Click! et Brille escrita por Biax, EsterNW


Capítulo 18
Almoço Cupido


Notas iniciais do capítulo

Bia:
Olaáá!
Quem shippou ArminxKim vai gostar do capítulo de hoje!
Boa leitura!



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Boa parte do domingo foi tomada pelos dois trabalhos que eu precisava entregar naquela semana. Claro que eu tive um tempo para ficar pensando em como estaria o encontro da Mari e do Bonnet, mesmo não querendo imaginá-los juntinhos no Fulano. Eu ainda não estava sendo totalmente sincera com a minha amiga, mas não queria impedir que ela fosse feliz, fosse com o nosso chefe ou com qualquer outro. E também, eu sabia que em algum momento eu esqueceria tudo e não sentiria nada além de carinho por ele.

Não deu para esperar a Marimar. Eram dez e pouco da noite quando resisti de brigar com o sono e fui dormir.

Quando meu celular despertou, no mesmo instante lembrei do que me aguardava. A operação cupido Kim e Armin! Só espero que ela vá para a agência hoje.

Fiz a rotina da manhã e, enquanto estava tomando café, vi a Mari ir ao banheiro. Estranhei por ela levantar tão cedo, e quando ela veio para a cozinha, abriu um sorriso sonolento.

— Tenho um shooting hoje às oito — explicou, pegando uma xícara no armário e sentando-se na outra cadeira para se servir.

— Então talvez trabalhemos juntas, também tenho um às oito. — Tomei um gole de café, a observando passar manteiga em uma torrada, apenas esperando começar o falatório.

Ela deu uma mordida, mastigou, engoliu, tomou um gole de café e me olhou, como se lembrasse de algo muito importante.

— Você não sabe o que aconteceu ontem no Fulano! Uma super-treta!

— Como assim?

— Espera, eu preciso correr porque vou acabar atrasando a gente. Na rua eu conto.

Eu terminei primeiro do que ela e fui me trocar e, enquanto ela se arrumava, lavei as poucas louças que ficaram. Saímos juntas do apartamento e começando a caminhar. Mari contou como foi a saída com o Bonnet e toda a treta que rolou por causa do truco. Não julguei a reação do Bonnet, pois provavelmente eu também ficaria chocada e sairia de lá o mais rápido possível. Ela ainda disse que depois de saírem de lá, foram andar por aí e acabaram em uma praça com uma pequena banda de jazz tocando ao ar livre, e ficaram lá até tarde. Por isso eu não a ouvi entrando.

— O Nath ficou todo preocupado com a briga, quis me tirar de lá a qualquer custo, apesar de eu estar me divertindo à beça daqueles argentinos xingando um ao outro. — Ela deu risada, chamando a atenção das pessoas mais próximas na plataforma do metrô.

— Shh, maneira aí, menina. — Ri baixinho. — Você adora uma treta, ainda mais em espanhol, né?

— Nem fala! Eu me senti numa novela mexicana.

Continuamos a conversa risonha, dessa vez mais baixo, e seguimos até a agência. Marimar foi para o camarim, e eu para o estúdio. Assim que entrei, verifiquei o cronograma e arrumei os equipamentos.

Uma das primeiras modelos a entrar foi a Kim, justamente quem eu queria ver!

— Kim! — A chamei, e ela veio rapidinho me cumprimentar. — Lembra do que eu falei sobre o Armin? Tenho o jeito perfeito de vocês se conhecerem.

— Qual?! — Ela arregalou os olhos, completamente animada.

— Vamos almoçar juntos hoje.

— Nós quem?

— Você, Armin, eu e a Priya, nossa amiga lá de cima. — Baixei o tom da voz, já que outras modelos estavam entrando.

— Hm... Tudo bem. Meio dia?

— As treze horas. Nos encontramos na recepção, pode ser?

— Pode. Combinado.

— Ok. Agora vai lá.

No fim, Marimar não participou da minha sessão, e terminei o trabalho em algumas horas. Eu estava ansiosa para chegar no horário combinado e felizmente ele veio rápido.

