Cinderella escrita por Alina Black


Capítulo 5
Desconhecido




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— Renesmee eu disse que queria meu bife mal passado – Mel reclamou.

— Eu queria batatas grelhadas – Abby reclamava em seguida.

—Será que podem se calar estou falando ao telefone! Tia Maeve brigava com as filhas.

Rolei os olhos e sai da sala de jantar indo em direção a cozinha, após passar pela porta a fechei me encostando na mesma.

—Que saudade de quando essa casa era da minha mãe! Murmurei.

Nos últimos dois meses minha vida havia mudado por completo, minha tia havia dispensado todos os empregados da casa e trocado nosso antigo motorista por um novo, meus dias haviam se tornado cansativos por cuidar de uma casa tão grande sozinha, sempre chegava pela manhã e quando saia o sol já havia partido.

Mamãe me fazia muita falta, mas como havia prometido eu mantive o foco em meus estudos, todos os dias quando chegava no celeiro onde agora eu morava com Honey eu estudava por uma hora, faltavam apenas dez meses para que eu completasse dezoito anos e finalmente me libertasse de tia Maeve e suas filhas.

Após alguns minutos as discursões terminaram, retornei á sala de jantar e a mesma estava vazia, recolhi os pratos e retornei à cozinha, organizei as sobras do jantar como vinha fazendo todos os dias em duas pequenas marmitas, uma para mim e outra para Honey, então finalmente fui descansar.

— Honey! Falei alto ao abrir a porta do celeiro, a poodle correu em minha direção latindo e pulando sobre mim, eu sorri deixando as marmitas sobre uma pequena mesa enquanto acendia algumas velas  – Você se comportou enquanto estive ausente? Eu sei que deve estar faminta.

Honey continuou a latir e sentou com a língua para fora enquanto eu colocava um grande pedaço de bife em sua tigela.

— Prontinho, o jantar está servido! Falei colocando a tigela no chão na frendte de Honey.

Peguei minha marmita e sentei sobre a cama improvisada que eu havia feito para nós duas, durante toda a minha infância mamãe sempre havia me dado tudo, as vezes até exagerava e agora eu estava dormindo em uma cama feita com palhas e algumas coisas que eu havia encontrado no celeiro, mas o celeiro era tudo que eu tinha naquele momento além de Honey e eu só precisava ser paciente.

— Está gostoso não está? Sorri para Honey que havia terminado seu jantar e pulou sobre a cama deitando-se nela.

Dei um sorriso terminando meu jantar e decidi tomar um banho, havia um pequeno banheiro no celeiro, acho que serviria para empregados ou alguma emergência, a único coisa ruim era que a água era fria demais e eu ainda não havia me acostumado com isso.

— Que frio Honey! Sai reclamando enxugando meus cabelos, Honey latiu abanando o rabo como se risse da mim, haviam momentos em que eu tinha plena convicção que Honey me entendia perfeitamente, ela realmente era muito inteligente.

Escovei os cabelos e vesti um casaco e uma calça de moletom e peguei meus cadernos, Honey se acomodou ao meu lado, era hora de voltar aos estudos, como todas as noites eu estudaria até o sono me vencer.

O silêncio novamente dominava o local.

Após alguns minutos concentrada em minha leitura Honey levantou sentando-se ao meu lado e direcionou seu olhar para a porta.

— O que foi Honey? Perguntei olhando para a porta – Já precisa ir lá fora, não é? Falei levantando e deixei os livros sobre a mesa – Vem, vamos lá fora.

Honey desceu imediatamente, mas não se moveu, olhei para a porta e para Honey desconfiada e ambas ficamos em silêncio.

— Tem algo ou alguém lá fora não tem Honey? Murmurei.

Honey latiu e então disparou em direção a porta passando por uma pequena entrada que eu havia feito para ela, puxei os trincos da porta e a abri enquanto ouvia os latidos da poodle, ao abrir a porta levava um grande susto ao ver o rapaz parado diante da porta olhando para mim.

— Eu...preciso...de...ajuda...

Ele falou com dificuldades caindo em seguida no chão ao meu lado.

— Ai meu Deus! Murmurei me abaixando enquanto Honey continuava a latir – Honey para! Falei em um tom alto de voz enquanto virava o rapaz, sua camisa estava ensanguentada e percebi que havia um ferimento um pouco acima de seu peito próximo ao ombro.

— Precisamos ajuda-lo Honey! Falei levantando e segurei os braços do rapaz o arrastando com dificuldades, tranquei a porta e peguei um cobertor colocando no chão e o arrastei novamente o deitando sobre o cobertor.

Levantei olhando para os lados procurando algo para estancar o seu sangramento, peguei uma toalha e abri a camisa do rapaz fazendo uma leve pressão sobre o seu ferimento, havia sido feito por algum objeto cortante.

— Droga, preciso de ajuda! Murmurei olhando para Honey – É loucura o que vai fazer Renesmee mas só tem a poodle! Murmurei olhando para Honey.

— Honey ta vendo aquela maleta, vamos brincar de pegar maleta! Apontei para uma pequena maleta que ali havia, era maleta de primeiros socorros que eu havia usando no curso da fábrica onde mamãe trabalhava.

Honey levantou e começou a pular animada.

— Ai meu Deus! Sussurrei – Honey pega, pega!

A poodle correu até a maleta e a arrastou até mim, dei um sorriso sem acreditar no que havia visto – Boa menina! Falei sorrindo abrindo a maleta e pegando medicamentos para um curativo – Espero que ele não morra!

Há alguns meses os funcionários da fabrica onde mamãe trabalhava havia feito um treinamento de primeiros socorros, eu estava de férias da escola então após insistir mamãe havia concordado que eu fizesse o curso, havia chego a hora de por em pratica o que eu havia aprendido.

Alguns minutos depois finalmente o sangue havia diminuído, peguei alguns lençóis e coloquei debaixo da cabeça do rapaz fazendo assim um travesseiro e o cobri com um cobertor, toquei sua testa e ele estava queimando em febre.

— Quem será ele Honey? Murmurei fazendo carinho no poodle que durante todo tempo não saia do meu lado.

O rapaz era alto e tinha um porte atlético, vestia roupas de boa qualidade, aparentava ter no máximo uns vinte e cinco anos, e era muito bonito.

Agora só me restava espera-lo acordar para descobrir quem ele era e o que havia acontecido.


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