Sangue de Arthur II escrita por MT


Capítulo 1
1- Capítulo, A paz


Notas iniciais do capítulo

Espero que goste!
Comentários são aceitos, seja negativo ou positivo. Critica ou elogio, ou ambos.
Na verdade eu peço humildemente que, se quiser e somente se, comente o que achou.



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— Em rodelas menores, Mordred, depois corte-os em cubos pequenos.

 

Eram cinco horas quando Emiya a chamara, o sol sequer fizera mais que uma espreguiçada e a lua mantinha-se visível no céu. Tatsuo obsevava o erguer do dia, o vira ao ir até a varanda enquanto a escolha dos igredientes tomava a atenção do consorte do pai. Ele estava com os cabelos negros tão bagunçados, com as camadas de fios formando ondulações tão irregulares pela nuca, que quase sentiu-se tentada a ir lá arrumá-lo enquanto dirigia-lhe algumas zombarias.

Você não fica bonito assim…, pensou e logo franziu a testa, a própria frase causando-a repulsa, e por acaso sou a porra duma senhorinha num castelo sonhando com romance e belos cavaleiros?!  

Mas sequer arrumara o próprio cabelo e, vendo-se despojada de um motivo para ir vê-lo, decidiu voltar a cozinha sem dirigir ao rapaz nenhuma palavra. 

Quando terminou de cortar os legumes e cortá-los de novo e de novo, da maneira certa ou próxima disso na última vez, Emiya a liberou do dever matinal. Ele perguntou se não queria aprender a receita, mas ela recusou.

Toda arte que um cavaleiro precisava era a da espada. E nos dias que correram passara tempo demais na companhia do sujeito. Não que desgostasse das conversas sobre estratégias  de combate, das histórias do pai que lhe contava ou da forma como a olhava nos olhos sem demonstrar nenhum esgar desconfiado na face. Mas a cavaleira sentia, suspeitava no fundo do seu corpo, que ele aos poucos tomava o lugar que pertencia ao rei Arthur e isso deixava-a reservada quanto aos sorrisos e aberta a respostas rudes.

Voltou a varanda, mas ao invés de estar contemplando o céu o garoto agora estava correndo no espaço a frente. O vento agitava a camisa e o cabelo dele enquanto vagarosamente a luz do sol avançava em direção a varanda dos Emiya. 

As passadas do rapaz eram irregulares, algumas largas e outras curtas, e seu olhar alternava-se entre o chão e o horizonte enquanto a boca fazia o serviço do nariz. Mordred quis rir daquela cena, mas não o fez. 

Um dia em Camelot ela se juntara ao treino de alguns aspirantes a cavaleiro com não mais de treze anos. Havia ganhado a permissão para fazê-lo após dar uma surra no maior deles. Eles faziam flexões, abdominais e corriam, corriam e corriam. Para ganhar vigor, diziam, correr é a alma de uma grande resistência, falavam. 

Mas então minha mãe surgiu e disse que não precisava daquilo, ´´você será tão forte, veloz e resiliente quanto seu pai, tudo que precisa é aprender como manejar uma espada e ninguém poderá desafiá-la`` sussura em seu ouvido e então de novo e de novo até que eu finalmente entendi o recado e sai do grupo daqueles garotos.

Para Tatsuo aquilo poderia ser útil. O dia em que pulmões fortes o salvariam de uma morte prematura não soava estar muito longe. Talvez devesse incitá-lo também a outros exercícios. Quem sabe até instruir o rapaz na esgrima.

Se bem que não havia qualquer milagre que fizesse-o capaz de encarar, mesmo por segundos e de espada em mãos, um servo quando o próximo combate podia estar na frente deles a qualquer momento. Suspirou e sentou-se na borda do piso de madeira para olhá-lo.

Mordred usava um pijama com estampa de pequenos leões. Alguns rugindo, outros dormindo ou roendo um osso. Presente do Emiya que vasculhara um baú de roupas antigas de Arthuria quando soube que ela tinha apenas as vestes que trazia no corpo. A cavaleira quase não pôde conter o rubor nas bochechas, não somente a roupa e o teto haviam lhe sido cedidos como meia dezena de outras regalias e atenção. E por isso abrira a boca para oferecer ajuda em qualquer coisa que fosse preciso. E por isso acabara como ajudante de cozinha, parceira de sparring e olheira de crianças.  Havia momentos em que amaldiçoava sua boca grande. A cozinha era um tédio e a pequena Eli era irritantemente astuta e agarrada a maldita espada da seleção.

