot...

Não. Não deveria pensar em Gaara enquanto estava com Sai. Não era o certo. O Sabaku não a correspondeu, a ignorou e o Satoshi a apreciava como uma obra de arte, não era correto fazer isso com Sai.

Ino se curvou para alcançar o fecho do sutiã que logo foi lançado para escanteio. A Yamanaka não conseguiu conter o gemido que escapou de sua garganta quando o moreno fechou sua boca em um dos seios redondos.

Gaara lhe disse nas férias que a faria implorar para ser tocada, que a faria pedir para fazê-la sua. Ino respondeu que não era de ninguém, o ruivo retrucou dizendo que ele sonharia que ela o pertencia por um segundo, que guardaria esse instante até o fim da vida.

Outro gemido foi retirado da sua garganta quando, de olhos fechados, sentiu Sai apertar sua bunda e empurrar sua calça para baixo.

Gaara já teria a deixado despida no momento em que ela o prendeu na parede. Pois sim, Ino prensou o ficante na parede, mas se fosse o contrário, se fosse o ruivo no lugar do moreno, os dois já estariam suados e nus.

Quer saber? Dane-se.

Jogou tudo para o ar. Sai não estava lhe dando prazer, ficou mais exitada vendo a capa do álbum do Shawn Mendes do que nessas preliminares. Se é que podia chamar isso de preliminares, seu conceito era bem diferente deste.

Olhou com uma sobrancelha arqueada para as calças jeans de Sai, que não demorou para entender a indireta e se livrar das mesmas. Ino enroscou o Satoshi no meio das pernas, agora com as pálpebras cerradas, esfregando-se lentamente na pélvis do garoto, fazendo roçar lá de um jeito nem um pouco puritano.

Ele gemeu. Ino sorriu, ela disse que faria isso com Gaara, era bom que tenha gostado.

Sua cintura foi apertada, sua última peça íntima não sabia onde havia sido jogada, igual a do artista que também sumiu. 

—Ca-Camisinha -sussurrou se contorcendo. Muito molhada, Gaara teria calado sua boca com um beijo, teria beijado seus seios, teria a apertado e a provado de todos os jeitos. Teria experimentado sua flor como uma abelha sedenta por pólen, teria feito aquilo inesquecível.

Mas ela fará de tudo para ter um alzheimer dessa sua quarta vez.

—Pronto, Ino... Vamos. -Sai a beijou antes de abrir suas pernas e já invadir seu interior.

Ela tombou a cabeça para trás, expondo seu pescoço alvo, sem marcas, sem arranhões. Se fosse o Sabaku... Ah, se fosse ele...

Suas mãos delicadas desceram para seus peitos cheios, ela os apertou e gemeu. Nem sentia Sai se movimentando em si, apenas a leve formigação na sua vagina, os olhos escuros de desejo de Gaara na sua mente, os toques que ela dava em seu corpo curvilíneo era suficiente para atingir o êxtase. Foi pensar no ruivo que sua pele se incendiou, seus poros se eriçaram e tudo entrou em combustão.

Sai gritou seu nome, os dedos da moça deslizaram para seu clitóris e ela mesma atingiu o orgasmo sozinha. De olhos fechados, imaginando outro homem no meio de suas pernas, um que não era aquele com ela agora. 

Quase, quase mesmo, gritou o nome de Gaara, mas o que saiu de suas cordas vocais foi um gemido desesperado, erguendo as costas, Sai indo de encontro a ela que estava mais suada do que o artista. Ele a abraçou, acariciou as mechas loiras antes de sair de dentro dela.

—Eu te amo, Ino -disse ao pé do ouvido da menina.

Ino engoliu em seco. Olhou para o amante e pode sentir a onda de decepção a invadir por não ver olhos azuis esverdeados como o seus, por não ver o cabelo ruivo como rosas vermelhas na primavera em seus dedos.

Não conseguiu conter as lágrimas se formando nas beiras dos cílios, Sai deve ter achado que era de emoção, pois enterrou o rosto na cabeleira clara.

Gaara Sabaku... Ino ia tirar a declaração a limpo, não podia ser verdade aquela ignorada, e se fosse, que falasse na frente da garota. Pela internet era muito fácil dizer não, mas cara a cara... Queria olhar nos olhos do ruivo e ver a verdade mais pura e límpida neles, ia colocar tudo a luz, jogo aberto.

A verdade é que queria saber se tudo aquilo foi mentira, porque não podia mais negar mesmo que junto com Sai. Não podia mais negar, se esconder, pois estava completamente, loucamente, ardentemente apaixonada por Gaara Sabaku. E quando o sol raiasse, nem que fosse uma das últimas coisas que faria antes de se arrepender, diria a ele:

Gaara...

—Eu te amo -falou baixinho. Sai a apertou um pouco mais forte. Jogou o preservativo para logo em seguida começarem o segundo round, com uma cabeleireira ruiva excitando as terminações nervosas de Ino.

