Universo em conflito escrita por Mallagueta Pepper
Notas iniciais do capítulo
Se segurem nas suas cadeiras porque o bagulho vai ficar louco!
— Você tá legal? Tem sido dureza lá na escola... – Cascão perguntou ao ver o abatimento da Magali.
— Vou ficar bem.
— Credo, o pessoal não esquece de jeito nenhum!
— Acho que nunca vão esquecer.
— Pelo menos o Cebola e a Mônica andam com a gente, isso ajuda. Ah, olha lá! Quer um picolé?
— Quero sim, tá um calorão danado.
Eles foram até o carrinho e Cascão teve que segurar uma careta. Era da empresa que pertencia ao pai do namorado da Cascuda. Magali percebeu seu aborrecimento.
— Que foi? Você ficou bolado de repente.
— É que a Cascuda ainda tá namorando aquele filho do sorveteiro.
— Ah, sei. Puxa, deve ser difícil.
— Sei lá, eu tenho que superar isso. E o Quim? Você já tentou falar com ele?
— Tô criando coragem. Acho que o Seu Quinzão não vai gostar nem um pouco de me ver na padaria.
Eles foram andando pela rua.
— Sabe, eu pesquisei aquele livro que o Cebola falou outro dia e não achei nada. Que estranho.
— Qual? Aquele da lua que chora?
— Esse. Eu não sei se é impressão minha, toda vez que alguém fala isso minha cabeça dói.
— Fala o quê? A lua chora esta noite?
— Ai, caramba, não fala! – ela esfregou a cabeça fazendo careta de dor.
— Foi mal. Vem, vamos sentar lá no banco. Que esquisito, por que sua cabeça dói assim?
— Não sei. Telefonei pra tia Nena ontem e ela disse que é pra eu não me preocupar com isso agora, que mais pra frente vou entender.
— Essa sua tia é toda cheia de mistério, hein?
— É mesmo.
Os dois ficaram em silêncio, cada um chupando seu picolé, quando Cascão lembrou-se de algo.
— Amanhã a Srta. Duister vai visitar a escola. Se pudesse eu cabulava aula!
— Até hoje não entendo porque geral tem medo dela.
— Eu não sei explicar, só ficando cara a cara com ela pra entender
— É verdade que todo mundo fica mal quando ela aparece?
— Pra caramba! Eu sempre fico no pó da rabiola depois de falar com ela. É assim com todo mundo.
— Credo, tomara que ela não venha pro meu lado!
— Ih, pode esperar que ela vai te chamar sim. Vai ser barra amanhã.
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Cebola ficou surpreso quando os rapazes apareceram na lanchonete e falaram com ele ao invés de somente fazerem seus pedidos.
— Cara, a gente ficou sabendo que o Tonhão cercou vocês na hora da saída! Foi mesmo? – Jeremias perguntou. Os outros estavam atrás dele e olhavam com expectativa.
— Sim, ele veio falar com a gente. Mas não pegou nada não, foi tranqüilo.
— Sério? – todos falaram ao mesmo tempo.
— É... ele veio falar que mudou e tá levando uma vida decente. Agora não fica mais puxando cueca de ninguém não.
— Tempos estranhos... – Luca murmurou.
— Eu pensei que Magali fosse dar uma surra nele. – Tikara falou.
— Quê? Claro que não, ela não faz mais esse tipo de coisa.
Os rapazes fizeram seu pedido e foram se sentar. Cebola ficou satisfeito com aquele inicio de aproximação, embora não fosse nada garantido. Pouco depois, chegaram Cascão e Magali, que sempre passavam ali para conversar.
— E aí, careca?
— Tranqüilo. Eu tenho uma novidade pra vocês: minha tia e eu nos entendemos e não vai ter mais briga lá em casa.
— Cara, você tá falando sério mesmo? Fez as pazes com a bruxa? – Cascão quase não acreditou.
— Caramba, isso é bom demais! – Magali comemorou.