E eu passei minha vida inteira apenas sonhando com aquela lâmina.

Tatsuo Koji parou o exercício e foi na direção da cavaleira. Havia uma mancha de suor cobrindo boa parte da camisa que, por sua vez, grudava-se a pele dele.

— Bom dia, Mo-san. - a cumprimentou olhando-a nos olhos, ultimamente sempre encarava suas íris. Está finalmente virando homem.

— Bom.

— Como vai a perna?

Aquilo a fez franzir as sobrancelhas. A perna dela estava boa há dias. Ele até mesmo assistira-a fazendo sparring com Emiya e ensinando Eli alguns movimentos com a espada.

— Bateu a cabeça enquanto eu não tava olhando? - respondeu encarando-o com um esgar de desconfiança ameaçando tomar-lhe a feição.

— Não, é que… - ele tentou explicar, mas acabou desistindo e deixando de lado o que quer que fosse dizer. - Enfim, o mestre do Assassin ligou, disse que tem informações e que talvez fosse haver alguma batalha ainda hoje. Vamos vê-lo no maid café às cinco da tarde.

Aquilo pôs um sorriso no rosto da cavaleira embora também a fizesse sentir um frio agarrar de leve suas entranhas. Depois que a luta contra o Assassin acabara sem um vencedor, embora o mestre dela dissesse que foi uma vitória para eles, estivera ansiosa por provar sua força. 

Mas em todas as demais chances, fora derrotada. 

Eu não quero perder de novo. Sua mente pensou quase sem seu consentimento e a barriga contraiu.

— Ótimo! -  disse, empregando ânimo na voz para sobrepor o ligeiro suspiro do medo reverberando no seu estômago. - Estava começando a ficar entediada mesmo!

— Ah, tome isso. - jogou um anel e Mordred o agarrou. Estava molhado de suor, mas a cavaleira não se incomodou. - É um portão de mana, alguns magos da minha família aparentemente usavam para aumentar a absorção de partículas mágicas, mas acho que pode servir para te deixar obter energia através de comida, natureza e coisas assim. 

Ela fez uma limpeza com a face de um dos leões sonolentos antes de pô-lo no dedo. Era prateado e, tirando as inscrições feitas através de depressões no objeto, despido de enfeites. Após uns instantes sentiu a mana escoar do espaço ao redor para dentro dela, tão gentil e quente quanto o sol às seis da manhã.

— Está funcionando? Emiya tinha concertado para mim, mas ainda não sei se vai agir como espero que faça. É um item velho e não há muitas menções a ele nos livros que li. Provavelmente não é uma ferramenta comum.

A quantidade de mana era apenas um pouco menor que a vinda do garoto, mas o suficiente para que o gasto médio em batalha fosse quase suprido. Assim seria capaz de despender mais poder para reforçar as capacidades físicas. Era quase como dobrar a própria força de combate, ou talvez mais se considerar o que for guardado durante o período sem batalhas.

— Isso é incrível, sinto como se eu tivesse finalmente um mestre adequado me fornecendo mana! - ela riu, estupidamente incapaz de conter a excitação diante daquilo e aliviada de quase toda preocupação quanto a derrotas. - Bom trabalho, mestre! Agora definitivamente teremos o maldito cálice! 

Ele sorriu enquanto a garota gargalhava e proclamava vitórias futuras e bundas que haveriam de chutar antes de tudo acabar. Como uma criança, Mordred sabia, mas não estava em Camelot onde maturidade e solenidade eram esperados de si.

Quando Tatsuo foi tomar banho a cavaleira dirigiu-se ao tatame, desembainhou Clarent e começou a balançá-la. Cem estocadas, cem golpes horizontais e verticais e mais cem de uma dúzia de outros movimentos antes de fazer ´´sombra``, um treino onde se luta contra oponentes imaginários. Suando sobre a madeira polida o som do aço fazia-se ouvir cortando o ar.

Seus músculos não cresciam, sua força física não aumentava com treino, isso não lhe era segredo, mas sua mente podia ficar mais afiada. O movimento ficaria mais claro e a execução mais natural e poderia polir os reflexos para lidar com situações específicas. Balas vindo de direções estranhas, correntes se esgueirando por suas costas e pessoas capazes de superar sua velocidade. 

