Click! et Brille escrita por Biax, EsterNW


Capítulo 48
Boas-Vindas


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas!
O capítulo de hoje será muito fofo! Espero que vocês gostem tanto quanto nós :')
Boa leitura!



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Assim que abri os olhos, também abri um sorriso. Um sorriso que não dava desde aquele fatídico dia em que fui demitida injustamente, sem ter para onde correr. Mas aquele dia chegou. O dia em que teríamos provas de que nada daquilo tinha sido culpa nossa. Eu estava tão feliz que nem sabia por onde começar.

Tudo bem, eu sabia por onde começar. Precisava conversar com Bonnet sobre os prints de Armin, que resolveu deixar na minha mão. Ele me enviou as imagens por e-mail, e só não enviou para Bonnet também porque eu queria ir até lá pessoalmente e mostrar.

Assim que levantei, abri a porta do quarto e antes de ir ao banheiro, vi Marimar e Micalina no sofá com o notebook no colo, tendo uma conversa acalorada, mesmo que baixa.

— O que vocês estão fazendo?

Elas viraram o rosto na minha direção e ambas abriram o mesmo sorriso travesso.

— Estamos bolando o exposed da Ambre e da Debrah — respondeu Mari.

— Elas vão ver o que é ter haters enchendo o saco agora — Micalina completou, só faltando dar aquela risada maldosa de bruxa.

— Tem certeza que vocês querem fazer isso?

— Claro que sim, Ju! Nós sofremos muito hate pra deixar isso quieto. As pessoas precisam saber que você não teve nada a ver com a história e que eu só tirei aquelas fotos por fogo na bunda de fã!

Ponderei aquilo, sabendo que nada seria mais justo. — Tá, mas tomem cuidado com o que e como vocês falam.

— Pode deixar, Ju — Micalina disse por fim, voltando a atenção à pequena tela.

Fui ao banheiro e depois comi algumas torradinhas junto de uma xícara de chá. Nem eu estava me reconhecendo, tamanho a ansiedade de sair logo e contar a Bonnet.

— Você vai ir na agência falar com o Nathaniel? — Marimar me perguntou.

— Vou. Mesmo que eu não consiga meu emprego de volta, já vou ficar completamente aliviada de provar que somos inocentes.

— Se você não conseguir o emprego de volta, peço para todos os modelos fazerem um protesto naquela agência — disse Mica, digitando no teclado do notebook. — E pode ter certeza que o Nathaniel ouviu muitas reclamações dos modelos que gostavam de você.

— Uau, fico feliz com isso. E quando vocês vão postar isso aí?

— Daqui a pouco, assim que a gente terminar o texto.

— Então eu vou parar de enrolar.

Corri para o quarto e me arrumei, como se fosse mais um dia de trabalho integral. Mas eu precisava de algo que demonstrasse minha confiança e usei o batom vermelho da Marimar, mesmo que normalmente não usasse maquiagens fortes.

 As fotos já estavam salvas no meu celular e em um rascunho no meu e-mail, já endereçadas ao Bonnet.

— Boa sorte! — Mari me desejou depois de elogiar o batom.

— Para nós! — Sorri para as meninas antes de sair.

Fiz o caminho de sempre até a agência. Quando entrei, vi alguns conhecidos pela recepção. Pelo jeito estava rolando alguma prova de roupa ou algum teste. Alguns modelos sorriram para mim, poucos me olharam com reprovação. Eu até conseguia ler na cara deles “o que essa aí tá fazendo aqui?”

Cumprimentei Anália, a recepcionista, e avisei que precisava falar com Nathaniel. Era regra que ela ligasse para ele antes, mas ela sorriu e só me incentivou a subir direto.

Agradeci e segui o corredor, subindo as escadas e cumprimentando outras modelos. Eu estava me sentindo tão confiante como não estava há meses. Era a melhor sensação do mundo não ligar para os olhares de censura que alguns me davam.

Eu nunca fiz nada errado, e agora eu conseguia provar.

Chegando no segundo andar, vi mais alguns modelos perto da copa e da sala de descanso. Enquanto caminhava até a porta da sala de Bonnet, vi Kentin dentre os modelos e acenamos um para o outro. Também vi Castiel com um copo de café na mão, e apenas sustentei seu olhar antes de bater de leve na porta da sala do boss, como diria Armin.

