Chance || Seth Clearwater escrita por Katherine


Capítulo 1
Capítulo 1




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Louise.

 

 

Existem momentos em nossa vida que nada parece dar certo. Eu sabia disso, todas as pessoas – se é que eu posso chama-los dessa forma –, que eu convivia passavam por situações delicadas e precisavam enfrenta-las até que tudo estivesse bem novamente. Mas eu me sentia cansada. Completamente exausta de esperar por o meu bem. Nada nunca foi fácil pra mim. Caius Volturi manteve relações com uma humana  à anos atrás. Ele não gostava dela... Caius não gostava nem dele mesmo. Esse relacionamento lhes rendeu frutos, ou melhor dizendo, eu. Tudo o que eu sei sobre a época são as coisas que Marcus me conta. Aro ficou furioso, afinal, era exatamente o que ele lutava para evitar... o contato entre os dois mundos. A humana – minha mãe – não sobreviveu. Athenodora enlouqueceu e garantiu que a minha vida seria um verdadeiro inferno. Bom, ela não estava errada. Quando eu ainda era um bebê não havia o menor significado para ninguém do castelo e ninguém, sob hipótese alguma, poderia saber da minha existência. Até que o meu dom se manifestasse. Era uma espécie de copiadora. Quando eu estivesse em contato direto com Jane, poderia usufruir de seus poderes, assim como com qualquer outro vampiro. Aro acreditava que em alguns anos eu não precisaria tocá-los para utilizar de seus poderes, foi quando sua fúria diminuiu e passaram a tratar-me como um membro da guarda Volturi.

Aro não permitia que eu participasse de missões como todos os outros, a minha vida era estar dentro daquele castelo, quase como se estivesse em prisão domiciliar. Eu respeitava as suas ordens, mas raramente pediam que eu fizesse algo junto da guarda, em troca eles me davam tudo o que eu precisaria para sobreviver.

Com o passar dos anos eu não era mais um segredo. Os vampiros sabiam da minha existência e de quem eu era filha, respeitavam-me sob qualquer coisa e precisava admitir que essa parte me satisfizia.

Cerca de alguns meses atrás Aro destinou uma missão à Alexander Volturi – o irmão gêmeo de Jane – prometendo que se ele cumprisse poderia juntar-se à eles ao trono. Ele e sua irmã eram as verdadeiras joias de Aro, mas o tratamento entre os dois era completamente diferente. A questão era que todos eles agiam como se ainda estivéssemos na idade da pedra, onde a mulher precisa sempre se submeter as ordens de um homem, Jane concordava e sabia que jamais poderia sentar-se ao trono simplesmente por ser uma mulher. Alec era exatamente como um filho para Aro, porém Caius e Marcus foram contra a sua decisão de conceder um espaço superior ao Volturi. Foi quando o mestre teve a brilhante ideia de que eu e o irmão de Jane casássemos. De forma que eu nunca poderia assumir o trono, pelas leis extremamente machistas de Aro, Alec assumiria. Houve uma votação. Caius e Aro concordaram. Marcus não.

Não houve escolha. Depois de Jane fritando o meu cérebro por horas eu cedi.

Deveria estar feliz naquele dia, como nos filmes. Mas eu não gostava de Alexander e era recíproco.

Noivados eram completamente entediantes.

Alec e eu fizemos o nosso teatro, como foi pedido e algumas horas depois eu me afastei em busca de um ar mais puro no jardim do castelo. O local estava vazio e silencioso, podendo ouvir somente a música clássica abafada do lado de dentro. Ouvi a porta sendo aberta e meu olhar automaticamente caiu sob o casal que caminhava em passos lentos na minha direção. Forcei em minha cabeça qualquer lembranças sobre eles... Alec havia os apresentado como o Clã Cullen’s.

O homem, mais parecido com um armário de tão grande parou de andar, enquanto a mulher loira, que podia facilmente ser confundida com uma deusa, parou a menos de cinco passos de distancia do meu corpo.

Franzi o cenho para ela.

— Louise, certo? – perguntou e eu concordei com um aceno – Sou Rosalie e aquele é o meu marido, ele se chama Emmett.

Fitei o homem armário e ele sorriu mostrando os dentes.

— O que você quer?

Ela virou-se para o marido por um momento e depois voltou a me encarar soltando um suspiro rápido.

— Sabemos que não quer se casar com Alec – disparou e eu a fuzilei com o olhar – Não somos seus inimigos, Louise. Queremos ajuda-la.