Armin parecia preocupado com a sua aparência, pois alisava o cabelo quase a cada um minuto. Jogava para um lado, para o outro, para trás...

— Para com isso. — Priya puxou sua mão que estava prestes a voltar ao cabelo. — Você vai deixar seu cabelo ensebado desse jeito.

— Eu tô nervoso.

— Já percebemos — falei rindo. — Relaxa, vai ser tudo perfeito.

— E se ela me achar chato?

— Ela te acharia chato se você ficasse quieto o almoço todo, coisa que eu duvido que vá acontecer. — Priya levantou do seu lugar, ajeitando sua blusa verde escura. — E estaremos lá para ajudar nos assuntos. Vamos.

Eu e Armin levantamos juntos e saímos da sala, mas ele empacou no lugar.

— Preciso ir no banheiro. Posso encontrar vocês lá?

— Espero que você não esteja tentando fugir.

— Não, eu realmente preciso urinar.

— Tudo bem. Não demora.

Descemos sem ele, e assim que saímos na recepção, vi Kim sentada nas poltronas. Ela levantou, sorrindo, e percebeu que seu par não estava junto.

— Ele foi ao banheiro, vai encontrar a gente lá — avisei.

— Ah, ok.

Não demorou mais do que dez segundos para Priya começar a conversar com Kim como se elas se conhecessem há anos. Não que fosse difícil, as duas eram muito comunicativas.

Andamos durante alguns minutos e chegamos no restaurante, mais vazio do que estaria ao meio dia, mas ainda assim o garçom nos colocou em uma mesa para seis pessoas. Avisamos que esperaríamos um amigo, e ele apenas nos serviu água.

Kim, que estava do meu lado esquerdo, mexia em seus próprios dedos no colo, nervosa, apesar de sua conversa ávida com Priya sobre bronzeado.

Eu olhava para a entrada a cada poucos segundos, até que finalmente Armin apareceu. O vi falar com o garçom e indicar nossa mesa, e aí sim ele veio se sentar no lugar a frente da Kim, ao lado direito de Priya.

— Armin, essa é a Kim, minha amiga modelo. Espero que você não se importe de ela ter vindo junto — apresentei, mudando alguns detalhes que poderiam deixá-los menos envergonhados. — Kim, esse é o Armin, nosso amigo do escritório.

Priya me olhou e abriu um sorrisinho orgulhoso. Armin e Kim sorriram um para o outro e se cumprimentaram com um aceno de cabeça.

— Do que vocês estavam falando? — indagou Armin, tomando um gole da água.

— Bronzeado — Priya respondeu, deixando claro em seu tom de voz que não era algo que ele saberia.

— Ah. Dá pra perceber que eu nunca me bronzeei na vida, acho.

— Por que não? — Kim lhe perguntou.

— Porque eu não bronzeio, eu frito e fico igual camarão. — Ele riu. — Depois fico descascando por um mês.

— E você passava protetor solar?

— ... Sim.

— Ah, tá bom. — Priya e eu rimos ao mesmo tempo, ironizando.

De repente, senti um movimento ao meu lado e notei alguém se sentar na cadeira vaga. Assim que ele sentou, vi que era Castiel.

— Desculpe, espero não incomodar vocês. Não tinha uma mesa pequena vazia e vi vocês aqui...

— Tudo bem — falei por todos. Priya e Armin não tinham contato com ele sem ser nas fotografias, e provavelmente Kim ainda não era tão próxima dele. — Você não gosta de comer sozinho, aposto.

Ele sorriu. — Talvez.

Ao voltar minha atenção aos meus colegas, percebi que o assunto morrera. Kim estava mexendo na toalha da mesa, parecendo um pouco sem jeito. Armin observava o restaurante, e Priya me encarou, pedindo uma ajuda silenciosa.

— Podemos pedir? Estou morrendo de fome — anunciei, e eles acenaram.

Armin chamou o garçom e começamos a falar nossos pedidos. Castiel foi o último, e pela primeira vez notei que ele não estava com a cara no celular, como costumava ficar. Aproveitei que a conversa voltou entre os três e me virei levemente para ele.

— Está tudo bem? — perguntei baixinho.