Eles conversaram mais um pouco e Cebola lhes contou sobre o acordo os dois fizeram. Ele ganhou mais liberdade e podia sair quando quisesse. Rosália prometeu parar de humilhá-lo e não ia mais deixar Rômulo lhe bater.
Em troca, ele ia continuar cedendo seu quarto para ser alugado, já que ajudava a pagar a dívida e metade do salário da lanchonete ia ficar para ela. Ele também ia contribuir com a arrumação da casa porque ela tinha que trabalhar o dia inteiro e aceitou que eles vivessem na casa até que a divida fosse quitada, mesmo que isso fosse demorado.
Embora não morressem de amores um pelo outro, a relação já não era mais hostil.
— As coisas melhoraram bem lá em casa. Ela até me deixou dormir no sofá! É bem melhor que aquele colchonete horrível.
Magali precisou ir embora porque tinha prometido ajudar sua mãe em algo. Aproveitando que ela saiu, Cebola perguntou.
— E você? Tá tudo de boa? Você tem saído bastante com a Magali.
Cascão esfregou a nuca um tanto sem jeito e falou.
— Até que tá sendo legal. Aqui, eu... sei lá, eu tava pensando em chamar ela pra ir ao cinema.
— Sério mesmo? Por que não faz isso?
— Aí ela vai pensar que eu tô querendo outra coisa... – o outro fez um olhar malicioso.
— E não tá?
Seu rosto ficou tão vermelho que Cebola não teve dúvidas.
— Haha, você tá gostando da Magali?
— Tá, eu sei que isso é estranho e...
— Estranho por quê? Você tá solteiro, ela também. Não tem nada de mais nisso.
Cebola desconfiava que o Cascão original tinha uma quedinha pela Magali, então não era impossível que seu duplo sentisse a mesma coisa. Ao ver que seu amigo estava em dificuldades, teve uma idéia maluca.
— E se nós quatro fôssemos ao cinema? Tá, é meio corta-clima...
— Não, tá ótimo! – Cascão aprovou. – Assim ela não vai ficar desconfiada.
— Legal, mas tem que ser no domingo porque é meu único dia de folga no trabalho.
— Beleza então!
— E tem mais uma coisa. Eu acho que você vai ter que fazer um pequeno sacrifício.
Cascão arregalou os olhos e quase caiu para trás. Não, isso ele não ia fazer de jeito nenhum! Usando toda sua lábia e persuasão, Cebola explicou que era necessário fazer aquilo se ele quisesse alguma chance com a Magali. Por fim o rapaz acabou aceitando ainda que contrariado. Não tinha outro jeito.
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O novo carro foi recebido com lágrimas nos olhos. O pai da Mila mal podia acreditar no que sua filha tinha feito.
— Por que não me falou?
— Eu queria fazer uma surpresa, pai.
— Obrigado, muito obrigado! Agora vamos poder pagar o tratamento da sua mãe!
Pela primeira vez em muitos meses ele estava feliz. Aquele carro ia salvar a vida da sua esposa, pagar suas dívidas e com o restante eles podiam ir levando até ele encontrar outro emprego.
Seu pai foi logo providenciar a venda do carro, pois precisavam muito do dinheiro e Mila resolveu fazer uma visita a alguém. Havia pouco movimento e ela se aproveitou para falar com ele.
— Mila, o que tá fazendo aqui? – Cebola perguntou.
Ela olhou bem para seu rosto e perguntou.
— Você fez aquilo de propósito, não foi?
— Aquilo o quê? Não sei do que você tá falando.
— Ah, pára! Tá achando que eu sou burra, é? Primeiro eu falo da situação da minha família e depois você passa mal do nada? Por que fez isso? Você também precisava do prêmio!
O rapaz sorriu e balançou a cabeça.
— Se for o caso, daqui a dois anos eu completo dezoito e vou poder botar aqueles dois pra fora.
Ela entendeu. Sua mãe não tinha tanto tempo assim.
— Nem sei como te agradecer! Puxa, isso foi tão legal da sua parte!