Ideia do pai dela numa das poucas conversas que tiveram durante os dias passados ali. Tinha dito que, mesmo que o corpo de um servo fosse praticamente imutável se comparado ao dos humanos, sua mente ainda continuava aprendendo, registrando e desenvolvendo. Também falaram sobre Eli e o tempo. Quase sempre sobre o tempo, nenhuma das duas se habituara bem a nova relação. Levaria tempo. E isso deixava implicito que nunca ocorreria.

Tempo nunca é certo quando se luta numa guerra, soldados morrem como moscas hoje ou amanhã ou depois e não importa o tamanho de sua coroa, mesmo reis morrem. Futuro é o que se busca, passado é poeira nas solas de sua bota e o presente é aço e sangue. Não existem meses, dias ou anos, apenas poeira, aço, sangue e esperança.

Quando acabou Eli já estava ali, a observando com grandes olhos verdes e um sorriso contemplativo. A pequena ao menos tinha algum bom senso. Não se atrapalha um treino de sombra, principalmente um onde faíscas de mana voam e passos causas buracos no assoalho.

Mordred teria de responder por aquilo depois. 

Não fora intenção da cavaleira depredar o lugar, mas daquela vez fora intenso. Podia quase até mesmo ouvir o batimento cardíaco do oponente que escolhera para aquele dia. Seus movimentos ágeis, sua concentração imperturbável e o modo como lia cada e todo estratagema que criava e então destruia. Ele fazia mesmo Emiya Shirou soar como uma criança birrenta.

Lancelot não era chamado de o mais forte apenas por cortesia, apesar de Gawain conseguir superá-lo e também o rei Arthur, era simplesmente a falta de uma espada que pudesse se opor a deles que o tornava inferior. No fundo a habilidade do cavaleiro do lago não possuia par com a de ninguém, a não ser, talvez, o rei jamais derrotado. 

— Vamos, hora de comer. - disse a pequena quando notou que havia parado. - Mamãe já, já, levanta.

Mordred lançou um olhar aos locais onde rompera o piso, imaginando que tipo de repreensão levaria por aquilo, antes de acompanhar a garota para fora do dojo dos Emiya. Passando pela varanda e pelo corredor até o quarto da cavaleira, as paredes do mundo e as do homem ouviram-nas conversando. A garota continuava perguntando-a acerca das lutas que travara a serviço do rei, sobre os gigantes e dragões e magos e mais qualquer coisa que recordasse de estar ligado a cavaleiros. Mordred respondia, se vangloriava e ria. 

O quarto onde fora alojada era razoavelmente espaçoso, pelo menos dois metros de espaço vago, uma cama, um armário, com uma porta adornado por espelho, que cobria grande parte de uma parede, e uma pequena escrivaninha.  O chão tinha o tom marrom e cada piso apresentava retângulos que faziam-nos parecer tábuas de madeira. As paredes lembravam telas brancas de quadro de pintura, mas eram firmes e não soavam a algo que cederia mais facilmente que qualquer outra parede. E uma janela pairava acima do espaço ao lado dos pés da cama.

Todos as roupas e sandálias ali haviam sido presentes, exceto a roupa que Tatsuo comprara e ela vestia desde antes de serem pegos por uma explosão caseira. Ainda lembrava de como aquele fora o primeiro numa série problemática de eventos. Seguido daquilo ela quase fora morta, entrara numa estranha melancolia meditativa enquanto vagava pelas ruas e acabara lutando num deserto contra um servo usando um chapéu laranja. E o mais estranho de tudo viera ainda antes quando uma versão infantil do rei Arthur, segurando a espada da seleção, surgira diante das suas íris. 

Olhou para a garota que remexia o armário a procura de uma roupa para que vestisse. Tinha a cabeleira dourada solta e vestia apenas um longo suéter e a chamava ´´irmã``. Passara grande parte do tempo a seguindo quando a perna de Mordred se recuperou, logo no segundo dia também escolhia suas roupas e pedia-lhe que mostrasse algumas técnicas de esgrima. Tentou fingir que o fazia a contragosto, mas não conseguia esconder os sorrisos e a animação na voz.

