Sangue de Arthur II escrita por MT


Capítulo 4
4- Capítulo, O cálice


Notas iniciais do capítulo

As coisas vão ficar tensas e tensas, bom, com exceção de umas partes. Mas após esse capítulo espero que prestem atenção para não perderem o fio do enredo e possam desmascará-lo antes do capítulo nove.
Obrigado por ler! Espero que goste!



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A mão branca, pequena, ligada a um antebraço fino de mesma cor, segurava a corrente que brilhava num maligno tom púrpura. 

— Pai!? - o grito saiu sem que a cavaleira se desse conta de sua vinda. 

O antigo rei Arthur soltou o ar pela boca e esmigalhou a obra de feitiçaria. 

Ouvi-se um exclamação de descrença, mas Mordred não pôde tirar os olhos de Arthuria.

Ela percebeu antes de mim… moveu-se primeiro, salvou-o e não tinha qualquer dever de fazê-lo. 

— Eu não queria interferir na sua batalha, mas não podia simplesmente deixar um hóspede ser morto. Sir, tome mais cuidado, no estado que seu mestre está qualquer dano é perigoso.

A cavaleira assentiu com a cabeça e despedaçou três correntes púrpuras.

Vira-as se aproximar pelo canto do olho. Outras nove dançavam como cobras próximas aos selos mágicos.

— Que malvados. - falou enquanto saia do canteiro e pisava no asfalto. A garota albina seguia sob a mão esquerda da mulher. - Saiba, jovem serva, que por causa disso não pouparei seu mestre quando lutarmos. Terei certeza de fazê-la assistir enquanto o mato.

Mordred partiu em sua direção. Destroçando correntes que fracamente se opunham a ela.

Mas aquilo intercedeu. 

O punho voou em direção a sua cabeça. A cavaleira abaixou, um dos chifres do elmo foi arrancado. Girou Clarent e a fez morder a barriga da criatura sob o manto. Sentiu a carne ceder um pouco diante a lâmina, mas outro soco a fez recuar para evitá-lo. E logo voltou a avançar acertando-o nos braços e barriga, desviando de golpes das enormes, escuras e duras mãos.

Mas aquilo poucas vezes sofria dano e nunca nenhum era mais que um corte raso.  

— Pai, tire-o daqui! - gritou enquanto acertava a perna do inimigo e postava-se a suas costas. - Volto quando terminar com esses babacas! Prepare algo delicioso pro jantar!

Arthuria assentiu e, colocando-o no colo, deixou o campo de batalha. 

Clarent acertou o ombro da criatura e Mordred a fez delizar sobre ele. Mas o pano foi o único a sofrer com isso. Atacou mais dez vezes. Costas, panturrilhas, cabeça.

O manto jazia repleto de fendas. Mas o corpo dele continua escondido sob sombras, como se a escuridão fosse o que realmente o cobre.

— Saber, aconselho que vá embora. Tenho mais um a matar antes de dar atenção aos outros mestres, por favor deixe para morrer depois disso.

A cavaleira lançou o servo inimigo para longe usando um disparo de mana com sua espada sagrada.

— Quem vai morrer é você!

— Beserker, ponha-a para dormir. - falou e balançou a mão desdenhosamente.

Instantes após aquelas palavras o corpo de Mordred caiu no chão. 

Todo ele parecia terrivelmente pesado e a tensão esmagava-lhe com maligno prazer cada músculo. Mesmo respirar era uma missão que requeria um grande gasto de mana. E sentia presas cravadas na batata da perna esquerda. 

Veneno. Mas quando? Em que momento pôs essa coisa aí?

— Durma, e se acordar, seja grata por poder viver mais um dia.

Mordred sentiu a cabeça rachar, quebrar-se e partir. 

Se recusou a fechar os olhos. Lutou contra a onda infernal preenchendo-lhe os nervos. Forçou a consciência a pensar no… quê?

De onde estava, o mundo parecia pintado de dor. 

  Mas é isso que irrita tanto.

Pôs-se sobre as mãos e joelhos. Arquejando, sofrendo. Odiando.

— Não vai matá-la? Precisa fazer ou o cálice não será preenchido. - a voz de uma garotinha. Não conseguiu vê-la, alguém pusera um estranho quadro onde deveriam estar. As cores pareciam derramar-se umas sobre as outras. Preto, laranja, verde. Outras que faziam participações menores.

Por um momento aquilo quase a fez apagar. Mas rapidamente tornou a nutrir a mente com raiva. Ódio a aquele grito doloroso que corria do dedo dos pés ao topo do crânio.

— É só uma pobre criatura. Vou matá-la, mas depois. Primeiro a última que escapou de mim na Inglaterra. - falou outra pessoa. Uma mulher qualquer. Mordred estava vagamente consciente de que tinha de enfiar uma espada nela. - Vamos, os humanos comuns já devem estar por aí.

E então a cavaleira ficou ouvindo o vento sem mover um dedo enquanto aos poucos o efeito do veneno amenizava.

Aquilo levou meia hora até enfraquecer o suficiente para ela conseguir voltar a residência dos Emiya.

Lá Eli tinha lágrimas no rosto, Arthuria a abraçava com um semblante sombrio e triste. Emiya carregava uma compressa de gelo até um cômodo.

Mordred escutou sirenes de uma ambulância passarem perto dali e então fincarem-se próximas à entrada.

