Dramione | Seis anos depois escrita por MStilinski


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

oi gente!

não consigo colocar em palavras o quanto sou grata pelos comentários de vcs!! realmente me animar muito mais a escrever e me dedicar totalmente a fic.

por esse motivo aqui vai mais um cap pra vocês :)



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Hermione conseguiu comprar o soro antiofídico em um consultório veterinário na segunda, durante seu horário de almoço.

Esperava que aquilo fosse suficiente, não apenas pela ironia da situação, mas também porque não sabia outra solução e não queria aceitar a ideia de Draco que consistia em basicamente fazer uma sangria.

Assim que saiu do trabalho, teve tempo suficiente apenas para tomar um banho e jantar rapidamente. Então entrou na lareira e apareceu na gigantesca sala de estar de Draco. Ele não estava ali, o que Hermione estranhou.

Saiu andando cautelosamente pela casa, chamando por ele.

— Draco?

— Na cozinha! É no fundo do corredor.

Ela seguiu até o final do corredor e virou à esquerda, entrando na cozinha surpreendentemente clara – as paredes e chão brancas, assim como o armário e a ilha no centro da cozinha, bem diferente do estilo Draco Malfoy de ser.

Ele estava encostado no balcão, mastigando um pedaço do sanduíche que estava em uma das mãos, ainda no terno preto e nos sapatos sociais.

— Eu cheguei tem pouco mais de dez minutos. – ele falou, depois de engolir.

— Se quiser posso voltar mais tarde.

Draco negou.

— Não precisa, só preciso comer. Trouxe o soro?

Hermione mostrou a garrafa de plástico que estava em sua mão.

— Posso ir descendo? – Hermione perguntou.

Ele assentiu.

Hermione então foi para a porta que dava para as escadas do porão e desceu.

Sobre a mesa estavam os três frascos de sangue negro de Draco e Hermione colocou o soro bem ao lado. Observou aquilo por um tempo. Se aquele soro não desse certo era menos um frasco...

— Fiz umas pesquisas na empresa hoje. – Draco disse, descendo as escadas, agora de um jeito mais desleixado, sem o blazer e com a blusa para fora da calça – A única coisa que pode ser usada para veneno de cobra: folhas de Eclipsia prostata e Harpalicia brasiliana, mais comuns na América do Sul. Tão incomuns aqui que dentro da empresa eu só encontrei isso. – Draco mostrou apenas duas pequenas folhas, uma menor e arredondada e outra mais comprida.

Hermione suspirou.

— Então temos três frascos de sangue para três testes diferentes. – falou, um tanto quanto desanimada. Não queria gastar todo aquele sangue de uma vez, não antes de fazer pesquisas mais aprofundadas.

— E temos a minha ideia.

— Eu não vou ficar te vendo quase morrer. Você também não deveria querer quase morrer repetidamente.

Draco a encarou alguns segundos e logo depois revirou os olhos.

— Então vamos aos testes. – falou.

— O soro primeiro. – Hermione abriu a garrafa com o soro antiofídico – Tenho mais esperanças nele.

Draco abriu o frasco com o sangue e Hermione pingou três gotas do soro dentro, utilizando de um conta-gotas.

No início não aconteceu nada. Depois de alguns segundos o sangue começou a se avermelhar e Hermione sentiu esperança. Mas em menos de um minuto o sangue deixou de ser vermelho e começou a se separar do plasma, formando duas fases.

— É, definitivamente não quero que isso aconteça comigo. – Draco falou, cruzando os braços. – Vou preparar as plantas.

Hermione suspirou, deixando o frasco com o sangue com o soro de lado. Menos um frasco, menos uma solução.

Ficou observando enquanto Draco pegava as folhas, amassava-as usando um pilão e depois jogou a primeira delas na água fervendo. Uma fumaça verde clara subiu, Draco mexeu por alguns minutos o líquido e depois colocou em um vidro vazio. Usando o conta gotas ele colocou um pouco do líquido dentro do segundo frasco de sangue negro e ele e Hermione se aproximaram do pequeno vidro, esperando algo.

Não aconteceu nada. Esperaram vários minutos, Draco colocou mais gotas da substância preparada e nada aconteceu.

— Isso não é possível... – ele murmurou.

Pegou um outro vidro para transferir o sangue, mas o sangue não virou. Estava sólido.

— Isso é que não é possível. – Hermione comentou, dando tapinhas no fundo do vidro, mas o sangue não se moveu.

— Eu também não quero essa droga. – Draco falou, batendo com o vidro na mesa com força.