— Essa! - disse jogando as peças de roupa na cama, daquela vez nem teve a delicadeza de perguntar se a cavaleira gostara. - Depois vou pentear seu cabelo, então se apresse. Ah, tenho que ver se a mamãe já tá de pé!

E sumiu, passando correndo pela porta e deixando o som dos passos ecoarem pelo corredor. Uma menina cheia de energia essa uma, pensara Mordred tentando ignorar o fato de que fora assim também e o sorriso que insitia em querer tomar-lhe os lábios. Gosto da vida aqui mais do que é seguro, gosto daquele garoto mais do que é seguro. Estou correndo para o fim e continuo acumulando motivos para temê-lo. Mordred fechou os punhos com força quase o bastante para fazê-los doer. Não, algo dentro dela disse revoltado, estou acumalndo razões para vencer!

Após tomar banho e vestir-se Mordred foi para a sala de refeições. Estavam todos ali e a pequena garota, esquecida do que dissera sobre pentear o cabelo da cavaleira, colocava os pratos na mesa e escolhia os garfos e facas que os acompanhariam como outros escolheriam uma adaga. Observando-os, testando a lâmina num pedaço de carne e então a dando um olhar aprovador ou desgostoso.

Arthuria conversava com Tatsuo enquanto Emiya colocava as panelas sobre a mesa. Ao se aproximar notou que falavam sobre ela. A cavaleira subitamente estatizou-se, ficando um passo atrás do batente da entrada, afiando a audição. Como Mordred agira nos primeiros dias? Então ela gosta desse tipo de série? Você sabia que um dia ela foi pega perseguindo um gato, ainda trajando armadura? Ouvira-os falar, responder e perguntar. 

Sentiu o coração acelerar e as bochechas ruborizarem. Não sabia se sentia vergonha ou se apreciava como eles pareciam ligar tanto para ela, ou se ambas as coisas fluiam juntas pelo seu corpo. Respirou fundo ordenando a si que ficasse longe dessas sensações estranhas. Mas no fim ela não pôde e se vira atravessando o espaço existente entre a mesa e o batente.

— Bom dia. - cumprimentara alto para que englobasse a todos na saudação.

Eles responderam tranquilamente. Ouviu junto a isso um Mo-san dali, um Mordred daqui, uma onee-san. Aquilo a fez sentir-se bem, tinha agora algo como um lar e a experiência de pertencer a uma família que aceita-a.

A cavaleira reivindicou o assento à esquerda do pai e a direita do rapaz, forçando-o a abrir espaço rudemente com uma aterrissagem súbita. Tatsuo a encarou com um leve franzir de sobrancelhas e ela o retribuiu sorrindo um desafio. Mas ele não ousou tentar retomar sua posição. Outra vitória, pensara satisfeita com aquilo enquanto balançava-se sobre o travesseiro para ajustá-lo.

— Pronto. - disse Shirou ao terminar de pôr as panelas com comida recém aquecida na mesa. - Podem se servir.

Após aquilo eles comeram, não tanto quanto Arthuria que sozinha levara ao fim duas panelas, mas bem.

Cada garfada do café da manhã fizera a cavaleira desejar outra e outra e quando terminou tinha recordado outra vez razões para duas das ações do rei Arthur. A grande comilança e o casamento com Emiya Shirou. 

Mordred pôs-se a levantar, mas pequenas mãos pesaram sobre os ombros dela fazendo com que parasse.

— Vou pentear seu cabelo agora. - disse a garota pondo as mãos entre os fios dourados. - Não se mexa.

— Agora? Nah, tá bom como está. - a cavaleira se levantou e Eli com ela, agarrada ao seu pescoço.

— Parece que foi pega, haha. - Tatsuo riu de leve e levantou com o prato dele e de Mordred em mãos. - Pronto, eu levo seu prato e você senta-se e ganha um penteado.

O garoto não esperou resposta antes de ir a pia e a pequena Eli arrumou os cabelos de Mordred.

No restante da manhã fizeram um mutirão para recolher roupas sujas, pô-las para lavar e então tentar arrumar o tatame. Quando acabaram Eli e Mordred e os adultos uniram-se num treino de esgrima. Aparentemente ninguém se incomodara muito com o estrago que a cavaleira fizera no dojo. Ela recebera um breve ´´Tome mais cuidado`` e logo estava no ´´Pode pegar aquilo?`` até que se vira diante de uma versão remendada do lugar.