— De nada, fico feliz que as coisas estejam encaminhadas pra sua família.
Os clientes foram chegando e eles se despediram, já que o rapaz precisava trabalhar. A moça foi embora se sentindo mal pelo sacrifício que ele tinha feito. Ela lhe devia um grande favor e só havia uma forma de pagar.
— Alô? Tio, aqui é a Mila.
— Mila? Como vai, menina? E a sua mãe? Estou muito preocupado com ela!
— Agora vai tudo ficar bem.
Ela falou o que tinha acontecido, deixando o homem do outro lado da linha muito feliz e aliviado.
— O senhor tem um tempinho? Preciso falar uma coisa importante, mas tem que ser pessoalmente.
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No dia seguinte, logo após Rosália e Rômulo saírem para trabalhar, Cebola ficou em casa esperando com ansiedade. Era o dia em que Paradoxo tinha combinado de encontrar com ele.
— Cara, eu acho que já sei qual é o problema com esse mundo! – falou empolgado assim que ele apareceu na sua frente. – Só preciso investigar uma coisa pra ter certeza.
— Sério mesmo? – o homem estava cético. – O que precisamos investigar?
— Preciso que você me leve a Sococó da Ema.
— Por que essa cidade?
— Porque lá também aconteceu uma parada muito sinistra e quero saber se nesse mundo rolou a mesma coisa. Se não, a minha teoria será verdadeira.
Como estava mesmo curioso, Paradoxo acabou concordando e o levou até a outra cidade.
— Rapaz, esse lugar tá bem caído, hein? – falou olhando ao redor. A cidade parecia bem decadente, não lembrando em quase nada a do mundo original que tinha crescido bastante com o turismo gerado pelo dia da Jumenta Voadora.
— Melhor começarmos. Eu terei que levar você de volta no tempo e isso me cansa, então quanto mais tempo passar, mais difícil será para mim. Onde pretende buscar informações?
— A gente vai ter que andar por aí perguntando. Não tem jeito.
Após pesquisar muito na internet, ele não achou nada sobre a Jumenta Voadora, filhos de Umbra e nem sobre a Menina do Lago. Era muito estranho algo tão popular e comentado no mundo original simplesmente não existir no alternativo e ele achou melhor investigar aquilo direito.
Levou um tempo até descobrir alguma coisa porque havia poucas pessoas circulando nas ruas e nem todas gostavam de responder perguntas de estranhos. Mas a busca valeu à pena.
— Tragédia da menina do lago? Nunca nem vi! – Um senhor meio barrigudo sentado à mesa de um pequeno bar falou.
— Aqui nem tem lago. Tem é um riachozinho mixuruca. Mas um dia aquilo ali foi um rio muito fundo, perigoso e cheio de correntezas. – Outro senhor disse. – Muita gente já morreu afogada ali no passado. Hoje a parte mais funda só vai até o peito no tempo de chuva.
— É difícil lembrar de um caso em particular, ainda mais que aconteceu há tanto tempo. – o homem barrigudo voltou a falar e Cebola resolveu dar mais detalhes.
— Ela era filha de uma mulher chamada Berenice que distribuía comida pras crianças em tupperwares. – ele explicou torcendo para que os fatos ali fossem como no mundo original.
Funcionou porque o dono do bar acabou lembrando na mesma hora.
— A Dona Berenice! Por que não falou antes?
— Eita, agora tô lembrando! Só que a menina não morreu não! - O sujeito barrigudo pediu outra cerveja e convidou Cebola para se sentar com ele.
— Ah, tá. Ela sobreviveu então.
— Não, ela não sobreviveu. – alguém falou e ele deparou-se com um homem alto com cabelos loiros penteados de um jeito muito familiar. – Por que quer saber disso?
“Caramba, esse só pode ser o Porta-Voz!” ele pensou e tratou de se explicar.
— É um trabalho de escola. Eles mandaram a gente investigar esses casos antigos, sabe?