— Ei, ei! – Hermione exclamou, assustada – O que foi que deu em você?

Draco não respondeu, apenas pegou o outro líquido da segunda planta, em um verde mais escuro e colocou algumas gotas no último frasco.

Novamente, por longos e angustiantes segundos, nada aconteceu. Então, de repente, o sangue começou a se tornar esbranquiçado, o completo oposto da cor original.

Hermione e Draco ficaram algum tempo encarando o vidro com a substância esbranquiçada. Era óbvio que não era aquilo que eles queriam, em nenhum dos casos. Haviam gastado tudo o que tinham, todo o sangue, somado conhecimentos bruxos e trouxas e não havia dado em absolutamente nada.

Hermione se sentiu até mesmo um pouco sem esperanças. Se lembrou da época em que passavam dias escondidos em florestas com animais selvagens, usando de todos os feitiços de proteção existentes, sentindo medo até mesmo do vento, sem nenhuma pista das horcruxes... Era exatamente daquele jeito que ela se sentia agora. Sem tanto medo como há seis anos, mas o mesmo desânimo a abatendo.

De repente, Draco pegou o último frasco testado e jogou na parede. Hermione deu um pulo para trás, com o susto, enquanto olhava assustada para o vidro se estilhaçando e caindo no chão, o líquido branco se evaporando rapidamente.

— Que droga está acontecendo com você?! – Hermione exclamou, olhando assustada para Draco.

Draco estava vermelho de raiva, bem diferente da comum aparência pálida. Ele ficou com a cabeça baixa algum tempo, a respiração rápida e ofegante.

— Você vai me falar qual é o problema ou eu vou ter que ler a sua mente? – Hermione falou, já irritada.

Draco levantou os olhos para ela por alguns segundos e depois bufou e então levantou a manga esquerda da camisa. Mostrou a Marca Negra para ela. Estava mais escura, o contorno dos desenhos um pouco mais visível.

Hermione engoliu em seco vendo aquilo. As coisas estavam mudando, os Comensais estavam a frente deles. Em nenhum aspecto aquilo era algo bom.

— O que você sabe que não está me contando? – Hermione perguntou, em um tom de voz neutro, tentando não aflorar mais a raiva de Draco.

Draco continuou olhando para baixo por algum tempo, até Hermione se aproximar e parar ao lado dele. Ele levantou os olhos cinzas para ela e suspirou.

— Tenho uma pessoa que está vigiando os três. Margareth, Davies e Jackson. Margareth e Davies tem se encontrado várias vezes nos elevadores do Ministério, provavelmente para não haver desconfiança, mas estão se comunicando muito. Além disso, Jackson, que está em prisão domiciliar tem trocado muitas cartas com outros Comensais. Eu sei que todos os tipos de comunicação dos presos que estão em casa são investigadas e lidas, mas não chegou nada no Ministério de que Jackson está trocando cartas com outros Comensais. Isso só me leva a concluir que mais alguém dentro do Ministério está os ajudando. – ele fez uma pausa – Hermione, eles estão se unindo. Ficando mais fortes, descobrindo maneiras de se comunicarem só pela Marca. Você descobriu que só Voldemort poderia marcar alguém e só ele poderia alterar o feitiço, mas não acredito mais nisso. Esses Comensais estão se ajudando através dessas cartas, unindo conhecimentos para trazerem a Marca de volta, para conseguir reunir todos só pelo chamamento da Marca, algo que só Voldemort podia fazer. Estão ficando mais fortes e ninguém está preparado para isso e eles sabem, por isso estão fazendo tudo pensando nos mínimos detalhes. Que droga, Hermione, o Potter já é pai! A pessoa que destruiu Voldemort, o único que poderia, está seguindo sua vida normal, não está esperando nada disso, absolutamente ninguém está.

— Podemos levar isso ao Ministério. – Hermione falou, sentindo o desespero de tudo o que ele havia falado tomar conta de si – Formar um grupo, um número maior de pessoas além de só nós dois. Mais cérebros pensando, avançaríamos mais rápido.

— Você não entende, Hermione? Eles estão escolhendo as pessoas do Ministério a dedo para ajudá-los. Pegaram Davies, o chefe do Escritório Internacional de Direito em Magia, alguém que lida com assuntos políticos e públicos dentro e fora do país, alguém que errou no passado fingindo que estava enfeitiçado e que atualmente consegue encobrir qualquer problema jurídico de qualquer um deles. Pegaram Margareth, que além de ter poder sobre todos os outros departamentos, é quem é responsável pela aplicação e regulamentação do Estatuto Internacional de Sigilo em Magia, ou seja, pode encobrir qualquer coisa que eles venham a fazer com os trouxas. E agora alguém que pode encobrir as cartas trocadas entre Comensais que estão em prisão domiciliar. Por mais que você confie em Kingsley, Potter e Weasley e, acredite, eu também confio, não é seguro reunir essas pessoas quando estão escolhendo tão bem quem usar.