 

||°°||

Mansão Hyuga, 00:12 da madrugada

 

Hinata

A carta de Hanabi estava em minhas mãos, e antes de decidir o que fazer, leio sua dedicatória.

 

Para Hanabi Hyuga,
os fogos de artifício que colorem minhas noites escuras
 

 

 

De Himawari,
a admiradora nada secreta de suas explosões, querida

Um sorriso domina meu rosto, achei que não iria mais chorar, mas observar a letra curvadinha da minha mãe foi como acionar um gatilho.

Seco meus olhos devagar, empurro a carta por debaixo da porta e encaro o corredor vazio. Os empregados já foram dormir, esses que não tinham moradia e nem condições para ter uma casa e moravam conosco, outros foram embora. 

As sombras do corredor eram formadas pelas pequenas janelas, essas transmitiam a luz prateada da lua. No meu quarto a porta estava aberta, as imagens do carrocel de cavalinhos trotavam por uma parte da parede branca. E mais afrente, muito mais afrente, depois de descer as escadas num corredor perto da biblioteca e sala de leitura, o escritório de papai.

Desço as escadas de mármore rapidamente, meu corpo estava gelado assim como a pedra em meus pés, assim como os móveis que eram dedilhados por mim assim que passava por eles correndo, assim como o piso. Corria e em um suspiro, estava de pé, frente ao escritório. A porta de madeira maciça, invernada, me dava um arrepio que só me impulsionava a querer tentar, a querer e querer ainda mais cumprir meus objetivos.

Não existe nada me impedindo.

Abro a porta, não bato antes de entrar porque sei que Hiashi não abriria.

—Papai -chamo assim que entro, fechando a porta atrás de mim.

Hiashi ergue os olhos claros do papel que lia, logo em seguida os abaixa, sem se importar com minha presença.

Ele não responde.

—Pai? -chamo de novo. Minha garganta está se espremendo, as mãos tremendo e as lágrimas vindo. Minhas unhas coçam para se afundar na palma esquerda, sei que meu pai analisa cada movimento meu, e não posso fraquejar agora. Vou gaguejar! Não posso gaguejar, preciso encarar isso de frente, preciso demonstrar força e cora...


    Você é uma leoa, para mim. Você tem uma força dentro de si, Hinata.
       Consegue ir além do impossível, a única coisa que pode te barrar é você mesma.

Vamos, Hinata! Você consegue.

Sim, eu consigo. O segundo objetivo ia ser concluído hoje.

—Papai, não estou pedindo sua permissão, estou afirmando que irei fazer sem ou com sua autorização -minha voz ecoa na mansão silenciosa. Hiashi Hyuga larga os papéis na mesa com uma expressão incrédula, me encara, porém não vacilo, estou determinada a conseguir o que quero. Mamãe me deu forças, ia fazê-la se orgulhar de mim. Ia provar para meu pai que não sou um gatinho medroso.

—Como é, Hinata? -pergunta suavemente, cortante como uma lâmina atravessa a sala querendo me perfurar com sua autoridade.

Mas dessa vez papai não me fere, eu também sou uma Hyuga.

E quero descobrir como é ser dessa família.

—Fiz uma lista de objetivos para cumprir antes de assumir o posto da presidência da Corporação Byagukan. Até meu aniversário estará completa,  -expiro- estou avisando que irei acabar com meus planos mesmo que não acei...

—Entendi bem o que falo, Hinata, não sou idiota como certas pessoas pensam. -joga no ar, e eu quase semicerro os olhos. Papai ergue os lábios, me lembrando um pouco o sorriso arrogante de Neji- Com ou sem minha autorização para exatamente o quê, Hinata?

De novo, a navalha tentando cortar meu fio de determinação.

—Para atingir os objetivos que tracei. Minha intenção é aproveitar meus dezessete anos antes de focar meu tempo apenas para as minhas obrigações com as empresas.

Não gaguejo, ele percebe. Sou analisada friamente, papai pode observar minha postura ereta, as mãos sem tremer translaçadas de frente da moletom, os lábios sem serem mordidos e as unhas sem serem fincadas. O que não pode ver é o arrepio constante em minha coluna, é meus pés e mãos gelados de nervosismo, é minha boca seca e meus olhos ardendo segurando o choro, é meus poros implorando para sair dali, ir para a cama e nunca mais aparecer nem na escola e nem em qualquer lugar fora do quarto.

Mas permaneço firme, em pé.

Sou uma leoa, não um gatinho medroso.

—Quem está envolvido nisso? - pergunta se ajeitando na cadeira, e queria ter super-poderes para saber o que pensa.

—Minhas amigas: Ino, a filha do senhor Yamanaka; Tenten, a lutadora de artes marciais e responsável pelo jornal da escola e a...

—Tenten é a imigrante que tenta entrar na nossa casa? -pergunta em profundo desdém.

Dessa vez meus punhos se fecham, minha raiva se instaura na garganta. Esse preconceito é ridículo, Tenten é tão cidadã desse país como qualquer outro nascido aqui. Anko dá duro para pagar os 30% da mensalidade que a bolsa não cobre, ela batalha vendendo salgadinhos para aniversário dia e noite. Se desespera quando não há pedidos, e mesmo com problemas nas costas e com alguns problemas de saúde continua priorizando Tenten com o salário da aposentadoria.