— Que trabalho estranho. Bem, eu estava lá naquela noite e posso dizer que não fizemos nada de mal a menina. Ela colocou aquele crânio de jumenta na cabeça para nos assustar e acabou caindo no rio porque não pode ver para onde estava indo.
— E como ela não afogou?
— Tinha um pescador colocando armadilhas para peixe naquela hora. Ele a viu cair e socorreu.
— Mas você disse que ela não sobreviveu...
O homem puxou uma cadeira e sentou.
— Fazia muito frio naquela época e ela ficou doente, acho que foi pneumonia. A Berenice fez de tudo, coitada. Levou para a capital, gastou o que não tinha com médico e até pediu ajuda paro o povo da cidade. Muita gente ajudou, só que não foi suficiente e a menina não resistiu.
— A Berenice ficou num choro que só vendo. – o dono do bar relembrou.
— Estão procurando pela Berenice? Ela não mora mais aqui.
Duas mulheres que estavam passando ali perto entraram na conversa. Uma delas era meio gorducha, baixinha e carregava uma sombrinha por causa do sol, a outra era magra e tinha os cabelos que iam até a altura das orelhas e davam voltas nas pontas.
— Ele está fazendo um trabalho de escola, querida. – o “Porta-Voz” levantou-se e pôs um braço ao redor do ombro da mulher mais magra. – Elas também estavam conosco naquela época, com mais uma menina e três meninos.
Cebola deduziu que aquelas deviam ser a Sangria e a Bailarina. Pelo visto, os filhos de Umbra daquela dimensão tinham crescido e levado vidas normais. A “Sangria” falou.
— Ela nos perseguiu por um tempo, sabe? Colocou a culpa na gente e queria que o delegado nos prendesse de qualquer jeito. Ainda bem que as pessoas acreditaram em nós.
— A filha dela era uma peste, mas ela pensava que a menina era uma santa. Ela ficou tão maluca que até ameaçou colocar veneno na comida que dava para gente, por isso paramos de aceitar qualquer coisa da mão dela. – a “Bailarina” também disse.
— Interessante... – Cebola falou. – Ela ainda mora na cidade? – “Porta-Voz” respondeu.
— Não. Poucos meses depois ela vendeu tudo o que tinha e foi embora. Deve ter refeito a vida em outro lugar.
Como aquelas pessoas tinham boa vontade em cooperar, Cebola arriscou mais uma pergunta.
— E os outros quatro que estavam com vocês na época? – A “Bailarina” respondeu.
— Um deles foi estudar violino na capital morreu do mal da múmia. Os outros estão bem.
Ele deduziu que foi o “Violinista” quem morreu. Já “Perna-de-Pau”, “Absinto” e “Viúva” pareciam bem. Como já tinha informações suficientes, ele decidiu que não precisava falar com eles e foi embora após se despedir do grupo. Ele só queria visitar dois lugares antes de voltar e o primeiro era a antiga casa da Berenice que estava bem diferente, uma vez que não tinha pegado fogo.
— Você pretende bater na porta e falar com os moradores? – Paradoxo perguntou.
— Não. Vou só dar a volta pra olhar uma coisa. É... tiraram o cavalinho de madeira.
Logo depois ele foi até o abismo de onde a menina tinha caído e viu que o rio ali era só um pequeno veio de água cercado por vegetação rasteira, lixo e alguns esqueletos de animais. Não lembrava nem de longe o rio do mundo original que até parecia um lago de tão grande que era. Com isso, ele deu a visita por encerrada.
— Vai me falar da sua teoria? – Paradoxo quis saber antes de levá-los embora.
— Eu bem que andava desconfiado e agora pude confirmar. O problema desse mundo se resume a uma única palavra: sobrenatural.
— Sobrenatural? Como assim?
— Tipo coisas do além, magia, essas paradas.
— Garoto, eu sou um cientista.
— E daí? Você viaja no tempo. Quem não te conhece pode pensar que é mágica.