Draco respirou fundo.

— Além de tudo isso, ainda temos Jackson, que era do ciclo interno de Voldemort e só Merlim sabe o que foi que o Lorde o ensinou sobre a Marca. Ele ainda esteve seis anos em Azkaban e pode ter feito muitos contatos com outros Comensais ou passado simplesmente muito tempo pensando em como fazer isso. A questão é... Eles estão se reunindo e não acreditam que sejam poucos a essa altura. Estão unindo o que sabem da Marca e estão na nossa frente. Precisamos descobrir algo e precisamos ser rápidos.

Hermione assentiu, concordando, porque sabia que ele tinha razão. Mesmo com as reformas de Kingsley e a caçada aos Comensais, o Ministério havia voltado a ser um lugar em que ninguém poderia confiar totalmente em ninguém. Será que eles realmente estavam sozinhos nessa e, acima de tudo, correndo contra o tempo?

— Quem está te informando de tudo isso? – ela perguntou, de repente. – Se eu não posso confiar em Harry e Rony, em quem você confia tão cegamente?

— Theodore Nott.

Hermione deu uma risada sarcástica.

— Realmente está confiando totalmente em Nott?

Hermione sabia pouco sobre Theodore Nott. Eles estavam na mesma turma durante os anos de Hogwarts e ele era um dos que riam de Hermione e seus amigos e que se sentia superior a ela em relação ao seu sangue. Além disso, sabia que o pai de Nott era um dos seguidores assíduos de Voldemort em ambas as guerras.

Draco revirou os olhos devido ao sarcasmo dela.

— Eu e Nott temos interesses em comum. – foi tudo o que ele disse.

Nessa hora Hermione ficou irritada.

— Draco, se vamos fazer isso juntos, apenas um podendo confiar no outro, você precisa me contar tudo. – falou.

Draco a encarou alguns instantes e depois suspirou, assentindo.

— Tudo bem, você tem razão. Infelizmente. – ele alfinetou e Hermione revirou os olhos – Theo e eu sempre fomos amigos, desde antes de Hogwarts. Nossas famílias compactuavam em muitas coisas, muitos pensamentos. Nossos pais eram Comensais na primeira guerra e continuaram próximos depois que Voldemort caiu, porque tinham muitos negócios juntos. Em Hogwarts, Theo se afastou um pouco porque não gostava das confusões de Crabbe e Goyle, mas nunca deixamos de ser amigos, então sempre confiei nele. Ficamos ainda mais próximos quando fomos um dos poucos da Sonserina a passar para o nível do N.I.E.M. em poções, no sexto ano. Logo depois a guerra começou e Theo passava muito tempo na minha casa, já que seu pai estava sempre lá com Voldemort. No mesmo dia que eu recebi a minha Marca, ele também recebeu a dele. Então, acredite, tenho milhares de motivos para confiar totalmente em Nott.

Hermione assentiu. Pareciam bons motivos, mas ela nunca confiaria em Theodore Nott, mas tinha que confiar em Draco. Se não confiasse, confiaria em quem?

— Eu e ele notamos juntos quando a Marca surgiu novamente. – Draco continuou – A família Nott é dona de uma imensa quantidade de terrenos pela Grã-Bretanha então quase sempre estamos fazendo negócios. Assim que a Marca apareceu começamos a tentar descobrir o que aconteceu, mas tem um pequeno detalhe: Theodore nunca fugiu e eu sim. Ele nunca teve que fazer nada do que eu tive, mas também nunca gostou de ficar ao lado de Voldemort. Você não sabe como as coisas eram lá, Hermione... Nenhum adolescente aguentaria aquela pressão e todas aquelas atrocidades. Bom, grande parte dos Comensais só me vê como um traidor, o que eu sou, mas Theo nunca se importou com isso, então voltamos a ser amigos bem rápidos, logo quando aquela quantidade enorme de matérias sobre mim começou a circular após o fim da guerra.