— Entra — Melody convidou.

Abri a porta com um sorrisinho, e tive tempo de ver Melody disfarçar a careta surpresa.

— Ju — Bonnet disse, com uma mistura de surpresa, alívio e carinho.

— Bom dia. Vim tratar de negócios com você.

Bonnet lançou um olhar breve para Melody, e apenas a ouvi levantando e saindo da sala, fechando a porta. As conversas altas do corredor pararam.

— O que posso fazer por você hoje? — Bonnet abriu um sorriso animado.

Peguei meu celular, abri o aplicativo de e-mails e mandei o rascunho para ele.

— Olha seu e-mail.

Um pequeno sino soou da tela do computador, e prontamente Bonnet mexeu ali. Poucos segundos depois vi sua expressão ter algumas mudanças. Incredulidade, choque, raiva, confusão...

— Acho que isso são provas suficientes, não? — perguntei, puxando a cadeira da frente da mesa e me sentando.

— Sim. Com certeza... — Ele passou a mão no rosto e se recostou na cadeira. — A gente já sabia que tinha sido a Ambre, mas ver todo esse teatrinho combinado contra você...

— Sinceramente não sei por que ela fez isso. Eu nunca dei motivos para ela não gostar de mim.

— Eu sei. Isso que é o pior. É triste ver alguém próximo fazer algo assim.

— Você ficou triste aquele dia? Quando teve que me demitir?

— Muito. Eu me senti muito culpado, por mais que visse aquela revista e o seu nome debaixo das fotos, não entrava na minha cabeça que você fosse capaz de fazer algo do tipo. No fundo eu sabia que não tinha sido você, mas eu não tive outra opção.

— Eu sei. Eu sei que é difícil aceitar que sua irmã fez isso, mas ela fez e precisa pagar.

— E vai, sendo minha irmã ou não. — Ele levantou e deu a volta na mesa.

Me levantei também. Mesmo que fizesse tempo, eu ainda o conhecia muito bem, bem o bastante para saber que ele me pediria um abraço, e eu o abracei antes que fizesse qualquer sinal. Nos abraçamos apertado, e eu senti a nostalgia daquele ato, dos tempos em que as coisas eram simples entre nós.

— Obrigada por ter acreditado em mim desde o começo — sussurrei em seu pescoço.

— Eu que agradeço por não ter ficado com raiva de mim. Não só por isso, mas por tudo o que eu fiz.

— Isso é passado, Bonnet — enfatizei seu nome e nos soltamos, sorrindo um para o outro.

— Tudo bem. Bom, se você não se importar, eu preciso conversar com uma certa funcionária. Se importa se conversarmos sobre sua readmissão depois?

— É sério? Vou ter meu emprego de volta?

— Claro. Você não tem ideia de quantas reclamações eu ouvi desde que você foi embora. Acho que todos os modelos que gostavam de você me achavam um monstro.

Dei risada. — Tenho modelos fieis.

— Mas também é difícil não gostar de você.

— Se você diz. — Dei de ombros, segurando um sorriso.

Bonnet andou na frente e abriu a porta. — Senhorita.

— Obrigada.

Passei primeiro, e as conversas baixas dos modelos pararam de vez. Fiz questão de olhar de novo para o fundo do corredor, vendo mais gente do que antes, e procurei Kentin, que sorriu e eu retribui com uma piscadela. Castiel também estava no mesmo lugar que antes, agora com o celular na mão, assim como todos os presentes ali. Só deu tempo de ele levantar a cabeça na minha direção, e eu segui Bonnet para a outra sala, parando na frente da porta ao seu lado.

— Ambre?

Todos olharam em nossa direção, e todos sorriram, menos a própria Ambre e Peggy. Reparei todo mundo ali estava com os celulares em mãos. Será que Marimar tinha feito o exposed?

Ambre estava pálida, e levantou. Bonnet não precisou falar nada e andou para sua sala, com a irmã em seu encalço. A porta foi fechada e antes que eu me virasse, algo se chocou contra mim, me abraçando e me levantando do chão.