— Ajudar-me?

Rosalie assentiu sorrindo.

— Podemos tirar você daqui.

Não conseguia entender se poderia ou não confiar no casal, mas a ideia realmente era tentadora. Tudo o que eu queria era sair do castelo ao menos uma vez na vida.

— Jamais conseguiriam – os informei dando de ombros – Aro me caçaria até o inferno se fosse preciso.

— Não deve se preocupar com isso no momento. Nós daríamos um jeito.

O grandão sorriu novamente.

— Não seria a primeira vez que desafiaríamos os Volturi.

A mulher avançou um passo em minha direção e tocou a ponta dos meus cabelos.

— Somos uma família, Louise, e não um Clã. Nós fazemos qualquer coisa por nossa família – disse carinhosamente – Todos estamos dispostos a ajuda-la. O meu irmão leu a sua mente lá dentro e conheceu o seu coração. Confiamos em você. Confie em mim e venha conosco, podemos oferecer uma vida normal, como qualquer garota da sua idade.

— Demetri me acharia.

— Podemos despistar o seu cheiro – Emmett afirmou.

— É impossível, sou uma mestiça – lhes disse.

— Você uma hibrida – Rosalie corrigiu-me – Temos uma conosco também.

Uma hibrida? Nunca ninguém havia se referido a mim daquela forma.

— Sabemos o que estamos fazendo – o vampiro disse – Você só precisa concordar.

Meus olhos se prenderam na floresta.

— Eu nunca saí do castelo – sussurrei.

A mão gelada da Cullen tocou o meu ombro fazendo-me virar para olhá-la.

— Existe um mundo lindo lá fora pronto para você conhecer, querida.

— Por quê quer tanto me ajudar? – perguntei.

— Não gosto quando homens maus obrigam garotas à qualquer coisa. Você é muito forte. Só ainda não descobriu isso.

— Sim.

Rosalie sorriu.

— O que disse?

— Eu vou com vocês.

Em sua velocidade sobrenatural envolveu os meus ombros em um abraço e no mesmo momento uma mulher baixinha passou pela porta, parando ao lado do grandão.

— Prestem atenção! Jacob já esta ciente e os espera no leste da floresta. Vocês seguirão direto para o aeroporto, Jasper mandará mais informações por mensagem. Sophie já está trabalhando no feitiço, Edward e eu ficaremos até que tudo acabe. Esme e Carlisle irão com Renesmee até o aeroporto. Mandem-nos noticias – a baixinha disse sem ao menos parar para respirar e ao fim sorriu mostrando todos os dentes da boca – À proposito, seja bem-vinda Louise.

 Eu não tive tempo de agradecer, em partes porque estava confusa com tudo o que ela havia falado e em partes porque Emmett me puxou para as suas costas pedindo que eu segurasse, e passamos a correr entre as arvores, com Rosalie ao lado. Não demorou muito tempo para que parássemos em uma trilha, onde um carro nos esperava, eu nunca havia andado naquela coisa mas a mulher empurrou-me para o banco traseiro dizendo que não tínhamos tempo a perder. Jacob sentou-se ao meu lado também, aparentemente a intenção era fazer com que o cheiro dele encobrisse o meu.

— E como isso pode dar certo? – perguntei.

— Eu sou um lobo – o homem disse com a voz firme – O meu cheiro será o suficiente para encobrir o seu, pelo menos para os sanguessugas.

Encarei Rose e ela assentiu.

— Quem é Sophie e o que aquela mulher quis dizer com feitiço?

— Sophie é uma bruxa – disse – Ela apagará a sua essência da mente de cada pessoa que estiver naquele castelo, com um feitiço.

Pisquei algumas vezes tentando digerir todas as informações.

— Será como se nunca tivesse existido – Emmett murmurou.

— Alguma chance do feitiço não dar certo?

— Não, dará certo. Mas ele pode ser quebrado se virem você, ou sentirem o seu cheiro, entre outras coisas, por isso precisamos tirá-la de Volterra agora mesmo.

Eu não fiz mais perguntas. Rosalie me falava o que julgava necessário. Ela era extremamente carinhosa. Não demorou em que chegássemos ao aeroporto e encontrássemos com Esme, Carlisle e Renesmee. Quando entramos no avião destinado à Port Angeles eu cedi ao cansaço fechando os meus olhos para a minha vida antiga, quando eu os abrisse seria diferente.

Eu teria a minha chance de recomeçar.


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