Hermione se lembrava bem. Foi apenas um mês após o fim da guerra, ela já não via Draco há bastante tempo. Logo após o final da guerra, Hermione foi atrás de seus pais, que estavam de férias na Austrália, já que nem se lembravam dela, e os trouxe para casa e passou todo aquele mês sendo mimada como uma criança. No final daqueles trinta dias, ela voltou para a casa dos Weasley, onde todos estavam sempre se reunindo e decidindo tudo com Kingsley – Rony e Harry estavam ajudando-o na caçada aos Comensais, junto com outros da Ordem, como Lupin, Fred e Jorge, enquanto Hermione e o Sr. Weasley estavam a par de ajudá-lo na reformulação do Ministério e o restante estava cuidando da reforma de Hogwarts.

Naquele primeiro mês, ela ainda tinha os pesadelos costumeiros com Bellatrix e agora somados a alguns flashes de cenas da Batalha de Hogwarts; Hermione sempre acordava no meio da noite, totalmente petrificada de medo e com os olhos repletos de lágrimas. Ela sempre olhava para o lado e Draco não estava lá. Ele nunca estava.

Quando voltou para a casa dos Weasley, voltou a ter contato com as fontes de informações bruxas, como as revistas e o Profeta, já que vinha evitando tudo isso na casa de seus pais, apenas com as cartas de Rony e Harry deixando-a informada de coisas essenciais.

Foi praticamente na primeira manhã em que desceu do quarto de Gina para a cozinha, bem mais cedo do que todos, porque ela já estava acordada há bastante tempo e porque tinha uma reunião com Kingsley no Ministério, que ela viu os jornais e revistas sobre a mesa, todos com o mesmo assunto nas capas: Draco Malfoy e seu heroísmo na guerra.

Havia fotos dele em todas as capas, a maioria em sua expressão indiferente, mas uma delas chamou a atenção dela. Draco estava na janela de uma casa e parecia... sorrir. Parecia leve.

Hermione se lembrava bem de todas essas matérias. Não leu nenhuma delas, mas viu a foto de Draco por meses em várias revistas e jornais diferentes, apesar dos Weasley e Harry fazerem o máximo para esconder tudo dela (eles tentavam disfarçar, mas Hermione sabia que era isso que eles estavam fazendo), mas sua mente sempre voltava para a foto em que ele sorria. Ele parecia bem. Parecia livre. Parecia bem sem ela.

Ela se lembrava bem, porque aquelas matérias marcaram o momento em que seu cérebro brilhante chegou à conclusão mais óbvia de todos os momentos: ela era indiferente para ele e Draco estava vivendo melhor sem Hermione.

Hermione tirou aqueles pensamentos da cabeça e disse:

— Então você confia em Nott, que continuou sendo um Comensal mesmo depois que você fugiu?

— Sei que é difícil para você acreditar nisso, Hermione, mas Nott queria aquilo menos do que eu. Ele nunca foi de estar em nenhuma das confusões ou brigas em que eu estava, sempre foi um cara mais tranquilo, então acha mesmo que ele queria estar numa Guerra? Nott passa mais da metade do ano em uma vinícola que ele comprou na Itália. Definitivamente eu confio nele para as informações que ele vem me passando.

— E como ele consegue essas informações?

— Bom, ele é vizinho de Margareth, para começar. E ele está sempre indo no Ministério, quase sempre no seu departamento, por causa dos seus negócios. É um bom observador.

Hermione suspirou.

— Eu não vou confiar nele como você confia, mas...

— Eu não terminei. – Draco a interrompeu – Por que acha que eu não quero que nada disso volte, por que eu quero destruir essa Marca?

Ela estranhou a pergunta.

— Bom, não sei... Você foi para o nosso lado e nos ajudou, então acredito que não quer que nada disso volte porque não concorda com o que é pregado, também porque não quer metade do mundo morto. É o que eu quero, pelo menos.

— Sim e foi por isso que te chamei. Porque você é extremamente inteligente e porque temos esse motivo em comum para acabar com tudo: simplesmente ficar em paz. Eu e Nott temos outro motivo.

— Outro?

— Nossos pais.

Lúcio Malfoy. Ele estava na Batalha, Hermione se lembra. Parecia um homem insano, sem nada da elegância de antes – os cabelos raspados, o rosto cheio de cortes, a barba por fazer. Talvez fosse a aparência de um homem enlouquecido pelo mal e traído pela família, afinal, Draco havia resgatado Narcisa e eles haviam sumido dali. Lúcio atirava Maldições Imperdoáveis sem nem mesmo raciocinar e foi um dos primeiros a ser levado para Azkaban. E lá estava.

— O que tem eles? – ela perguntou.