Ele me olhou, um tanto surpreso. — Sim, por quê?

— Sempre que te vejo, você está conversando com alguém no celular.

— Ah. Bom, eu consigo ter educação, às vezes. Já que estou acompanhado, não quero ser grosseiro e ficar no celular.

É verdade. Franceses odeiam quem não larga o celular na hora das refeições.

Ao desviar o olhar, notei que algumas mocinhas em uma mesa distante olhavam em nossa direção. Assim que perceberam, pararam de encarar, dando risinhos.

— É sempre assim?

— Sempre. Se eu estiver sozinho, é muito pior. — Ele fingiu não ver aquilo e voltou a me encarar. — E quando tô sozinho, só tiro os olhos do celular para pedir minha comida e agradecer e pagar.

— Deve ser bem chato.

— É incômodo na maioria das vezes, mas não posso fazer muito. Ossos do ofício. Engraçado como você também deveria passar por isso.

— Eu?

— Você é uma das fotógrafas. Eu basicamente sou famoso pelo olhar de vocês.

Dei um riso. — É o lado bom de estar atrás das câmeras. Anonimato... Você ainda conversa com a Marimar?

— Às vezes. Por quê? Ela disse algo sobre mim?

— Não. Lembrei que você a levou para tomar sorvete um tempo atrás. Desde então ela não comentou mais nada, e eu sei que você não é muito famoso por ser... falador.

Castiel sorriu. — Vocês viraram amigas?

— Já éramos amigas antes dela vir pra cá. Antes de eu vir pra cá, na verdade.

— Uau.

Concordei, sorrindo de forma nostálgica, lembrando das nossas tardes no cursinho de inglês. Bons tempos.

— Ela sempre foi desse jeito. Maluquinha.

— Deve ser de nascença. Sabe, ela é legal, mas ela conseguiu me irritar quando nos conhecemos.

— Sério? Por quê?

— Porque ela agiu como todas as “fãs”, gesticulando, atropelando palavras, quase gritando... Eu fui rude com ela na sorveteria por causa disso. Claro que exagerei, mas acho que ela se ligou de que... eu sou um ser humano.

— Ah, entendo... Bom, não é culpa dela, ela é sempre elétrica. Ela não agiu por mal. Ela gosta do seu trabalho, você deve ser uma inspiração, assim como os outros modelos.

Castiel ponderou minha última fala, até que nossos pedidos chegaram. Logo começamos a comer.

— Então eu falei “eu não tenho nada contra cobras, mas por favor, tira logo esse bicho de mim” — Kim contou, fazendo os outros dois rirem.

— Que coragem. — Armin disse com uma expressão de espanto, enfiando um ravioli na boca. — E tiraram?

— Depois de quase meia hora e umas duas mil fotos, sim. Aquela cobra não estava tão afim de ficar comigo. Eu estava morrendo de medo dela me morder, mesmo ela não sendo venenosa.

— Onde foi isso? — Tentei entrar no assunto.

— Faz uns anos. Eu ainda morava na Itália. Até hoje não entendo o que cobras tinham a ver com joias, mas tudo bem. Esses publicitários têm cada ideia de louco.

— Sabemos como é — Priya concordou, rindo.

A conversa estava tão boa que até Castiel participou, e acabamos pedindo sobremesas, só para estender um pouco mais a nossa reunião improvisada.

— E aí, o que achou dela pessoalmente? — Priya perguntou, enquanto andávamos de volta, já sem Kim e Castiel, que não teriam mais trabalhos no dia.

— Já tô pensando para onde posso convidá-la... — Armin mal falou e eu e Priya puxamos suas mangas da camiseta, completamente animadas.

— É disso que eu estava falando!

Voltamos alguns minutos atrasados, mas pelo menos ninguém percebeu, muito menos os sorrisos em nossos rostos.


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Notas finais do capítulo

Bia:
E aí? Os dois estão apaixonadinhos sim ou claro? xD
Espero que tenham gostado!
Até mais o/

Ester:
E parece que o ship deu certo, não é mesmo? Eu apoio a Júlia como fada madrinha casamenteira -q
Até mais, povo o/



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