— Não tem mágica nisso. As pessoas não entendem porque que a ciência desse mundo não é capaz de explicar.
— Bom, com o sobrenatural pode ser a mesma coisa. Só sei que fenômenos sobrenaturais que ocorreram no mundo original não aconteceram aqui.
— E você acha que isso está causando o desequilíbrio? Não consigo acreditar!
— Sei que é difícil, eu mesmo vou ter que investigar e entender como isso tá avacalhando o planeta. Mas pelo que tenho observado até agora, nesse mundo não existe o sobrenatural e isso deve estar causando esse desequilíbrio.
Paradoxo oscilava entre a crença e o ceticismo. Se o rapaz estivesse certo, ele podia entender por que não conseguiu descobrir nada já que assuntos sobrenaturais não eram sua área.
— Eu acho que tudo começou no ano em que o Feio morreu. Deve ser por isso que você não consegue voltar pra lá.
— Está começando a fazer sentido. Como você pretende investigar?
Cebola coçou a cabeça.
— Não sei. Eu ainda tenho que trabalhar porque combinei com a Rosália de dar metade do meu salário pra ela. É o preço que tenho de pagar pra ter ser tratado como gente lá em casa.
— Bem, não se preocupe. Tudo acontecerá no tempo certo. Agora precisamos voltar ou perderei muita energia.
Os dois voltaram no tempo e Cebola viu, fascinado, que tinha voltado ao momento em que se preparava para ir à escola. Era quarta-feira, dia de Agnes visitar o colégio. Ele nem estava preocupado, mas os alunos pareciam tão apavorados e ele ainda não conseguia entender como aquela mulher sem graça podia botar medo em tanta gente. Até Rosália tinha medo dela.
— Deixa eu correr pra não chegar atrasado. – ele falou sem pensar mais no assunto. Aquilo não tinha importância mesmo.
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Ela mal passou do portão para dentro e percebeu que alguma coisa estava errada. Era como se uma nuvem escura e sinistra estivesse pairando sobre o colégio apesar de o céu estar limpo e azul. O ar estava pesado, sons meio abafados e os movimentos estavam mais difíceis. Mas havia algo mais também. Magali sentiu raiva, vontade de gritar e espancar o primeiro mané que aparecesse na sua frente. Fazia meses que ela não sentia algo assim. Mônica e Cascão também se sentiam mal. Já Cebola não tinha nada.
— O que tá pegando com o pessoal? – Cebola perguntou olhando ao redor.
— A Srta. Duister tá no colégio! Olha como eu tô todo arrepiado! Aposto que Penha e Sofia também estão!
— Se pudesse, voltava pra casa agora mesmo! – Mônica choramingou com o corpo tremendo de medo.
— Tem alguma coisa errada aqui, eu sei disso. – Magali murmurou também sentindo arrepios desagradáveis e um pouco de suor brotando na testa.
Eles foram para a sala e no meio do caminho perceberam que os alunos se arrastavam como se tivessem bolas de ferro amarradas aos pés. Estavam todos encurvados, pálidos e abatidos. Tanto que ninguém se importou em implicar com ela, nem mesmo o DC que estava na sala dele encolhido num canto.
— Está piorando. O que tá acontecendo? – Magali sentiu aquele mal estar aumentando ainda mais.
— Engraçado que eu não tô sentindo nada. – Cebola falou.
— Mas eu tô e isso tá aumentando e...
Ela estancou no meio do caminho, olhando para frente com os olhos arregalados. Cascão e Mônica recuaram morrendo de medo, vários alunos entraram nas salas correndo e os que ficaram no corredor se encolheram contra a parede o máximo que puderam.
Seus passos eram ritmados e seguros. Uma aura escura e gelada a seguia por toda parte. Um par de olhos azuis e frios a encararam de frente. Magali sentiu frio, pavor, desespero. Era como se toda sua alegria, esperança e vontade de viver estivessem sendo sugadas por um buraco negro e por instantes ela sentiu vontade de morrer.
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