— Foram eles que nos colocaram nessa vida. Meu pai me tirou tantas coisas, Hermione. Ele não pode sair de Azkaban, ele não pode voltar e vir atrás de mim. Não tenho medo de que ele me mate, tenho medo de que ele me obrigue a fazer coisas que ele quer, sem nunca me dar uma escolha, como ele fez a vida toda. O pai de Nott também está lá e ele se sente da mesma maneira e por isso queremos ter certeza de que eles vão ficar lá.

A voz de Draco estava novamente repleta de raiva e Hermione sentiu pena. Mesmo no tempo em que estiveram juntos Draco detestava falar de Lúcio, evitava a qualquer custo e de todas as maneiras possíveis. Hermione não tinha ideia de como ele se sentia: como era ter passado a vida inteira vivendo sobre a pressão do nome, sendo obrigado a fazer o que não queria pelo próprio pai e então culminar sentindo tanta raiva assim.

O cômodo caiu em silêncio.

Hermione só queria paz. Sabia que tudo o que Draco estava falando era verdade porque ela havia aprendido a confiar nele. Sabia que ele realmente queria acabar com tudo aquilo.

— Você acha que pode estar correndo perigo? – ela perguntou, sem pensar.

Ela não podia ter medo por ele. Ele não era nada dela, Hermione não sentia mais nada por Draco, ela se recusava.

Surpreendentemente, o rosto de Draco suavizou.

Hermione desviou os olhos porque se sentia envergonhada demais por se preocupar com ele. Sentia até mesmo um pouco de raiva de si.

— Eu nunca estive seguro desde o dia em que fugi com vocês. – Draco falou, calmamente. Ela sentia o peso do olhar dele – Tenho dezenas de feitiços de proteção ao redor dessa casa e da Empresa. Acredito que eu saiba me defender sozinho, mas não acredito que eu esteja totalmente em segurança mais, não agora que a Marca está começando a escurecer mais rápido.

Hermione assentiu.

— Não acha que deveria contratar alguém? Tipo... um segurança?

Draco riu.

— Eu era o melhor no Clube de Duelos, Granger.

— Porque nunca duelou contra mim. – ela o encarou, se divertindo.

Draco sorriu.

— Pode até ser, mas nós nunca saberemos, então na minha cabeça sou eu quem venço. – ele deu de ombros e Hermione revirou os olhos devido a arrogância – Eu tenho medo por você.

Ela o encarou mais rápido do que deveria, não entendendo a pergunta, não entendendo de onde ele havia tirado aquilo.

— O que? – ela perguntou.

— Quer dizer... Você apareceu no jornal comigo, estão achando que somos um casal. Podem ficar de olho em você para tentarem me atingir ou coisa do tipo.

— Eu sei me defender sozinha. – ela disse, se afastando. Não podia deixar que nada do que ele falasse confundisse sua cabeça, absolutamente nada.

— Eu sei, não duvido disso.

— Que bom, então não precisa se preocupar comigo.

— Eu sempre irei me preocupar.

Ele a pegou de surpresa outra vez. O que ele estava fazendo com ela? Queria brincar com o que que ela sentisse?

Hermione o fuzilou com o olhar, sentindo uma raiva que ela não sabia de onde vinha.

— Você nunca se preocupou.

Draco franziu o cenho.

— Como você pode dizer isso?

— Do mesmo jeito que você pode me deixar de lado tão fácil.

Ela definitivamente não deveria ter dito aquilo, mas estava com raiva e queria que ele ficasse também. Queria que ele explodisse e jogasse tudo de ruim que achava dela na sua cara para que, de uma vez por todas, ela tivesse tudo o que achava que Draco pensava dela confirmado e pudesse esquecer aquilo.

O olhar de Draco – como sempre – o entregou. Ele ficou magoado e ela não entendeu. O resto do rosto retomou a expressão de frieza e ele respirou fundo antes de dizer:

— Talvez devêssemos parar por hoje.

Hermione apenas piscou, sem entender. Ela havia provocado e aquilo era tudo o que ele tinha para responder?

Eles continuaram a se encarar e ela viu que aquilo era tudo o que ele tinha para dizer e, na verdade, era mais do que suficiente. Ele não negou que a deixou de lado fácil e nem contestou. Não dizer nada as vezes é apenas uma concordância calada.

— Obrigada por admitir.


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Notas finais do capítulo

obs: não sei onde se compra soro, mas tudo pelo bem da fic haha

é, gente nova na área... me contem o que acharam!!

até mais!



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