—Sim pai, é a garota mais talentosa nos esportes da escola. Ganhou até do Neji. -coça o pescoço impressionado, mas não demonstra, é óbvio que não demonstra. -Sakura também está me apoiando nisso. É neta da senhora Tsunade, promessa da medicina e uma das representantes do grêmio da escola. 

Não gosto de falar dos feitos e das realizações de cada uma, mas se não o fizer, papai não aprovaria, e mandaria Ko, o segurança, me vigiar. E o que menos quero é que isto aconteça.

—Como são esses objetivos?

Dessa vez eu me avermelho, não é exatamente algo que você falaria com seu pai.  Beijar um desconhecido e um conhecido, se declarar para Naruto, sair de casa escondida estava fora de cogitação contar.

—Mudança de estilo e visual, ir ao passeio da escola, dormir fora de casa... -dito os mais básicos, e aguardo sua resposta.

Hiashi puxa um bloco de notas da gaveta e rabisca algo nele. Batuca a caneta dourada no papel uma, duas, seis, nove vezes antes de me encarar.

Seus olhos pareciam diferentes.

—Eu permito que cumpra sua lista, Hinata. Antes tenho algumas condições -avisa. Respiro fundo, guardando a memória e suas falas como uma foto num álbum de fotografias - Toda a vez que sair Neji irá com você, e isto não é uma condição, é uma ordem e um alerta. Não há negociação nisto, Neji irá te acompanhar na saída e na entrada, e me avisará sobre algo fora do comum. -ergue o indicador e o dedo do meio, sinalizando um número 2- Segundo, não faça nada que manche ou desonre o nome Hyuga. Nada de sair nos jornais bêbada, grávida, drogada ou presa, já sabe o que lhe acontece se isso acontecer.

Sim, papai. Eu mudo de escola, não é?

—Terceiro, as notas da escola devem permanecer altas. Se seu desemprenho cair ou vir alguma reclamação até a mim, esqueça essa lista idiota e minha permissão, entendeu, Hinata?

—Sim, papai. -sem gaguejar mais uma vez, mesmo que minha língua fique presa entre os dentes se contorcendo para dizer alguma coisa errada.

—Quarto, vai me avisar onde vai, o que irá fazer, quem estará lá, e que horas será seu retorno para casa.

Concordo, o mínimo a ser feito.

—Obrigada, papai -não consigo evitar relaxar e soltar o ar pelo nariz, não pude evitar um sorriso estampar meu rosto. Não pude evitar emanar felicidade por estar um passo mais próxima de cumprir minhas metas.

—Pode ir agora. Alertarei Ko e os seguranças sobre sua atitude e informarei Neji amanhã para vigia-la.

Assinto, e antes de abrir a porta sussurro um "boa noite, papai". Mas antes de a fechar, ouço a voz de Hiashi ribombar na sala.

—Estou orgulhoso de você, filha.

Eu sei que amanhã -hoje?- acordarei cedo, que quando o sol raiar terei que estar de pé, mas não posso evitar, também, as lágrimas finalmente virem.

Uma carta de mamãe, um confronto direto com papai sem hesitar e o começo da lista tudo em um dia.

Tem razão, mamãe, penso antes de subir as escadas e chegar ao meu quarto. Não sou um gatinho medroso.

Sou um leão aprendendo a rugir.

Então eu solto uma risada no meio de um turbilhão de lágrimas e fungadas, no meio de uma montanha de travesseiros para abafar minha voz, no meio de uma sensação de felicidade.

Dessa vez,... dessa vez não fracassei.

—Obrigada, mamãe -sussurro para a lua prateada, agora sei que ela já estava morrendo quando o acidente aconteceu e isto faz meu coração se apertar - Obrigada, mãe, por tudo -agradeço, esperando que de algum lugar, meu girassol me observasse voltar a brilhar.

 


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Notas finais do capítulo

Ceeeerto, curiosidades:

*o nome da Hina e da Nabi tem significados parecidos com esses que coloquei, podem pesquisar se quiserem :p

*as músicas no começo são da minha playlist do PlayMusics kkkk, baixo conforme as ideias surgem e quebro elas colocando algumas partes aqui.

*pesquisei sobre doenças raras, em sites confiáveis antes de fazer essa carta, e sim, existem doenças muito raras de se contrair (uma em três milhões de habitantes, por exp) que não possuem tratamento e nem sintomas concretos tbm. Essa que criei, foi baseada em coisinhas que eu vi, e algumas que pesquisei, e não tem nome, preferi assim. Se quiserem pesquisem tbm, é bem assustador mas legal saber mais sobre.

comentários????
Comentem, por favorzinho. KKKK, quero saber o que estão achando

(espero que tenham curtido a carta, foi feita de coração e com muuuuuita dedicação)

beijosss, se cuidem, #StayHome
E até a próxima ♥ ♥



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