Click! et Brille escrita por Biax, EsterNW


Capítulo 38
Desabafos e Flertes


Notas iniciais do capítulo

Bia
Oie pessoas!
Vamos aliviar um pouco os estresses hoje com alguém especial ( ͡~ ͜ʖ ͡°)

E temos um aviso também.

Por n motivos, estou passando por um bloqueio FERRADO. E, conversando com a Ester, decidimos que seria melhor diminuir as postagens para apenas uma por semana, porque o nosso estoque de capítulos está acabando e eu estou com algumas dificuldades de botar a cachola pra trabalhar e escrever coisas boas. Estou esperando esse bloqueio passar (assim como os vários que já tive na vida) e assim que eu voltar ao normal e escrever até os dedos caírem, voltamos a postar dois capítulos por semana, ok?
Peço desculpas por isso, mas achamos que é melhor ter um capítulo por semana do que nenhum :p

Agora sim, vamos ao capítulo
Boa leitura!



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Por que eu estava fazendo aquilo? Sendo que eu tinha resolvido me afastar do meu professor? Por vários motivos. Eu estava me sentindo mais perdida do que nunca, mais do que quando eu cheguei em Paris. Até porque eu tinha um foco. Um objetivo. Agora eu não sei o que fazer. A sensação era a mesma de sair de um relacionamento muito longo.

Eu estou indo longe. Eu estou indo encontrar o homem que eu evitei pensar porque ele foi o único de fora que apareceu querendo conversar. Aquilo me fez pensar na possibilidade de ele estar sabendo da confusão. Ele não tinha cara de quem dava atenção às fofocas.

De qualquer forma, ele parecia sincero, e eu me apeguei naquilo. Quem sabe ele tivesse outra visão sobre os acontecimentos e conseguisse ajudar? Ou mesmo que não conseguisse, só o fato de me ouvir desabafar já era de bom tamanho.

Mas lá estava eu, com as mãos suando apesar do tempo frio, com o capuz do moletom sob a cabeça afim de tentar me esconder de possíveis olhares. Eu ainda ficaria paranoica.

Enquanto estava no ônibus, recebi outro e-mail dele. Por um segundo, fiquei com medo de que ele tivesse que desmarcar, mas fiquei aliviada quando era apenas um recado, informando que ele estava no terraço.

Por um lado, achei bom. Privacidade. Por outro lado, achei ruim. Privacidade.

O coração estava na garganta quando peguei o elevador e fui até o último andar. O barulhinho anunciou minha chegada e as portas se abriram. Saí para a parte coberta e vi Rayan em um dos sofás à direita, lendo um livro, de óculos.

Foram poucas as vezes que ele colocou os óculos na aula, e eu sempre olhava mais do que devia.

Engoli, tentando limpar a garganta e me aproximei. Ele nem me olhou, mas pegou o marca página e o colocou na folha que parou. Fechou o livro e olhou para cima, me dando um sorriso gentil de boas-vindas. Senti as bochechas aquecendo, em contraste com meu rosto gelado, e sorri também, me sentando ao seu lado, não muito perto.

Lembrei que estava com o capuz e o abaixei rapidamente, ficando com vergonha pelo meu jeito relaxado, algo que eu nunca mostrei desde o começo das aulas.

— Então, como você está? — começou ele, educadamente.

— Péssima — respondi com um sorrisinho, tentando brincar, mas ele não achou graça. — E você?

— Estou bem. — Ele se desencostou, ficando com a postura reta, se virando um pouco mais para mim. — Por que você está péssima?

Desviei o olhar, pensando em como começar. Respirei fundo e falei. Falei e falei. Contei sobre eu e Marimar fotografando Castiel e Lysandre, as fotos roubadas de algum jeito, e eu acrescentei tudo o que falei para as outras pessoas, as fãs nos mandando mensagens, as modelos nos olhando feio, as hashtags no twitter, nossos nomes na revista de fofoca, no site... Enfim, falei tudo detalhadamente.

Àquela altura, estávamos sentados de frente um para o outro, ele com a perna esquerda dobrada e a outra com o pé no chão, e eu com as duas cruzadas sobre o estofado, gesticulando com as mãos, tentando não chorar de novo.

Finalizei com a demissão e em como aquilo tudo com certeza afetaria a minha carreira e talvez a da Mari também.

Rayan me observou o tempo inteiro, sem fazer comentários. Quando acabei, continuou assim por uns segundos.

— Você é incrível. — Sorriu, quase com certa descrença. Fiquei dividida entre ficar confusa e envergonhada. — Você sempre foi tão... tranquila. Mesmo quando eu achava que você ficaria nervosa, você permanecia serena, em apresentações, por exemplo. Você consegue esconder tão bem assim os seus problemas? Eu achava que fazia isso bem, mas você me supera.

Fiquei meio paralisada, esperando qualquer coisa menos o que acabou de sair da boca dele. Então ele reparava mais em mim do que eu pensava...?

— O que eu quero dizer é: você é confiante. Você sabe o que faz, e mesmo que não saiba, faz com firmeza... Eu não acho que sua carreira foi arruinada. Fofocas não ficam tanto tempo assim no ar, muito menos hoje em dia. Quem realmente gosta do seu trabalho não vai deixar de gostar por algo assim.

— Mas você ficou sabendo? Viu em algum lugar? — Resolvi perguntar para tentar deixar aquela vergonha de lado.