Tatsuo não os observava, notara enquanto Eli, o pai e Emiya realizavam aquecimento. Supora que ele participaria daquela vez após a corrida pelo gramado de mais cedo. Parte de Mordred desejou que o fizesse. Ensiná-lo a segurar uma espada, mostrar sua habilidade e vê-lo olhá-la com admiração e atenção. Em algum momento vislumbrara tudo isso e sentira algo bom percorrer seu corpo.

Mas apenas a madeira do piso e das colunas, o cimento e as telhas que compunham o teto e a parede, assim como o vidro as janelas, observavam-na. Ele não. Provavelmente se encontrava em algum lugar lá dentro. Cochilando, planejando ou apenas devaneiando sobre alguma tolice distante. Mesmo vendo-o rir frequentemente, nada de fato parecia tão diferente no rapaz. Ainda agia como se realmente não acreditasse no que dizia ou como se estivesse longe, escondido atrás de uma máscara de respostas prontas e pesadas para não irritar. Raramente soava como se ele abandonasse essa fortaleza fria e solitária para dizer um real ´´oi``.

E Mordred não iria permitir que isso continuasse. Faria quantas investidas fossem necessárias, cortaria todas as suas rotas de abastecimento e assaltaria aquelas muralhas sob chuvas de flechas, pedras e pragas. Definitivamente o arrancaria de dentro do castelo. Mesmo que significasse encontrar alguém desagradável e ter de aceitá-lo como mestre.

Largou a espada de treino e avisou aos outros que logo estaria de volta. O traria para lá, o faria ver quão bom é estar entre eles. Ele cederia, 

sem mentiras na boca. Talvez não hoje, como não ontem e antes de ontem, mas o dia não tardava a chegar.

Mordred veio a achá-lo no canto da varanda, no lado oposto ao qual estivera diante com o pai e sua família. Tinha um caderno acima da coxa e um lápis na mão direita. Movia-o lentamente. Uns rabiscos e uma pausa, alguns tracejos e então contemplação, lançava estocadas com a ponta do grafite e depois olhava o papel como se esperasse uma resposta.

— O que está fazendo? - disse pondo-se a frente dele agachada, de modo que as cabeças ficassem num mesmo patamar. O olhar negro foi de encontro ao da cavaleira.

— Pensando. - respondeu, sem sorrisos, sem ´´Mo-sans``. - Há quantos dias estamos assim...? Nesse silêncio? O único servo que encontramos foi o assassin, restam cinco cujo paradeiro desconhecemos. E agora nosso aliado de mentirinha tem informações e a ameaça de uma luta. O que está havendo e por quê? Por que nenhum ataque?

Mordred pensou um pouco e não via um motivo para aquela inação dos outros servos e mestres. O silêncio dificilmente escondia algo bom numa guerra.

— Bom, nós também não atacamos. Se quer uma ação tem de fazê-la e os inimigos responderão a isso. Vamos bater primeiro. Tirá-los de seus esconderijos e dar-lhes batalha, é assim que deveriamos agir. - disse a cavaleira.

—Entendo. É idiota, claro, mas talvez eu deva jogar fora essa ponderação toda. Imagino que de um jeito ou de outro teremos que ser ousados e cutucar o perigo. Não há trilha segura, há?

— Isto é uma guerra.

Ele assentiu com a cabeça e fechou o caderno. Mordred pegou sua mão e levou-o até onde estavam praticando esgrima e forçou o garoto a participar. E quando a hora de encontrar o mestre do Assassin e seu servo chegara, não havia dúvida ou incertezas em suas vozes.

— Não iremos voltar antes de ter algum progresso nessa guerra hoje, Mordred. - Tatsuo dissera ao cruzarem o batente do portão do muro bege.

— Então é bom que esteja pronto para ação, mestre! - falou pondo toda energia que conseguiu reunir naquilo.


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Notas finais do capítulo

Me pergunto que merda vai acontecer no próximo capitulo... tipo, esse foi leve demais. Tô quase com medo de que alguém morra... conhecendo o escritor dessa fanfic é bem capaz... Espero que a Eli fique bem.

Obrigado por ler! Espero contar com você para o próximo capitulo! E até mais!

P.s: capítulos postados a cada dois dias.



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