— Armin! — Tentei não gritar, com medo de cair.

— Conseguimos! — Ele deu risada e me soltou.

— Você conseguiu! — Segurei seu rosto, sentindo os olhos um pouco úmidos. — Isso não teria acontecido se não fosse você.

— Não fala assim senão eu choro.

Nós rimos, e vi Priya, Chani, Nina, Viktor e Kentin vindo saber das novidades. Não que eles já não soubessem.

Marimar realmente tinha postado o textão no Twitter com os prints.

Algumas modelos vieram falar comigo, mas nada do Castiel. Mas tudo bem. Ele também sabia da verdade agora. Era o que importava.

— É melhor eu ir embora. Não quero estar aqui quando a Ambre sair daquela sala. Nos falamos depois, tá?

Me despedi do grupo e fui embora quase saltitando. Chegando em casa, fiz questão de abraçar Marimar. Quase choramos.

— Acabou, Ju. — Ela riu, chorosa.

— É, acabou. Estamos livres.

Na sexta-feira de manhã voltei à agência para assinar os papeis do meu novo-velho emprego. Bonnet me contou sobre a conversa que teve com a irmã, e descobriu que ela tinha bolado o plano tanto por ciúmes de mim, quanto para ajudar Debrah a implicar com Castiel, pela época em que eles discutiam e por ele ter terminado o relacionamento. Ela tinha ficado com o ego ferido. Era a oportunidade perfeita para pegar dois coelhos numa cajadada só.

Ambre foi demitida, sem ter como se defender.

Eu fiquei na agência, apesar do meu contrato começar oficialmente apenas na segunda, mas ajudei Viktor com os shootings do dia. De vez em quando mandava mensagens para Rayan contando tudo o que tinha acontecido, já que eu mal entrei em contato nos últimos dias.

Cheguei em casa lá para as sete e estava com fôlego total para ir para a aula e finalmente ver Rayan depois de tanto tempo, mas Marimar segurou meu pulso antes que eu pegasse minha mochila.

— Sinto muito, Ju, mas sem aula pra você hoje.

— Como assim? Eu já faltei demais, Mari...

— Uma última vez não vai matar, e eu tenho certeza que o seu professor vai entender.

— O que você tá aprontando? — Coloquei as mãos na cintura, vendo um sorriso crescer no rosto dela.

— Eu quero comemorar a sua volta na agência. Será que podemos sair?

— Sair pra onde?

— Não sei, um barzinho talvez, ou o Fulano, ou no cinema, ou em algum evento. Improvisamos na hora. Por favor? — Juntou as mãos debaixo do queixo, fazendo uma cara pidona.

Suspirei. — Tá bom.

— Posso escolher suas roupas?

Eu sabia que não ia adiantar dizer não. — Quero pelo menos duas opções.

Ela deu um pulinho e correu para o guarda-roupas. Peguei o celular e mandei uma mensagem para Rayan pedindo desculpas e explicando a situação. Para minha surpresa, ele apenas respondeu “Então se divirta”.

Precisei escolher as opções da Marimar. Os dois eram vestidos, um cinza e outro preto. Peguei o cinza e minha colega me fez colocar saltos quadrados, mas pelo menos não eram altos demais. Ela me maquiou e ainda me fez usar o mesmo batom vermelho.

Marimar pediu um uber e eu tentei ver o endereço na tela do seu celular.

— Decidiu sozinha onde vamos? Isso não é justo.

— Você vai adorar, não reclama. A Mica me falou desse lugar, parece ser incrível.

Não tive outro jeito a não ser esperar para ver.

Fecha os olhos porque eu quero fazer surpresa — disse Marimar em português.

Precisa mesmo?

Sim. Precisa.

Fechei os olhos e o carro parou segundos depois. Ela me puxou para fora e me guiou com uma mão na frente dos meus olhos, só para eu não espiar. A única coisa que vi foi que entramos em um lugar mais escuro, pouco iluminado, e silencioso comparado à rua movimentada de uma sexta à noite.

Após caminhar mais um pouco, uma música foi aumentando gradativamente conforme chegávamos perto. A música já estava alta quando paramos.

Preparada?

Não sei.