— Não, não costumo dar atenção a esse tipo de conteúdo. Eu sei que posso falar algo preconceituoso, mas sinceramente, as pessoas da área da fotografia não dão muito crédito aos fotógrafos de famosos, os chamados paparazzis. Fazendo uma analogia grosseira, seria quase o mesmo dos grandes chefes culinários e os carroceiros de barraquinha de cachorro-quente. — Deu uma risada, fazendo uma expressão de “e claro que eu não penso assim”. — Entende o que eu quero dizer?

— Entendo.

— Seu trabalho é maravilhoso, Júlia. — Rayan me olhou no fundo dos olhos. — Não... deixe isso estragar sua confiança. Eu sei que deve ser difícil lidar com tudo isso, mas vai passar. Eles vão esquecer.

Meus olhos lacrimejaram, mas eu lutei contra o choro, dando um sorriso para ele.

— Obrigada... Eu... falei essas coisas para a minha amiga, mas... é diferente ouvir de outra pessoa. Estava precisando disso. Como estamos na área, pensamos que algo assim nunca seria esquecido.

— Não posso afirmar que ninguém vai lembrar, mas serão poucos, e mesmo que eles lembrem, no futuro não vai ter relevância alguma.

Concordei, sorrindo mais. — É... Mas eu quero descobrir quem foi. Precisamos provar que somos inocentes... E você realmente acreditou em mim?

— Como assim?

— Você acreditou logo de cara que não fui eu que vendi as fotos.

— Não tenho motivos pra não acreditar em você. Eu sinto sua sinceridade.

Vi o braço de Rayan ir para frente, e quanto menos esperava, minha mão foi pega por ele. Meu rosto esquentou, mas aceitei o toque, segurando seus dedos de leve contra a minha palma. Só não consegui olhá-lo.

— Obrigada.

— Por nada... Eu sei de uma coisa que vai te animar. — E ele se afastou.

— O quê? — Ergui o rosto, com a mudança repentina de assunto.

— Por causa das suas fotos para a divulgação, alguns colegas ficaram interessados em te contratar para algumas ocasiões — contou, abrindo um sorriso animado.

— Sério?

— Sim. Aliás, os panfletos e os banners foram impressos hoje. Amanhã serão colocados na frente da escola, e os panfletos distribuídos.

— Uau, que legal. Estava na hora. Parece que demorou meses.

Ele riu. — Realmente. Então, eu falei que pegaria seu contato. É certeza que eles vão te contratar. Para um, eu sei que é para uma cerimônia de casamento, o outro já não sei. O que acha?

— Nossa, seria incrível. — Fiquei surpresa com aquela novidade.

— Pode me passar seu número? — indagou Rayan, pegando seu próprio celular.

Esperei ele estar pronto e numerei meu contato, e também passei meu e-mail profissional.

— Já vou passar para eles... Aliás, preciso ir para a sala dos professores pegar minhas coisas.

— Que horas são?

— Dezoito e trinta e cinco.

— Caramba, como passou rápido. — Me levantei, meio dura por ficar sentada na mesma posição por tanto tempo.

Ele fez o mesmo, pegando sua bolsa, que estava no chão. — O tempo passa rápido quando estamos em boa companhia.

Puxei minha mochila tentando esconder um sorriso, mas talvez ele tenha visto.

Andamos para o elevador, e Rayan apertou o botão. Esperamos, em silêncio.

— Está se sentindo melhor? — Ele perguntou assim que as portas abriram.

— Sim. — Lhe dei um pequeno sorriso sincero. — Obrigada por ter me ouvido.

— Foi um prazer ter ajudado de alguma forma. — Apertou o botão do nosso andar.

Segurei o sorriso quando ele ficou ao meu lado. Rapidamente chegamos e descemos.

— Até já, senhorita Borges — Rayan falou, me dando uma rápida olhada antes de ir para o outro lado do corredor.

— Até.

Segui para a sala, já com alguns alunos, e sentei no meu lugar habitual, um pouco mais tranquila do que antes.

Às sete, Rayan entrou junto dos últimos alunos e começou sua aula. Tive a impressão de que ele olhava mais para mim do que para os outros. A cada olhada, os meus batimentos cardíacos aumentavam um pouquinho.

A paixonite estava voltando. Droga.

No fim da aula, juntei meu material enquanto ele arrumava o dele. Levantei e passei por sua mesa.

— Boa noite, professor.

— Júlia — chamou, e eu parei na porta. Ficamos uns segundos nos encarando, já sozinhos ali. Então, ele sorriu brevemente. — Vai com cuidado.

Abri um sorriso, um pouco envergonhada. — Você também.

Ele acenou, e eu saí. Voltei o mais rápido que eu pude para casa, e depois de tomar banho, vi uma mensagem vibrar meu celular.

“Passei seu contato aos meus colegas e provavelmente te ligarão amanhã.

Espero que esteja bem.”

 “Sim. Graças a você”, digitei rindo comigo mesma. Fiquei um tempinho pensando se mandava aquilo mesmo. No fim, mandei, e fosse o que Deus quisesse.


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Notas finais do capítulo

Bia
Aaaaaaaaaaaaaa alguém me segura
Eu me derreti toda quando ele chamou a Ju de Senhorita Borges :~
Até mais o/


Ester
Vocês estão ouvindo um grito de "aaaa" aí perto de vocês? Pois sou eu com a fofura desses dois -q
Até semana que vem, povo o/



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