 — Ele está...? - pegou-se perguntando com o coração voltando a parecer sobre efeito do veneno.

— Sinto muito… 

Não… como? Eu disse para não se preocupar, ´´sou sua espada``, falei. Como, então…?

Isso não pode ser verdade…



O cálice, Einzbeern - a menina albina 

Primeiro uma humilde cabana nos confins da Alemanha. Tivera que sair porque alguém desejava matá-la e isso não podia ser. Eles tinham um plano para ela. Não seria útil se morresse naquele momento.

Foi mandada para uma igreja. Havia sido feito um acordo com o líder remanescente e o papa. Mas tanto o velho Einzbeern quanto as criadas Einn e Val tiveram as cabeças atravessadas por projéteis quando puseram os pés na capela Sistina. Não teve tempo de chorar pelos seus. Rapidamente outras mulheres surgiram e mostraram-lhe o lugar onde passaria os dias a espera do vencedor da guerra do santo graal.

Não participaria da luta. Não poderia realizar o desejo dos Einzbeern. Agora pertencia aos objetivos do papa. 

E ele tinha planos, planos maiores do que apenas garantir a segurança do cálice.

— Tem um nome, filha? - a voz era doce, frágil e gentil. 

Passou um olhar cuidadoso sobre o velho vestido em tecido branco com detalhes dourados. O rosto corroído pelo tempo, com vácuos e bolsas flácidas de pele. As pequenas esferas negras emergindo por estreitas fendas.

O homem que traiu o líder dos Einzbeern.

— Não tive tempo para um. A traidora nos caçava. Estávamos ocupados demais me deixando pronta.

— E está?

Balançou o queixo para cima e para baixo. 

— Bom. Todos temos um papel a desempenhar para Deus. E a poucos meses presumi que o seu é de uma enorme importância. - Ele tossiu e um rapaz limpou a saliva que derramou. - Conhece algo do mundo, criança? Do terrível ninho de dores e negligência que tornou-se? 

Ela negou movendo a cabeça. Tudo que sabia era sobre a guerra do santo graal, o básico para viver e o objetivo dos Einzbeern.

— Estamos matando e machucando e abusando uns aos outros a eras, ah, isso é. Conforme o tempo passou a paz foi tomada com vigor, mas ainda somos pegos na cama com guerras e crueldade. Ladrões e assassinos vagueiam por países e achamos comum. Terroristas lutam por suas crenças pisando em quem quer que se oponha. Líderes mundiais alfinetam-se sobre uma linha tênue com armas nucleares para ambos os lados. - o velho fez uma pausa para respirar.

Estavam numa sala privada e pequena, um cômodo repleto de branco com janelas as costas da cadeira onde ficava o papa. As formas eram claras e cheias de detalhe. Cada traço da mesa entre ela e o anfitrião, dos suportes repletos de livros a esquerda do ajudante jovem e daqueles ali.

Bonito, concluiu outra vez, tudo aqui é bonito, mas a neve também era e uma dúzia de homunculus morreram sobre ela.

— Quer um milagre. - falou antes que o velho retoma-se seu monólogo.

— Milagres só podem ser concedidos por Deus. - sorriu após tossir. - Mas, sim. Foi feita pelas mãos de pecaminosos magos, e os magos são humanos apesar de tudo, e o que são humanos que não ferramentas do Senhor?

— Não têm selos de comando e não sinto a presença de um servo. Se quer o milagre, precisa disso ou nem mesmo poderá lutar por ele. 

Olhou para o rapaz que auxiliava o papa. Jovem de pele caucasiana, cabelos negros e íris de pálido azul. As mãos dele mostravam-se limpas, sem qualquer sinal de tatuagens carmim. 

— Não, de fato. Tudo que podemos fazer é garantir sua segurança e fazer nosso melhor pelo mundo. Quem quer que vença aquela sangrenta disputa terá de vir perante nós.

O silêncio pairou por alguns segundos antes que a voz retornasse a preencher o escritório. Mas o assunto do santo graal morreu diante as intenções que o papa deixou por dizer.

Mas ela não acreditou que ouviria algo pacífico daquilo. 

E também não se importou, no fim alguém fará um pedido, isso é tudo.

Meses mais tarde foi sequestrada por um grupo de mercenários. Levaram-na para fora da Europa num barco até um porto japônes, local onde uma mestre e seu servo os interceptou. 

Vão todos morrer como cães. Aquela aberração, aquele retalho de diferentes espíritos podres e sanguinários, só pode significar morte.

A maioria realmente caiu no primeiro golpe, outros desabaram enquanto atiravam e mais três ao tentarem fugir. Mas o de cabelo azul puxou uma lança carmim e resistiu. Por um momento até mesmo tornara impossível que a menina cogitasse sua derrota.

Mas, quando a criatura parecia estar prestes a receber o golpe final, de sob o manto do inimigo encapuzado suas reais garras surgiram e devoraram o sujeito em poucos segundos. 

Até minhas pernas cederam, tremendo. Nunca havia sentido medo antes e experimentá-lo foi como o esperado. 

Aterrorizador.


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Notas finais do capítulo

Puts, não é que eu disse que alguém ia se ferrar? Só espero para ver lágrimas e ódio no próximo cap. Me pergunto se a menina albina é o cálice... provavelmente é.

Até o próximo cap! E thanks for read!



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