Mari tirou a mão. — SURPRESA!

Abri os olhos e ouvi o coro de “surpresa”. Todos os meus amigos estavam ali. Todos os meus colegas de trabalho, sorridentes e animados.

Atrás deles, a parede estava decorada com balões coloridos e grandes letras douradas dizendo “Welcome Back!” e só depois que eles começaram a se aproximar é que eu vi que havia uma mesa atrás deles, aparentemente cheia de comes e bebes.

Não acredito que você fez isso, Mari!

A ideia não foi só minha! — Ela riu, sendo a primeira a me abraçar.

Todos me abraçaram, Bonnet, Armin, Micalina, Priya, Chani, Nina, Viktor, Kentin, Kim, Íris e Alexy.

— Vocês são incríveis.

— Você merece, Ju — falou Priya. — Agora vamos aproveitar!

— Mas como vocês conseguiram esse lugar? Olha o tamanho disso! — Olhei para trás pela primeira vez e notei o quão enorme o salão era.

— Esse lugar já está alugado para a festa da Gavieira — explicou Bonnet. — As coisas estão chegando aos poucos, mas como esse salão estava desocupado, pensei “por que não?” quando a Mari sugeriu a ideia de fazer uma festa de boas-vindas pra você.

Não sabe onde vamos, né? — brinquei com ela, que deu de ombros.

— Podem parar de falar português, se vocês forem brigar, eu quero entender — Armin encheu o saco, levando uma cotovelada da Kim.

— Que tal um brinde? — Bonnet foi até a mesa e pegou uma das garrafas de vinho branco.

A tampa voou longe quando a garrafa foi aberta, e nosso boss encheu todas as taças. Fizemos um brinde demorado, já que todo mundo queria bater na taça de todo mundo, o que causou muitas risadas. Nesse meio tempo já tinha gente dançando.

Eu não me importei de encher minha taça várias vezes. Aquela noite merecia.

Usamos o espaço para dançar e encher a cara, afinal, o dia seguinte seria um sábado preguiçoso onde ninguém precisaria acordar cedo.

Ju! Ju! Olha, olha! — Marimar puxou meu braço e apontou para algum lugar.

Me virei de forma lenta e avistei Rayan atravessando o salão em nossa direção. Fiquei um pouco envergonhada. Uma coisa era mandar mensagem falando que eu faltaria na aula para comemorar, outra era ele chegar e me ver semi-bêbada dançando descalça.

Bom, eu não tinha o que fazer e nem o que falar. Mas estava muito feliz de finalmente vê-lo.

Deixei minha taça na mão da Mari e quase corri em sua direção. Ele abriu o sorriso que eu sempre admirava e me segurou quando me joguei em seus braços, lhe roubando um belo beijo desajeitado. E ele apenas retribuiu.

Depois de alguns segundos que pareceram demorados, eu me afastei, ainda com os braços ao redor do seu pescoço e nas pontas dos pés.

— Rayan, por acaso você quer ser meu namorado?

Ele riu. — Você sabe o que está falando?

— Eu sei, estou completamente sã, apesar de não parecer. Não vou esquecer disso amanhã e nem nunca. Talvez eu tenha um pouco de ressaca, mas nada que um café forte não resolva. Eu gosto de você, eu estava com saudade porque faz tempo que não te via por causa daquelas confusões todas e eu fiquei tão animada em saber que ia conseguir resolver tudo que só queria te ver e contar tudo pessoalmente e...

— Ju — chamou ele, com um tom divertido. — Eu quero ser muito mais do que apenas seu namorado.

Abri um sorriso e o beijei de novo, tão feliz que mal sabia o que fazer.


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Notas finais do capítulo

Bia
Ai :')
Onde vende amigos assim? -q
Tão lindinhos fazendo uma festa pra nossa Juanjo! E ainda tivemos Juayan pra aquecer nossos corações ♥
Até mais o/

Ester
Ju tem os melhores amigos possíveis, sim ou claro :')
E como assim ela pediu o Rayan em namoro? Não pode sair quebrando os protocolos do namoro europeu assim não, dona Jú -q
Estamos na reta final, meu povo, apenas mais oito capítulos até o final :')
Até mais o/



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